— Querida, você parece estar muito bem. Mia trocou um olhar com o namorado, mesmo sem deixar de ter seus pequenos em seus braços. Eles haviam decidido não contar a ninguém mais sobre o veneno. Não queria preocupar sua família e também sentia que já estava resolvido. Não tinha por que preocupar as pessoas, principalmente quando tinham algo muito mais importante e especial para eles saberem, então sua resposta foi apenas um sorriso e um “estou me sentindo muito bem”. Sua sogra havia feito seus pratos preferidos. Quando chegou, já estava tudo pronto. E ela tinha de admitir, estava faminta, e aquele cheiro só realçava sua fome. Agora compreendia melhor a fome que vinha sentindo e aquela água na boca que sentia quando pensava em alguma comida. Como foi com o hamburguer há alguns dias trás, como foi quando pediu um donuts no café-da-manhã. Era desejo. Bem que estranhou seu noivo não se importar e ir comprar o bendito donuts. Ele chegou com uma caixinha com quatro sabores, um mais deli
Mia estava decidida. O noivo não queria, ou qualquer um de sua família, mas ela não podia deixar de visitá-la. Mas dessa vez foi diferente. Não mentiu, não escondeu, apenas disse a verdade e saiu com os agentes em seu encalço, mas claro que ela sabia o que aconteceria logo em seguida. Liam a seguiu também, e entrou no carro quase ao mesmo tempo que ela, sentando-se atrás e deixando aqueles homens que contratou guiá-los até “aquele lugar”. Já estava resolvido, mas sabia que ela tinha o direito de fazer aquilo. Não podia negar isso a ela, mas também não a deixaria ir “sozinha”. Bem, mais ou menos sozinha, porque sabia que aqueles homens não a deixariam só nem por um segundo. Conhecia sua mulher para saber que ela não desistiria. Quando aqueles olhos verdes tão diferentes do que normalmente era, transparecendo firmeza, só o que pode fazer foi ir atrás dela. E ele não a deixaria sozinha nem por um segundo. Ele já estava todo protetor antes, e agora, com aquele encontro, que ele não quer
— Você está melhor? — Muito melhor. Ah, sim, ela se sentindo mais leve agora que finalmente esteve cara a cara com Freya. Suas mãos coçaram por dias, toda vez que se lembrava daquela mulher, do que ela fez. O sofrimento dos gêmeos foi o que a fez agir de uma vez por todas. Eles haviam sofrido tanto. E se lembrar disso, era muito doloroso. Freya havia causado aquilo, e ela precisava pagar. Tudo bem, ela estava atrás das grades e passaria anos ali, mas só isso não bastava para Mia. Ela precisava encarar aquela mulher novamente. Principalmente quando sabia de todos os crimes dela. — Obrigada por me apoiar nisso. — Fiquei preocupado, mas sei que tinha esse direito depois de tudo. — Eu espero que ela mofe na cadeia. — Bem, nesse caso, eu também. – Murmurou. – Mas agora é vida nova. Temos um casamento para organizar e um chá de bebê para participar. — Um chá de bebê e um noivado. — Em pensar que só vai conhecer sua cunhada hoje. — Como será que ela é? – Estava muito curiosa. –
— Eu já posso ver? Silêncio por meio segundo até finalmente ela escutar um “sim”. A mão do noivo abaixou e então pode ver tudo ao seu redor. Os convidados estavam espalhados ao seu lado, havia balões dourados em formato de estrela “voando” em cima de sua cabeça e logo a frente, uma mesa decorada lindamente com balões rosa e verde-água, nas mesmas cores das caixinhas e forminhas de doces. Tinha um bolo em formato de um urso branco e marrom-claro e um painel atrás da mesa que mostrava algumas fotos dela e de Liam de quando eram crianças. Até havia algumas de sua mãe junto dela. Estava muito surpresa, porque não achou que seu pai havia guardado tantas. Seus olhos lacrimejaram. Se sentia muito emocionada. — Está tudo tão lindo. — Sério? Gostou mesmo? — É melhor dizer, porque minha mãe está quase enlouquecendo aqui. – Diz rindo. — Eu amei, minha sogra. – A abraçou. – Ficou perfeito. — Eu também mereço agradecimento. A rosada se virou, encontrando Luna e Allison lado a lado. — Nó
— A gente ia levar isso para o túmulo, Mia. — Como é que você me abre a boca, algodão-doce? — Ai, gente, eles estavam me pressionando. — Fracote. – Dizem juntos. — Foi só um selinho. — Que fez eu sentir como se estivesse cometido um crime. — É, incesto, totalmente. O outro balançou a cabeça, de acordo. — Eca. – Dizem juntos, estremecendo. Enquanto isso, Liam ria. — Você esnobou tanto, que se sujou também, né? — Ah, cala a sua boca. Você acha que eu queria, é? Fui obrigada, diferente da sua noiva, que beijou porque quis. Cinco minutos inteirinhos. E houve língua. O som das risadas ecoou pelo salão de festa. — Luna. – Repreendeu a amiga, corando dos pés à cabeça. — O que é? Você gostou mesmo. – Cruzou os braços. – E repetiu. — O que? – Liam acabou sendo pego de surpresa. — Para de falar. – Praticamente rosnou, pegando no braço da amiga. — Por que eu tenho que me calar? Você contou meu segredo. — Quem é a criança aqui? — Eu estou na dúvida ainda. – Sophia
Ivy correu para detrás de uma caixa grande e amarela, e então os convidados começaram a contar junto dos novos papais do grupo. No três, Aurora rodou o canudo, que fez um som de estouro pouco antes de uma fumaça colorida escapar dentro dele. Ao mesmo tempo, três cores de balões saíram de dentro da caixa, fazendo com que todos — com exceção de Mia e Liam, além de Aurora — franzir o cenho. — O que isso quer dizer? – Ivy foi a primeira a reagir em palavras. – Três cores? Não tinha de ser uma só? Ou lilás ou verde-água. — Tem alguma coisa errada. – Luna a apoiou. — Está tudo certo. – Aurora diz enquanto o casal de amigos trocava um olhar junto a um sorriso. – São mesmo três cores. Três balões. Dois momentos se passaram nos olhos dos convidados. Primeiro, o de confusão, e em seguida, o de compreendimento. — Oh, meu Deus. — Oh, meu Deus. – Andrew repetiu as palavras da esposa, mas em choque, enquanto ela, em surpresa, mas ao mesmo tempo, alegria. — São trigêmeos? – Luna quem per
Mia lambia os dedos quando Liam entrou na cozinha. Ela estava sentada em um dos cadeirões de frente para a ilha. Em cima da mesa de pedra havia um pote de pasta de amendoim, um de Nutella e um de sorvete. Passou os olhos tentando encontrar um copo, mas percebeu rapidamente que ela comia no pote mesmo. Queria pegá-la no pulo. Era duas horas da manhã. O que aquela mulher estava fazendo comendo todo aquele doce àquela hora? Ele sabia a resposta, mas ainda assim, estava chocado. Ele vinha se assustando com a noiva. Ela estava comendo tudo que via pela frente, era surpreendente ela não comer um tijolo. Ora era hamburger, ora era pizza, ora era yakissoba, ora era panqueca. Não importava a hora, lá estava ela comendo. E se ela entrava com tudo nas comidas de sal, e muito mais com as de doce. A médica dela havia conversado com ambos sobre sua alimentação, e desde então quando ela não tinha algo que queria muito, chorava. Sim, chorava. Havia muitas lágrimas em seus olhos e elas desciam como e
— Eu desejo que você e Elliot sejam muito felizes. O casamento havia sido lindo. Especial. Os votos, emocionantes. Além dela, apenas uma outra havia recebido o convite para ser madrinha, acompanhante de Simon. A irmã mais nova da irmã da mãe adotiva de Elliot. A única mãe que ele conheceu e que lhe deu amor. Ela estava estudando na Inglaterra até quase duas semanas atrás. Tinha apenas vinte e dois anos e era a mais nova pediatra. Havia terminado o colegial aos quinze anos e finalizado sua faculdade á alguns meses. Ela era gentil e muito inteligente. Tinha cabelos loiros — como os de Lucy — e olhos em um tom turquesa, que fazia Mia acreditar que estava olhando para o mar. — Obrigada, Mia. Mia sorriu antes de dar uma olhada ao redor e aproximar o rosto do da cunhada. — Quando for contar sobre o bebê, não se esqueça de ter a certeza de que meu irmão esteja perto de algum acento. – Se afastou, abrindo um largo sorriso, vendo o choque no olhar âmbar de Lucy. – O que? Uma grávida recon