Jheniffer e Apollo desceram no aeroporto de Lima.- Em Lima, finalmente.- Graças a Deus, o nevoeiro passou e permitiu a descida do avião, Jheniffer.- Bora para o hotel?- Sim. Vamos tomar um táxi. Hotel Embassador, avenida Frida Flores.Eles deixaram a área do aeroporto. Apollo falou em espanhol com um taxista. O casal entrou no veículo.- Mensagem de Humberto. Ele e Nascimento já se reuniram com o engenheiro. Nossa reunião será às quinze horas. Temos tempo de almoçar e descansar um pouco.- Excelente. É a minha primeira vez no Perú.- Vai gostar, querida. As cidades são lindas e o povo é simpático e consciente politicamente.- De fato. Tive alguns colegas de faculdade peruanos. O papo com eles era em alto nível. Era uma briga para tê-los nos grupos de estudos sobre a América Latina. Sabiam tudo de cor e salteado, era incrível.- Sim. Passaram por tantas transformações ao longo da história. Fatos marcantes e lutas por direitos, liberdade, tudo. Não só eles mas chilenos, colombianos,
Lima, Peru. Jheniffer saiu do táxi, pela porta aberta por Apollo, após o rapaz pagar a corrida.- Muito obrigada, cavalheiro.- Por favor, querida.Ela segurou a mão dele, que serviu de apoio para que subisse o meio fio. - Restaurante Salvador Bolívar. Uma referência histórica, sem dúvida.- Uau, tem uma estrela Michelin, sinal que é bom, Apollo.Eles entraram no estabelecimento. O garçom veio até eles.- Boa noite. Sejam bem vindos.- Obrigado. Reservamos uma mesa, Jheniffer e Apollo.- Sim, senhor. Por favor, me sigam.Apollo puxou a cadeira um pouco, para Jheniffer se acomodar. O garçom ficou ao longe, após abrir a pasta do menu.- Que local lindo. Eu amei.- Eu também, querida. A culinária peruana está sendo conhecida. Isso é muito bom. Você disse que a estrela Michelin é um forte indicativo de que a comida é excelente. De fato, eu concordo mas alguns amigos meus abdicaram da estrela.- Não creio! Como assim? É como recusar a estatueta do Oscar.- Certo mas a indicação ao Oscar t
- Acampei muitas vezes com a Stefany. Para onde foram?- Para o Guarujá, num acampamento a beira mar, Jheniffer. No primeiro dia, fizemos macarrão com salsicha. No segundo, também. No terceiro teve variação, macarrão com sardinha. Cansados, os padres resolveram nos levar para um restaurante na cidade. Foi a primeira vez que comi filé a parmegiana.- Que virou seu prato favorito?- Exatamente. Foi um dos primeiros que aprendi a fazer. Nunca imaginei que fazia tanta frio a beira mar.- Realmente, as temperaturas despencam devido a proximidade com o mar.- Não levamos cobertores, nem um lençol. Nas barracas, o frio chegou com força. Por sorte, eu tinha comprado uma toalha de praia enorme, com uns coqueiros desenhados. Foi a minha salvação. Os outros seminaristas dormiram encostados uns nos outros para se aquecer.- Que presepada.- Fomos a praias lindas. Foi legal. Sempre estávamos em bandos, com medo de alguém se perder ou se afogar no mar.- Imagino, um monte de rapazes bonitos ve
- Não creio que estamos juntos.- Pode acreditar, Estela. É real.Estela e Velasco se beijaram. As carícias aumentando, o fogo do desejo tomando conta deles. Em Lima, Jheniffer serviu champanhe ao noivo, olhando as fotos que Humberto tinha lhe enviado.- Uau. Champanhe a essa hora?- Nem são onze da noite. Não quer?Ele deixou o celular de lado.- Não se recusa champanhe, ainda mais vindo de uma mulher incrível.Eles brindaram.- Me acha incrível?- Sim. É mais que gostosa e linda, é incrível.- Galanteador. Quando um homem diz a uma mulher que ela é incrível, está elogiando o interior dela, o coração.- É onde eu quero chegar.- Você já chegou lá a muito tempo.- Isso é fantástico. O meu também é seu.Ela roçou o pé na coxa dele, erguendo um pouco o pijama.- Já aprendeu a armar barraca?Apollo riu, quase engasgando com o champanhe.- Aquela do camping não. Essa outra sim.Ela sentou-se no colo dele e o beijou. Ela colocou a taça no aparador e avançou sobre Apollo, beijando todo seu
Marcela desceu para o café da manhã, no restaurante do hotel, onde reencontrou Endrigo.- Bom dia, juíza. Dormiu bem?Ele se levantou e a beijou na face. Em seguida, afastou a cadeira para que ela sentasse.- Muito bem, graças a você, meu caro. Tenha um ótimo dia.Ele sorriu.- Então, merecemos esse café lindo, com tantas delícias. Eu já provei as empanadas e estão divinas.- Sim, merecemos. Formamos uma bela equipe. Você me salvou, resgatando a caneta. Como fez isso tão rápido?- Devido a experiência de décadas viajando de hotel em hotel. Assistir a séries policiais também ajuda.- Eu amo séries policiais. Algumas aumentam e exageram nos enredos mas tudo bem.- Descrevem os juízes como super heróis?- Nem todas. Somos humanos e sujeitos a falhas. - Fato. Joguei meu charme para uma camareira mas não funcionou. Apelei para os dólares e bingo. Ganhou duzentos dólares só pra abrir o quarto e pegar a caneta. Não levou um minuto. O que há na caneta?- Uma micro câmera e gravador. A Jhenif
Apollo enviou mensagens a Marcela e Estela. Elas deveriam se dirigir ao hotel Galaxy, ao chegarem em Caracas, na Venezuela. Jheniffer se preparou para deixarem o avião.- Chegamos a Caracas, Apollo.- Sim. Uma parte da galera está reunida. Humberto e Nascimento decidiram adiantar as coisas em Bogotá.- Eles estão com vontade de trabalhar. - Verdade. Ou Nascimento não vê a hora de terminar a etapa e voltar pra casa, junta a juíza.- Também.Eles deixaram o aeroporto, tomando um táxi para o hotel. Apollo olhava os prédios da cidade, um pouco aéreo.- Ficou calado, de repente.- É a segunda vez que volto aqui, Jheniffer. Impossível não lembrar que aqui faleceu a Manoela. Foi um dia muito triste.Ela o beijou e o abraçou.- Meus sentimentos, querido. Faz parte de sua história e respeito seus sentimentos. Pode chorar, se quiser. Não posso ficar com raiva, mágoa ou ciúmes pois ela já não está aqui. Se estivesse, vocês estariam juntos pois se amavam demais. Ela faz parte de sua história, do
Jheniffer e Apollo entraram no quarto de hotel, em Caracas. Ele colocou asalas no quarto. Ela se jogou no sofá.- Enfim, um quarto espaçoso e uma tevê grande.- Sim. Espero que sejamos breves aqui. Já estou com saudades da nossa mansão.- Eu não? Só você, bobinho. Falou com a Celeste?- Hoje, ainda não. Bom ter lembrado, vou mandar mensagem aí Fernando.- Achei que já tinham se acertado.- Com toda essa preocupação com o projeto, esqueci legal. Wellington será o nosso motorista. Alaor não quer ficar, já o Hélio vai ficar como o jardineiro.Fernando visualizou a mensagem.- Olá, Apollo. Aceito sim, com todo prazer. Estou a procura de um trabalho fixo. Muito obrigado, amigo.- Certo. Vou-lhe passar o endereço da mansão. Se quiser, passe lá e peça pra falar com a Celeste. Ela é a nossa governanta.- Sério? A mãe da Stefany?- Ela mesmo. A antiga governanta ainda está na casa e lhe explicará a função, o que tem de fazer e o salário. Se aceitar, fale a elas.- Legal. Celeste é uma grande p
Gorete se despediu de Jheniffer e de Apollo.- Não sabemos os interesses de Velasco e de Carmen, hoje Estela. Apollo, que ninguém saiba disso, nem a Interpol ou a polícia da Venezuela, da Argentina ou do Brasil. Eles são perigosos. Se mantiveram nas sombras durante tanto tempo e não foi por acaso. Exclua ou guarde muito bem esses arquivos. Poderá usá-los no momento certo, quando descobrir a real intenção deles. Estela tem conta num paraíso fiscal, Velasco idem. - Obrigado mais uma vez, amiga.- Não entrarei em contato tão cedo, Apollo. Embora aqueles que me deram informações garantiram sigilo absoluto, tenho medo que algum deles me denuncie. Eles têm muito poder e dinheiro. Tudo é possível.- Está certo.- Eu tenho uma intuição que eles trabalham para alguém mais poderoso. São peixes pequenos, meu amigo. Tenha cuidado.- Vá em paz, Gorete.A camareira deixou o quarto. Jheniffer se jogou no sofá. Apollo se colocou ao lado dela, com as fotos e relatórios nas mãos.- Impossível de acred