Jogo da vida (II)

Aproximou o rosto do meu, ficando a centímetros de distância. Fechei os olhos e esperei por um beijo... Que não veio. Suspirei e tentei rir, mas não tinha como, já que Gabe segurava meus lábios entre seus dedos. Eu sabia que haveria o dia em que ele imploraria por um beijo meu, assim como eu fazia naquele momento. E eu teria o prazer de me vingar. E eu era esperta o bastante para saber que aquele dia não demoraria a chegar.

Gabe soltou meu queixo e retirou os cabelos das minhas costas, jogando-os para o lado. Depois alisou minha cicatriz da nuca e, num ato que me deixou impressionada, beijou-a de forma gentil e delicada, fazendo com que todo meu corpo se arrepiasse àquele toque de carinho, que jamais havia feito antes.

- Quero voltar para as margens, Gabe! – pedi, atordoada, não querendo ceder aos desejos do meu corpo.

- Podemos voltar... Se prometer que se comportará.

- Não gosto de fazer promessas que não posso cumprir, marido. Sinto muito.

- Por favor, Chuchu...

- Você foi um garot
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