Thomas estava realmente arrependido do que fez a babá, afinal, mesmo que estivesse querendo tirá-la de seu caminho, mais precisamente do caminho de seu pai, não era sua intenção machucá-la. Toda vez que via um novo esparadrapo onde havia o corte, ele se incomodava, principalmente porque sabia que era sua culpa. Nunca havia sentido aquilo antes, principalmente porque tudo que fez com as outras babás, não houve machucados, e por ser a primeira vez que acontecia que se sentia um pouco angustiado, e só por esse motivo a deixou em paz pelos próximos cinco dias. Além disso, havia ficado doente, e não pode planejar nada contra a rosada. Mas isso não queria dizer que estava bonzinho; a ignorava o dia todo, colocava fones quando ela falava consigo, fazia seus deveres para poder correr para seu videogame sem sermão. Além disso, ainda tinha a voz de seu pai em sua mente; as palavras duras e um pouco cruéis, principalmente para ele. Elas o atormentavam diariamente, principalmente quando se lemb
— Ela até que ficou bonitinha. — Eu vou é te dar uma surra! — Não, Liam. – Se colocou na frente do homem antes que ele pudesse chegar ao pequeno, surpreendendo a ambas as crianças e até mesmo ao moreno mais velho a sua frente. – É só um cabelo. – Fez um bico involuntário. – Meu lindo e perfeito cabelo. – Murmurou. – Mas só um cabelo. Por favor, não precisa usar de violência. Liam suspirou, tentando se acalmar, bagunçando os cabelos. — Sinceramente, eu não sei mais o que eu faço com você. — Ele disse que não iria me deixar em paz até me tirar daqui... – Se virou para encarar o garotinho. – E eu disse que não iria me vencer tão facilmente. – Cruzou os braços. – Isso aqui... – Tocou os fios azulados. – Eu posso resolver em uma semana, voltando ao meu tom rosado. – Suspirou. – Eu espero. – Murmurou para si mesma. — Eu não. – Provocou. — Thomas. – O mais velho o repreendeu. — É só uma tinta, papai, e ela disse que vai sair. — Depois de milhões de malditos retoques, garoto. – Aca
— E eu direi para ele vir preparado. – Murmurou enfim, pegando o celular enquanto via seu marido se divertir com aquela situação. – Mas o que você fez afinal de contas? — Não fui eu. – Choramingou mais uma vez, ganhando a atenção de seus dois amigos. – Foi o Thomas. E ambos trocaram um olhar rapidamente antes de se voltarem para a amiga. — Por que eu não estou surpreso? — Pestinha. – A loira diz, praticamente em um rosnado. **--** **--** — Minha Deusa, o que foi que você fez com seus cabelos? A outra voltou a choramingar, principalmente porque era a terceira pessoa após ela e os Kavanagh — com exceção de Thomas — que tinham aquela reação exagerada — o de Benjamin era pior, ela tinha de confessar. E ela tinha vontade de chorar cada vez mais por isso. Seus cabelos estavam com as pontas secas e o pior de tudo, estava quase da cor dos olhos de sua melhor amiga. Era um horror, e se sentia ainda pior ao ver o olhar horrorizado de seu cabeleireiro preferido. Ele segurava a alça da en
Liam se jogou na cadeira, extremamente cansado. Havia dormido muito mal naquela noite, e nem mesmo sabia o porquê da insônia. Se virava e virava na cama várias e várias vezes e nada do sono chegar. Para piorar, ficou pelo menos uma hora dando uma bronca “daquelas” — que o lembrava da época em que levava de seu próprio pai — em seu filho genioso, e apesar de perceber que ele queria falar, se aliviou por perceber que apesar disso, ele ficou não só quietinho o ouvindo, como concordou em fazer tudo que ordenou que fizesse incluindo se desculpar outra vez com a babá. Havia ficado realmente chateado, principalmente porque sabia que poderia ter acontecido algo realmente ruim — pior, na verdade — com o cabelo de Mia. E o fez compreender isso após alguns minutos de “conversa”. E ainda que sua garotinha não tivesse nada a ver com aquela loucura, ainda assim, ficou ao lado irmão, ouvindo tudo atentamente e concordando consigo em tudo que dizia. Graças a Deus, sua filha não estava em cada plano
Thomas quase não acreditava que a mulher de cabelos — agora — azuis, estava realmente o acompanhando mais sua irmãzinha até a sala de aula. Ele podia ver os olhares sobre ela, os cochichos — que começavam a irritá-lo — e ainda que ela também pudesse ouvir, ela não se importava, apenas passava por cada um dos estudantes de cabeça erguida, como se ela não fosse o “assunto” do dia. E ele ouviria vários comentários pelo resto das aulas, tinha certeza, principalmente quando todos sabiam que ela era sua babá — pelo menos parte da sua sala sabia. E ainda que tivesse sido ele a fazer aquela “obra de arte”, ainda assim não estava gostando nada das risadas baixas e dos cochichos — muito provavelmente maldosos. Ele havia feito na brincadeira, e sabia que havia passado um pouquinho do limite, mas não achou que ela iria até a escola e que seria alvo daqueles que estavam a sua volta, e isso estava o deixando irritado principalmente consigo mesmo. A intenção era fazê-la se chatear e pedir demissão,
E ele sorriu com o plano em que veio a sua mente com aquele simples pedido. Desceu da cadeira no mesmo momento em que a mulher se virava para colocar o bolo no forno, e Natalie arregalou os olhos ao perceber a intenção de seu irmão, que se aproximava cautelosamente. Mia se abaixou por um momento ao perceber que havia caído um pouco de massa no chão, limpando com o dedo. E foi neste momento em que Thomas jogou metade do pacote médio de farinha em cima de Mia, que não conseguiu evitar dar um gritinho de surpresa. — Thomas. Se virou devagar, se levantando e passando as mãos nos cabelos. — Não é que ficou parecendo um fantasma, Naty? E a garotinha não pode deixar de rir. — Ah, sua peste. E ele gritou ao perceber a intenção da mulher em pegá-lo, acabando por escorregar antes de contornar a ilha, sentindo a farinha branca sobre si. — Sua abusada! E a mulher riu. — Eba! – Natalie gritou, pulando da cadeira com um pouco de farinha em mãos. – É guerra! – E então jogou nos outros dois
— Oh, meu Deus! E então todos se viraram para a entrada da cozinha, encontrando a mulher de cabelos longos e negros com os olhos ônix arregalados. — O que houve com a sua cozinha, querido? — Obra do seu neto. E Thomas cruzou os braços, sabendo que não adiantaria tentar comprar o pai com a mesma história que Mia contou porque ele não acreditaria. — E não tente dizer que não foi. – Apontou para a babá, que fechou a boca rapidamente. – Você tentou, mas eu conheço o filho que eu tenho. — Mesmo assim, obrigado, Mia. E a mulher sorriu para o menino, e até mesmo os tios e a avó não puderam deixar de sorrir diante a cena. — E antes que comente, vovó... – Se virou para a mulher que abraçava sua irmãzinha. – Os cabelos dela não são azuis, eu que fiz isso. — O que? – Arregalou os olhos. — Que tal um banho? – Decidiu mudar de assunto. – Naty? Thomy? — Dê um beijo na sua avó antes. – Diz ao filho quando ele passou por si. – Vocês dois. – Apontou para o irmão e o amigo. – Vão me ajudar
Mia já havia feito ballet antes, desde os três anos e não parou mesmo quando sua mãe faleceu, e simplesmente porque se lembrava de como ela ficava emocionada em suas apresentações, de como ela ficava toda feliz apenas por ajudá-la a se vestir para as aulas, e mais que tudo, por se lembrar de ela deixar o trabalho por algumas horas, apenas para estar em suas aulas — e era apenas aulas. Sua mãe sempre havia sido muito presente mesmo com o trabalho, era como uma leoa quando precisava agir para defender a filha, fazia questão de lhe colocar para dormir todos os dias, e por estar naquele momento, ajudando Natalie a se vestir para sua primeira aula de balé daquela semana, se lembrava mais e mais de sua amada mãe, e se sentia bem apesar da saudade imensa que sentia dela. A pequena estava tão linda com aquela roupinha cor-de-rosa e a redinha nos cabelos perfeitamente arrumados em um coque no meio da cabeça. Passou um leve blush em suas bochechas e a deixou colocar a sapatilha enquanto obser