Meu coração acelerou e tentei evitar seu olhar, mas ele se levantou e veio em minha direção. — Não adianta tentar fugir, gatinha — ele disse, pegando meu braço com força. — Hoje você é minha.Tentei me soltar, mas ele era mais forte. Mauro apareceu do nada, olhando com frieza para a cena.— Algum problema aqui? — ele perguntou, a voz carregada de uma ameaça velada.— Só estou pegando o que é meu, Mauro. Você me prometeu.— Deixe-a terminar o trabalho, eu disse que não seria agora, mas se quiser ela pode fazer uma dança pra você, sente e espere. Ele saiu sorriu satisfeito e sorriu para mim, um sorriso que me fez ficar ainda mais amedrontada. — Mauro, esse cara é louco. — Digo a ele que me encarou. — Ele é sobrinho do prefeito e gastou uma boa grana para ter algumas danças especiais suas, só isso. — Ele jogou uma fumaça do seu cigarro na minha cara. — Vai atender os clientes antes que eu me estresse com você. Fiz o que Mauro me ordenou, dancei para alguns clientes que ficaram me ap
Leticia Alves Minha história se funde muito com a história de Sophia. Meu pai era um homem horrível que fez coisas terríveis. Ele me humilhou e, por fim, me vendeu quando não conseguiu me violar. Minha mãe, uma viciada e alcoólatra, nunca me ajudou em nada. Pelo contrário, ela parecia incentivar meu pai a fazer as barbaridades, pois, segundo ela, eu era a culpada por sua vida não ter decolado.Quando cheguei ao clube, Mauro me tratava super bem e fui me envolvendo cada vez mais até me ver nesse emaranhado. Mauro, à primeira vista, aparenta ser um cara do bem, mas depois ele se mostra quem realmente é. Ainda me lembro do leilão; aquele filho da puta arrecadou uma boa grana com a minha virgindade.As lembranças vieram como um vendaval. Eu era só uma menina assustada, sozinha e desesperada por uma saída. Quando Mauro me encontrou, prometeu um mundo melhor. Mas, na realidade, ele me jogou em um pesadelo do qual não consegui despertar. O leilão foi o ápice do horror, a minha inocência ven
Sophia Martins/ Maria Laura SantosEstava descendo as escadas quando ouvi a voz de Luciana e revirei os olhos. Ela está vindo com mais frequência que o normal.— Por que essa chata está aqui? — Beatriz perguntou.— Não sei, mas seja educada. Porque senão a dona Helena vai comer o meu ra… vai brigar comigo. — Beatriz me encarou e eu logo disfarcei.— Tá bom, não vou ser rude com a chata por você. — Agradeci a ela, que deu de ombros, irritada.Chegando lá, cumprimentei o senhor Constantinova, sem olhar em seus olhos.— Aconteceu alguma coisa, Maria Laura? Parece preocupada. — Ele perguntou, e neguei, dizendo que estava bem.— Tem certeza? Estou te achando um pouco abatida.— Ela já disse que está bem, Phih. — Luciana se envolveu, e eu reprimi a vontade de revirar os olhos.— Estou bem sim, senhor. Obrigada pela preocupação!Ajudei Lara a sentar na mesa e pedi a Beatriz que ficasse de olho na irmã enquanto eu ia cuidar de Maria Alice.— Você está jogando uma responsabilidade que é sua na
Enquanto buscava as meninas, liguei para minha amiga, mas quem atendeu foi João. Perguntei o que ele ainda estava fazendo ali.— Eu vivi na casa de vocês, esqueceu? — Não sei por que, mas estou sentindo que ele está me escondendo algo.— Está me escondendo alguma coisa? — perguntei a ele.— Claro que não, linda. A noite foi cansativa para Letícia, você sabe que ela precisa fazer coisas a mais que você. — Pois é, infelizmente minha amiga precisava encarar aqueles babacas intimamente.Depois de conversarmos um pouco mais, desligamos. Sei lá, estou sentindo que há alguma coisa no ar, mas vou deixar de lado.— Você quer conversar sobre o que está sentindo a respeito de ontem? — Sebastião perguntou, me encarando pelo retrovisor.— Quero esquecer que aquela noite aconteceu, Sebastião, e gostaria que você também esquecesse.— Tudo bem, eu esqueço por você, Sophia. — Ele sorriu. — Hey! Aqui sou Maria Laura.— Falha minha. — Ele se desculpou.Sei que é estranho, eu também acho muito estranho
Quando o beijo terminou, fiquei sem jeito e tentei levantar, mas Phillippo segurou minha mão.— Por favor, fique. — ele pediu, com um tom suave e sincero.Sentei novamente, ainda segurando sua mão, e ele acariciou meus dedos com delicadeza. Ficamos em silêncio por alguns momentos, apenas apreciando a presença um do outro.— Sabe, Maria Laura, eu realmente aprecio sua companhia. — ele disse, olhando para mim com ternura.— E eu a sua, senhor Constantinova. — respondi, com um sorriso tímido.— Por favor, me chame de Phillippo. — ele corrigiu, ainda segurando minha mão.— Phillippo. — repeti, sentindo um calor acolhedor se espalhar pelo meu peito.Naquele momento, senti que havia algo especial entre nós. Voltamos ao silêncio que não estava constrangedor. Era um silêncio confortável, como se ambos estivéssemos processando tudo o que estava acontecendo.— O que você está sentindo, Maria Laura? — ele perguntou, quebrando o silêncio, sua voz suave e cheia de preocupação.Demorei um momento p
Estava brincando com Maria Alice quando João me ligou. Ele me contou o que havia acontecido e disse que Letícia havia apanhado de Mauro por culpa de Vanessa.— Por que não me contou antes? — perguntei, indignada.— Letícia pediu para eu não contar, mas você precisa saber o que aconteceu.Agradeci a João e desliguei. Sabia que hoje à noite estaria no clube e aquela vagabunda iria ver o que é bom. Se ela acha que pode fazer intriga com o nome da minha amiga, está muito enganada. Voltei minha atenção para Alice, mas minha mente estava focada na vingança que iria aplicar em Vanessa.No final da tarde, perto da hora do jantar, Phillippo chegou com um homem ao seu lado. As crianças logo abraçaram o homem, e eu apenas observei a cena.— Esta é Maria Laura, a governanta infantil. E este é o meu amigo Lúcio. — Phillippo nos apresentou, e ele se aproximou, me encarando.— Então esta é a famosa Maria Laura?— Maria Laura, sim. Se sou famosa? Não sei. — Nós dois rimos.— Tenho a nítida sensação q
Phillippo estava incrivelmente à vontade, e eu me senti relaxada ao lado dele. Conversamos sobre coisas triviais, rimos de histórias engraçadas e, por um momento, me esqueci de todos os problemas e preocupações que pairavam sobre minha vida.— Eu precisava disso. — admiti, olhando para ele.— Todos nós precisamos de um pouco de leveza de vez em quando. — ele disse, me oferecendo uma taça de champanhe.Tomei um gole, sentindo o sabor refinado da bebida. Não era como a cidra de maçã a que estava acostumada. Era champanhe de verdade, algo que eu nunca imaginaria provar.Phillippo me encarava de uma forma que parecia que ele podia ler a minha alma e aquilo me deixou meio desconcertada.— Maria Laura, o que será que você esconde? — ele perguntou de repente.— Phillippo, eu... — comecei, mas ele colocou o dedo nos meus lábios, me silenciando gentilmente.— Não precisa dizer nada agora. — ele disse suavemente.O momento era perfeito, mas eu sabia que precisava manter meus pés no chão. Minha
Luciana TorresMeus pais fizeram um jantar de aniversário em minha homenagem e, claro, convidei meu futuro marido. Infelizmente, junto com ele vieram as suas filhas e a governanta infantil insuportável. Aquelas meninas tinham que ser filhas da Fabiana mesmo, são insuportáveis como ela. E a bebê então? Eu não posso nem me aproximar que a pequena criatura chora pelos cotovelos. Argh! Odeio crianças. Elas vão se ver comigo quando me casar com o pai delas.— Filha, seu rosto vai criar rugas. — minha mãe falou em meu ouvido. — Pare de encarar a babá e as crianças, daqui a pouco as pessoas vão perceber e vai pegar mal para você. — Revirei os olhos, entediada.Minha mãe me mandou ir até Phillippo e não desgrudar dele, e foi o que eu fiz. Estava me sentindo a senhora Constantinova, apresentando-o para as pessoas. Ora ou outra, ele olhava na direção da serviçal, e aquilo acendeu um alerta em mim. Chamei minha mãe e ela se aproximou.— O que houve, filha? — minha mãe perguntou.— Acho que temos