Mia se sentia muito cansada. Tanto, que decidiu ficar quietinha na cama por mais que fosse entediante. Normalmente ela não conseguia ficar deitada o dia todo, mas desde que a barriga começou a pesar, ela mal conseguia ficar cinco minutos de pé, ou andando de um lado para o outro, e por isso havia parado de trabalhar mais cedo. Os amigos, em especial o noivo havia achado ótimo que ela tomasse aquela decisão por si, porque eles estavam quase fazendo aquilo por ela. Ela estava carregando três bebês. A barriga já estava enorme. Os pés começaram a inchar mais cedo do que o esperado. E ela dormia mal desde que completou seus quatro meses. Agora, com quase sete, ela estava só esperando o momento em que sua bolsa estourasse, o que não faltava muito. Sienna havia avisado que os bebês viriam a nascer aos sete meses. Um pouquinho mais. Ela também sabia disso. Era uma médica. E tinha conhecimento o bastante para saber que não devia fazer esforço demais naquele período. E esse era um dos motivos p
— Somos gêmeos. — E nem por isso você nasceu linda, eu por outro lado... — Você... é o garotinho mais egocêntrico que eu já conheci nessa vida. Bem, mas sendo filho de quem é, não me surpreende. – Sentiu mais um chute. – Acho que seus irmãos concordam comigo. Será que é possível que vocês parem de chutar minhas costelas? Eu amo vocês, mas estão acabando comigo. Thomas e Natalie correram para perto da mãe, se jogando ao lado dela e colocando a cabeça na barriga enorme dela. E eles sentiram. Uma, duas, três vezes, até dar uma parada. Parecia que eles haviam sentido que eram os irmãos. — Acho que eles sabem que são vocês. Ambos sorriram. — Vocês vão ser muito amados pelos trigêmeos. Os dois vão ser uma influência para eles, um herói, então precisam estar sempre atentos ao que fazem. — E se a gente ensinar algo errado sem querer? Mia percebeu que sua filha ficou preocupada de repente. — Meu amor, ninguém é perfeito. Não estou pedindo para serem perfeitos. Estou dizendo que
De onde estava podia ver a chuva bater contra uma das poucas janelas que havia na cozinha. Estava sentada no banco alto de frente para a bancada da ilha. O céu escuro de vez enquando clareava por causa dos raios. Eram muitos deles. O som era irritante. Daqueles que você escutaria em um filme de terror. Mas Mia não se importava nenhum pouco. Primeiro que ela estava faminta demais para pensar no temporal que caía do lado de fora de sua casa e depois porque ela não estava em um filme de terror. O único problema era Natalie. Ela odiava temporais. Tinha muito medo. Pavor, até. E por isso Liam havia ficado com ela no quarto afim de tentar fazer com que ela dormisse. Teria ficado também se não tivesse tido aquele desejo insuportável de comer pasta de amendoim com nuttela. Lambeu um dos dedos e levou novamente a colher até o pote de pasta de amendoim. Levou a boca enquanto ia até a geladeira pegar algumas uvas verdes e morangos. Voltou para o mesmo lugar de antes, e com dificuldade, consegu
— Eu passo, não quero pegar qualquer que seja a praga que uma grávida possa jogar em mim. – Ele viu o olhar indignado que ela lhe lançou e segurou uma risada. – O mais seguro é eu comer outra coisa. — Você não vai ficar seguro se eu te colocar para fora dessa casa, no meio da chuva. Sim, havia também as ameaças. Acontecia dia sim, dia não. Ele nunca sabia o que esperar dela ao despertar. Se ela estava bem ou não. Se ela estava querendo enforcar alguém ou não. Na maioria das vezes, ela queria enforcar os irmãos, ou os cunhados. E havia também Ryan, que vinha brincando com a própria vida, como se não temesse perder ela. Era sempre uma piadinha sobre como a barriga dela estava grande. Ele gostava de provocar, e os outros o acompanhavam. — Seria capaz de fazer isso com o pai dos seus filhos? Ela o fuzilou com os olhos. — O que seria de você sem a minha pessoa? Sou eu que faço suas vontades. Eu busquei um iogurte de frutas vermelhas às duas da manhã e também me levantei às quatro pa
Liam olhava os filhos pelo vidro da UTI-neonatal. Estavam os três, lado a lado, enrolados em mantas de cores diferenciadas. Já tinham suas pulseirinhas e dormiam tranquilamente. Nada e nem ninguém podia acordá-los. Ou ele pensava que não. Havia deixado sua garota ser levada de volta ao quarto, a pedido de sua médica e por isso ainda não estava com ela. O parto havia sido normal. Sem problemas, sem complicações, tudo perfeito. E eles estiveram juntos a todo momento. Ela havia sido incrível. E o pessoal que estava cuidando dela também. Mesmo depois de ela passar por duas transfusões de sangue e descobrir sobre o veneno, ainda havia uma preocupação na mente do chefe da cárdio, e por isso ele acompanhou todo o processo do nascimento. E era por querer que tudo acabasse bem, que ele pediu alguns exames para sua paciente. E esse era outro motivo de Liam não estar com a amada naquele momento. Levou mais ou menos uma hora para que ele fosse chamado e levado até o quarto de sua garota. Haviam
UM ANO DEPOIS O coração de Mia disparava. Ela tremia. E suas mãos suavam. Mas no instante em que seus olhos encontraram o homem que amava, tudo passou. Ela se acalmou completamente. Não conseguia ver nada além dele. Era como se estivessem apenas eles dois naquele lindo jardim, decorado especialmente para o dia mais lindo e especial de sua vida. E da vida dele. Eles seriam marido e mulher em poucos minutos. Agora, de verdade. Teria o nome dele. Seria a Sra. Mia Kavanagh. Esposa de Liam Kavanagh. Era um sonho. Finalmente estava sendo realizado. E do jeitinho que sonhou durante todos aqueles meses que se passaram. Seu vestido havia sido feito sob medida. Sua melhor amiga não a decepcionou. Não que tivesse achado que isso aconteceria. Ela sabia de seu gosto e haviam conversado por horas sobre como ela imaginava seu vestido de noiva. Foi um dia inteirinho para que Luna desenhasse seu vestido dos sonhos, e ela havia feito ficar ainda mais perfeito. Ele era estilo princesa. Ombro a ombro,
Sasuke. Sasuke. Sasuke. Ela não parava de cantarolar seu nome. Ela o chamava insistentemente, pedindo e pedindo e pedindo para que ele a deixasse ver. Ele havia colocado uma venda vermelha em seus olhos, impedindo-a de ver qualquer coisa. A última coisa que ela viu foi o céu azul após alguns minutos que o avião já estava no ar. Sim, avião, o que queria dizer que ela estaria indo para algum lugar fora de sua cidade ou as redondezas. Ela até tentou tirar algo do seu namorado, e durante uma semana antes do casamento, usou os gêmeos para descobrir, mas nada. Ele havia sido firme. Até mesmo Thomas, o garotinho mais esperto do mundo inteiro, não havia conseguido fazer o pai falar. E desde então, tudo que pensava era para onde Liam a levaria em lua-de-mel. Nunca sonhou em ter a lua-de-mel em outra cidade ou país. Só queria um lugar especial ao lado do marido e pronto. Que tivessem dias lindos um ao lado do outro. Só os dois. Mesmo com o coração na mão por deixar seus bebês de um anin
— Estou com muitas saudades, mamãe. – Thomas diz. — Eu também estou, meu amor. – Tentou desviar dos braços do marido, mas foi meio impossível quando ele praticamente a prendeu, passando um dos braços por sua cintura. – E seus irmãozinhos? Estão bem? — Estão ótimos. O vovô e a vovó fazem tudo que eles querem. – Natalie quem contou. – Ontem os três fizeram uma bagunça na cozinha e a vovó nem brigou. Acredita? — A vovó vai brigar porque você contou. Vai deixar a mamãe preocupada. — Mas ela tem que saber. — Não quando ela está viajando, né, irmãzinha. Mia imaginou sua filha mostrando a língua para o gêmeo. — Está tudo bem, meus amores, agora me digam o que vão fazer hoje. — Nós vamos sair com o tio Mat. — Ele não é nosso tio. — Não seja chato. — Céus, a cada dia vocês estão mais implicantes. – Sentiu os beijos do marido em seu pescoço. – Para. – Sussurrou para ele, se voltando para o celular. – Não deem trabalho para a Cait. Ela está grávida, não se esqueçam. — Tem co