Mia percebeu que havia algo de errado assim que chegou e encontrou Liam com uma bermuda azul-marinho de moletom e uma camisa polo na mesma cor. Ele não estava pronto para ir ao trabalho, como sempre ao chegar em sua casa. Pensou que provavelmente ele iria ao trabalho mais tarde, e por isso não recebeu nenhuma mensagem avisando que ela não precisaria trabalhar naquele dia. Ele estava no telefone e por isso não pode perguntar se algo havia acontecido, matando sua curiosidade. Passou por ele após um manear de cabeça, como em um cumprimento rápido e subiu as escadas, adentrando o quarto de Natalie primeiro, já que a porta se encontrava aberta, encontrando-a encolhida debaixo de um edredom quentinho. Franziu o cenho ao vê-la bater o queixo; estava frio, mas não ao ponto de fazer a garotinha tremer e bater o queixo como estava acontecendo naquele momento. Imediatamente se preocupou, pensando que o motivo de o pai das crianças estarem em casa era o fato de que ambos, ou pelo menos um deles,
Aquele estava sendo um dia calmo. Com as crianças adoecidas, não precisou sair para levá-los e buscá-los na escola, não precisou de arrumar qualquer bagunça que tivessem feito no meio da tarde, apenas colocou os brinquedos que haviam fora do lugar em seu devido lugar e fez a refeição. Para que não precisasse fazer dois pratos, escolheu uma carne de molho, purê de batata e arroz. Modéstia parte estava delicioso. Durante esse processo, verificou os gêmeos três vezes, percebendo que estavam ainda febris, mas muto melhores que quando chegou, os ordenou que tomassem um banho morno rapidamente, o que ocasionou em reclamações — muito mais da parte de Thomas que de Natalie —, e então voltou para seu afazer na cozinha, encontrando o arroz já pronto. Finalizou a carne e o purê, tampou as panelas e se pôs a arrumar a mesa, do jeitinho que Natalie havia ensinado a fazer, como o o pai dela gostava que ficasse todos os dias. Deixou tudo em seu devido lugar e só então subiu para chamar os pequenos,
— Você de novo? – Reclamou em murmúrio. – Me dê meus fones de volta. Mia riu; o menino estava todo fraquinho debaixo das cobertas, com a voz tão fraca quanto, e ainda sim mantinha aquela pose de marrento. — Não ria de mim, sua abusada. — Claro, claro. – Diz ainda rindo. – Eu vim chamá-lo para almoçar. — Não quero. — Mesmo? Nem se eu disser que fiz uma carne de molho com pedacinhos de bacon, purê de batatas e um arroz branquinho? E a rosada quase sorriu quando o viu começar a se levantar — ainda que de vagar, por conta de estar ainda fraquinho —, com os olhinhos interessados. — Só porque estou com fome. E ela riu. — Acredito. Ele a fuzilou com os olhos, mas ela ignorou. — Antes de descer quero que tome um banho morno. – O viu se preparar para reclamar, mas ela foi mais rápida. – Sem reclamar, Thomy, é para o seu bem. — Te odeio. Ela volta a rir, não se importando com aquelas palavras — principalmente por não acreditar nelas —, se preparando para se dirigir para fora
— Me deixa só lavar o que sujamos. — Ah, papai, agora ela quer o emprego da Ana também. – Diz, chamando a atenção para si, falando até mesmo na mulher que aparecia apenas para fazer a limpeza da casa, incluindo a louça no fim de tarde. – Coitadinha da Ana, vai ficar desempregada. A Lafferty balançou a cabeça algumas vezes, com os olhos arregalados, desviando os olhos para o chefe. — Eu não quero nada disso. — Mia, ele está querendo te deixar constrangida. – Liam explicou, gesticulando e olhando nos olhos esverdeados. E a rosada percebeu que havia sido pega em mais uma do garotinho, que ria da forma como ela havia ficado com seu comentário. Já deveria ter sabido e ainda assim o pequeno ganhou mais uma contra si. Ela estava fraca naquele jogo, mas não seria o tempo todo. — Você é tão boba. — Garoto, como você é cruel. E ele mais uma vez riu, enquanto que mais uma vez o Kavanagh estava segurando uma risada, se divertindo com a cena que acontecia diante de si. — Vamos para o meu
No instante seguinte, outra chamada, e Mia não conseguiu evitar olhar para o celular ao lado do Kavanagh, vendo a foto de uma ruiva bonita na tela. — Bom, mas eu só queria agradecer. – Diz quando desliga a chamada novamente. — O que eu puder fazer para tirar pelo menos um pouco da tristeza dos dois. – Lhe sorriu. – Eu sei o que é a dor da perda de uma mãe, a minha faleceu dois dias após meu aniversário de sete anos. — Sinto muito. — Tudo bem, eu já não sinto tanta dor por isso. Na verdade, tenho muitas saudades, e um pouco de raiva por perceber a mulher nojenta que tomou seu lugar. E Liam pode perceber um brilho diferente do que sempre via naqueles olhos verdes, e por algum motivo — que ele não soube dizer qual era — sentiu seu peito apertar por vê-la entristecer-se ao mesmo tempo em que tinha um resquício de ódio em seus olhos. — Mas eu não quero falar sobre aquela mulher. – Se arrumou na cadeira, cruzando as pernas novamente, dessa vez, levando a perna direito para cima e a
Thomas estava realmente arrependido do que fez a babá, afinal, mesmo que estivesse querendo tirá-la de seu caminho, mais precisamente do caminho de seu pai, não era sua intenção machucá-la. Toda vez que via um novo esparadrapo onde havia o corte, ele se incomodava, principalmente porque sabia que era sua culpa. Nunca havia sentido aquilo antes, principalmente porque tudo que fez com as outras babás, não houve machucados, e por ser a primeira vez que acontecia que se sentia um pouco angustiado, e só por esse motivo a deixou em paz pelos próximos cinco dias. Além disso, havia ficado doente, e não pode planejar nada contra a rosada. Mas isso não queria dizer que estava bonzinho; a ignorava o dia todo, colocava fones quando ela falava consigo, fazia seus deveres para poder correr para seu videogame sem sermão. Além disso, ainda tinha a voz de seu pai em sua mente; as palavras duras e um pouco cruéis, principalmente para ele. Elas o atormentavam diariamente, principalmente quando se lemb
— Ela até que ficou bonitinha. — Eu vou é te dar uma surra! — Não, Liam. – Se colocou na frente do homem antes que ele pudesse chegar ao pequeno, surpreendendo a ambas as crianças e até mesmo ao moreno mais velho a sua frente. – É só um cabelo. – Fez um bico involuntário. – Meu lindo e perfeito cabelo. – Murmurou. – Mas só um cabelo. Por favor, não precisa usar de violência. Liam suspirou, tentando se acalmar, bagunçando os cabelos. — Sinceramente, eu não sei mais o que eu faço com você. — Ele disse que não iria me deixar em paz até me tirar daqui... – Se virou para encarar o garotinho. – E eu disse que não iria me vencer tão facilmente. – Cruzou os braços. – Isso aqui... – Tocou os fios azulados. – Eu posso resolver em uma semana, voltando ao meu tom rosado. – Suspirou. – Eu espero. – Murmurou para si mesma. — Eu não. – Provocou. — Thomas. – O mais velho o repreendeu. — É só uma tinta, papai, e ela disse que vai sair. — Depois de milhões de malditos retoques, garoto. – Aca
— E eu direi para ele vir preparado. – Murmurou enfim, pegando o celular enquanto via seu marido se divertir com aquela situação. – Mas o que você fez afinal de contas? — Não fui eu. – Choramingou mais uma vez, ganhando a atenção de seus dois amigos. – Foi o Thomas. E ambos trocaram um olhar rapidamente antes de se voltarem para a amiga. — Por que eu não estou surpreso? — Pestinha. – A loira diz, praticamente em um rosnado. **--** **--** — Minha Deusa, o que foi que você fez com seus cabelos? A outra voltou a choramingar, principalmente porque era a terceira pessoa após ela e os Kavanagh — com exceção de Thomas — que tinham aquela reação exagerada — o de Benjamin era pior, ela tinha de confessar. E ela tinha vontade de chorar cada vez mais por isso. Seus cabelos estavam com as pontas secas e o pior de tudo, estava quase da cor dos olhos de sua melhor amiga. Era um horror, e se sentia ainda pior ao ver o olhar horrorizado de seu cabeleireiro preferido. Ele segurava a alça da en