Mauricio VelásquezOhana me encarava e eu sabia que não podia mais mentir para eles, afinal fui eu que os coloquei em perigo,olho para os rostos expectantes diante de mim e respiro fundo, sabendo que minhas palavras mudarão tudo."Eu... preciso contar a vocês a verdade sobre mim", começo, minha voz carregada de uma mistura de tristeza e determinação. "Meu passado está entrelaçado com a organização de uma forma que vocês não podem imaginar."Os olhares atentos se fixam em mim, e sinto um aperto no peito. Eu sei que o que vou dizer não será fácil de ouvir, mas é hora de encarar as consequências das minhas escolhas."Meu pai era o líder da organização de assassinos para a qual trabalham", admito, sentindo o peso dessas palavras enquanto elas deixam meus lábios. "Eu fui criado para ser um assassino, treinado desde jovem para seguir os passos dele."Um silêncio tenso preenche o ar, e eu continuo, meu olhar encontrando o de Ohana mais uma vez. Seus olhos estão cheios de surpresa e decepção,
Ohana DuarteApós sair do esconderijo, uma enxurrada de emoções me acompanhou. O peso das verdades reveladas por Maurício me deixou atordoada, e minha mente estava em turbilhão. Não pude evitar o sentimento de traição que me envolvia, e a imagem de tudo que passamos juntos como uma equipe parecia distorcida agora.Decidi que precisava de um tempo para processar tudo. Passei por um bar no caminho e não hesitei em entrar. A atmosfera escura e abafada do lugar era quase reconfortante, e me dirigi ao balcão. Pedi uma garrafa de vodka e uma taça, precisava de algo para entorpecer a confusão dentro de mim.Com a garrafa em mãos, saí do bar e encontrei meu caminho para um lugar isolado. Subi até o alto de um prédio abandonado, uma vista da cidade espalhada à minha frente. Era como se a imensidão urbana espelhasse a confusão e tumulto dentro de mim.Encontrei um lugar para me sentar, minha taça na mão e a garrafa de vodka ao meu lado. O líquido âmbar brilhava à luz fraca da cidade. Enchi a ta
Caminhando pelas ruas escuras da cidade, eu me esforçava para manter minha mente focada. A adrenalina daquele encontro rápido com os assassinos ainda pulsava em minhas veias. Cada passo que eu dava parecia ecoar o eco das minhas ações.O ar estava frio e úmido, o clima parecia ecoar minha própria turbulência interior. Enquanto eu seguia em direção ao esconderijo, pensava sobre o que tinha acabado de acontecer. Era um lembrete cruel de que a organização estava em todo lugar, sempre à espreita.Finalmente, cheguei ao esconderijo. A sensação de segurança ao entrar no local era quase reconfortante. No entanto, sabia que logo teria que enfrentar as consequências de minhas ações.Ao entrar na sala, meus olhos se encontraram com os olhares curiosos e preocupados dos outros. O clima estava carregado de tensão e silêncio."E então, o que aconteceu lá fora?" Ezra finalmente quebrou o silêncio, sua voz calma, mas cheia de curiosidade.Eu respirei fundo, minha mente retornando ao encontro com os
Enquanto a poeira da batalha se dissipava, sentimos a urgência de encontrarmos um novo refúgio. A presença dos membros da organização havia exposto nosso esconderijo anterior, tornando-o perigoso e vulnerável. O momento pedia ação rápida e decisiva, então todos nós nos unimos para organizar nossas coisas e partir.Enquanto arrumávamos nossas mochilas e equipamentos, vi Maurício se aproximando de mim, seu rosto carregando uma expressão de conflito. Seu olhar se encontrou com o meu, e pude sentir as emoções tumultuadas que o atormentavam. "Ohana, posso falar com você?", ele perguntou, sua voz carregada de sentimentos entrelaçados.Minha mente girou por um momento, e eu não sabia como responder. Tantas palavras não ditas pairavam entre nós, verdades que tinham emergido e um abismo que parecia ter se formado. Decidi ser franca, mesmo que minhas palavras soassem duras."Não estou pronta para isso, Maurício", respondi, meu tom não permitindo espaço para interpretação.Ele permaneceu ali, s
Enquanto o carro avançava pela estrada, a sensação de urgência e incerteza permeava o ar. Eu segurava firme o volante, cada pensamento concentrado em nossa segurança imediata. Maurício estava ao meu lado, olhando pela janela enquanto o vento soprava seus cabelos."Você quer que eu dirija um pouco?", ele perguntou de repente, sua voz tranquila.Olhei para ele por um momento, considerando sua oferta. Embora a tensão estivesse claramente visível em seu rosto, algo em sua voz me fez pensar que talvez houvesse algo mais por trás de sua pergunta."Estou bem, obrigada", respondi, minha voz suave, mas firme.Ele assentiu e voltou sua atenção para a estrada à frente. O silêncio caiu entre nós, mas era um silêncio carregado de palavras não ditas e emoções conflitantes.Depois de alguns minutos, quando a estrada se estendia à nossa frente, eu finalmente encontrei a coragem para trazer à tona uma pergunta que estava me atormentando."Maurício", comecei, minha voz um pouco vacilante. "Você e Rogér
A luz do sol filtrava pelas cortinas do quarto, trazendo uma sensação de satisfação, já que fazia dias que dormimos tão bem. Cibele estava dormindo ao meu lado, uma imagem tão tranquila que não pude deixar de sorrir.Após fazer minhas higienes matinais, sai em busca de um pouco de café para despertar totalmente. Distraída em meus pensamentos, acabei esbarrando em uma mulher que parecia estar procurando encrenca desde cedo. Abri a boca para me desculpar, mas antes que pudesse dizer algo, ela atacou.“Tá com olho no cu?” Sua agressividade me pegou de surpresa, mas antes que eu pudesse responder, ela continuou com suas palavras ofensivas. “Desculpa o caralho, tá achando que é quem?”Meu sangue ferveu com sua atitude, mas respirei fundo, me controlando. "Se eu fosse você, não testaria minha paciência, pois ela é curta." Minhas palavras saíram mais duras do que eu pretendia, mas não estava disposta a deixar que ela me provocasse.Ela continuou com seus insultos, acendendo meu lado mais som
Marco FariasDesde criança, sempre desejei o lugar do meu irmão. Sempre vivendo à sombra dele, como se eu fosse apenas uma extensão de si. Mas eu era mais do que isso, e quando finalmente consegui emboscar o meu querido irmão, vê-lo cair em minha armadilha, senti um prazer mórbido que inundou minha alma. Seu olhar de surpresa e choque antes de sua vida ser ceifada foi uma visão que guardei com carinho.Assumi o controle da organização, e por um breve momento, senti-me no topo do mundo. Saboreei o poder que ele tanto prezava, provei a doçura da vitória que me escapara por tanto tempo. E quando soube que meu sobrinho, aquele covarde, não tinha interesse em tomar a frente da organização, senti-me aliviado. Talvez ele soubesse que não teria chance contra mim.No entanto, minha alegria durou pouco. A irmã de Maurício, Luciana, mostrou uma ambição que eu não esperava. Ela estava disposta a assumir a liderança, e isso era inaceitável. Luciana era obstinada, determinada e inteligente. Eu sabi
Mauricio Velásquez Meu coração estava acelerado, as veias pulsando com adrenalina. Diante de mim estava meu tio Marco, aquele que havia tomado a vida de meu pai e minha irmã, aquele que sempre esteve à espreita nas sombras, esperando o momento certo para atacar. Agora, esse momento havia chegado, e a batalha entre nós era inevitável.Encaramo-nos por um breve instante, nossos olhos faiscando com desdém e hostilidade mútuos. A raiva que sentia por ele, a necessidade de vingar os que ele havia tirado de mim, eram um fogo ardente que me impulsionava para a frente.Sem mais palavras, partimos para o ataque. Cada golpe que desferíamos era carregado com anos de rancor, cada movimento era calculado para ferir, para prejudicar. Eu não me importava com o que aconteceria comigo, apenas queria que Marco pagasse por seus crimes.Nossos punhos se encontravam em um confronto furioso, um eco de nosso ódio mútuo. Marco era habilidoso, tinha anos de experiência em combate, mas eu estava determinado a