— Eu já posso ver? Silêncio por meio segundo até finalmente ela escutar um “sim”. A mão do noivo abaixou e então pode ver tudo ao seu redor. Os convidados estavam espalhados ao seu lado, havia balões dourados em formato de estrela “voando” em cima de sua cabeça e logo a frente, uma mesa decorada lindamente com balões rosa e verde-água, nas mesmas cores das caixinhas e forminhas de doces. Tinha um bolo em formato de um urso branco e marrom-claro e um painel atrás da mesa que mostrava algumas fotos dela e de Liam de quando eram crianças. Até havia algumas de sua mãe junto dela. Estava muito surpresa, porque não achou que seu pai havia guardado tantas. Seus olhos lacrimejaram. Se sentia muito emocionada. — Está tudo tão lindo. — Sério? Gostou mesmo? — É melhor dizer, porque minha mãe está quase enlouquecendo aqui. – Diz rindo. — Eu amei, minha sogra. – A abraçou. – Ficou perfeito. — Eu também mereço agradecimento. A rosada se virou, encontrando Luna e Allison lado a lado. — Nó
— A gente ia levar isso para o túmulo, Mia. — Como é que você me abre a boca, algodão-doce? — Ai, gente, eles estavam me pressionando. — Fracote. – Dizem juntos. — Foi só um selinho. — Que fez eu sentir como se estivesse cometido um crime. — É, incesto, totalmente. O outro balançou a cabeça, de acordo. — Eca. – Dizem juntos, estremecendo. Enquanto isso, Liam ria. — Você esnobou tanto, que se sujou também, né? — Ah, cala a sua boca. Você acha que eu queria, é? Fui obrigada, diferente da sua noiva, que beijou porque quis. Cinco minutos inteirinhos. E houve língua. O som das risadas ecoou pelo salão de festa. — Luna. – Repreendeu a amiga, corando dos pés à cabeça. — O que é? Você gostou mesmo. – Cruzou os braços. – E repetiu. — O que? – Liam acabou sendo pego de surpresa. — Para de falar. – Praticamente rosnou, pegando no braço da amiga. — Por que eu tenho que me calar? Você contou meu segredo. — Quem é a criança aqui? — Eu estou na dúvida ainda. – Sophia
Ivy correu para detrás de uma caixa grande e amarela, e então os convidados começaram a contar junto dos novos papais do grupo. No três, Aurora rodou o canudo, que fez um som de estouro pouco antes de uma fumaça colorida escapar dentro dele. Ao mesmo tempo, três cores de balões saíram de dentro da caixa, fazendo com que todos — com exceção de Mia e Liam, além de Aurora — franzir o cenho. — O que isso quer dizer? – Ivy foi a primeira a reagir em palavras. – Três cores? Não tinha de ser uma só? Ou lilás ou verde-água. — Tem alguma coisa errada. – Luna a apoiou. — Está tudo certo. – Aurora diz enquanto o casal de amigos trocava um olhar junto a um sorriso. – São mesmo três cores. Três balões. Dois momentos se passaram nos olhos dos convidados. Primeiro, o de confusão, e em seguida, o de compreendimento. — Oh, meu Deus. — Oh, meu Deus. – Andrew repetiu as palavras da esposa, mas em choque, enquanto ela, em surpresa, mas ao mesmo tempo, alegria. — São trigêmeos? – Luna quem per
Liam Kavanagh se encontrava no escritório da empresa de sua família, na qual comandava, mas diferente do que deveria estar fazendo, seus olhos se encontravam no porta-retrato a sua frente em cima de sua mesa; nela, uma fotografia de ambos seus filhos, juntos e abraçados. Com apenas vinte e três anos, o moreno de olhos ônix era pai de um casal de gêmeos. Apesar de ser muito cansativo, adorava passar as horas com eles ou mesmo apenas colocá-los para dormir, como fazia sempre. Ambos eram muito parecidos consigo, com a única exceção dos olhos, que eram verdes-oliva; a mesma cor dos olhos de sua mãe; se é que podia chamá-la dessa forma, já que a mulher por quem havia se afeiçoado durante a gravidez, havia os abandonado. Se lembrava como se fosse ontem do dia em que tudo começou. Havia terminado o colegial, e todos iriam comemorar na casa de um dos colegas de classe. Apesar de seus pais, em especial sua mãe, pedir para que ele não fosse, não os escutou. Sabendo que beberia, pediu para que
As palavras que o atingiram foram: eu estou grávida. E então seu mundo virou de cabeça para baixo. Sua mãe surtou e quase teve um ataque do coração ao descobrir sobre a gravidez, seu pai ficou possesso por sua irresponsabilidade e o obrigou a noivar com a moça, que incrível e surpreendentemente, era filha do contador da empresa da família, e o fez prometer que seria responsável pela criança que estava dentro da barriga de Lillie. E ele prometeu. Mesmo morrendo de medo de ser pai, esteve presente em cada consulta, em cada enjoo, em cada desejo, e mesmo que estivesse um caco por estar estudando e cuidando de uma grávida, não a deixou sozinha nem por um segundo, principalmente porque sabia que ele era parte responsável por ela estar passando por uma gravidez aos dezesseis anos; sim, ela era um ano mais nova que o Kavanagh. Eles se casaram nas férias, quando ela já se encontrava com uma barriguinha a mostra, e que por esse motivo, haviam se decidido apenas no civil. E Liam agradeceu
Natalie e Thomas Kavanagh tinham cinco aninhos, mas diferente do que toda babá que os conhecia, pensavam, eles não eram crianças normais; eram extremamente inteligentes e com uma mente incrivelmente diabólica. Não que não fossem crianças boas, adoráveis e obedientes, mas eles não admitiam, concordavam ou confiavam nas mulheres que o amado pai contratava para lhes cuidar. E o único motivo de não aceitarem uma babá é por temerem que elas tirassem o pai deles; e isso eles nunca aceitariam. Liam Kavanagh não tinha dona e eles queriam que continuasse assim eternamente. Naquele momento, ambos esperavam pela refeição da nova babá. A mulher tinha longos cabelos castanho-claros com algumas mexas loiras e os olhos eram em um tom azul-escuro. Enquanto preparava o almoço uma música tocava em seu celular, e por mais que soubesse que os gêmeos estivessem a alguns passos de si, ela não lhes dava atenção; estava totalmente focada em sua cantoria enquanto picava uma cebola. As crianças cochichavam ent
Naquele momento, Liam só tinha uma coisa em seus pensamentos, apesar de estar trabalhando, algo que o preocupava, ou melhor, alguém: a babá de seus filhos. Aquele era o primeiro dia dela, e estaria com eles pelas próximas horas, sozinha, sem mesmo a governanta, que havia pedido uma folga por conta de seu filho mais novo que havia adoecido e não tinha ninguém para ficar com ele no hospital. E esse era mais um motivo para ele se preocupar com os três. Na verdade, se preocupava com o que ambos seus filhos pudessem aprontar para colocar a nova babá para fora de suas vidas. Não duvidava que isso poderia acontecer naquele mesmo dia. Realmente, conhecendo como os conhecia, temia pela mulher. Já fazia praticamente um ano que os gêmeos não mais eram cuidados pela amada avó, Ivy Kavanagh, simplesmente porque ela e seu pai estavam sempre viajando agora que ele estava no comando da empresa junto de seus amigos, e ele tinha de concordar que ambos mereciam se divertir, e por isso no instante em q
Ah, aquele prédio. Ela conhecia bem ele. Já esteve ali antes. Há dias atrás. A empresa mais importante daquele país estava contratando pessoas, mas infelizmente ela nem mesmo conseguiu passar pela entrevista. Outra pessoa já tinha sido contratada. Se ela tivesse sido mais rápida não estaria agora tentando sobreviver com o pouco que a restava. Bem, isso é mentira, os amigos estavam ajudando-a com boa parte da grana deles. O aluguel da casa, o restante da faculdade, que infelizmente ela não pode continuar, até mesmo algumas coisas necessárias para sua casa. Se sentia envergonhada. E chateada por ainda estar naquela situação. E agora ela tinha acabado com o restante que ainda tinha. Não que estivesse de alguma forma arrependida, foi por uma boa causa. Há meses não estava com sorte. Desde que seu pai havia se casado novamente, com uma golpista que ela odiava desde os dez anos – que foi o dia em que a conheceu verdadeiramente –, tudo desmoronou, principalmente por perceber que seu pai est