Mia estava decidida. O noivo não queria, ou qualquer um de sua família, mas ela não podia deixar de visitá-la. Mas dessa vez foi diferente. Não mentiu, não escondeu, apenas disse a verdade e saiu com os agentes em seu encalço, mas claro que ela sabia o que aconteceria logo em seguida. Liam a seguiu também, e entrou no carro quase ao mesmo tempo que ela, sentando-se atrás e deixando aqueles homens que contratou guiá-los até “aquele lugar”. Já estava resolvido, mas sabia que ela tinha o direito de fazer aquilo. Não podia negar isso a ela, mas também não a deixaria ir “sozinha”. Bem, mais ou menos sozinha, porque sabia que aqueles homens não a deixariam só nem por um segundo. Conhecia sua mulher para saber que ela não desistiria. Quando aqueles olhos verdes tão diferentes do que normalmente era, transparecendo firmeza, só o que pode fazer foi ir atrás dela. E ele não a deixaria sozinha nem por um segundo. Ele já estava todo protetor antes, e agora, com aquele encontro, que ele não quer
— Você está melhor? — Muito melhor. Ah, sim, ela se sentindo mais leve agora que finalmente esteve cara a cara com Freya. Suas mãos coçaram por dias, toda vez que se lembrava daquela mulher, do que ela fez. O sofrimento dos gêmeos foi o que a fez agir de uma vez por todas. Eles haviam sofrido tanto. E se lembrar disso, era muito doloroso. Freya havia causado aquilo, e ela precisava pagar. Tudo bem, ela estava atrás das grades e passaria anos ali, mas só isso não bastava para Mia. Ela precisava encarar aquela mulher novamente. Principalmente quando sabia de todos os crimes dela. — Obrigada por me apoiar nisso. — Fiquei preocupado, mas sei que tinha esse direito depois de tudo. — Eu espero que ela mofe na cadeia. — Bem, nesse caso, eu também. – Murmurou. – Mas agora é vida nova. Temos um casamento para organizar e um chá de bebê para participar. — Um chá de bebê e um noivado. — Em pensar que só vai conhecer sua cunhada hoje. — Como será que ela é? – Estava muito curiosa. –
— Eu já posso ver? Silêncio por meio segundo até finalmente ela escutar um “sim”. A mão do noivo abaixou e então pode ver tudo ao seu redor. Os convidados estavam espalhados ao seu lado, havia balões dourados em formato de estrela “voando” em cima de sua cabeça e logo a frente, uma mesa decorada lindamente com balões rosa e verde-água, nas mesmas cores das caixinhas e forminhas de doces. Tinha um bolo em formato de um urso branco e marrom-claro e um painel atrás da mesa que mostrava algumas fotos dela e de Liam de quando eram crianças. Até havia algumas de sua mãe junto dela. Estava muito surpresa, porque não achou que seu pai havia guardado tantas. Seus olhos lacrimejaram. Se sentia muito emocionada. — Está tudo tão lindo. — Sério? Gostou mesmo? — É melhor dizer, porque minha mãe está quase enlouquecendo aqui. – Diz rindo. — Eu amei, minha sogra. – A abraçou. – Ficou perfeito. — Eu também mereço agradecimento. A rosada se virou, encontrando Luna e Allison lado a lado. — Nó
— A gente ia levar isso para o túmulo, Mia. — Como é que você me abre a boca, algodão-doce? — Ai, gente, eles estavam me pressionando. — Fracote. – Dizem juntos. — Foi só um selinho. — Que fez eu sentir como se estivesse cometido um crime. — É, incesto, totalmente. O outro balançou a cabeça, de acordo. — Eca. – Dizem juntos, estremecendo. Enquanto isso, Liam ria. — Você esnobou tanto, que se sujou também, né? — Ah, cala a sua boca. Você acha que eu queria, é? Fui obrigada, diferente da sua noiva, que beijou porque quis. Cinco minutos inteirinhos. E houve língua. O som das risadas ecoou pelo salão de festa. — Luna. – Repreendeu a amiga, corando dos pés à cabeça. — O que é? Você gostou mesmo. – Cruzou os braços. – E repetiu. — O que? – Liam acabou sendo pego de surpresa. — Para de falar. – Praticamente rosnou, pegando no braço da amiga. — Por que eu tenho que me calar? Você contou meu segredo. — Quem é a criança aqui? — Eu estou na dúvida ainda. – Sophia
Ivy correu para detrás de uma caixa grande e amarela, e então os convidados começaram a contar junto dos novos papais do grupo. No três, Aurora rodou o canudo, que fez um som de estouro pouco antes de uma fumaça colorida escapar dentro dele. Ao mesmo tempo, três cores de balões saíram de dentro da caixa, fazendo com que todos — com exceção de Mia e Liam, além de Aurora — franzir o cenho. — O que isso quer dizer? – Ivy foi a primeira a reagir em palavras. – Três cores? Não tinha de ser uma só? Ou lilás ou verde-água. — Tem alguma coisa errada. – Luna a apoiou. — Está tudo certo. – Aurora diz enquanto o casal de amigos trocava um olhar junto a um sorriso. – São mesmo três cores. Três balões. Dois momentos se passaram nos olhos dos convidados. Primeiro, o de confusão, e em seguida, o de compreendimento. — Oh, meu Deus. — Oh, meu Deus. – Andrew repetiu as palavras da esposa, mas em choque, enquanto ela, em surpresa, mas ao mesmo tempo, alegria. — São trigêmeos? – Luna quem per
Liam Kavanagh se encontrava no escritório da empresa de sua família, na qual comandava, mas diferente do que deveria estar fazendo, seus olhos se encontravam no porta-retrato a sua frente em cima de sua mesa; nela, uma fotografia de ambos seus filhos, juntos e abraçados. Com apenas vinte e três anos, o moreno de olhos ônix era pai de um casal de gêmeos. Apesar de ser muito cansativo, adorava passar as horas com eles ou mesmo apenas colocá-los para dormir, como fazia sempre. Ambos eram muito parecidos consigo, com a única exceção dos olhos, que eram verdes-oliva; a mesma cor dos olhos de sua mãe; se é que podia chamá-la dessa forma, já que a mulher por quem havia se afeiçoado durante a gravidez, havia os abandonado. Se lembrava como se fosse ontem do dia em que tudo começou. Havia terminado o colegial, e todos iriam comemorar na casa de um dos colegas de classe. Apesar de seus pais, em especial sua mãe, pedir para que ele não fosse, não os escutou. Sabendo que beberia, pediu para que
As palavras que o atingiram foram: eu estou grávida. E então seu mundo virou de cabeça para baixo. Sua mãe surtou e quase teve um ataque do coração ao descobrir sobre a gravidez, seu pai ficou possesso por sua irresponsabilidade e o obrigou a noivar com a moça, que incrível e surpreendentemente, era filha do contador da empresa da família, e o fez prometer que seria responsável pela criança que estava dentro da barriga de Lillie. E ele prometeu. Mesmo morrendo de medo de ser pai, esteve presente em cada consulta, em cada enjoo, em cada desejo, e mesmo que estivesse um caco por estar estudando e cuidando de uma grávida, não a deixou sozinha nem por um segundo, principalmente porque sabia que ele era parte responsável por ela estar passando por uma gravidez aos dezesseis anos; sim, ela era um ano mais nova que o Kavanagh. Eles se casaram nas férias, quando ela já se encontrava com uma barriguinha a mostra, e que por esse motivo, haviam se decidido apenas no civil. E Liam agradeceu
Natalie e Thomas Kavanagh tinham cinco aninhos, mas diferente do que toda babá que os conhecia, pensavam, eles não eram crianças normais; eram extremamente inteligentes e com uma mente incrivelmente diabólica. Não que não fossem crianças boas, adoráveis e obedientes, mas eles não admitiam, concordavam ou confiavam nas mulheres que o amado pai contratava para lhes cuidar. E o único motivo de não aceitarem uma babá é por temerem que elas tirassem o pai deles; e isso eles nunca aceitariam. Liam Kavanagh não tinha dona e eles queriam que continuasse assim eternamente. Naquele momento, ambos esperavam pela refeição da nova babá. A mulher tinha longos cabelos castanho-claros com algumas mexas loiras e os olhos eram em um tom azul-escuro. Enquanto preparava o almoço uma música tocava em seu celular, e por mais que soubesse que os gêmeos estivessem a alguns passos de si, ela não lhes dava atenção; estava totalmente focada em sua cantoria enquanto picava uma cebola. As crianças cochichavam ent