Vivienne conduz Dominic até o escritório e indica a cadeira para ele. Sem questionar, ele se acomoda, os olhos atentos a cada gesto dela. Em seguida, Vivienne se senta delicadamente em seu colo. Dominic a recebe sem hesitar, envolvendo os braços ao redor de sua cintura em um abraço firme e natural, como se aquele fosse o lugar onde ela sempre deveria estar.Com a respiração levemente acelerada pela proximidade, Vivienne abre a tela do notebook, seus dedos deslizando com naturalidade pelo teclado. Dominic permanece em silêncio, observando-a com atenção, sentindo a tensão no ar. O calor do corpo dela contra o seu é impossível de ignorar, mas ele sabe que aquele momento significa mais do que apenas um toque, ela está se abrindo para ele de uma forma que nunca fez antes. — Irei te mostrar algo. — Vivienne inicia, virando o rosto para ele. Seus olhos se encontram, e Dominic percebe de imediato a sombra de tristeza que transparece no olhar dela. — E depois. — Continua, a voz saindo quase c
Vivienne leva as mãos ao rosto, seu pranto se intensifica, e Dominic não pensa duas vezes. Ele a puxa ainda mais para seus braços, mantendo-a firme contra seu peito, como se pudesse protegê-la do que já passou. Suas mãos deslizam pelas costas dela em um toque reconfortante, enquanto deposita um beijo suave em seus cabelos, silenciosamente prometendo que, dessa vez, ninguém a arrancaria de sua própria vida novamente.— Você está me dizendo. — Dominic começa, a voz hesitante, como se ainda processasse o que acabou de ouvir. — Que eles forjaram a sua morte? — Pergunta, o olhar fixo nela, buscando alguma confirmação, mesmo já sabendo a resposta. Ele precisava ouvir dela, precisava ter certeza de que não havia entendido errado.— Sim. — Vivienne confirma, a voz tão baixa que mal passa de um sussurro. As palavras escapam de seus lábios como um sopro, carregadas de dor e resignação.Dominic permanece em silêncio, ainda a segurando firmemente em seus braços. Sua mente trabalha freneticamente,
Vivienne se inclina, unindo seus lábios aos dele em um beijo que vai além do desejo, é um juramento silencioso, um pedido de permanência, uma entrega sem volta. Cada toque de Dominic é um lembrete de que ali, nos braços dele, é onde ela pertence. Seu passado pode ter tentado apagá-la, mas ele a faz sentir viva, inteira, real.A cada segundo, Dominic dissolve seus medos, injetando coragem em sua alma, reafirmando que ela não precisa mais se esconder, que o passado não tem mais poder sobre quem ela é agora. Porque essa vida, essa vida, é a que ela escolheu. Com ele. E nada, nem o tempo, nem as cicatrizes, nem os fantasmas do que ficou para trás, jamais roubará o seu lugar.— Te amo. — Vivienne sussurra, contra os lábios dele, sua voz embargada pela emoção, como se aquelas palavras nunca tivessem feito tanto sentido quanto agora. Um sorriso doce se forma entre as lágrimas, irradiando a felicidade que transborda de seu peito.Ela desliza os dedos, suavemente, pelo rosto de Dominic, como s
Seus olhos se fecham com força, como se pudesse se esconder da dor, como se apagar aquela lembrança fosse suficiente para fazê-la desaparecer. Mas não é. Nunca foi. Essa dor sempre esteve ali, adormecida, esperando o momento certo para rasgá-la por dentro.Seu choro ecoa pela sala, quebrando o silêncio como um grito sufocado na escuridão. O peito sobe e desce em soluços descontrolados, o passado esmagando-a com um peso que ela mal consegue suportar.Então, um som seco. Um estalo cortante. O ruído agudo de algo se partindo ao meio.Vivienne se sobressalta, o coração disparado ao ver Dominic parado, rígido, os olhos arregalados, mas sem enxergar nada ao redor.Do copo que ele segurava nas mãos, agora restam apenas cacos afiados cravados em sua pele, enquanto um fio de sangue escorre lentamente entre seus dedos, tingindo sua raiva de vermelho.— Ai, meu Deus! — Vivienne exclama, o desespero tomando conta. O sangue mancha sua pele quando ela tenta segurar a mão dele, mas Dominic não reage
Vivienne respira fundo, sentindo o peito apertar com a intensidade do momento. Ela se aproxima da mesa e solta a caixa de primeiros socorros sobre a superfície, o som ecoando no silêncio tenso da sala.Em seguida, leva as duas mãos ao rosto, os dedos pressionando a pele, como se tentasse segurar as emoções que ameaçam transbordar. Ela precisa se recompor. Precisa manter o controle.Seu coração martela contra o peito, sua respiração vacila, mas ceder não é uma opção. Não agora.Quando finalmente se vira para Dominic, seus olhos se encontram mais uma vez, presos em uma conexão carregada de sentimentos não ditos. Mas, antes que consiga sustentar aquele olhar intenso e extravasando emoções contidas, algo chama sua atenção.Seu foco se desvia para o chão.Gotas vermelhas mancham o piso, escorrendo dos dedos dele, pingando lentamente, como se marcassem o peso de cada segundo que passou desde que essa conversa começou. Um lembrete cruel de que, além da dor que ela carrega, há a dele, silenci
Vivienne Bettendorf desliza a mão pelo espelho embaçado da suíte do hotel Sofitel Le Grand Ducal, em Luxemburgo. Com os lábios entreabertos, ela observa seu acompanhante através do reflexo. Ele está no box, os movimentos lentos e provocantes enquanto seca os cabelos molhados. Cada gesto é um convite silencioso, cheio de intenções. Os músculos dele se destacam sob a pele úmida, e ela sente um arrepio percorrer sua espinha ao se lembrar de cada toque e suspiro que dividiram há pouco.O vapor do banho ainda envolve o ambiente, mas não o suficiente para ocultar o corpo dele, que brilha sob a luz suave do banheiro. Vivienne morde o lábio, incapaz de desviar o olhar, enquanto as lembranças do prazer recente inundam sua mente. Seu coração acelera, e ela ainda consegue sentir as mãos dele explorando sua pele, os gemidos abafados que escaparam de seus lábios.Ele percebe o olhar dela e, com um sorriso malicioso, ergue o rosto, os olhos cravados nela, carregados de luxúria. Sem pressa, ele se a
A viagem inesperada de Noah deixou Vivienne com um gosto amargo de frustração e decepção. Ele esteve com ela na noite passada, e nem se deu ao trabalho de avisar que partiria. A realidade de ser apenas mais uma mulher disponível para ele começou a corroê-la por dentro. E, enquanto as horas passavam, Vivienne se viu refletindo sobre tudo o que abriu mão. Ela se formou em finanças com louvor, aos vinte e quatro anos, sonhando em construir uma carreira sólida e promissora. Mas, em vez disso, se vê aprisionada ao papel de assistente do CEO da maior empresa de finanças do país, lidando com tarefas que não fazem jus à sua capacidade. — Onde estou errando? — Vivienne murmura, sentindo o incômodo crescer. Ela sabe que aceitou ser tratada dessa forma. Permitindo, ao longo do tempo, que ele invadisse sua vida e se apoderasse de seus sentimentos. Os dias passaram, e Vivienne manteve a rotina, esperando um contato de Noah que nunca chegava. Um mês depois, ela sentia-se à beira de um colapso, p
Vivienne desliza a mão pela curva das costas, próxima à base da coluna, sentindo a dor intensa onde o impacto a atingiu. O homem que ela acreditava ter algum espaço em seu coração, a observa de cima, o olhar frio e calculista, como se ela fosse um incômodo temporário, algo a ser descartado.— Por que está agindo assim, Noah? — Vivienne pergunta, a voz carregada de uma mistura de frustração e vulnerabilidade, cortando o silêncio sufocante que paira entre eles.Ele não responde de imediato. Uma risada curta, cheia de sarcasmo, escapa de seus lábios. Ele se inclina levemente sobre a mesa, mantendo os olhos fixos nela, o olhar pesado com um desprezo que ela nunca havia visto antes. Com um gesto desdenhoso, ele pressiona o botão do telefone e leva o aparelho à orelha sem desviar o olhar, sua presença imponente dominando o ambiente.— Na minha sala, agora! — Ele ordena com uma voz fria, autoritária, encerrando a chamada antes que qualquer resposta pudesse ser ouvida. Era como se qualquer re