Sophia Martins/ Maria Laura SantosEstava descendo as escadas quando ouvi a voz de Luciana e revirei os olhos. Ela está vindo com mais frequência que o normal.— Por que essa chata está aqui? — Beatriz perguntou.— Não sei, mas seja educada. Porque senão a dona Helena vai comer o meu ra… vai brigar comigo. — Beatriz me encarou e eu logo disfarcei.— Tá bom, não vou ser rude com a chata por você. — Agradeci a ela, que deu de ombros, irritada.Chegando lá, cumprimentei o senhor Constantinova, sem olhar em seus olhos.— Aconteceu alguma coisa, Maria Laura? Parece preocupada. — Ele perguntou, e neguei, dizendo que estava bem.— Tem certeza? Estou te achando um pouco abatida.— Ela já disse que está bem, Phih. — Luciana se envolveu, e eu reprimi a vontade de revirar os olhos.— Estou bem sim, senhor. Obrigada pela preocupação!Ajudei Lara a sentar na mesa e pedi a Beatriz que ficasse de olho na irmã enquanto eu ia cuidar de Maria Alice.— Você está jogando uma responsabilidade que é sua na
Enquanto buscava as meninas, liguei para minha amiga, mas quem atendeu foi João. Perguntei o que ele ainda estava fazendo ali.— Eu vivi na casa de vocês, esqueceu? — Não sei por que, mas estou sentindo que ele está me escondendo algo.— Está me escondendo alguma coisa? — perguntei a ele.— Claro que não, linda. A noite foi cansativa para Letícia, você sabe que ela precisa fazer coisas a mais que você. — Pois é, infelizmente minha amiga precisava encarar aqueles babacas intimamente.Depois de conversarmos um pouco mais, desligamos. Sei lá, estou sentindo que há alguma coisa no ar, mas vou deixar de lado.— Você quer conversar sobre o que está sentindo a respeito de ontem? — Sebastião perguntou, me encarando pelo retrovisor.— Quero esquecer que aquela noite aconteceu, Sebastião, e gostaria que você também esquecesse.— Tudo bem, eu esqueço por você, Sophia. — Ele sorriu. — Hey! Aqui sou Maria Laura.— Falha minha. — Ele se desculpou.Sei que é estranho, eu também acho muito estranho
Quando o beijo terminou, fiquei sem jeito e tentei levantar, mas Phillippo segurou minha mão.— Por favor, fique. — ele pediu, com um tom suave e sincero.Sentei novamente, ainda segurando sua mão, e ele acariciou meus dedos com delicadeza. Ficamos em silêncio por alguns momentos, apenas apreciando a presença um do outro.— Sabe, Maria Laura, eu realmente aprecio sua companhia. — ele disse, olhando para mim com ternura.— E eu a sua, senhor Constantinova. — respondi, com um sorriso tímido.— Por favor, me chame de Phillippo. — ele corrigiu, ainda segurando minha mão.— Phillippo. — repeti, sentindo um calor acolhedor se espalhar pelo meu peito.Naquele momento, senti que havia algo especial entre nós. Voltamos ao silêncio que não estava constrangedor. Era um silêncio confortável, como se ambos estivéssemos processando tudo o que estava acontecendo.— O que você está sentindo, Maria Laura? — ele perguntou, quebrando o silêncio, sua voz suave e cheia de preocupação.Demorei um momento p
Estava brincando com Maria Alice quando João me ligou. Ele me contou o que havia acontecido e disse que Letícia havia apanhado de Mauro por culpa de Vanessa.— Por que não me contou antes? — perguntei, indignada.— Letícia pediu para eu não contar, mas você precisa saber o que aconteceu.Agradeci a João e desliguei. Sabia que hoje à noite estaria no clube e aquela vagabunda iria ver o que é bom. Se ela acha que pode fazer intriga com o nome da minha amiga, está muito enganada. Voltei minha atenção para Alice, mas minha mente estava focada na vingança que iria aplicar em Vanessa.No final da tarde, perto da hora do jantar, Phillippo chegou com um homem ao seu lado. As crianças logo abraçaram o homem, e eu apenas observei a cena.— Esta é Maria Laura, a governanta infantil. E este é o meu amigo Lúcio. — Phillippo nos apresentou, e ele se aproximou, me encarando.— Então esta é a famosa Maria Laura?— Maria Laura, sim. Se sou famosa? Não sei. — Nós dois rimos.— Tenho a nítida sensação q
Phillippo estava incrivelmente à vontade, e eu me senti relaxada ao lado dele. Conversamos sobre coisas triviais, rimos de histórias engraçadas e, por um momento, me esqueci de todos os problemas e preocupações que pairavam sobre minha vida.— Eu precisava disso. — admiti, olhando para ele.— Todos nós precisamos de um pouco de leveza de vez em quando. — ele disse, me oferecendo uma taça de champanhe.Tomei um gole, sentindo o sabor refinado da bebida. Não era como a cidra de maçã a que estava acostumada. Era champanhe de verdade, algo que eu nunca imaginaria provar.Phillippo me encarava de uma forma que parecia que ele podia ler a minha alma e aquilo me deixou meio desconcertada.— Maria Laura, o que será que você esconde? — ele perguntou de repente.— Phillippo, eu... — comecei, mas ele colocou o dedo nos meus lábios, me silenciando gentilmente.— Não precisa dizer nada agora. — ele disse suavemente.O momento era perfeito, mas eu sabia que precisava manter meus pés no chão. Minha
Luciana TorresMeus pais fizeram um jantar de aniversário em minha homenagem e, claro, convidei meu futuro marido. Infelizmente, junto com ele vieram as suas filhas e a governanta infantil insuportável. Aquelas meninas tinham que ser filhas da Fabiana mesmo, são insuportáveis como ela. E a bebê então? Eu não posso nem me aproximar que a pequena criatura chora pelos cotovelos. Argh! Odeio crianças. Elas vão se ver comigo quando me casar com o pai delas.— Filha, seu rosto vai criar rugas. — minha mãe falou em meu ouvido. — Pare de encarar a babá e as crianças, daqui a pouco as pessoas vão perceber e vai pegar mal para você. — Revirei os olhos, entediada.Minha mãe me mandou ir até Phillippo e não desgrudar dele, e foi o que eu fiz. Estava me sentindo a senhora Constantinova, apresentando-o para as pessoas. Ora ou outra, ele olhava na direção da serviçal, e aquilo acendeu um alerta em mim. Chamei minha mãe e ela se aproximou.— O que houve, filha? — minha mãe perguntou.— Acho que temos
Phillippo Constantinova É impressionante como as coisas mudam de repente na minha vida. Sempre quando tudo está indo bem, de repente as coisas desmoronam. Estava na rua, atordoado, depois de sair do apartamento da Luciana. Respirei fundo para me acalmar e liguei para o meu motorista, pedindo que ele viesse me buscar. A espera parecia uma eternidade, minha mente girava em círculos tentando entender o que havia acontecido. Como tudo poderia ter saído tanto do meu controle? Quando finalmente o carro chegou, entrei no banco de trás e fiquei em silêncio. As ruas passavam borradas pela janela, e eu mal podia prestar atenção ao que acontecia ao meu redor. A única coisa que eu conseguia pensar era no que havia acontecido. Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto. Tranquei a porta atrás de mim, sentindo-me sufocado pelas paredes que pareciam se fechar ao meu redor. Joguei-me na cama, olhando para o teto, tentando lembrar. Tentei, com todas as minhas forças, recordar os eventos da noi
— Claro, senhor. — Ela se sentou à mesa da cozinha, olhando para mim com curiosidade e preocupação. — O que está acontecendo, senhor Phillippo? Você parece tão... diferente.Me sentei de frente para ela e a fiquei encarando.— Por que você insiste em me chamar de senhor? — Perguntei, e ela sorriu.— Força do hábito. Mas me diga o que está acontecendo? — Ela perguntou e mesmo eu querendo contar as coisas para ela preferi deixar quieto por enquanto. — Não se preocupe com isso, gostaria apenas que ficasse comigo.— Claro, senhor. — Ela respondeu, me dando uma piscadela.Passamos a próxima hora falando sobre trivialidades, coisas do cotidiano, e o turbilhão que havia se criado dentro de mim se acalmou.— Obrigado por me ouvir, estava precisando disso.— Você está muito sério, que tal dar umas boas gargalhadas? — Ela perguntou.— E o que sugere?— Me espere aqui que já volto.Maria Laura pegou os seus saltos e saiu rapidamente. Um tempo depois, ela voltou, vasculhou os armários, fez pipoc