I've heard it said (Eu ouvi dizer)
That people come into our lives for a reason (Que as pessoas entram em nossas vidas por uma razão)
Bringing something we must learn (Trazendo algo que devemos aprender)
And we are led to those who help us most to grow (E que somos guiados a aqueles que mais nos ajudam a crescer)
If we let them, and we help them in return (Se os deixarmos, e os ajudarmos em retorno)
Well, I don't know if I believe that's true (Bom, eu não sei se acredito que isso é verdade)
But I know I'm who I am today (Mas eu sei que sou quem sou hoje)
Because I knew you… (Porque eu conheci você...)
Eles estavam cantando uma versão modificada para grupo de "For Good", de Wicked. Ele podia ouvir a poderosa voz de Rute soando acima de todas, tomando controle, os ardentes vocais de Marlene, os puros tons de Tauane, Quezia, Samira e Brenda erguendo as vozes. Cada garota tinha um solo por verso, e então para a surpresa dele os garotos fazendo o vocal de apoio, as notas de Artur ganhando clara distinção.
Like a comet pulled from orbit as it passes a sun (Como um cometa puxado para a órbita ao passar por um sol)
Like a stream that meets a boulder halfway through the wood (Como um riacho encontra uma rocha no caminho de uma floresta)
Who can say if I've been changed for the better? (Quem pode dizer se mudei para melhor?
But because I knew you (Mas porque eu te conheci)
I have been changed for good… (Mudei para sempre...)
Simples assim, Klaus conseguia se encontrar parado ao lado do piano na sala do coral de Meliano, assistindo seus amigos na sua frente, cantando para ele. Ele praticamente conseguia vê-los sorrindo carinhosamente para ele, suas vozes envolvendo-o com uma simples e clara mensagem:
Não importava o que acontecesse, depois de tudo que eles tinham enfrentado, Klaus e o coral tinham mudado um ao outro para sempre, e segurando as mãos um do outros com força, eles ficariam juntos, ajudando um ao outro, de um jeito ou do outro. Partir não significava esquecer, e isso não significava adeus para sempre. Eles ainda tinham um ao outro.
And just to clear the air, I ask forgiveness (E apenas para que fique claro, eu peço por perdão)
For the things I've done you blame me for (Pelas coisas que fiz pelas quais você me culpa)
But then, I guess we know there's blame to share (Mas então, acho que temos culpa para dividir)
And none of it seems to matter anymore… (E nada disso parece ainda fazer diferença...)
Klaus não sabia quando tinha começado a chorar, mas as lágrimas estavam escorrendo tanto pelas suas bochechas que ele lutou para secá-las. Atacado por cem memórias de cada momento no coral — pelos dias frustrantes, pelo brilho; de ser absolutamente ignorado no meio do pátio ao aplauso no palco — Klaus se segurou no suporte que eles lhe ofereciam nesse momento.
Who can say if I've been changed for the better? (Quem pode dizer se mudei para melhor?)
I do believe I have been changed for the better (Eu acredito sim que fui mudado para melhor)
And because I knew you... (E porque eu te conheci...)
Because I knew you... (Porque eu te conheci...)
Because I knew you... (Porque eu te conheci...)
I have been changed for good... (Fui mudado para sempre...)
Quando a música acabou, com Rute e Marlene segurando as últimas notas e os instrumentos aquietando-se, Klaus mal conseguia falar, sentindo como se seu coração estivesse sujeito a explodir.
— Hum, você ainda tá aí, Klaus? — ele ouviu Sandro perguntar depois de quase um minuto de silêncio de sua parte.
Klaus levantou a cabeça, abafando um soluço que ele tinha certeza que eles podiam ouvir (porque as garotas fizeram suaves exclamações de desânimo) e finalmente conseguiu riu para amenizar a preocupação deles.
— Vocês... O que foi isso? Vocês realmente... Vocês realmente conseguiram fazer o sr. Shue superar o Journey?
Houve uma deliciada risada do outro lado, soando aliviada.
— Nós ajeitamos tudo isso... meio que nas costas do sr. Shue já que ele quer a gente focado nas Seccionais — admitiu Filipe, soando envergonhado. — Meio que espontâneo.
— De quem foi essa ideia? — exigiu Klaus, sorrindo de orelha a orelha. — Marlene?
— Na verdade, foi de todos nós— disse Marlene, rindo um pouco. — A gente queria fazer algo para você, mas a Rute queria usar Wicked, porque você nunca aceitaria outra coisa. A gente só queria deixar você saber que estamos aqui por você, Klaus. — Uma pausa. — Ah, e não ouse se conter nas Seccionais! Eu não quero você amenizando... venha com tudo.
— Ah, com certeza — elogiou-se Klaus, sorrindo. — Assim que eu me unir a eles oficialmente, vocês podem esperam para ser esmagados. Por favor, vocês vão chorar toda a volta para Meliano.
Houve um resmungo da solista principal, mas ela parecia impressionada. Houve uma pausa, e então Pablo disse com um tom baixo, quase culposo:
— Ei, Klaus. Se algum desses garotos te causar problema, me diga, está bem? Eu não sei nada sobre políticas contra bullying ou coisa do tipo, mas eles não podem implicar com você, entendeu?
— Isso aí — concordou Sandro, seguido por Matias e Artur.
— Nem pense em tentar desistir agora — declarou Rute ameaçadoramente. — Não ouse. Estamos esperando ver você do outro lado. E... — o tom dela suavizou-se levemente — … estamos orgulhosos de você. Quer dizer, nós vamos acabar com vocês, é claro, mas estamos orgulhosos.
Klaus sorriu. Ele se lembrou quando Rute pediu que ele fizesse um dueto com ela, e sentiu que agora era muito parecido com aquela vez, e esse era o jeito deles de dizerem um para o outro que tudo ia dar certo. Ele deduziu que se Rute Barbieri de todas as pessoas podia fazer isso, era melhor ele não desapontar nenhum deles.
— Eu queria poder cantar algo de volta para vocês — admitiu Klaus. — Agora eu não consigo pensar em nada.
— Vamos lá, claro que você consegue! — exclamou Tauane. —Alguma coisa! Qualquer coisa!
— Como "Parabéns para você" — disse Brenda suavemente. Ele ouviu ela murmurar para alguém, provavelmente Samira: — A gente está fazendo isso por causa do aniversário do Klaus, não é...?— E receber apenas um suspiro em resposta.
— Hum, algo que você realmente queria cantar antes e que não podia— sugeriu Artur, possivelmente depois de olhar de esguelha para sua namorada.
Mas Klaus só conseguia pensar em uma. Ele olhou ao redor, viu que ainda estava sozinho, e sorriu.
— Está bem.
E ele cantou.
— … e Brayan diz que ele faria uma ótima adição — dizia uma alta, bela mulher com uma blusa de alta-costura contrastando com uma longa, fluida saia que balançava ao redor dos seus tornozelos enquanto ela andava, seus passos ecoando pelo corredor. Ela estava carregando um maço de partituras de músicas, e seu cabelo loiro-platino estava preso em um modelado coque baixo, e ela usava óculos com aros prateados. — Meliano ganhou Seccionais ano passado e foi para as Regionais.
— Hum... — O alto homem que a acompanhava, usando um terno de três peças elegante e óculos de aros pretos, olhou para o arquivo do aluno em suas mãos. Ele coçou a cabeça por um momento, a caneta presa entre seus dedos, e disse: — Ele certamente parece promissor o bastante... Se ele é de outro coral, seu repertório deve ser bem extenso, mas temos que ver. O que os outros garotos acham, Stella?
Stella Martini deu de ombros gentilmente.
— Todos parecem bem curiosos. Eles não sabem muito sobre ele. Mas pelo que entendi de Tobias ele vai ficar em Bourbon.
— Ah... — Gregory Hideki agora sorriu com um ar conhecedor e quase carinhoso, seus olhos castanhos aquecidos com entendimento. — Outro garoto de Bourbon. Se escolhermos esse garoto, os Canossa podem começar a nos acusar de favoritismo. — E ele parou abruptamente, olhando para cima.
— A não ser que ele entre legitimamente — disse Stella sensivelmente, olhando para suas partituras. — Eu honestamente não tenho ideia de qual será o alcance desse garoto, aquele vídeo do ano passado só tem... O que? Gael, o que foi? — Ela olhou para o homem mais velho enquanto ele começou a urgentemente pedir silêncio.
— Shh... — Gael parou perto da esquina onde os outros corredores se encontravam, ouvindo intensivamente.
O corredor onde eles estavam era onde ficava o Saguão dos Hall’s Babbler, e, por um momento, Stella pensou que alguém estava tocando música lá dentro. Mas enquanto ela ouvia, ela percebeu que a música que ela estava ouvindo vinha do contínuo corredor onde os arcos abertos ficavam.
E era uma voz que eles nunca tinham ouvido nos corredores de Dallacorte antes.
It won't be easy, you'll think it strange (Não será fácil, você achará estranho)When I try to explain how I feel (Enquanto eu tento explicar como sinto)That I still need your love after all that I've done... (Que ainda preciso do seu amor depois de tudo que fiz)Os dois professores de música se olharam surpreendidos e espiaram no outro corredor. Um garoto de estrutura média estava ali, segurando um celular no ouvido, úmidos olhos azuis observando a luz do sol no jardim aberto, e aquela voz — aquela impossível voz! — vinha dele.Ele estava cantando uma música de Evita no telefone.I had to let it happen, I had to change… (Tive que deixar acontecer, tive que mudar...)Couldn't stay all my life down at heel… (Não podia continuar toda a minha vida debaixo do salto)
Klaus olhou para eles, chocado e de certa forma encantado. Seus olhos pousaram sobre os quentes de Brayan, e ele retribuiu o sorriso que Brayan lhe mandou enquanto aplaudia com um olhar conhecedor, como se soubesse o tempo todo que Klaus conquistaria os Hall’s Babbler.Sobre o barulho, Gael ergueu a voz para chamar atenção:— Muito bem, muito bem agora... — Ele estava sorrindo para os garotos. — Se acalmem, se acalmem...— Eu devo dizer, isso foi bem renovador — disse Stella, apertando a mão de Klaus com um sorriso enquanto os garotos se ajeitavam na sala, sentando-se nas cadeiras e divãs. — Faz um bom tempo que não tenho um contratenor entre os Hall’s Babbler, sr. Henke... o último foi de vinte anos atrás. Eu estava prestes a desistir de esperar que um aparecesse, ainda mais um com uma voz como a sua.— Pe-Peraí... — Klaus olhou dela para G
O fato de que ele podia empacotar sua vida em algumas caixas era de certa forma deprimente. Pelo menos os garotos estavam lá. Dimitri e Wen estavam procurando por uma razão, qualquer razão, para faltar Química Avançada e os gêmeos nunca precisavam de uma razão, enquanto Brayan tinha insistido resolutamente em estar lá. Filipe também insistira em ajudar — aturdido como estava com o grupo de garotos de blazers invadindo a casa dos Hudson-Henke — mas vê-lo levantando e carregando as caixas que continham tudo que era aparentemente "essencial" para Klaus viver apenas fez a transição de casa para o internato ainda mais estranha. Mas o fato de que Filipe lhe lançou um sorriso encorajador ajudou.Com esse sorriso, Klaus lembrou-se do Alvorada cantando para ele, e assentiu em resposta para seu novíssimos meio-irmão, como se lhe garantindo que ficaria bem.E ent&ati
Amizade é bom...Klaus tentou dizer para si mesmo. Quer dizer, é bom por enquanto. Claro, Filipe não era gay e Sandro... bem, eu ainda não tenho certeza sobre ele, mesmo que ele esteja com a Quezia... mas Brayan é... incrível, e ele realmente é gay e... nós somos realmente próximos. E nos damos tão bem... Se eu arruinar isso agora...— Oi, Klaus!Ele olhou para um pequeno garoto com uma juba encaracolada loiro-avermelhada sentado ao seu lado, oferecendo-o uma coca diet. O garoto pequeno parecia como uma versão mais velha e estranha de um querubim de uma pintura renascentista. Klaus pegou o refrigerando agradecidamente e o garoto disse, com um grande sorriso:— Meu nome é Raul. Eu moro algumas portas depois da sua.— Oi. — Klaus sorriu, e então piscou. Ele olhou mais perto para a roupa de Raul. — … esses são... os pijamas Do
Os gêmeos correram atrás de Klaus, que estava com a testa sobre uma mão.— Você está... bem...? — perguntou Elói em um suave, assustado sussurro.Klaus, que parara no meio da área, grunhiu silenciosamente ao deitar a cabeça na mão, o rosto corado.— … preciso de café. Muito e muito café, por favor.Eliel correu para a cozinha imediatamente.— Teresa! — ofegou Wen do topo das escadas, correndo para baixo e amarrando seu robe atropeladamente. Ele correu até a garota na sala de estar que ainda estava encarando, branca como um fantasma, Klaus. — Baby, o que você está fazendo aqui? Droga, eu disse que você não pode vir aqui... só, só vá, ok? Vamos lá...— Ele... Ele... Ele acabou de... — Teresa conseguiu dizer, tremendo, apontado para Klaus.— Si
Klaus, surpreso, olhou para o papel nas suas mãos e então de volta para Lorenzo.— … você precisa de um parceiro para esse dueto. Para cantar a parte de Christina Grimmie.— Por isso que eu estava pensando em desistir — admitiu Lorenzo. — Inferno, nem sei se conseguiria cantar. — Ele tocou mais algumas notas. Klaus o assistiu e então cuidadosamente disse:— Bom... você sabe que soou muito bem. Para treino.— Sério. — Lorenzo parecia divertido. Klaus ainda não tinha certeza se estava confortável com o jeito com que Lorenzo o olhava, como se estivesse tentando ver através dele. Mas o sorriso era amigável. — Quer cantar comigo? — Ele se endireitou e pôs as mãos no teclado de novo, começando a melodia de entrada. — Apenas a primeira parte. Eu só preciso que alguém harmonize comigo. Se eu
Pela primeira vez desde que ele chegou à Bourbon, Klaus realmente acordou certa manhã com o seu despertador e não por qualquer outra razão maluca — e isso era incrível. Ele bocejou e jogou o acolchoado longe e sentou-se na cama, piscando para a luz matinal. Partículas de poeira brilhavam pelos raios de sol que entravam pelas janelas. Ele suspirou e coçou o rosto, e então se levantou e virou-se apropriadamente para seu quarto...… e soltou um profundo, exasperado suspiro.Como ontem, seu quarto estava, mais uma vez, repleto pelo que deviam ser dúzias e mais dúzias de copos de café deixados em cima de qualquer superfície — de canecas a xícaras para garrafas térmicas e de copos de isopor.Klaus grunhiu para esse exagero todo (o qual levou um século para limpar ontem), virou-se para sua porta fechada e gritou:— Vocês tê
— E nós só estamos garantindo disso! — exclamou Raul com um sorriso. Ele riu e colocou o pacote nas mãos de Klaus. — Aqui. Meu presente de boas-vindas.— Oh... — Klaus parecia aturdido. — Não precisava... — Mas Raul, depois de checar o sofá cuidadosamente por coisas estranhas, jogou-se nele e gesticulou para que Klaus abrisse.Klaus desfez o laço de fita, e isso revelou a marca impressa no pacote. Seus olhos se arregalaram ao limite e ele rasgou a caixa para levantar uma suave estola Hermés em cashmere.— Oh... — Ele apenas ficou olhando, sem saber o que dizer.— Você gostou? — disse Raul, um pouco preocupado.— Você é maluco... Isso é incrível! — Klaus abraçou a estola e então abraçou Raul também. Com a situação financeira existente em Hill City, el