Liam se sentia nervoso enquanto esperava pelo médico responsável por sua noiva. Não o mesmo de antes, mas ainda assim, um profissional competente. Ele já havia ligado para o médico que havia cuidado de Mia quando ela sofreu o acidente e agora ela estava fazendo exames para que já tivesse algo quando o outro chegasse. E era por isso que estava ali naquela sala de espera irritante. Odiava esperar. Menos ainda quando tinha que esperar por notícias de um familiar amado. Naquele caso, sua noiva. Outra vez. Era como se estivesse revivendo toda aquela dor de novo e de novo. Amelia estava ao seu lado, a espera. Ficaram de ligar para os familiares quando tivessem notícias. Não queria preocupar ninguém e fazer aquele hospital encher como da última vez. Ela estava preocupada, em especial com o amigo, e por isso fazia o possível e o impossível para passar tranquilidade a Liam. Ele precisava de alguém forte naquele momento. Mia havia desmaiado e desde que chegaram não havia despertado, e isso a f
Olhou pelo retrovisor e viu aquela luz irritantemente contra seus olhos. Estava muito forte. Seu carro recebeu outro impacto e ela começou a se preocupar. Desacelerou o carro após dar passagem, mas seja quem estivesse no outro carro não fez menção de que passaria. Na verdade, continuou atrás, provocando. O que ele ou ela queria? Buzinou várias vezes e colocou a mão para fora, e então viu que aquela pessoa, seja ela quem fosse, não estava para brincadeira. Ela jogou o carro contra o seu. Uma, duas, três vezes. Ela acelerou e o outro também. Mas não ficou atrás dessa vez. Seu coração deu um pulo quando o outro carro bateu na lateral do seu carro. Um novo impacto. Fechou os olhos, forte, apertando as mãos no volante com tanta força, que dava para enxergar os nós nos dedos, e quando os abriu, estava em cima de um poste. Tentou desviar, girando o volante com desespero, mas foi pior, teve de girar novamente, tentando desviar de outro carro. E quando viu, seu carro estava batendo contra
— Não quero atrapalhar, mas eu trouxe alguém que quer muito ver você. A rosada imediatamente identificou quem estava atrás da ruiva. Ela havia se afastado um pouco para que seus olhos pudessem ver os pequeninos de roupas de frio. Ambos com moletom. Um de vermelho e a outra de cor-de-rosa. Suas cores preferidas. Havia em suas cabeças, toucas, e nas mãos, luvas. Realmente estava muito frio naquele dia. Mais do que qualquer um dia daquele ano. Mas aquilo não era o importante. E sim seus filhos. Ambos, acanhados, mas ainda assim, ela não deixou de sorrir. Ela podia entender o motivo de eles não terem se aproximado, afinal, se lembrava bem de como havia sido desde que perdeu a memória. — Eu não vou ganhar nenhum beijo? Natalie sorriu e então correu para a mãe, pulando na cama — enquanto escutava o pai dizer para tomar cuidado —, lhe deu um beijo e a abraçou, apertado. Foi correspondida de imediato, ganhando vários beijos, e a moreninha se encolheu naqueles braços, sentindo lá no fundo
— Sua teimosia supera os limites. Mia revirou os olhos ao escutar as palavras de sua melhor amiga. — Se não fosse pela ruiva, você poderia estar em uma vala qualquer. E... pouco me importa se esse é ou não o momento de palavras grosseiras. – Gesticulou, se antecipando antes de escutar uma repreensão. – Tudo bem, você estava confusa, facilmente manipulável, mas aceitar um convite daquela cobra é demais para eu aceitar. — Luna, eu já escutei um sermão... — Vai escutar de mim, e de quem mais quiser te dar sermão, e caladinha. – A cortou, vendo-a pedir um pedido mudo de socorro para seu noivo. — Não sou capaz de te defender da loira. A rosada fez um biquinho. — Ele sabe o que é bom para ele. — Estou com a loira. — Eu também. Mia então fitou seus irmãos, indignada. — O que eu posso dizer? Você fez besteira. — E das grandes. – Elliot completou. – Se aquela tal de Freya tentou te matar, imagino o que teria feito com você no dia em que aceitou sair com ela. — Não saí com ela.
Liam Kavanagh se encontrava no escritório da empresa de sua família, na qual comandava, mas diferente do que deveria estar fazendo, seus olhos se encontravam no porta-retrato a sua frente em cima de sua mesa; nela, uma fotografia de ambos seus filhos, juntos e abraçados. Com apenas vinte e três anos, o moreno de olhos ônix era pai de um casal de gêmeos. Apesar de ser muito cansativo, adorava passar as horas com eles ou mesmo apenas colocá-los para dormir, como fazia sempre. Ambos eram muito parecidos consigo, com a única exceção dos olhos, que eram verdes-oliva; a mesma cor dos olhos de sua mãe; se é que podia chamá-la dessa forma, já que a mulher por quem havia se afeiçoado durante a gravidez, havia os abandonado. Se lembrava como se fosse ontem do dia em que tudo começou. Havia terminado o colegial, e todos iriam comemorar na casa de um dos colegas de classe. Apesar de seus pais, em especial sua mãe, pedir para que ele não fosse, não os escutou. Sabendo que beberia, pediu para que
As palavras que o atingiram foram: eu estou grávida. E então seu mundo virou de cabeça para baixo. Sua mãe surtou e quase teve um ataque do coração ao descobrir sobre a gravidez, seu pai ficou possesso por sua irresponsabilidade e o obrigou a noivar com a moça, que incrível e surpreendentemente, era filha do contador da empresa da família, e o fez prometer que seria responsável pela criança que estava dentro da barriga de Lillie. E ele prometeu. Mesmo morrendo de medo de ser pai, esteve presente em cada consulta, em cada enjoo, em cada desejo, e mesmo que estivesse um caco por estar estudando e cuidando de uma grávida, não a deixou sozinha nem por um segundo, principalmente porque sabia que ele era parte responsável por ela estar passando por uma gravidez aos dezesseis anos; sim, ela era um ano mais nova que o Kavanagh. Eles se casaram nas férias, quando ela já se encontrava com uma barriguinha a mostra, e que por esse motivo, haviam se decidido apenas no civil. E Liam agradeceu
Natalie e Thomas Kavanagh tinham cinco aninhos, mas diferente do que toda babá que os conhecia, pensavam, eles não eram crianças normais; eram extremamente inteligentes e com uma mente incrivelmente diabólica. Não que não fossem crianças boas, adoráveis e obedientes, mas eles não admitiam, concordavam ou confiavam nas mulheres que o amado pai contratava para lhes cuidar. E o único motivo de não aceitarem uma babá é por temerem que elas tirassem o pai deles; e isso eles nunca aceitariam. Liam Kavanagh não tinha dona e eles queriam que continuasse assim eternamente. Naquele momento, ambos esperavam pela refeição da nova babá. A mulher tinha longos cabelos castanho-claros com algumas mexas loiras e os olhos eram em um tom azul-escuro. Enquanto preparava o almoço uma música tocava em seu celular, e por mais que soubesse que os gêmeos estivessem a alguns passos de si, ela não lhes dava atenção; estava totalmente focada em sua cantoria enquanto picava uma cebola. As crianças cochichavam ent
Naquele momento, Liam só tinha uma coisa em seus pensamentos, apesar de estar trabalhando, algo que o preocupava, ou melhor, alguém: a babá de seus filhos. Aquele era o primeiro dia dela, e estaria com eles pelas próximas horas, sozinha, sem mesmo a governanta, que havia pedido uma folga por conta de seu filho mais novo que havia adoecido e não tinha ninguém para ficar com ele no hospital. E esse era mais um motivo para ele se preocupar com os três. Na verdade, se preocupava com o que ambos seus filhos pudessem aprontar para colocar a nova babá para fora de suas vidas. Não duvidava que isso poderia acontecer naquele mesmo dia. Realmente, conhecendo como os conhecia, temia pela mulher. Já fazia praticamente um ano que os gêmeos não mais eram cuidados pela amada avó, Ivy Kavanagh, simplesmente porque ela e seu pai estavam sempre viajando agora que ele estava no comando da empresa junto de seus amigos, e ele tinha de concordar que ambos mereciam se divertir, e por isso no instante em q