— Ela até que ficou bonitinha. — Eu vou é te dar uma surra! — Não, Liam. – Se colocou na frente do homem antes que ele pudesse chegar ao pequeno, surpreendendo a ambas as crianças e até mesmo ao moreno mais velho a sua frente. – É só um cabelo. – Fez um bico involuntário. – Meu lindo e perfeito cabelo. – Murmurou. – Mas só um cabelo. Por favor, não precisa usar de violência. Liam suspirou, tentando se acalmar, bagunçando os cabelos. — Sinceramente, eu não sei mais o que eu faço com você. — Ele disse que não iria me deixar em paz até me tirar daqui... – Se virou para encarar o garotinho. – E eu disse que não iria me vencer tão facilmente. – Cruzou os braços. – Isso aqui... – Tocou os fios azulados. – Eu posso resolver em uma semana, voltando ao meu tom rosado. – Suspirou. – Eu espero. – Murmurou para si mesma. — Eu não. – Provocou. — Thomas. – O mais velho o repreendeu. — É só uma tinta, papai, e ela disse que vai sair. — Depois de milhões de malditos retoques, garoto. – Aca
— E eu direi para ele vir preparado. – Murmurou enfim, pegando o celular enquanto via seu marido se divertir com aquela situação. – Mas o que você fez afinal de contas? — Não fui eu. – Choramingou mais uma vez, ganhando a atenção de seus dois amigos. – Foi o Thomas. E ambos trocaram um olhar rapidamente antes de se voltarem para a amiga. — Por que eu não estou surpreso? — Pestinha. – A loira diz, praticamente em um rosnado. **--** **--** — Minha Deusa, o que foi que você fez com seus cabelos? A outra voltou a choramingar, principalmente porque era a terceira pessoa após ela e os Kavanagh — com exceção de Thomas — que tinham aquela reação exagerada — o de Benjamin era pior, ela tinha de confessar. E ela tinha vontade de chorar cada vez mais por isso. Seus cabelos estavam com as pontas secas e o pior de tudo, estava quase da cor dos olhos de sua melhor amiga. Era um horror, e se sentia ainda pior ao ver o olhar horrorizado de seu cabeleireiro preferido. Ele segurava a alça da en
Liam se jogou na cadeira, extremamente cansado. Havia dormido muito mal naquela noite, e nem mesmo sabia o porquê da insônia. Se virava e virava na cama várias e várias vezes e nada do sono chegar. Para piorar, ficou pelo menos uma hora dando uma bronca “daquelas” — que o lembrava da época em que levava de seu próprio pai — em seu filho genioso, e apesar de perceber que ele queria falar, se aliviou por perceber que apesar disso, ele ficou não só quietinho o ouvindo, como concordou em fazer tudo que ordenou que fizesse incluindo se desculpar outra vez com a babá. Havia ficado realmente chateado, principalmente porque sabia que poderia ter acontecido algo realmente ruim — pior, na verdade — com o cabelo de Mia. E o fez compreender isso após alguns minutos de “conversa”. E ainda que sua garotinha não tivesse nada a ver com aquela loucura, ainda assim, ficou ao lado irmão, ouvindo tudo atentamente e concordando consigo em tudo que dizia. Graças a Deus, sua filha não estava em cada plano
Thomas quase não acreditava que a mulher de cabelos — agora — azuis, estava realmente o acompanhando mais sua irmãzinha até a sala de aula. Ele podia ver os olhares sobre ela, os cochichos — que começavam a irritá-lo — e ainda que ela também pudesse ouvir, ela não se importava, apenas passava por cada um dos estudantes de cabeça erguida, como se ela não fosse o “assunto” do dia. E ele ouviria vários comentários pelo resto das aulas, tinha certeza, principalmente quando todos sabiam que ela era sua babá — pelo menos parte da sua sala sabia. E ainda que tivesse sido ele a fazer aquela “obra de arte”, ainda assim não estava gostando nada das risadas baixas e dos cochichos — muito provavelmente maldosos. Ele havia feito na brincadeira, e sabia que havia passado um pouquinho do limite, mas não achou que ela iria até a escola e que seria alvo daqueles que estavam a sua volta, e isso estava o deixando irritado principalmente consigo mesmo. A intenção era fazê-la se chatear e pedir demissão,
E ele sorriu com o plano em que veio a sua mente com aquele simples pedido. Desceu da cadeira no mesmo momento em que a mulher se virava para colocar o bolo no forno, e Natalie arregalou os olhos ao perceber a intenção de seu irmão, que se aproximava cautelosamente. Mia se abaixou por um momento ao perceber que havia caído um pouco de massa no chão, limpando com o dedo. E foi neste momento em que Thomas jogou metade do pacote médio de farinha em cima de Mia, que não conseguiu evitar dar um gritinho de surpresa. — Thomas. Se virou devagar, se levantando e passando as mãos nos cabelos. — Não é que ficou parecendo um fantasma, Naty? E a garotinha não pode deixar de rir. — Ah, sua peste. E ele gritou ao perceber a intenção da mulher em pegá-lo, acabando por escorregar antes de contornar a ilha, sentindo a farinha branca sobre si. — Sua abusada! E a mulher riu. — Eba! – Natalie gritou, pulando da cadeira com um pouco de farinha em mãos. – É guerra! – E então jogou nos outros dois
— Oh, meu Deus! E então todos se viraram para a entrada da cozinha, encontrando a mulher de cabelos longos e negros com os olhos ônix arregalados. — O que houve com a sua cozinha, querido? — Obra do seu neto. E Thomas cruzou os braços, sabendo que não adiantaria tentar comprar o pai com a mesma história que Mia contou porque ele não acreditaria. — E não tente dizer que não foi. – Apontou para a babá, que fechou a boca rapidamente. – Você tentou, mas eu conheço o filho que eu tenho. — Mesmo assim, obrigado, Mia. E a mulher sorriu para o menino, e até mesmo os tios e a avó não puderam deixar de sorrir diante a cena. — E antes que comente, vovó... – Se virou para a mulher que abraçava sua irmãzinha. – Os cabelos dela não são azuis, eu que fiz isso. — O que? – Arregalou os olhos. — Que tal um banho? – Decidiu mudar de assunto. – Naty? Thomy? — Dê um beijo na sua avó antes. – Diz ao filho quando ele passou por si. – Vocês dois. – Apontou para o irmão e o amigo. – Vão me ajudar
Mia já havia feito ballet antes, desde os três anos e não parou mesmo quando sua mãe faleceu, e simplesmente porque se lembrava de como ela ficava emocionada em suas apresentações, de como ela ficava toda feliz apenas por ajudá-la a se vestir para as aulas, e mais que tudo, por se lembrar de ela deixar o trabalho por algumas horas, apenas para estar em suas aulas — e era apenas aulas. Sua mãe sempre havia sido muito presente mesmo com o trabalho, era como uma leoa quando precisava agir para defender a filha, fazia questão de lhe colocar para dormir todos os dias, e por estar naquele momento, ajudando Natalie a se vestir para sua primeira aula de balé daquela semana, se lembrava mais e mais de sua amada mãe, e se sentia bem apesar da saudade imensa que sentia dela. A pequena estava tão linda com aquela roupinha cor-de-rosa e a redinha nos cabelos perfeitamente arrumados em um coque no meio da cabeça. Passou um leve blush em suas bochechas e a deixou colocar a sapatilha enquanto obser
Antes mesmo da porta se abrir ele ouviu a voz de seu filho, novamente reclamando com a babá. Havia se tornado rotineiro, e nem mesmo havia se passado uma semana — faltava pouco, mas ainda assim, eram apenas cinco dias desde que ela havia começado a trabalhar. E por um momento, se lembrou de como havia sido difícil fazer a rosada aceitar que ele pagasse por todo o “tratamento” que ela precisasse fazer em seus cabelos. Ele agradeceu por ter a ajuda das crianças — até mesmo de seu garotinho. Havia descoberto por sua garotinha que ele ficou muito chateado por ouvir alguns alunos da escola fazer piadas de Mia quando ela os deixou lá, e ele então compreendeu o porquê de seu pequeno ajudá-lo a fazer a rosada aceitar que pagasse por todo o processo que seria feito nos cabelos dela. Havia chegado mais cedo em casa naquele dia para que pudesse passar algumas horas com os filhos, assim como havia combinado com eles antes de a rosada aparecer em suas vidas. E mais uma vez havia ouvido uma recla