A tarde caiu quando Apollo e sua equipe retornaram ao hotel. Um dia produtivo, de ótimas consequências e oportunidades.- Satisfeito. Eu pago o jantar no melhor restaurante da cidade.- De jeito nenhum, meu caro. O melhor restaurante fica no meu hotel e daqui vocês não saem.- Está bem, Gerard. Agora você é parceiro da fundação.- Exatamente, Apollo. Teremos uma noite de shows musicais. Faço que da preencher de vocês.Eles foram aos seus quartos. Caíque bateu a porta do quarto de Humberto.- Entre, Caíque.- Obrigado. Preciso falar contigo a sós.- Não vai me cobrar aquela grana, vai?- Que grana?- Não se lembra, me emprestou três mil reais para visitar minha mãe?- Não lembrava.Humberto abriu a gaveta do criado mudo.- Eu não esqueci. Aqui está, com juros e correções monetárias. Três e quinhentos.- Vou aceitar. Não precisava mas sei que é importante pra você. Ainda mais nessa fase.- Nessa fase? Não entendi.- Nessa fase de superação, de ter objetivos e ser uma pessoa melhor.-
Jheniffer se jogou no sofá, grande e macio, no quatro do hotel.- Missão Haiti cumprida com louvor, meu CEO favorito.Apollo tirou a gravata e os sapatos.- Graças a Deus, ao engenheiro De La Torre, a minha equipe maravilhosa, ao apoio do Gerard e dos funcionários da fundação.- Esqueceu da equipe de empregados da construtora do Johansson.- Deles também. Que Deus abençoe cada um, por cada pequeno gesto, querida.Ela o beijou.- Foi uma grande sacada colocar o nome da Zilda Arns na casa da fundação.- Sim, especialmente aqui, na capital Porto Príncipe, onde ela faleceu por ocasião do furacão devastador de 2010.- Era uma grande mulher.- Sem dúvida. Ela merecia ter ganho o prêmio Nobel da Paz. Pra mim, ela ganharia só pela criação da pastoral da criança, que começou no Brasil e foi para outros países, salvando milhares de crianças. A pesagem, o soro caseiro e outras benesses. Além disso, ela atuou em outras frentes. - Era médica pediatra?- Era sim. Irmã do grande cardeal dom Paulo E
Velasco e Damiana andavam pela ilha.- Que loucura, mamãe. Em dois dias, eu conheço o meu pai biológico, no outro que Consuelo está viva.- De fato, filho. Duas notícias boas?- As duas? Uma, talvez. A outra é preocupante.- O que o preocupa?- Consuelo e toda essa situação. Tudo está ligado. Bastian foi ajudado por ela. Uniu-se a Velasco e seus homens. Ele explode o iate mas a salva, assim que fica sabendo que ela estava a bordo. Ele foi contra as ordens do Velasco.- Por isso está aqui, escondido. Incrível que a Consuelo não nos reconheceu.- É melhor assim. Queria ver a cara do Apollo quando souber que ela não morreu. Sabe sobre o Velasco e suas atividades criminosas.- Será um choque. Temos que estudar tudo certinho. Se Bastian estiver certo, Velasco é muito perigoso.- Com certeza.Eles se viraram. Bastian estava atrás deles, na trilha.- Agora quer nos matar de susto?- Não mesmo, Damiana. Vi quando se afastaram da casa e resolvi seguir vocês dois. A ilha têm cobras, aranhas e s
São Paulo, inverno brasileiro.- Hora de voltar a realidade, bebê.Jheniffer saiu da cama, dando as costas para Bruno, o rapaz de ombros largos e abdômen trincado, esparramado na cama. Ele admirou o corpo dela. Uma perfeição. Uma grande tatuagem se destacava nas costas da moça. - Linda essa tattoo. O que significa?Ela se virou.- É um nó celta, um amuleto. Significa trindade, unidade e eternidade.- Que profundo.Ele abraçou o travesseiro.- Quero fazer um mantra no braço direito, Bruninho.Jheniffer esvaziou a taça de champanhe. Em seguida, vestiu a lingerie preta.-Seria capaz de ficar a vida inteira aqui, Jheniffer.Ela sorriu.- A vida não é só prazer e glamour.- Seus treinos têm dado resultado. Você está com um corpo incrível.- Sei disso. Você não é o único que repara. Tenho que voltar ao trabalho. Vou passar no fórum pra recolher uns documentos.Ela sentou-se na cama pra calçar as sandálias. Bruno a abraçou.- Foi mara. Teremos um replay?Ela colocou o relógio, a pulseira e
- Sou Alfredo Nascimento, advogado e fiscal do concurso. Que Deus lhe dê em dobro o que fez por mim.Jheniffer estendeu a mão.- Amém. Prazer, sou Jheniffer Stuart, estudante de Direito e, se passar nessa prova, talvez uma funcionária do INSS.Nascimento riu. Ela bateu no ombro dele com a palma da mão, uma de suas manias.- Pode rir. Sei que meu nome remete a personagens de livros de romance americano ou daquelas séries policiais. Acho que foi de onde meus pais tiraram meu nome.- É um nome forte, diferente. Você se expressa muito bem. Já comprovei que é uma pessoa gentil e bondosa. Trabalha onde?-Era garçonete mas fiz um acordo. Forneci o traseiro, a empresa forneceu o pé. Fui despedida por me atrasar. Estou desempregada. Preciso de um emprego pra ajudar meus pais a pagarem minha facul.Nascimento tirou um cartão do bolso.- Nascimento e Gomes Advocacia. Passe lá, na segunda feira. Temos uma vaga de secretária, se quiser. Poderá também me auxiliar nos processos. Ela tremia ao pegar
- Terminei minha rotina, Stefany. Faria uma aula de pilates, se não tivesse que pousar no hospital, como acompanhante do Nascimento.Como de praxe, o movimento da academia aumentou no fim da tarde. Jheniffer e Stefany foram até a área das bicicletas ergométricas.- Vamos pedalar um pouco. Apreciar o movimento e a música.- Você quer dizer paquerar.- Isso, Stefany. Ver se tem carne nova no açougue. Um boy magia ou um novinho.- Esse é o horário dos bombados. Disfarça, Stefany. Tem três deles nos secando, na prancha abdominal. Melhor olhar para a recepção. O próximo que entrar, é seu. Se for um gato, é meu.Stefany lidava bem com o fato dos rapazes terem mais olhos pra Jheniffer, que realmente era linda e chamava muito a atenção.- Jheniffer, você é terrível. Passa o rodo geral. Tirando os instrutores, que são gays por imposição do Michel, todos pagam pau pra você.- Esqueceu das mulheres. Não é minha praia mas respeito. Por enquanto, não.- Olha. Novidade isso. Ficaria com outra mul
Tempo depois, após um banho e um lanche rápido, Jheniffer chegou ao hospital Redenção. Preferiu ir num carro de aplicativo, pra não ter que deixar o seu veículo na rua. Estava de tênis, calça jeans e camiseta. Tinha uma sacola com cobertor e toalha de rosto. Levou um livro, maçãs, uma caixa de bombons e duas tupperwares. Numa delas, torradas com geléia de mirtilo. Noutra, frango grelhado com batata doce e quinoa.- Marcela. Cheguei.Ela abraçou a esposa de Nascimento, na recepção do hospital.- Que bom que veio, Jheniffer. Fred, meu sobrinho, ficou com ele um pouco. Nascimento ainda está dormindo. Já está no quarto, o que é ótimo. Eu entrei pra vê-lo, rapidinho.- Está bem. Que boa notícia. Ele vai se recuperar. Vim de máscara contra o Covid19, ainda que as medidas de proteção tenham diminuído, estamos num hospital. Trouxe até meu álcool gel. Eu assumo o turno da noite. Precisarei de carona, amanhã cedo.- Sem problemas. Eu virei, às seis da manhã, na troca de turno. Eu a levarei, c
Jheniffer devolvia os halteres aos seus lugares quando Apollo se aproximou.- Boa tarde. Vou ajudá-la.Ela sorriu.- Enfim um cavaleiro. Muito obrigada. Sou Jheniffer.- Prazer. Sou Apollo Hermann. O instrutor Maurício me mandou para o Full Body.Jheniffer o mediu da cabeça aos pés. - Full Body é para iniciantes. Você tem um corpo perfeito. Com todo respeito.- Acha mesmo? Deve ser porquê sou novato aqui, que me colocaram na iniciação. Estava afastado dos treinos.Ela mordiscou o lábio inferior. Apollo tinha dois olhos verdes, incrustados como jóias naquele rosto másculo. A barba por fazer. Ele guardou o último peso, erguendo os braços e evidenciando as veias saltadas deles. O olhar dela passeou, das coxas grossas e torneadas ao peitoral, sua parte preferida na anatomia masculina. - Terei que dobrar minha carga de exercícios para que meu coração suporte sua beleza.- Essa cantada de academia é velha, Apollo. Vou encarar como elogio.- Me desculpa. Sua beleza é desconcertante. Ele e