Liam já se sentia mais calmo. Mais ainda por saber que a garotinha dele não escutou uma vírgula do que o tal Brian falou. Estava indignado, mas mais calmo. O menino seria suspenso e Thomas levaria apenas uma advertência por ter reagido de maneira um tanto violenta. Mas não o julgava. Ele não poderia. Faria o mesmo se tivesse a idade dele. Na verdade, ele já havia feito muito daquilo quando escutava algo sobre sua família. Sempre havia sido um garoto esquentado. E muito protetor com as pessoas que amava. Quando soube do acontecido, sentiu tanta raiva, que precisou se esforçar para não sacudir aquele moleque. O garoto que tinha a mesma idade do seu filho, mas que era pura maldade. O menino estava provocando seu filho a uma semana. Os professores estavam conseguindo dar conta do recado, e por isso não avisou sobre, mas então aquele “incidente” aconteceu e eles tiveram que chamar por ele e contar tudo que estava acontecendo. O novato tinha uma certa inveja do seu filho. Não era necessári
— Sinto saudades dela. Mas... aquele aperto de antes... nem consigo sentir. – Estranhou de fato. – Eu voltei a ser eu... Quer dizer, eu não sou mais a Mia que eu fui quando nos conhecemos, então eu deveria sentir aquela dor, não é? Ele não sabia, não entendia e sinceramente até se tranquilizava por estar acontecendo de forma tão diferente do que normalmente aconteceria. — Eu... não sei. — Tenho essa mágoa por meu pai, e a dor de ele ter sido horrível comigo, mas não tenho a dor da perda de Kiara. Como é possível? Ele não fazia ideia, e por isso apenas balançou a cabeça. — Não que eu esteja reclamando, eu só acho estranho. – Murmurou, dando um suspiro. – Eu queria muito ir ver as coisinhas dela. Mas não sei se deveria. — Podemos conversar com sua psicóloga mais tarde. Mia sorriu. — Seria bom. Silêncio. Mas não desconfortável. Mia havia tomado o último resquício de que o milkshake havia existido. Fez um barulho com o canudinho e então ela soltou o copo. E ficou pensativa po
— Olie. – Se levantou, abraçando-o. — Você já está demonstrando seu lado ciumento para a sua noiva? Liam bufou. — Já contou a ela que quis me enforcar vivo por imaginar que nós... — Amelia, você quer sentar-se? Olívia deve estar pesada. Ela sorriu, sabendo que tudo aquilo era por querer que o seu marido se calasse, mesmo sabendo também, que ele estava sendo sincero em ser gentil. — Quem foi que comeu isso tudo? Tá passando fome? — Oliver! Ele apenas deu de ombros enquanto se sentava ao lado da mulher, deixando a sua melhor amiga se sentar ao lado do noivo, o que era para estar acontecendo antes, mas que ele chegou vendo exatamente o contrário. E ele era uma pessoa intrometida, então por que não ser também o inconveniente que constrange todo mundo? Sempre foi assim, não seria agora que o seu algodão doce estava sem memória que iria desaprender a ser. — Como foi sua primeira noite com o Kavanagh? Mia corou. — Foi boa? — Oliver! Ele gesticulou para a esposa, como se diss
— O que acha de dividir comigo uma torta? Eu acho que não consigo sozinha. — Eu consigo. Amelia se virou para o marido. — Eu sei que consegue, mas se dividir comigo, vai querer a minha parte também. Oliver riu, concordando totalmente com a esposa, e Liam e Mia acabaram acompanhando-o. — O que vai pedir? Liam fitou a noiva. — Hum. Uma com frutas. Não era a preferida de sua noiva, ele sabia disso. — Então o que acha da calda de caramelo? Acho que fica muito bom. — Eu amei. Minha preferida. Enquanto Mia se surpreendia por ter acertado a torta preferida de Amelia, Liam se surpreendia por sua garota estar aceitando comer uma torta com frutas. E no mesmo momento em que pediam, Oliver se apoiou na mesa para poder falar baixinho apenas para o amigo escutar: — Ela vai comer com frutas? Quem é essa e o que fizeram com a minha melhor amiga? Liam sabia exatamente o que fizeram com ela, apesar de não dizer. Ou melhor, o que estava acontecendo com ela **--** **--** Sabia que estav
— Você já deu uma volta pela cidade? Reconheceu lugares que já esteve? — Não, eu só... fui até a escola dos gêmeos e estava agora a pouco na hamburgueria aqui da frente. — Claro, claro, Liam adora aquela hamburgueria. É sua preferida. Acho que nós vínhamos aqui sempre que ele podia. Era nosso lugar de encontro. Se tornou especial. A rosada não gostou. Se sentiu estranhamente chateada por aquelas palavras. — Vocês devem ter um lugar especial também. — Perdão, eu tenho que ir. — Espere. – Pegou em sua mão, e Mia se arrepiou. – Não sei se disse algo de errado, perdão. Eu quero muito que sejamos amigas. O que acha de nos encontrar qualquer dia? Eu sei de alguns lugares que você frequentava. Na época em que eu namorava Liam. Não que tenha que se preocupar com isso, é passado. Ficou bem... lá no passado. — Não gosta mais dele? – Foi mais forte que ela. As palavras pularam de seus lábios enquanto voltava a se sentar. — Não desse jeito que pensa. – Diz com um sorriso. Aquele sor
— Mamãe. Mia arrumou a menina no colo antes de olhar para ela. — Vai me colocar para dormir? — Se você quiser. — Eu quero. A pequena estava quase já dormindo em seu colo. Não tinha certeza de que ela ainda estaria desperta quando a colocasse na cama, mas ficaria um pouquinho com ela, observando aquele rostinho lindo. — Você devia tomar um banho antes. — Eu juro que tomo quando eu acordar, mamãe. Bem, ainda era quase quatro da tarde, o que queria dizer que ela dormiria um pouquinho, despertaria, tomaria um banho quentinho e depois jantaria. Então não faria mal, não é? Mas será que deveria perguntar a ao noivo antes? Ou faria sem pedir por sua opinião? Agora não sabia. Não sabia se estava no direito de agir da forma como queria com seus próprios filhos. Eram seus filhos. Não tinham seu sangue, mas quem se importava realmente com sangue? — Liam. Ele a olhou, se virando um pouco ao chegar perto da escada. — Eu devo deixá-la dormir sem tomar banho? Ele demorou um pouco pa
Mia se sentia nervosa. Era o primeiro encontro dela com Elizabet. A irmãzinha. Conheceu os irmãos, que eram muito gentis, e tratavam ela como uma irmã. Eram brincalhões e tinha o mesmo humor de seu cunhado Killian. E até mesmo de Lucca. Conheceu então as outras crianças, dias depois, e naquele dia, cinco dias depois que voltou para casa, estava prestes a conhecer a irmã mais nova. Era uma sensação bem estranha. Boa, mas estranha. Liam deu a ideia de que era melhor estarem ali, na casa deles, e ela concordou. Seria melhor mesmo. Já estava habituada com aquele lugar, e com as crianças, que começaram a se sentir melhores com aquela nova Mia, e além disso, teria o apoio de quem ela já conhecia. O noivo, um dos cunhados junto a esposa e as filhas e também a irmã de alma e o marido dela. Juntas aos filhos, claro. Mas as crianças estariam brincando no jardim. Seria um almoço principalmente para que as crianças pudessem aproveitar aquele dia lindo. Enquanto isso, ela se entupia com um bacal
— Você está linda. — Obrigada, meu amor. O jeitinho que ela falava era da mesma forma como ela sempre falou, o que de certa forma deixava Thomas mais tranquilo. A mãe estava ali. Mesmo sem memória. — Mamãe, me ajuda. Se virou, encontrando uma Natalie com um biquinho nos lábios. Ela tentava colocar o arco nos cabelos. Se aproximou, pegou de suas mãozinhas e então arrumou como ela desejava, arrumando a franjinha antes de se afastar um pouco e sorrir. — Perfeita. A menina quem sorriu dessa vez. — Nós estamos iguais. A rosada sorriu mais ainda ao escutar aquelas palavras. — Nós estamos, sim. Você ficou muito linda assim. — Sim, ambas estão lindas. – Liam diz. — A mamãe está sempre linda. Ela sentiu que estava corando. Não era apenas seu noivo elogiando-a, o que já fazia com que corasse igual um pimentão vermelho, mas também seu filho. — Obrigada. Aos dois. — O que acham de experimentar da sobremesa? Liam se virou ao escutar a tia de sua noiva. — É nova. Eu prep