Endrigo e Marcela foram ao quarto de Jheniffer e Apollo.- Como prometido, eis os seus vinhos, meu CEO favorito.Ele colocou os dois kits de vinho sobre a mesa do quarto. Marcela, que o ajudava, depositou o outro kit.- Achei que estava blefando, arrumando uma desculpa pra ter um tempo a sós conosco. Muito obrigado pelos vinhos.- Às vezes falo a verdade e cumpro as promessas, meu caro. Sabiam que a maioria dos quartos de hotel têm câmeras escondidas?Jheniffer meneou a cabeça afirmativamente, concordando. Apollo riu.- Quem não deve, não teme. A minha consciência tranquila tem mais peso pra mim do que a opinião do mundo todo. - Está certo, Apollo. Linda frase, é sua?- Não. Acho que é de Sêneca ou Cícero. Vamos direto ao ponto, não veio aqui só para trazer os vinhos.Endrigo tirou a caneta do bolso e a entregou para Jheniffer.- Esse objeto é seu, Jheniffer. - Muito obrigada, Endrigo. Sua ajuda foi providencial. Devo-lhe duzentos dólares.- Não estou lhe cobrando. O que fizeram f
- Não, vão vocês.- Venha, juíza. Johansson não pode ficar sem par.Jheniffer a puxou para a pista de dança, onde Endrigo e Estela dançavam rumba. Jheniffer se uniu a Apollo. Marcela deu a mão para o empreiteiro.- Prometo não pisar no seu pé, juíza.- Se não falar nada ao meu marido, já me dou por satisfeita.- Embora seja uma linda mulher, não tenho a intenção de roubá-la dele. - Fico aliviada por isso. Obrigada pelo elogio.Após o jantar, eles foram ao centro de Caracas. Uma caminhada e uma parada numa sorveteria. Às vinte e três horas retornaram ao hotel. - Ufa. Não sabia que você dançava tão bem esses ritmos caribenhos, Apollo. Arrasou.- A companhia ajudou. Ns casas da fundação temos aulas de dança. O povo haitiano, jamaicano, cubano são bem dançantes e alegres. A gente aprende com eles.Jheniffer trancou a porta do quarto. - Bora dormir. Temos que estar às oito no canteiro.- Disse ao engenheiro que estaríamos lá entre oito e nove horas.- Uau. O CEO está sendo flexível?- S
Endrigo foi ao quarto de Jheniffer e Apollo.- Nossa, estão muito elegantes para um jantar com o senador Ganindez.- Você não vai mesmo, Endrigo?- Não, vocês dois representarão muito bem a fundação. Eu estou apenas colaborando. Quero ficar no bar do hotel, dar uma volta na praça e navegar na internet antes de dormir.- Está bem. Johansson também não quer ir.- A juíza e a Estela vão se divertir, muita comida excelente mas aquele papinho de políticos, não rola.Jheniffer saiu do quarto, toda produzida. Apollo e Endrigo a aplaudiram.- Não lhe avisaram que não pode estar mais bela e elegância que a anfitriã?- Por isso não carreguei na maquiagem e jóias, Endrigo.- Lógico que brinco. A sua beleza é natural e sem igual, Jheniffer. Apollo não tem palavras pois está babando.- Está certíssimo.- Tenho novidades. O rapaz da internet, que tinha peças falsas de celebridades para vender, me indagou sobre o interesse em objetos pessoais da tal Carmem. A sombra da morte, assim a chamou. Disse s
Marcela bocejou. O discurso do senador terminou, finalmente, após quarenta minutos. Ele chamou Apollo ao palco.- Nosso convidado especial. Apollo Hermann.Todos o aplaudiram de pé.- Com prazer entrego ao senhor Apollo Hermann, a medalha de honra aí mérito, por seus feitos e atuação em nosso país. Por sua carinhosa ajuda aos nossos cidadãos, fora de nossa pátria, refugiados nos mais distantes países, onde a fundação Hermann cuida tão bem deles. Em nome do governo venezuelano, a nossa consideração, nosso respeito e agradecimento.O senador abraçou Apollo.- Essa medalha não é minha. Não apenas minha mas de todos os funcionários e amigos, apoiadores da nossa causa. Tambor pertence às agências internacionais, que tanto nos auxiliam. Há muito trabalho a ser feito, por isso a fundo Hermann está com esse projeto de ampliação de seus raios de ação. Vivemos numa era tecnológica, altamente desenvolvida, a nanotecnologia, a era dos celulares e computadores, da inteligência artificial, do mundo
Endrigo beijou Estela com paixão. Ela o abraçou na banheira. A garrafa de vinho ao lado, no chão.- É linda a sua relação com Apollo.- Verdade. Não somos irmãos de sangue mas de coração. Somos amigos de longa data. Ele se apaixonou pela vinícola, assim que a visitou na primeira vez. Eu me apaixonei por ele também. Minha mãe o ama, às vezes mais que a mim. Apollo nos ajudou muito, no tempo que esteve em Mendoza. Nós ajudamos a fundação, algumas vezes também. É uma relação de troca e confiança. - Legal. Ele sempre falava de você com ternura e admiração.- A recíproca é verdadeira. Sempre serei fiel e leal a ele. Você foi secretária particular dele, por longo tempo.- Sim. Foi muito bom. Agora tenho um cargo e salário bom na fundação.- Merecido. Você é gata, lindona. Ele é o chefão, lindo e atraente. Os dois viajando a serviço da fundação, congressos e reuniões na ONU. Mesmo hotel. Nunca rolou nada entre vocês?Estela riu.- Nunca.- Mentira. Duvido, minha linda.- Não mesmo, eu juro.
- Desculpa, presidente. Não deu para se livrar desses repórteres, na entrada da igreja.Bianca colocou a mão no ombro do segurança.- Tudo bem, Alfredo. O importante é que não entrem. Uma foto ou outra, não faz mal. A noiva saiu da limusine, apoiada nos pais. Os seis seguranças impediram a aproximações dos fotógrafos mas não as fotos e cliques. Velasco a esperava no altar. Na igreja, apenas quarenta convidados. Os familiares, alguns diretores e advogados da fundação Hermann. Uma cerimônia restrita e intimista. Um cameraman, dois fotógrafos lá dentro. Bianca e Velasco no dia do sim mais importante das suas vidas. Os noivos jantaram na mansão, numa festa para poucos. A lua de mel de uma semana, em Punta del Leste, no Uruguai.- Lá estão eles, Nascimento e Humberto.Apontou Marcela, saindo da área restrita , no aeroporto de Porto Príncipe, no Haiti. Ela abraçou e beijou o esposo, que a aguardava. Humberto a cumprimentou. Jheniffer, Apollo, Johansson e Estela surgiram, puxando as respect
- Juro que não tenho nada a ver com esse reencontro.- Ah, quer enganar quem?- Pode crer, Jheniffer. Não faria isso. Caíque pode ter sabido que estaríamos no Haiti mas não o Humberto. O nome dele não estava na agenda do site. Foi coincidência.- Entendi. Mas parece que estão bem, se cumprimentaram normalmente, civilizados e sem barraco.- Com certeza. Humberto está mudado, é outra pessoa. Está limpo, nem está bebendo. Está responsável também, muito focado no projeto. Até aqui, zero decepção com ele, querida.- Se o meu CEO favorito está dizendo.- Estou afirmando. Não estou torcendo para que voltem e retomem a relação, mas se o fizerem, tudo certo. Nada contra. São duas pessoas centradas e adultas.- Eu torço para que voltem. Vamos apostar?- Pra que, se você ganha todas, Jheniffer. - Só de brincadeira, vai? Aposto que eles voltam a namorar.- Eu já penso que não. Caíque partiu muito magoado, decepcionado. Na Europa conheceu pessoas lindas e interessantes, como o Gerard. Independent
Caíque encarou Humberto.- Apollo me disse que você estava mudado mas não achei que era tanto.- Pode crer. A principal mudança é interna, Caíque. Aprendi isso com Apollo. A maior vitória é vencer a si mesmo. Tinha essa frase escrita na capa do meu caderno de escola e só hoje a compreendo. - Estou feliz por você, Humberto.- Sempre tive a certeza que você torcia por mim, ainda que distante. Se tivesse acordado pra vida antes, talvez não o tivesse perdido.- Tudo a seu tempo e tudo é aprendizado. Eu tinha uma frase na primeira agenda que ganhei. Uma citação de Tagore. Dois presos olharam pela grade da janela da prisão, um viu a lama, o outro as estrelas.- Que lindo, Caíque.- Igual a você, eu não entendi de imediato. Perguntei o significado ao meu professor de filosofia. Ele explicou que, suas pessoas num mesmo ambiente, terão impressões distintas, visões e sentimentos diferentes. Um dos presos admirava a imensidão do céu, as estrelas brilhantes, enquanto o outro olhava pra baixo, pr