Capítulo 48No mês seguinte, chegou o dia da tão aguardada audiência. O tribunal estava lotado, e a tensão no ar era palpável. Victor compareceu acompanhado de seus advogados, enquanto Mercedes chegou com um olhar altivo, confiante de que poderia escapar impune.As horas passaram lentamente enquanto as evidências eram apresentadas. Os advogados de Victor expuseram cada detalhe do plano sujo de Mercedes para separá-lo de Isabelle, revelando que ela havia drogado a bebida de Isabelle e armado uma armadilha para que parecesse que ela o traía com outro homem. O juiz ouviu atentamente todos os argumentos, analisou as provas e testemunhos, e então tomou sua decisão.Quando a audiência finalmente chegou ao fim, Victor saiu da sala de julgamento com um sorriso satisfeito. Ele respirou fundo, sentindo o peso de semanas de incerteza e tensão se dissipar.Do outro lado do corredor, Mercedes estava furiosa. Seu rosto estava vermelho, e os olhos brilhavam de raiva e desespero. Ela tentou se manter
Capítulo 49Antes que alguém pudesse reagir, o som de um disparo ecoou pelo local fazendo os pássaros nas árvores próximas voarem. Isabelle arregalou os olhos, sentindo um impacto violento em seu peito antes de seu corpo fraquejar.— NÃO! — Victor gritou, correndo para segurá-la antes que ela caísse no chão.Gritos de desespero tomaram conta do ambiente. Convidados se afastaram em pânico, enquanto os seguranças finalmente imobilizavam Mercedes, que agora ria histericamente, completamente fora de si.— Eu consegui! Matei ela! — ela gritava, como se estivesse celebrando uma vitória.Victor segurou Isabelle nos braços, sentindo sua respiração falha. Seus olhos estavam marejados de dor e desespero.— Fica comigo, amor. Fica comigo! — ele suplicou, pressionando a mão sobre o ferimento na tentativa de conter o sangue que começava a manchar seu vestido branco.Felipe já estava ao telefone, chamando uma ambulância enquanto os seguranças arrastavam Mercedes para fora, seus gritos enlouquecidos
Capítulo 50Felipe estacionou o carro na entrada da mansão e desceu, sentindo o cansaço da noite sobre seus ombros. O dia havia sido longo e cheio de tensão, mas agora as coisas começavam a se ajeitar. Ele entrou na casa silenciosamente, encontrando a sala iluminada apenas por algumas luzes suaves.Clara estava sentada no sofá, segurando uma xícara de chá. Ao vê-lo, sorriu de leve.— As crianças dormiram faz pouco tempo. Estavam agitadas, mas consegui acalmá-las.Felipe assentiu, relaxando um pouco.— Obrigado, Clara. Eu precisava garantir que estavam bem.Ela fez um gesto para que ele se sentasse ao lado dela.— Quer um chá? Parece que também precisa relaxar.Ele riu baixo e aceitou. Ela o serviu, ele pegou a xícara e deu um gole, sentindo o calor da bebida aliviar um pouco a tensão.— Você deve estar exausto — ela comentou, observando-o com atenção.Felipe apoiou os cotovelos nos joelhos e passou as mãos pelo rosto.— Nem me fale. Foi um dia complicado, mas pelo menos agora sabemos
Capítulo 51A mansão Mendonça estava silenciosa naquela noite. Victor estava sentado ao lado da cama, segurando a mão de Isabelle com carinho. Observava-a repousar tranquilamente, e um sorriso sereno se formou em seus lábios.O pesadelo havia passado. Agora, tudo o que restava era a esperança de um futuro brilhante.Ele deslizou a mão suavemente sobre a barriga dela, sentindo uma onda de emoção tomar conta de seu peito.— Mal posso esperar para conhecer nosso bebê — murmurou, a voz carregada de ternura.Isabelle, ainda sonolenta, entreabriu os olhos e sorriu suavemente.— Ele vai ter o melhor pai do mundo — sussurrou, sua voz doce como uma melodia.Victor sentiu o coração aquecer com aquelas palavras. Ter uma família sempre fora seu maior desejo, mas por muito tempo, pensara que não era possível. Agora, ali estava ele, casado com a mulher que amava e esperando um filho.Ele se inclinou e depositou um beijo delicado na testa de Isabelle, fechando os olhos por um instante.— Obrigado po
Capítulo 52O vento soprava suavemente no cemitério, fazendo as folhas das árvores balançarem com um som tranquilo. O céu estava limpo, naquela tarde.Victor permaneceu parado diante do túmulo do irmão, com as mãos nos bolsos e um olhar sereno. Ele vinha sempre que podia, mas hoje era especial.— Dez anos, mano… — murmurou, soltando um suspiro longo. — Parece que foi ontem que tudo aconteceu. Que tudo mudou na minha vida.Ele passou a mão pelos cabelos, sentindo um nó na garganta, mas sorriu.— Vou te contar as novidades.Victor respirou fundo e se sentou sobre a grama bem cuidada, mantendo os olhos fixos no nome gravado na lápide.— Seus filhos estão incríveis, cara. Você teria tanto orgulho deles… Sua filha está na faculdade agora, acredita? Parece que foi ontem que eu a pegava no colo. Inteligente, focada, e claro, herdou seu coração gigante.Ele fez uma pausa, deixando a emoção se acomodar antes de continuar.— E o mais novo… Ele está virando um rapaz. Estudioso, educado… Você sem
Capítulo 1 Victor Mendonça estava em frente à janela do seu quarto, vestido de forma impecável como sempre. Um suspiro pesado escapou de seus lábios. Tudo em sua vida mudara quando o irmão caçula faleceu de forma abrupta. De um momento para o outro, se viu responsável pela cunhada e pelos sobrinhos. Já não bastava ter perdido os pais, que se foram pela idade avançada. Eles eram sua base, sua razão de seguir em frente. Agora, com 43 anos, ele se sentia mais velho do que realmente era. Algo estava faltando, mas ele não sabia o quê. Afinal, tinha tudo o que o dinheiro podia comprar. — Victor, querido, venha almoçar conosco — disse a cunhada, tocando-lhe o braço com delicadeza. — Sim, claro — ele respondeu, sem demonstrar mais do que um leve sorriso. A vontade de lhe dizer que entrar no seu quarto sem bater não era correto estava ali, mas ele deixou para um outro momento. Tadinha, ela estava sofrendo demais para perceber o quanto a falta de limites também estava desgastando a dinâmica
Capítulo 2 O relógio no pulso de Isabelle marcava 8h quando ela chegou ao portão da mansão Mendonça. O carro alugado para se locomover pela cidade parecia pequeno diante da imponência da propriedade. A entrada era ampla, cercada por altos muros cobertos de hera, com um portão automático que dava acesso a uma alameda ladeada por árvores perfeitamente alinhadas. — Uau... Nunca vi uma casa tão linda — murmurou para si mesma, admirando o cenário. Respirando fundo, ela tocou o interfone. — Bom dia. Aqui é Isabelle. Estou aqui para começar o trabalho como babá. A voz de um funcionário respondeu prontamente: — Ah, sim, o senhor Mendonça nos avisou. Um momento, por favor. O portão se abriu lentamente, revelando o interior luxuoso da propriedade. Isabelle dirigiu com cuidado até a entrada principal, onde um mordomo a aguardava. — Bem-vinda, senhorita Isabelle. Por aqui, por favor. Enquanto era conduzida para dentro da casa, Isabelle não conseguia disfarçar a admiração. Tudo era impecáv
Capítulo 3 Victor saiu apressado da sala, com passos firmes que ecoavam pelo piso impecável da mansão. Ao chegar ao escritório da casa, pegou a pasta que estava sobre a mesa e ajustou o paletó antes de sair. Na limusine, deixou a pasta de lado e voltou sua atenção para a paisagem além da janela. O carro atravessava os portões da imponente mansão, e ele se perdeu nos próprios pensamentos enquanto as árvores alinhadas da entrada ficavam para trás. Como de costume, sua mão foi instintivamente ao anel no dedo. Ele girava a joia delicadamente, um gesto quase automático. Aquele anel havia pertencido ao seu pai, um homem que sempre fora seu exemplo e maior inspiração. Foi presenteado a Victor no leito de morte, em um momento que ele jamais esqueceria. Enquanto seus olhos fixavam o horizonte, lembranças do pai surgiam com nitidez. Ele ainda podia ouvir a voz grave e tranquila dizendo: "Use este anel como símbolo da nossa família e de tudo o que construímos juntos. Lembre-se de quem você é,