A escuridão da noite envolvia tudo como um manto, enquanto meu coração pulsava com uma mistura de ansiedade e determinação. Eu sabia que não havia mais volta, que minhas escolhas haviam me colocado em um caminho sem retorno. Cada passo que eu dava parecia ecoar como um martelo batendo em minha mente, ecoando as palavras de tio Ezra sobre nunca confiar completamente.Era uma noite sombria, sem lua, que parecia refletir meu próprio estado de espírito. Eu estava determinada a proteger aqueles que eu amava, mesmo que isso significasse enfrentar os perigos que estavam à espreita nas sombras. Rômulo ainda estava se recuperando, e sabia que cada minuto era crucial. Não havia tempo a perder.Estávamos escondidos em um pequeno refúgio que tio Ezra conhecia bem. Era uma casa abandonada nos arredores da cidade, longe dos olhos curiosos e das orelhas atentas da organização. Cibele estava ao lado de Rômulo, cuidando dele, seus pontos já estavam secando e eu estava contente por meu amigo. Maurício
O som de tiros rasgou o ar, e a ação começou em um frenesi de movimento e adrenalina. Amanda sacou sua arma e abriu fogo em nossa direção, forçando-nos a nos separar para nos protegermos. As balas zuniam ao nosso redor, o som ensurdecedor ecoando em meus ouvidos.Instintivamente, eu me joguei atrás de um móvel velho, meu coração martelando em meu peito. Os outros também buscaram abrigo, suas armas prontas. O cheiro de pólvora preenchia o ar, e eu lutava para controlar minha respiração enquanto meu cérebro trabalhava em ritmo acelerado.Amanda era implacável, movendo-se com agilidade e precisão. Ela se movia como uma sombra, seus movimentos rápidos e calculados. Era como se ela soubesse exatamente onde estávamos o tempo todo. Cada tiro que ela disparava era uma ameaça constante, uma lembrança de que o perigo estava à espreita.Tive apenas uma fração de segundo para reagir quando uma oportunidade surgiu. Amanda recarregou sua arma, e isso foi o suficiente para que Maurício surgisse de s
À medida que nos afastávamos da casa em chamas, a noite parecia envolta em um silêncio inquietante. As labaredas lançavam uma luz dançante sobre nossos rostos, e cada passo que dávamos ecoava com a urgência da nossa situação. O cheiro acre de fumaça impregnava o ar, um lembrete constante do caos que deixávamos para trás.Nosso grupo avançava com cautela, nossas mentes girando para formular um plano coerente. Amanda, ou quem quer que ela fosse, tinha desaparecido nas chamas, e a incerteza que pairava sobre sua identidade nos deixava tensos. Os olhares que trocávamos carregavam um misto de preocupação e resolução.Tio Ezra liderava o caminho, sua expressão séria e seus olhos vigilantes enquanto examinava os arredores em busca de qualquer sinal de perigo. Maurício e Cibele seguiam logo atrás, seus passos determinados enquanto processavam a batalha que havíamos enfrentado.Minha mente estava uma tempestade de pensamentos conflitantes. A imagem do homem misterioso continuava ecoando em min
Um dia se passou desde que Ezra não havia voltado, e a ansiedade estava começando a consumir nossos ânimos. Cibele expressava sua impaciência, Maurício e Rogério estavam em silêncio, e eu, bem, eu estava mergulhada em meus próprios pensamentos. Afinal, como poderíamos enfrentar o futuro sem saber o que havia acontecido com tio Ezra?"Amiga, às vezes só temos que aceitar", Cibele disse, colocando a mão no meu ombro. Era evidente que todos estavam preocupados."Não acredito nisso", retruquei com firmeza. "Ele é forte e experiente. Tenho certeza de que ele nos encontrará."Cibele soltou um longo suspiro, e Maurício se aproximou de nós. "Amor, a Cibele tem razão. Temos que enfrentar a possibilidade de que...""Você não o conhece", interrompi, minha voz carregada de convicção. Tio Ezra era muito mais do que parecia, e eu sabia que ele não cairia facilmente.Em meio a esse clima tenso, comecei a fazer sanduíches para todos. À medida que comíamos, começamos a traçar estratégias para lidar co
Mauricio VelásquezOhana me encarava e eu sabia que não podia mais mentir para eles, afinal fui eu que os coloquei em perigo,olho para os rostos expectantes diante de mim e respiro fundo, sabendo que minhas palavras mudarão tudo."Eu... preciso contar a vocês a verdade sobre mim", começo, minha voz carregada de uma mistura de tristeza e determinação. "Meu passado está entrelaçado com a organização de uma forma que vocês não podem imaginar."Os olhares atentos se fixam em mim, e sinto um aperto no peito. Eu sei que o que vou dizer não será fácil de ouvir, mas é hora de encarar as consequências das minhas escolhas."Meu pai era o líder da organização de assassinos para a qual trabalham", admito, sentindo o peso dessas palavras enquanto elas deixam meus lábios. "Eu fui criado para ser um assassino, treinado desde jovem para seguir os passos dele."Um silêncio tenso preenche o ar, e eu continuo, meu olhar encontrando o de Ohana mais uma vez. Seus olhos estão cheios de surpresa e decepção,
Ohana DuarteApós sair do esconderijo, uma enxurrada de emoções me acompanhou. O peso das verdades reveladas por Maurício me deixou atordoada, e minha mente estava em turbilhão. Não pude evitar o sentimento de traição que me envolvia, e a imagem de tudo que passamos juntos como uma equipe parecia distorcida agora.Decidi que precisava de um tempo para processar tudo. Passei por um bar no caminho e não hesitei em entrar. A atmosfera escura e abafada do lugar era quase reconfortante, e me dirigi ao balcão. Pedi uma garrafa de vodka e uma taça, precisava de algo para entorpecer a confusão dentro de mim.Com a garrafa em mãos, saí do bar e encontrei meu caminho para um lugar isolado. Subi até o alto de um prédio abandonado, uma vista da cidade espalhada à minha frente. Era como se a imensidão urbana espelhasse a confusão e tumulto dentro de mim.Encontrei um lugar para me sentar, minha taça na mão e a garrafa de vodka ao meu lado. O líquido âmbar brilhava à luz fraca da cidade. Enchi a ta
Caminhando pelas ruas escuras da cidade, eu me esforçava para manter minha mente focada. A adrenalina daquele encontro rápido com os assassinos ainda pulsava em minhas veias. Cada passo que eu dava parecia ecoar o eco das minhas ações.O ar estava frio e úmido, o clima parecia ecoar minha própria turbulência interior. Enquanto eu seguia em direção ao esconderijo, pensava sobre o que tinha acabado de acontecer. Era um lembrete cruel de que a organização estava em todo lugar, sempre à espreita.Finalmente, cheguei ao esconderijo. A sensação de segurança ao entrar no local era quase reconfortante. No entanto, sabia que logo teria que enfrentar as consequências de minhas ações.Ao entrar na sala, meus olhos se encontraram com os olhares curiosos e preocupados dos outros. O clima estava carregado de tensão e silêncio."E então, o que aconteceu lá fora?" Ezra finalmente quebrou o silêncio, sua voz calma, mas cheia de curiosidade.Eu respirei fundo, minha mente retornando ao encontro com os
Enquanto a poeira da batalha se dissipava, sentimos a urgência de encontrarmos um novo refúgio. A presença dos membros da organização havia exposto nosso esconderijo anterior, tornando-o perigoso e vulnerável. O momento pedia ação rápida e decisiva, então todos nós nos unimos para organizar nossas coisas e partir.Enquanto arrumávamos nossas mochilas e equipamentos, vi Maurício se aproximando de mim, seu rosto carregando uma expressão de conflito. Seu olhar se encontrou com o meu, e pude sentir as emoções tumultuadas que o atormentavam. "Ohana, posso falar com você?", ele perguntou, sua voz carregada de sentimentos entrelaçados.Minha mente girou por um momento, e eu não sabia como responder. Tantas palavras não ditas pairavam entre nós, verdades que tinham emergido e um abismo que parecia ter se formado. Decidi ser franca, mesmo que minhas palavras soassem duras."Não estou pronta para isso, Maurício", respondi, meu tom não permitindo espaço para interpretação.Ele permaneceu ali, s