UM ANO DEPOIS O coração de Mia disparava. Ela tremia. E suas mãos suavam. Mas no instante em que seus olhos encontraram o homem que amava, tudo passou. Ela se acalmou completamente. Não conseguia ver nada além dele. Era como se estivessem apenas eles dois naquele lindo jardim, decorado especialmente para o dia mais lindo e especial de sua vida. E da vida dele. Eles seriam marido e mulher em poucos minutos. Agora, de verdade. Teria o nome dele. Seria a Sra. Mia Kavanagh. Esposa de Liam Kavanagh. Era um sonho. Finalmente estava sendo realizado. E do jeitinho que sonhou durante todos aqueles meses que se passaram. Seu vestido havia sido feito sob medida. Sua melhor amiga não a decepcionou. Não que tivesse achado que isso aconteceria. Ela sabia de seu gosto e haviam conversado por horas sobre como ela imaginava seu vestido de noiva. Foi um dia inteirinho para que Luna desenhasse seu vestido dos sonhos, e ela havia feito ficar ainda mais perfeito. Ele era estilo princesa. Ombro a ombro,
Sasuke. Sasuke. Sasuke. Ela não parava de cantarolar seu nome. Ela o chamava insistentemente, pedindo e pedindo e pedindo para que ele a deixasse ver. Ele havia colocado uma venda vermelha em seus olhos, impedindo-a de ver qualquer coisa. A última coisa que ela viu foi o céu azul após alguns minutos que o avião já estava no ar. Sim, avião, o que queria dizer que ela estaria indo para algum lugar fora de sua cidade ou as redondezas. Ela até tentou tirar algo do seu namorado, e durante uma semana antes do casamento, usou os gêmeos para descobrir, mas nada. Ele havia sido firme. Até mesmo Thomas, o garotinho mais esperto do mundo inteiro, não havia conseguido fazer o pai falar. E desde então, tudo que pensava era para onde Liam a levaria em lua-de-mel. Nunca sonhou em ter a lua-de-mel em outra cidade ou país. Só queria um lugar especial ao lado do marido e pronto. Que tivessem dias lindos um ao lado do outro. Só os dois. Mesmo com o coração na mão por deixar seus bebês de um anin
— Estou com muitas saudades, mamãe. – Thomas diz. — Eu também estou, meu amor. – Tentou desviar dos braços do marido, mas foi meio impossível quando ele praticamente a prendeu, passando um dos braços por sua cintura. – E seus irmãozinhos? Estão bem? — Estão ótimos. O vovô e a vovó fazem tudo que eles querem. – Natalie quem contou. – Ontem os três fizeram uma bagunça na cozinha e a vovó nem brigou. Acredita? — A vovó vai brigar porque você contou. Vai deixar a mamãe preocupada. — Mas ela tem que saber. — Não quando ela está viajando, né, irmãzinha. Mia imaginou sua filha mostrando a língua para o gêmeo. — Está tudo bem, meus amores, agora me digam o que vão fazer hoje. — Nós vamos sair com o tio Mat. — Ele não é nosso tio. — Não seja chato. — Céus, a cada dia vocês estão mais implicantes. – Sentiu os beijos do marido em seu pescoço. – Para. – Sussurrou para ele, se voltando para o celular. – Não deem trabalho para a Cait. Ela está grávida, não se esqueçam. — Tem co
Vinte dias depois Mia mal esperou o marido desligar o carro para descer e se jogar em cima dos gêmeos, que foram os primeiros a aparecerem na porta de casa. Os apertou em seus braços, encheu de beijos e disse várias vezes que estava morrendo de saudades dos seus “anjinhos”. Desde que ela passou a chamá-los assim, Killian, Lucca e principalmente Luna vinham implicando com ela. Porque eles não achavam que aqueles dois eram dois anjos. Eles eram qualquer coisa, menos anjos. Nunca foram e provavelmente nunca seriam. Mas ela não se importava, para ela, eles sempre seriam dois anjos. Eles entraram na vida dela como anjos para melhorar sua vida, para lhe trazer felicidade, alegria e em especial um grande amor. Seus bebezinhos de um aninho não demoraram a aparecer correndo. Ela se abaixou para poder abraçar os três de uma só vez e beijá-los tanto quanto ela beijou os gêmeos. E enquanto isso, Natalie e Thomas eram paparicados pelo pai, que contava dos presentes que haviam trazido para eles.
— Continue, filho. – Ivy pediu. — Bem... – Pigarreou. – Nós vamos adotar uma criança. A surpresa foi geral. — Eu sei que é chocante, nós saímos em lua de mel em menos de um mês atrás e voltamos com essa notícia, que parece ter sido de uma hora para a outra. — E na verdade foi. – Mia confessou. – Do dia para a noite. — Como... que chegaram a essa decisão? Em uma viagem ainda por cima? — Não que estejamos criticando. – Anelise diz rapidamente após as palavras de Luna. — Sim, sim, não estamos criticando, só estamos surpresos demais. – Luna concordou, se explicando. — Eu meio que quase atropelei a criança. — Ai, meu Deus, Mia no volante é um perigo constante. — Cala a boca, Elliot. — Pior que é verdade. – Liam sussurrou para ambos os cunhados, que seguraram uma risada. — Não sei como nós sobrevivemos, não é, Naty? A rosada abriu a boca, indignada enquanto a pequenininha de sua filha ria. — Isso quer dizer que vamos ter um novo irmãozinho? – A pequena estava entusiasm
QUATRO ANOS DEPOIS Mia abriu a porta do quarto devagarzinho, encontrando o garotinho de cabelos castanho-claros e olhos azuis-esverdeados. Ele tinha oito anos, mas parecia ter mais. Era tão esperto quanto seus irmãos mais velhos, de quase quinze. Era também uma criança mais fechada. Como o pai. Talvez até mais. Ele era tão novinho quando o adotou. Era uma criança muito machucada. Não tinha um sorriso nos lábios. Os olhos eram tristes. Talvez por saber que foi abandonado por ambos seus pais quando era apenas um bebê. Havia sido tão difícil conquistá-lo, que por quase um ano, ele não se aproximava de ninguém além dela e Liam. Nem mesmo dos irmãos ele conseguia se aproximar. Levou mais ou menos um mesmo tempo para que chamasse ela de mamãe e Liam de papai. Não que isso fosse algo que a deixasse decepcionada, sabia que teria de ter paciência com o filho. Mas se preocupava. Não era normal uma criança ser tão fechada daquele jeito. Ele falava palavras curtas. E agora, com oito aninhos, fala
Mia havia conseguido despistar o marido. Mesmo que contando uma novidade que ela tinha decidido fazer após completar os três meses. Infelizmente não havia conseguido. Mas era por um bem maior. Havia feito uma promessa. Não contar sobre o “namoro”. Não que ela fosse esconder para sempre, mas aquele não era o jeito de ser feito e por isso revelou estar grávida. Ainda se lembrava do choque quando viu aqueles dois tracinhos. Em cada um dos testes que fez. Começou a sentir seus seios muito sensíveis e então o sono estranho, e aí finalmente se deu conta de que estava atrasada. Muito atrasada. Eram dias exaustivos com três crianças de cinco anos, um de oito e dois de quase quinze, e por isso não tinha se dado conta antes. Mas naquela manhã, ela resolveu que faria os testes enquanto o marido ia buscar o presente de Bryan. E então o resultado. — Liam, o que está fazendo? – Perguntou quando o viu procurar alguma coisa dentro do closet. – Eu sei, você ficou chocado, eu também estou, mas não ac
Liam se sentia o homem mais feliz do mundo. Ele era pai e seria de novo em oito meses. Sim, sua esposa havia acabado de completar um mês. Era cedo ainda. Mais um motivo para ele estar atento a ela. Cuidar dela. E do bebê que chegaria em alguns meses Ele nem acreditava que realmente estava acontecendo. Depois de ela ter confirmado que não estava grávida há dois anos, achou que não fosse mesmo acontecer. E estava conformado com isso. Tinha seis filhos. Estava feliz com seus seis filhos. Os trigêmeos estavam ainda na pré-escola, Bryan ainda era uma criança e ele tinha já dois adolescentes em casa. Estava ótimo. Mas ele se sentia muito feliz por saber que seria pai novamente. Alguns podiam dizer que era loucura, mas para ele não. Não gostava de pensar, mas logo seus filhos maiores estariam na faculdade e provavelmente morando sozinhos. Thomas vivia dizendo que quando começasse a faculdade ele iria querer morar em um apartamento para ele começar a viver a vida dele. Era difícil, mas o co