Estava deitada na cama do hospital, com Henri sentado na poltrona ao meu lado e Eliel dormindo na outra cama ao lado. Eu ficava feliz e aliviada que ele ainda conseguisse dormir depois de tudo aquilo, porque eu definitivamente não conseguiria isso assim tão fácil.
Na televisão de tubo presa ao canto da parede por um suporte de ferro, alguma novela aleatória de romance de época passava com o som extremamente baixo. Tudo ali era muito quieto o que me deixava extremamente agradecida pois me ajudava a relaxar um pouco mesmo com o corpo inteiro doendo.
Minha perna ainda ardia, e parecia que estava muito pior do que quando havia saído da casa – o mesmo para o meu pulso deslocado, meu olho inchado e minhas costelas cheias de hematomas.
Eu
Capítulo Final ◈◇◈– Acredita em fantasmas, Xerife? – O policial mais velho perguntou dentro da viatura enquanto os dois seguiam para a delegacia logo após ter deixado o hospital.O xerife apenas riu e meneou a cabeça sem dar qualquer resposta, analisando as anotações que Susan lhe dera enquanto o outro mantinha as mãos no volante e os olhos na estrada.– Aquelas crianças estão mentindo – o mais velho voltou a fal
24 de dezembro de 2015 ◈◇◈– Ai Jesus, desculpe tia – eu disse ao passar por Tia Elizabeth e esbarrar na mesma, quase fazendo com que uma travessa inteira de mousse de chocolate fosse para o chão. Porque se um desastre não acontecesse então não era eu.– Tudo bem, querida – ela respondeu com seu sorriso gentil, recuperando o equilíbrio e indo até a mesa de jantar que havia sido posta no centro da sala, deixando o mousse ali ao lado de tantos outros pratos natalinos.
"As pessoas costumam ter certo preconceito com coisas velhasPessoas, objetos, casas...Acham que estão chatas, quebradas, sem qualquer utilidadeMas sabe o que é mais engraçado?São justo estas coisas, as "velhas"Que tem as melhores e mais interessantes histórias para contarPrincipalmente as casas e as pessoas,Sim, ah sim, elas escondem segredos bem interessantes..." &nbs
– Será que você pode parar de drama? Pelo amor de Deus – minha mãe disse já se irritando, batendo as mãos contra o volante.Suspirei e limpei as lágrimas dos olhos e bochechas, sem querer soltando um soluço. O que mais eu podia fazer?– Mas mãe, era o meu livro favorito! Não pode ter acabado assim, simplesmente não pode!– Gritei com uma voz aguda incomum e meu coração se encheu com uma profunda tristeza.Eu havia passado uma semana lendo aquela maldita trilogia e ela acabava assim, sem mais nem menos. Estava com uma vontade gigantesca de ir até o Canadá só para bater na autora e mandar ela escrever mais. Ok, talvez isso fosse meio exagerado, mas
Deviam ser por volta de cinco e meia da manhã quando finalmente desisti de caçar o sono e me sentei na cama virada para a janela, observando as poucas estrelas que não haviam sido escondidas por nuvens. Não conseguia tirar aquela família de bonecas da minha mente, afinal, eu nunca havia visto nada tão bizarro e sem sentido.Tinham aproximadamente umas vinte bonecas lá, todas diferentes umas das outras, cada uma assustadora à sua maneira. E no fim, as únicas caixas que eu e Eliel encontramos no sótão continuaram lá, pois nenhum de nós foi corajoso o suficiente para permanecer naquele lugar pelo tempo que fosse.Meu coração palpitava e a cada meio minuto um arrepio percorria minha espinha. Claro, eu estava morrendo de medo, mas n&atild
Fiquei em silêncio o tempo todo até chegarmos em casa, me perdendo em meus próprios pensamentos. Alguma coisa naquela senhora me deixava inquieta, não algo ruim mas como se ela soubesse de algo que não sei. Algo a ver com as bonecas, talvez?Sorri e passei o dedo no vidro embaçado da janela, fazendo uma linha reta. Isso estava começando a ficar interessante. Eu tinha certeza que havia alguma explicação sobrenatural por trás de tudo. Ou será que eu sóqueriater certeza? E... meus parabéns Lis, você conseguiu travar seu próprio cérebro.Fizemos o mesmo caminho para voltar para casa, mas desta vez não vi a menina brincando, devia ter percebido que não faria bem à saúde brincar fora de
– Isso tudo é frio? – Minha mãe perguntou assim que cheguei na cozinha, encarando meu cachecol enquanto terminava de colocar as panelas e pratos na mesa.– Minha dor de garganta voltou – menti, esganiçando levemente a voz.Ok, não era uma mentira tão mentira assim, minha garganta estava queimando, tanto por fora quanto por dentro.Apoiei o queixo na palma da mão esquerda, batendo as unhas da mão livre na mesa. Não sabia mais nem no que pensar, e não aguentava mais que as únicas coisas para fazer naquela casa fossem investigar sobre espíritos e bonecas estranhas. Tinha que ter alguma coisa para me distrair...– Meus livros! &ndash
Fiquei pelo menos uns cinco minutos parada, hora encarando a chave enferrujada na minha mão, hora encarando o bilhetinho bizarro em cima da cômoda, ainda pensando que tudo aquilo era somente uma alucinação e logo sumiria."Cuidado".– Santa Deusa, retiro tudo o que eu disse – falei com a voz falhando e pulei para o meio do quarto, indo direto para o interruptor e acendendo a luz.Estava paranoica, o medo corria pelas minhas veias. Para qualquer canto escuro do quarto que eu olhasse, imaginava a "Izzy" dos meus sonhos escondida ali, pronta para me tocar com aqueles dedos bizarros e retorcidos enquanto chorava daquele jeito perturbador digno de filme de terror.Voltei para a cama e fechei as cortin