A mulher começou a andar em direção ao andar de cima; ainda tinha de arrumar o quarto do garotinho rabugento. Havia se passado algumas horas ao lado do pequeno e ela se divertia com suas grosserias. Ele parecia um adulto quando lhe falava com aquela seriedade, e isso a fazia rir muito. Sabia que ele fazia todas aquelas cenas porque não estava nada feliz com sua presença, e por isso não se importava com as grosserias. Ela mesma era extremamente grosseira com a madrasta naquela época que parece ser tão distante. Ela, mais que tudo, compreendia aquela criança. — De que lado você está afinal? – Pergunta à irmã, com os braços cruzados e o olhar sério. — Ah, irmão, foi engraçado. – Diz, divertida. — Você deveria estar me apoiando, Naty. Deveria estar me ajudando a encontrar um meio de fazer essa abusada dessa babá ir para bem longe de nós. E ao invés disso, está cada vez mais próxima dela. — Ela é diferente. – Murmura, tirando o sorriso do rosto ao perceber que o irmão estava chateado.
— E agora? – Natalie pergunta ao irmão, assustada. — Eu não sei. Isso não estava nos meus planos. – Murmurou, pegando sua amiga e colocando no terrário, fechando completamente para não ter o perigo de ela sair; naquele momento tudo que ele não precisa era de a cobra voltar para perto de sua babá, ela acordar, levar outro susto e acabar desmaiando novamente. — Ela se machucou. – Tocou a testa que estava com um pequeno corte no qual sangrava um pouquinho. — Eu não queria isso. – Diz ao sentir os olhos chateados de sua irmãzinha. – Já disse, não estava nos meus planos. A garotinha suspirou, antes de voltar a chamar sua babá preferida. — Mia. Acorda. – A balançou levemente, não conseguindo nenhum efeito. – Vou ligar para o papai. — O que é que está acontecendo aqui? E imediatamente ambas as crianças se levantam e encaram o pai, que estava na porta do quarto, olhando para ambos e a mulher desacordada no chão de forma incrédula, passando a correr até a rosada rapidamente, se abai
Mia percebeu que havia algo de errado assim que chegou e encontrou Liam com uma bermuda azul-marinho de moletom e uma camisa polo na mesma cor. Ele não estava pronto para ir ao trabalho, como sempre ao chegar em sua casa. Pensou que provavelmente ele iria ao trabalho mais tarde, e por isso não recebeu nenhuma mensagem avisando que ela não precisaria trabalhar naquele dia. Ele estava no telefone e por isso não pode perguntar se algo havia acontecido, matando sua curiosidade. Passou por ele após um manear de cabeça, como em um cumprimento rápido e subiu as escadas, adentrando o quarto de Natalie primeiro, já que a porta se encontrava aberta, encontrando-a encolhida debaixo de um edredom quentinho. Franziu o cenho ao vê-la bater o queixo; estava frio, mas não ao ponto de fazer a garotinha tremer e bater o queixo como estava acontecendo naquele momento. Imediatamente se preocupou, pensando que o motivo de o pai das crianças estarem em casa era o fato de que ambos, ou pelo menos um deles,
Aquele estava sendo um dia calmo. Com as crianças adoecidas, não precisou sair para levá-los e buscá-los na escola, não precisou de arrumar qualquer bagunça que tivessem feito no meio da tarde, apenas colocou os brinquedos que haviam fora do lugar em seu devido lugar e fez a refeição. Para que não precisasse fazer dois pratos, escolheu uma carne de molho, purê de batata e arroz. Modéstia parte estava delicioso. Durante esse processo, verificou os gêmeos três vezes, percebendo que estavam ainda febris, mas muto melhores que quando chegou, os ordenou que tomassem um banho morno rapidamente, o que ocasionou em reclamações — muito mais da parte de Thomas que de Natalie —, e então voltou para seu afazer na cozinha, encontrando o arroz já pronto. Finalizou a carne e o purê, tampou as panelas e se pôs a arrumar a mesa, do jeitinho que Natalie havia ensinado a fazer, como o o pai dela gostava que ficasse todos os dias. Deixou tudo em seu devido lugar e só então subiu para chamar os pequenos,
— Você de novo? – Reclamou em murmúrio. – Me dê meus fones de volta. Mia riu; o menino estava todo fraquinho debaixo das cobertas, com a voz tão fraca quanto, e ainda sim mantinha aquela pose de marrento. — Não ria de mim, sua abusada. — Claro, claro. – Diz ainda rindo. – Eu vim chamá-lo para almoçar. — Não quero. — Mesmo? Nem se eu disser que fiz uma carne de molho com pedacinhos de bacon, purê de batatas e um arroz branquinho? E a rosada quase sorriu quando o viu começar a se levantar — ainda que de vagar, por conta de estar ainda fraquinho —, com os olhinhos interessados. — Só porque estou com fome. E ela riu. — Acredito. Ele a fuzilou com os olhos, mas ela ignorou. — Antes de descer quero que tome um banho morno. – O viu se preparar para reclamar, mas ela foi mais rápida. – Sem reclamar, Thomy, é para o seu bem. — Te odeio. Ela volta a rir, não se importando com aquelas palavras — principalmente por não acreditar nelas —, se preparando para se dirigir para fora
— Me deixa só lavar o que sujamos. — Ah, papai, agora ela quer o emprego da Ana também. – Diz, chamando a atenção para si, falando até mesmo na mulher que aparecia apenas para fazer a limpeza da casa, incluindo a louça no fim de tarde. – Coitadinha da Ana, vai ficar desempregada. A Lafferty balançou a cabeça algumas vezes, com os olhos arregalados, desviando os olhos para o chefe. — Eu não quero nada disso. — Mia, ele está querendo te deixar constrangida. – Liam explicou, gesticulando e olhando nos olhos esverdeados. E a rosada percebeu que havia sido pega em mais uma do garotinho, que ria da forma como ela havia ficado com seu comentário. Já deveria ter sabido e ainda assim o pequeno ganhou mais uma contra si. Ela estava fraca naquele jogo, mas não seria o tempo todo. — Você é tão boba. — Garoto, como você é cruel. E ele mais uma vez riu, enquanto que mais uma vez o Kavanagh estava segurando uma risada, se divertindo com a cena que acontecia diante de si. — Vamos para o meu
No instante seguinte, outra chamada, e Mia não conseguiu evitar olhar para o celular ao lado do Kavanagh, vendo a foto de uma ruiva bonita na tela. — Bom, mas eu só queria agradecer. – Diz quando desliga a chamada novamente. — O que eu puder fazer para tirar pelo menos um pouco da tristeza dos dois. – Lhe sorriu. – Eu sei o que é a dor da perda de uma mãe, a minha faleceu dois dias após meu aniversário de sete anos. — Sinto muito. — Tudo bem, eu já não sinto tanta dor por isso. Na verdade, tenho muitas saudades, e um pouco de raiva por perceber a mulher nojenta que tomou seu lugar. E Liam pode perceber um brilho diferente do que sempre via naqueles olhos verdes, e por algum motivo — que ele não soube dizer qual era — sentiu seu peito apertar por vê-la entristecer-se ao mesmo tempo em que tinha um resquício de ódio em seus olhos. — Mas eu não quero falar sobre aquela mulher. – Se arrumou na cadeira, cruzando as pernas novamente, dessa vez, levando a perna direito para cima e a
Thomas estava realmente arrependido do que fez a babá, afinal, mesmo que estivesse querendo tirá-la de seu caminho, mais precisamente do caminho de seu pai, não era sua intenção machucá-la. Toda vez que via um novo esparadrapo onde havia o corte, ele se incomodava, principalmente porque sabia que era sua culpa. Nunca havia sentido aquilo antes, principalmente porque tudo que fez com as outras babás, não houve machucados, e por ser a primeira vez que acontecia que se sentia um pouco angustiado, e só por esse motivo a deixou em paz pelos próximos cinco dias. Além disso, havia ficado doente, e não pode planejar nada contra a rosada. Mas isso não queria dizer que estava bonzinho; a ignorava o dia todo, colocava fones quando ela falava consigo, fazia seus deveres para poder correr para seu videogame sem sermão. Além disso, ainda tinha a voz de seu pai em sua mente; as palavras duras e um pouco cruéis, principalmente para ele. Elas o atormentavam diariamente, principalmente quando se lemb