Aurora— Aurora… — Gemeu. — Não estamos… — O beijei interrompendo suas palavras.Nossos corpos se encaixavam tão bem, era incrível ser preenchida por ele. Nossos gemidos foram abafados pelo breve beijo afoito.— Aurora… hmm… — Gemeu mais uma vez quando forcei meu quadril e rebolei. — Você me enlouquece… Estávamos sozinhos e não precisávamos nos conter. Havia uma satisfação estranha em mim, estava satisfeita em ver seu prazer, em lhe tirar a razão e saber que seria somente eu a ouvir seu gemidos e murmúrios baixos. Era uma necessidade quase sufocante, eu queria compreender, mas sentir meu interior cheio… sentir seus apertos mesmo que por cima da camisa grossa, me deixava quase sem controle.— Aurora… pare…— Parar? Por que eu deveria parar? — Lambi sua orelha.— Nós… — Apertou meu quadril depois da minha investida. — Nós não estamos usando proteção.O encarei, mas não parei, eu sabia que não estava usando, mas não queria usar.“Não use” As palavras formadas em minha cabeça foram firm
Aurora— Sua mãe não precisava ter ido falar com ele. Eu já tinha resolvido. Terminei de colocar a comida em nossos pratos. Parecia boa, mas, mesmo que não estivesse, minha fome me faria comer qualquer coisa.— Ela achou necessário. Ainda levou comida para ele.— Não tenho dúvidas de que ele vai gostar da visita, mas não se preocupem com isso. Com Rubens eu me entendo.— Mamãe sempre foi muito protetora. Ela não vai parar até que sinta que estou em segurança. — Coloquei nossos pratos em cima da mesa e me sentei na sua frente.— Tudo bem. Ela está em seu direito. Mas ninguém consegue controlar tudo, Aurora.— Eu sei, acho que não existe outra pessoa no mundo que não tenha sentido na pele como eu.Sorri tentando dispersar um pequeno clima de tensão e me concentrei na comida. Estava muito boa e realmente tinha fome. — Você vai trabalhar hoje? — perguntei na esperança que ele dissesse não.— Sim, não posso faltar mais.— Desculpe por isso.— Está se desculpando por quê?— Eu estou atrap
ThalesEstava nevando e tudo indicava que iria piorar. O carro ainda corria bem, a neve compactada não atrapalhava os pneus adaptados.Aurora não me ligou nenhuma vez, mas antes do final do dia, eu soube a razão. Janete avisou que ela não estava em casa e que só encontrou as roupas jogadas junto aos rastros da loba. Ela estava sumida até agora, só torcia para que fosse cautelosa para que ninguém a visse, contudo, a loba me parece inteligente demais para deixar isso acontecer.Ao estacionar na frente de casa, vi que Rubens não estava. Bem, não era tão tarde, eu saí um pouco mais cedo, mesmo sob as lamúrias de Diego. Ele vinha trabalhando dobrado devido a minha ausência, eu deveria recompensá-lo.Assim que coloquei a chave na porta, olhei para trás com uma estranha ansiedade e não me surpreendi ao vê-la. Aurora estava parada atrás de mim, na verdade, a loba. Sorri. Era algo que fazia com facilidade perto dela.A loba veio até mim e se esfregou, eu acariciei sua cabeça e me apressei par
Thales— Posso entrar na minha casa?— Pode, só não faça nenhum movimento brusco ou ela pode estranhar.— Movimento brusco? — Sorriu, ironizando minha fala. — Acho que nem isso evitaria que ela me atacasse. — A culpa disso é sua! Agora precisa conquistar a confiança dela.— E como se faz isso? Ela não é um cachorro doméstico e sim um lobo! Ela rosnou alto e deu mais um passo. Suspirei. A loba ainda via Rubens como ameaça, isso só confirmava o pouco controle de Aurora sobre ela.— Só entre, Rubens. Ela não vai atacar sem motivos.Rubens tirou o casaco de forma cautelosa, a arma foi depositada no aparador perto da porta, assim como o chapéu e outros itens menores. Ele não tirou os olhos dela e ela também não, mas pelo menos não rosnou mais.— Venha comer enquanto está quente.— Você quer que eu coma aí? Com vocês dois?— Qual é o problema, Rubens? Anda, pega um prato e se sente aqui.— Ok, mas mantenha ela controlada. — disse ao seguir para a cozinha.Alisei mais uma vez seus pelos e
Thales— Eu não fiz nada, apenas entrei na minha casa! Ela está descontrolada, Thales. Ela me expulsou da minha própria casa! — Rubens olhou para Janete. — Me desculpe por isso, Janete, mas essa situação já chegou ao limite. Se ela não se controlar, pode se tornar perigosa.— Vou até lá, acho que comigo ela vai se acalmar — disse.— Vamos todos — Janete sugeriu e apenas concordei.Entrei no bar apenas para avisar Diego, ele reclamou e fez várias perguntas, que ignorei, até isso precisava resolver. Diego não merecia ficar no escuro, mas eu tinha que pensar bem no que dizer, infelizmente não podia falar toda a verdade.Fui o último a chegar na frente de casa, eles estavam aguardando na porta. Eu entrei, mas ela não veio até mim, ficou a alguns passos da entrada, sentada sobre as patas. Seus olhos estavam ferozes e brilhando naquele amarelo fascinante. Fui até ela e acariciei seus pelos, ela recebeu meu afago fechando os olhos, mas não saiu da posição.Rubens acendeu as luzes e pude ver
AuroraTerminei de pentear os cabelos sem muita paciência, estava com pressa e com fome. Também senti uma leve irritação por ter acordado sozinha. Por outro lado, fiquei feliz por ele estar cuidando de nós ao preparar nosso café da manhã. Depois de dias na pele dela, nossa união estava mais sólida, mas a loba ainda tinha algumas reservas, ela é mal humorada, ranzinza, no entanto, agora compreendia melhor seus sentimentos.Deixei o banheiro e espiei Thales pela porta entreaberta da cozinha. Seus cabelos estavam amarrados e, embora gostasse do seu corpo mais exposto, fiquei satisfeita em vê-lo bem agasalhado. O cheiro estava bom e isso me enchia de orgulho, ter um macho habilidoso era o desejo de qualquer fêmea.Mais uma vez, estava usando termos da loba, isso ainda precisava de ajustes. — Até quando vai ficar aí me olhando? — Assustei-me e abri a porta sem conter o sorriso.— Bom dia.Thales esperou que eu chegasse até ele e me deu um beijo longo, molhado, acompanhado de um abraço ap
Aurora— Vocês precisam se acertar, Aurora. — Thales olhou-me sério. — Rubens está sendo paciente e compreensivo.— Não é porque eu quero. Eu não tenho nada contra ele, é só que… a loba acha que aqui é o território dela.— Sinto em contrariá-la, mas aqui é o território dele. Rubens mora aqui.— Desculpe, ela toma conta às vezes, ainda é difícil mantê-la quieta.— Você vai conseguir. De qualquer forma, acho que deve um pedido de desculpas para ele. Rubens foi expulso de casa.— Eu sei. — Suspirei. Estava me sentindo a pior pessoa.A porta da frente foi aberta e Thales segurou minha mão antes de me conduzir até a sala. Rubens nos olhou receoso, principalmente, porque Thales me manteve quase em suas costas. Agora era ele quem parecia marcar território, isso me encheu de satisfação.— Bom dia. Alguma objeção para minha entrada em casa? — Rubens perguntou, visivelmente aborrecido.— Aurora tem algo a dizer.Rubens encarou-me e pude perceber seu julgamento. Ele estava certo, a loba agiu de
AuroraDepois de um bom café da manhã, Thales me deixou em casa e achei ruim voltar.— Aurora! — Mamãe abordou-me assim que entrei. — Estava tão preocupada. Tudo bem? — Olhou-me dos pés à cabeça.— Estou bem, mãe. Desculpe por preocupá-la. — Thales me manteve informada, mas a loba não deixou ninguém se aproximar, exceto ele. — Eu até ataquei Rubens. Foi vergonhoso.“Não foi não!”A loba retrucou, mas ignorei. Eu precisaria ser paciente para controlar seu temperamento.— Nós conversamos e ele entendeu. Rubens é uma boa pessoa, ele até se dispôs a ajudar. — Mamãe voltou para a poltrona e pegou sua bolsa.— Ajudar?— Sim, mas podemos discutir isso outra hora. Agora me conte. Como está se sentindo? O que realmente aconteceu? Janete estava aflita. Eu a compreendia, afinal ela sempre foi protetora e por muito tempo a única, mas agora as coisas eram diferentes. Durante a narração daqueles fatos, percebi que seu papel como protetora tinha acabado. Eu era grata por tudo o que ela tinha fei