Em Reims, após um almoço repleto de companheirismo e a confirmação do amor que agora os une, Dominic e Vivienne retornam ao vinhedo, onde a nova vida que constroem juntos começa a ganhar raízes. Após apresentar a equipe de funcionários que contratou, Dominic conduz Vivienne para a sala, onde se acomodam no sofá, mergulhando em um conforto silencioso e íntimo.Como sempre, ele retira seus sapatos com cuidado, seus dedos deslizando lentamente pela pele delicada dela antes de começar a massagear seus pés e pernas com habilidade. Os toques firmes e precisos arrancam um suspiro satisfeito de Vivienne, que relaxa completamente, afundando-se no sofá, enquanto percorre distraidamente os canais da televisão. Mas pouco importa o que passa na tela, o verdadeiro espetáculo está no calor das mãos dele sobre sua pele, na conexão silenciosa que compartilham. Ali, naquele momento simples, ela percebe que nunca precisou de mais nada além disso.— Enne, amanhã preciso voltar para Luxemburgo. — Dominic
Vivienne conduz Dominic até o escritório e indica a cadeira para ele. Sem questionar, ele se acomoda, os olhos atentos a cada gesto dela. Em seguida, Vivienne se senta delicadamente em seu colo. Dominic a recebe sem hesitar, envolvendo os braços ao redor de sua cintura em um abraço firme e natural, como se aquele fosse o lugar onde ela sempre deveria estar.Com a respiração levemente acelerada pela proximidade, Vivienne abre a tela do notebook, seus dedos deslizando com naturalidade pelo teclado. Dominic permanece em silêncio, observando-a com atenção, sentindo a tensão no ar. O calor do corpo dela contra o seu é impossível de ignorar, mas ele sabe que aquele momento significa mais do que apenas um toque, ela está se abrindo para ele de uma forma que nunca fez antes. — Irei te mostrar algo. — Vivienne inicia, virando o rosto para ele. Seus olhos se encontram, e Dominic percebe de imediato a sombra de tristeza que transparece no olhar dela. — E depois. — Continua, a voz saindo quase c
Vivienne leva as mãos ao rosto, seu pranto se intensifica, e Dominic não pensa duas vezes. Ele a puxa ainda mais para seus braços, mantendo-a firme contra seu peito, como se pudesse protegê-la do que já passou. Suas mãos deslizam pelas costas dela em um toque reconfortante, enquanto deposita um beijo suave em seus cabelos, silenciosamente prometendo que, dessa vez, ninguém a arrancaria de sua própria vida novamente.— Você está me dizendo. — Dominic começa, a voz hesitante, como se ainda processasse o que acabou de ouvir. — Que eles forjaram a sua morte? — Pergunta, o olhar fixo nela, buscando alguma confirmação, mesmo já sabendo a resposta. Ele precisava ouvir dela, precisava ter certeza de que não havia entendido errado.— Sim. — Vivienne confirma, a voz tão baixa que mal passa de um sussurro. As palavras escapam de seus lábios como um sopro, carregadas de dor e resignação.Dominic permanece em silêncio, ainda a segurando firmemente em seus braços. Sua mente trabalha freneticamente,
Vivienne se inclina, unindo seus lábios aos dele em um beijo que vai além do desejo, é um juramento silencioso, um pedido de permanência, uma entrega sem volta. Cada toque de Dominic é um lembrete de que ali, nos braços dele, é onde ela pertence. Seu passado pode ter tentado apagá-la, mas ele a faz sentir viva, inteira, real.A cada segundo, Dominic dissolve seus medos, injetando coragem em sua alma, reafirmando que ela não precisa mais se esconder, que o passado não tem mais poder sobre quem ela é agora. Porque essa vida, essa vida, é a que ela escolheu. Com ele. E nada, nem o tempo, nem as cicatrizes, nem os fantasmas do que ficou para trás, jamais roubará o seu lugar.— Te amo. — Vivienne sussurra, contra os lábios dele, sua voz embargada pela emoção, como se aquelas palavras nunca tivessem feito tanto sentido quanto agora. Um sorriso doce se forma entre as lágrimas, irradiando a felicidade que transborda de seu peito.Ela desliza os dedos, suavemente, pelo rosto de Dominic, como s
Seus olhos se fecham com força, como se pudesse se esconder da dor, como se apagar aquela lembrança fosse suficiente para fazê-la desaparecer. Mas não é. Nunca foi. Essa dor sempre esteve ali, adormecida, esperando o momento certo para rasgá-la por dentro.Seu choro ecoa pela sala, quebrando o silêncio como um grito sufocado na escuridão. O peito sobe e desce em soluços descontrolados, o passado esmagando-a com um peso que ela mal consegue suportar.Então, um som seco. Um estalo cortante. O ruído agudo de algo se partindo ao meio.Vivienne se sobressalta, o coração disparado ao ver Dominic parado, rígido, os olhos arregalados, mas sem enxergar nada ao redor.Do copo que ele segurava nas mãos, agora restam apenas cacos afiados cravados em sua pele, enquanto um fio de sangue escorre lentamente entre seus dedos, tingindo sua raiva de vermelho.— Ai, meu Deus! — Vivienne exclama, o desespero tomando conta. O sangue mancha sua pele quando ela tenta segurar a mão dele, mas Dominic não reage
Vivienne respira fundo, sentindo o peito apertar com a intensidade do momento. Ela se aproxima da mesa e solta a caixa de primeiros socorros sobre a superfície, o som ecoando no silêncio tenso da sala.Em seguida, leva as duas mãos ao rosto, os dedos pressionando a pele, como se tentasse segurar as emoções que ameaçam transbordar. Ela precisa se recompor. Precisa manter o controle.Seu coração martela contra o peito, sua respiração vacila, mas ceder não é uma opção. Não agora.Quando finalmente se vira para Dominic, seus olhos se encontram mais uma vez, presos em uma conexão carregada de sentimentos não ditos. Mas, antes que consiga sustentar aquele olhar intenso e extravasando emoções contidas, algo chama sua atenção.Seu foco se desvia para o chão.Gotas vermelhas mancham o piso, escorrendo dos dedos dele, pingando lentamente, como se marcassem o peso de cada segundo que passou desde que essa conversa começou. Um lembrete cruel de que, além da dor que ela carrega, há a dele, silencio
Vivienne sorri e se inclina, beijando os lábios dele, como quem diz “estou bem”, mesmo sem realmente estar. Mas de que adianta continuar presa a um passado que só lhe trouxe dor? É uma história que nunca fez sentido, que nunca lhe deu respostas?Nada disso importa mais. Porque o presente é melhor. Mais leve, mais feliz, mais promissor. E é nele que ela quer ficar. É nele que ela finalmente quer viver. — Dom, não quero mais deixar o passado me definir. — Vivienne começa, sua voz, um fio de esperança em meio a tantas cicatrizes. Seus dedos deslizam suavemente pelo rosto dele, como se quisessem acalmar a tempestade que ainda transborda em seu olhar. — Vejo nos teus olhos. — Murmura, sustentando o olhar intenso dele, sentindo a dor e a fúria que queimam ali. — A busca por entendimento, o desejo de vingança.Ela percebe que ele carrega o peso da dor dela, como se fosse sua, que sua indignação não é apenas revolta, mas um grito silencioso por justiça, que sua alma não apenas sente, mas exi
Após a consulta médica e os três pontos na mão, Dominic e Vivienne retornam para casa. O clima está mais leve, como se, por um acordo silencioso, tivessem decidido abandonar aquele assunto, pelo menos por agora. A noite cai suavemente sobre eles, trazendo um raro momento de paz depois de um dia tão intenso.Antes do jantar, sobem para o quarto, o cansaço pesando sobre seus corpos, mas ainda mais sobre suas almas. O peso das emoções vividas ainda paira no ar, mas, ali, no refúgio que construíram juntos, tudo parece mais suportável.— O que acha de um banho? — Dominic sugere, a voz baixa e convidativa.Mas ele não espera por resposta. Apenas se afasta em direção ao banheiro, deixando uma promessa silenciosa no ar. Vivienne sorri, observando-o desaparecer e, por alguns instantes, se permite relaxar, sentindo o peso do dia se dissipar.Longos minutos depois, Dominic retorna, vestindo apenas uma cueca box, a postura despreocupada, mas o olhar cheio de intenções. Vivienne o observa, e um so