Jheniffer e Apollo entraram no quarto de hotel, em Caracas. Ele colocou asalas no quarto. Ela se jogou no sofá.- Enfim, um quarto espaçoso e uma tevê grande.- Sim. Espero que sejamos breves aqui. Já estou com saudades da nossa mansão.- Eu não? Só você, bobinho. Falou com a Celeste?- Hoje, ainda não. Bom ter lembrado, vou mandar mensagem aí Fernando.- Achei que já tinham se acertado.- Com toda essa preocupação com o projeto, esqueci legal. Wellington será o nosso motorista. Alaor não quer ficar, já o Hélio vai ficar como o jardineiro.Fernando visualizou a mensagem.- Olá, Apollo. Aceito sim, com todo prazer. Estou a procura de um trabalho fixo. Muito obrigado, amigo.- Certo. Vou-lhe passar o endereço da mansão. Se quiser, passe lá e peça pra falar com a Celeste. Ela é a nossa governanta.- Sério? A mãe da Stefany?- Ela mesmo. A antiga governanta ainda está na casa e lhe explicará a função, o que tem de fazer e o salário. Se aceitar, fale a elas.- Legal. Celeste é uma grande p
Gorete se despediu de Jheniffer e de Apollo.- Não sabemos os interesses de Velasco e de Carmen, hoje Estela. Apollo, que ninguém saiba disso, nem a Interpol ou a polícia da Venezuela, da Argentina ou do Brasil. Eles são perigosos. Se mantiveram nas sombras durante tanto tempo e não foi por acaso. Exclua ou guarde muito bem esses arquivos. Poderá usá-los no momento certo, quando descobrir a real intenção deles. Estela tem conta num paraíso fiscal, Velasco idem. - Obrigado mais uma vez, amiga.- Não entrarei em contato tão cedo, Apollo. Embora aqueles que me deram informações garantiram sigilo absoluto, tenho medo que algum deles me denuncie. Eles têm muito poder e dinheiro. Tudo é possível.- Está certo.- Eu tenho uma intuição que eles trabalham para alguém mais poderoso. São peixes pequenos, meu amigo. Tenha cuidado.- Vá em paz, Gorete.A camareira deixou o quarto. Jheniffer se jogou no sofá. Apollo se colocou ao lado dela, com as fotos e relatórios nas mãos.- Impossível de acred
Estela, Marcela, Endrigo e Johansson chegaram ao aeroporto de Caracas, capital da Venezuela.- Enfim , a Venezuela. A pequena Veneza.Disse Marcela, ao saírem do aeroporto, a caminho da área de táxi.- Temos mais suas etapas a frente, juíza. A América Central e os Estados Unidos.- Bem lembrado, Johansson mas teremos uma ajuda substancial, nossos amigos Jheniffer e Apollo, Humberto e Nascimento.- Esse último não é seu amigo.Disse Estela, sorrindo. A juíza a abraçou.- Não mesmo, Estela. Nascimento é o amor da minha vida. Espero que não esteja tão cansado pois nosso reencontro fará estremecer o triângulo das bermudas.Endrigo não conteve o riso.- Sem nada de bermudas e lingeries, pelo jeito. Meretissima, isso é um atentado aos preceitos morais, sensuais e bons costumes.- Que nada, meu caro amigo argentino. Antes de ser juíza, sou humana. Se estiver no quarto vizinho, tape os ouvidos.Johansson cutucou o outro, entrando no táxi.- Ela está certíssima, Endrigo.- Você está sempre do
Endrigo e Marcela foram ao quarto de Jheniffer e Apollo.- Como prometido, eis os seus vinhos, meu CEO favorito.Ele colocou os dois kits de vinho sobre a mesa do quarto. Marcela, que o ajudava, depositou o outro kit.- Achei que estava blefando, arrumando uma desculpa pra ter um tempo a sós conosco. Muito obrigado pelos vinhos.- Às vezes falo a verdade e cumpro as promessas, meu caro. Sabiam que a maioria dos quartos de hotel têm câmeras escondidas?Jheniffer meneou a cabeça afirmativamente, concordando. Apollo riu.- Quem não deve, não teme. A minha consciência tranquila tem mais peso pra mim do que a opinião do mundo todo. - Está certo, Apollo. Linda frase, é sua?- Não. Acho que é de Sêneca ou Cícero. Vamos direto ao ponto, não veio aqui só para trazer os vinhos.Endrigo tirou a caneta do bolso e a entregou para Jheniffer.- Esse objeto é seu, Jheniffer. - Muito obrigada, Endrigo. Sua ajuda foi providencial. Devo-lhe duzentos dólares.- Não estou lhe cobrando. O que fizeram f
- Não, vão vocês.- Venha, juíza. Johansson não pode ficar sem par.Jheniffer a puxou para a pista de dança, onde Endrigo e Estela dançavam rumba. Jheniffer se uniu a Apollo. Marcela deu a mão para o empreiteiro.- Prometo não pisar no seu pé, juíza.- Se não falar nada ao meu marido, já me dou por satisfeita.- Embora seja uma linda mulher, não tenho a intenção de roubá-la dele. - Fico aliviada por isso. Obrigada pelo elogio.Após o jantar, eles foram ao centro de Caracas. Uma caminhada e uma parada numa sorveteria. Às vinte e três horas retornaram ao hotel. - Ufa. Não sabia que você dançava tão bem esses ritmos caribenhos, Apollo. Arrasou.- A companhia ajudou. Ns casas da fundação temos aulas de dança. O povo haitiano, jamaicano, cubano são bem dançantes e alegres. A gente aprende com eles.Jheniffer trancou a porta do quarto. - Bora dormir. Temos que estar às oito no canteiro.- Disse ao engenheiro que estaríamos lá entre oito e nove horas.- Uau. O CEO está sendo flexível?- S
Endrigo foi ao quarto de Jheniffer e Apollo.- Nossa, estão muito elegantes para um jantar com o senador Ganindez.- Você não vai mesmo, Endrigo?- Não, vocês dois representarão muito bem a fundação. Eu estou apenas colaborando. Quero ficar no bar do hotel, dar uma volta na praça e navegar na internet antes de dormir.- Está bem. Johansson também não quer ir.- A juíza e a Estela vão se divertir, muita comida excelente mas aquele papinho de políticos, não rola.Jheniffer saiu do quarto, toda produzida. Apollo e Endrigo a aplaudiram.- Não lhe avisaram que não pode estar mais bela e elegância que a anfitriã?- Por isso não carreguei na maquiagem e jóias, Endrigo.- Lógico que brinco. A sua beleza é natural e sem igual, Jheniffer. Apollo não tem palavras pois está babando.- Está certíssimo.- Tenho novidades. O rapaz da internet, que tinha peças falsas de celebridades para vender, me indagou sobre o interesse em objetos pessoais da tal Carmem. A sombra da morte, assim a chamou. Disse s
Marcela bocejou. O discurso do senador terminou, finalmente, após quarenta minutos. Ele chamou Apollo ao palco.- Nosso convidado especial. Apollo Hermann.Todos o aplaudiram de pé.- Com prazer entrego ao senhor Apollo Hermann, a medalha de honra aí mérito, por seus feitos e atuação em nosso país. Por sua carinhosa ajuda aos nossos cidadãos, fora de nossa pátria, refugiados nos mais distantes países, onde a fundação Hermann cuida tão bem deles. Em nome do governo venezuelano, a nossa consideração, nosso respeito e agradecimento.O senador abraçou Apollo.- Essa medalha não é minha. Não apenas minha mas de todos os funcionários e amigos, apoiadores da nossa causa. Tambor pertence às agências internacionais, que tanto nos auxiliam. Há muito trabalho a ser feito, por isso a fundo Hermann está com esse projeto de ampliação de seus raios de ação. Vivemos numa era tecnológica, altamente desenvolvida, a nanotecnologia, a era dos celulares e computadores, da inteligência artificial, do mundo
Endrigo beijou Estela com paixão. Ela o abraçou na banheira. A garrafa de vinho ao lado, no chão.- É linda a sua relação com Apollo.- Verdade. Não somos irmãos de sangue mas de coração. Somos amigos de longa data. Ele se apaixonou pela vinícola, assim que a visitou na primeira vez. Eu me apaixonei por ele também. Minha mãe o ama, às vezes mais que a mim. Apollo nos ajudou muito, no tempo que esteve em Mendoza. Nós ajudamos a fundação, algumas vezes também. É uma relação de troca e confiança. - Legal. Ele sempre falava de você com ternura e admiração.- A recíproca é verdadeira. Sempre serei fiel e leal a ele. Você foi secretária particular dele, por longo tempo.- Sim. Foi muito bom. Agora tenho um cargo e salário bom na fundação.- Merecido. Você é gata, lindona. Ele é o chefão, lindo e atraente. Os dois viajando a serviço da fundação, congressos e reuniões na ONU. Mesmo hotel. Nunca rolou nada entre vocês?Estela riu.- Nunca.- Mentira. Duvido, minha linda.- Não mesmo, eu juro.