Luciana TorresMeus pais fizeram um jantar de aniversário em minha homenagem e, claro, convidei meu futuro marido. Infelizmente, junto com ele vieram as suas filhas e a governanta infantil insuportável. Aquelas meninas tinham que ser filhas da Fabiana mesmo, são insuportáveis como ela. E a bebê então? Eu não posso nem me aproximar que a pequena criatura chora pelos cotovelos. Argh! Odeio crianças. Elas vão se ver comigo quando me casar com o pai delas.— Filha, seu rosto vai criar rugas. — minha mãe falou em meu ouvido. — Pare de encarar a babá e as crianças, daqui a pouco as pessoas vão perceber e vai pegar mal para você. — Revirei os olhos, entediada.Minha mãe me mandou ir até Phillippo e não desgrudar dele, e foi o que eu fiz. Estava me sentindo a senhora Constantinova, apresentando-o para as pessoas. Ora ou outra, ele olhava na direção da serviçal, e aquilo acendeu um alerta em mim. Chamei minha mãe e ela se aproximou.— O que houve, filha? — minha mãe perguntou.— Acho que temos
Phillippo Constantinova É impressionante como as coisas mudam de repente na minha vida. Sempre quando tudo está indo bem, de repente as coisas desmoronam. Estava na rua, atordoado, depois de sair do apartamento da Luciana. Respirei fundo para me acalmar e liguei para o meu motorista, pedindo que ele viesse me buscar. A espera parecia uma eternidade, minha mente girava em círculos tentando entender o que havia acontecido. Como tudo poderia ter saído tanto do meu controle? Quando finalmente o carro chegou, entrei no banco de trás e fiquei em silêncio. As ruas passavam borradas pela janela, e eu mal podia prestar atenção ao que acontecia ao meu redor. A única coisa que eu conseguia pensar era no que havia acontecido. Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto. Tranquei a porta atrás de mim, sentindo-me sufocado pelas paredes que pareciam se fechar ao meu redor. Joguei-me na cama, olhando para o teto, tentando lembrar. Tentei, com todas as minhas forças, recordar os eventos da noi
— Claro, senhor. — Ela se sentou à mesa da cozinha, olhando para mim com curiosidade e preocupação. — O que está acontecendo, senhor Phillippo? Você parece tão... diferente.Me sentei de frente para ela e a fiquei encarando.— Por que você insiste em me chamar de senhor? — Perguntei, e ela sorriu.— Força do hábito. Mas me diga o que está acontecendo? — Ela perguntou e mesmo eu querendo contar as coisas para ela preferi deixar quieto por enquanto. — Não se preocupe com isso, gostaria apenas que ficasse comigo.— Claro, senhor. — Ela respondeu, me dando uma piscadela.Passamos a próxima hora falando sobre trivialidades, coisas do cotidiano, e o turbilhão que havia se criado dentro de mim se acalmou.— Obrigado por me ouvir, estava precisando disso.— Você está muito sério, que tal dar umas boas gargalhadas? — Ela perguntou.— E o que sugere?— Me espere aqui que já volto.Maria Laura pegou os seus saltos e saiu rapidamente. Um tempo depois, ela voltou, vasculhou os armários, fez pipoc
Mais tarde, nos encontramos na sala de cinema. Quando nos sentamos, perguntei:— O que vamos ver dessa vez?— "S.O.S Mulheres ao Mar 2". — Ela respondeu, animada.Começamos a rir assim que o filme começou. Era incrível como aquelas situações absurdas nos faziam rir tanto.— Essa parte em que a Adriana tenta fazer yoga no navio e acaba caindo na água é demais! — Maria Laura comentou, rindo.— E quando ela resolve se vingar do ex no jantar, mas tudo dá errado? — Acrescentei, gargalhando.— E aquela cena em que elas invadem o show de talentos? Quase morri de rir! — Ela disse, ainda rindo.Ao final do filme, ainda estávamos rindo e comentando as melhores partes.— Foi ótimo! — Disse, ainda rindo. — Você escolhe bons filmes.— Obrigada. — Ela respondeu, sorrindo. — Mas quero saber, qual é o seu ator favorito?— Eu gosto do Leonardo DiCaprio. E você?— Zac Efron e Robert Pattinson. — Ela respondeu.— Muito previsível. — Brinquei.— Também gosto do Jamie Dornan, o Christian Grey. — Ela acres
Sophia Martins / Maria Laura Santos Na manhã seguinte, acordei um pouco dolorida e sorri ao lembrar de tudo o que havia acontecido na noite passada. Se eu me arrependo? Nem um pouco. Mas agora as coisas se agravaram um pouco mais. Minha amiga vai enlouquecer quando souber o que aconteceu. Ela ainda disse para eu tomar cuidado para não me envolver demais, mas eu estou completamente apaixonada por Phillippo e isso não aconteceu do nada; foi de forma gradual.Me levantei e fui para o meu quarto, onde me arrumei para chamar as meninas. Como hoje elas não tinham atividades extras pela manhã, as deixei dormir um pouco mais.Me ocupei com Maria Alice e fiquei conversando com ela, quando de repente ela balbuciou a palavra "mamãe". Encarei-a completamente surpresa enquanto ela ria divertida e repetia.— Não, querida, eu sou a babá, não a mamãe. — Tentei corrigir, mas ela continuou a repetir "mamãe".Desci com Maria Alice e lhe dei uma banana amassada com um pouco de canela. Ela comeu tudo rin
Depois de mais uma apresentação, encontrei-me novamente com Sebastião e Carlos. Carlos parecia impressionado e curioso.— É sempre assim agitado? — Ele perguntou.— Hoje o movimento está fraco. — Respondi, sorrindo.Nesse momento, Britney se aproximou, me chamando com urgência.— Violett, vamos precisar dançar juntas. Scarlett e Jasmine estão passando mal e as outras estão atendendo clientes na suíte. — Ela disse.— Entendi. — Respondi.Quando Britney saiu, Carlos olhou para mim com uma expressão de confusão.— O que é a suíte? — Ele perguntou.— É um quartinho com uma cama, uma mesinha cheia de camisinhas e um banheiro pequenininho para as meninas se limparem depois que transam com os clientes. — Expliquei.— Então, isso aqui é um prostíbulo? — Ele perguntou, surpreso.— Também é. — Respondi, tentando não demonstrar desconforto.— E você? Você faz programa? — Carlos continuou, curioso.— Não, eu apenas danço. — Respondi, firme. — A silhueta que está no banner lá fora é minha.— Então
Fabiana Constantinova A manhã estava fria e silenciosa. Senti as contrações ficarem mais intensas e sabia que era hora. Phillippo estava ao meu lado, segurando minha mão com força enquanto me levavam para a sala de cirurgia. Tentei sorrir para ele, mas a preocupação em seus olhos me dizia tudo o que eu precisava saber.Chegando ao hospital, fui rapidamente atendida. A equipe médica parecia bem preparada, mas havia um ar de urgência que me deixava nervosa. Já estava com dez centímetros de dilatação, e tudo estava pronto para o parto.A sala de cirurgia estava cheia de luzes fortes e aparelhos que pareciam me observar. Deitei-me na mesa e olhei para Phillippo, buscando conforto em seu olhar. Ele tentou me tranquilizar com um sorriso, mas eu podia ver o medo em seus olhos.— Vai dar tudo certo, meu amor. — Ele sussurrou, beijando minha testa.Os médicos e enfermeiros se prepararam, e Dr. Marques, o obstetra, fez uma última verificação nos monitores antes de começar o procedimento.— Vam
Phillippo Constantinova Os meses foram passando e minha relação com Maria Laura estava cada dia mais fortalecida. Gostaria de assumir nosso relacionamento, mas ela sempre dizia que ainda não era a hora certa. Não me conta muito sobre seu passado, o que é um pouco estranho, mas tento respeitar seu espaço.As meninas a amavam e Alice a chamava de “mamãe”, o que achei estranho no começo, mas agora não mais. Laura sempre mostra a ela a foto de Fabiana e diz que ela é sua mãe, que virou uma estrela. Tem horas que Laura é muito mais que apenas uma governanta infantil.Quando voltei do almoço, encontrei meu pai sentado na minha sala. Olhei para ele e sorri.— O que está fazendo aqui? — Perguntei a ele, que revirou os olhos.— Por quê? Não posso mais visitar o meu filho? — Meu pai ergueu uma sobrancelha.— Claro que pode, pai, só perguntei pela surpresa mesmo. Desculpa, estamos com mais um caso grande aqui, que acabou mobilizando a metade dos advogados.— Bem que você falou, filho, que o dir