Quatro dias depois, Jheniffer e Apollo chegaram ao aeroporto de Guarulhos.- Stefany e Wellington deveriam estar aqui, no portão onze.- Devem ter se atrasado devido ao trânsito, amor. - Ou nós dois que somos precavidos demais. Faltam duas horas para o nosso vôo a Buenos Aires.- De fato. Eu fico com a segunda opção. Somos precavidos demais. Mineiro não perde o trem por isso, chega duas horas antes, no dia anterior.Stefany e Wellington chegaram.- Bom dia. Madrugaram os dois.- Bom dia, Stefany. Apollo acordou com as galinhas, às cinco da manhã. Tomou banho, fez café e foi a padaria. Ficou me atazanando a paciência, repetindo que íamos perder o vôo. Parecia que ia tirar o pai da força.- Ele é mineiro?- Pior que é. Chegamos duas horas antes.Meia hora depois, Daniella e Bruno apareceram. A modelo estava com um terninho azul celeste.- Bom dia.Jheniffer e Stefany se olharam.- Vamos voltar pra casa e nos arrumar melhor, Stefany. Não me lembro de termos combinado de ir toda chique?
Eles desceram do avião, no aeroporto de Buenos Aires. A atmosfera era outra. Um vento gelado os recebeu. - Estamos na Europa?- Quase isso, Wellington. Você vai amar Buenos Aires.- Já estou, Apollo. Ainda mais eu, um matuto que nunca saiu de São Paulo.Bruno estava empolgado, de mais dadas com Daniella. - Nossa primeira viagem como namorados, amor.- Sim, Dani. Por isso, já é especial.Eles saíram do aeroporto. Em dois táxis, eles rumaram até a casa de Consuelo. Apollo, Wellington e Bruno num táxi. Jheniffer, Stefany e Daniella noutro carro. Meia hora depois, chegaram a mansão da presidente da fundação Hermann.- Ela está nos esperando?- Sim, nos chamou para o almoço mas ficaremos até domingo a noite. Quero lhes apresentar a cidade. Amanhã terá o clássico Boca Jrs contra River Plate, no estádio da Bombonera.Disse Apollo a Jheniffer. Ele apertou a campainha. Wellington e Bruno se empolgaram.- Uau. Sempre quis assistir esse jogo, Apollo. Vai ser demais.- Com certeza, Wellington.
- Que banquete no café da manhã.- Espere até ver o almoço que nos aguarda, Bruno.- Consuelo sempre foi assim?- Sempre. Uma mãezona, ótima anfitriã e amiga. - Agora entendo porquê falava dela com tanto carinho, Apollo.- Sim, Jheniffer. Vai vê-la chorando quando a gente for embora. Dá vontade de ficar um mês aqui. Quantas vezes, eu e minha falecida esposa não tinhamos coragem de ir embora. Consuelo não nos deixava e a gente não queria.Consuelo veio até eles.- Falando mal de mim, Apollo?- Sempre. Você era uma péssima sogra.Jheniffer o beliscou.- Que mentiroso.- Deixe-o, Jheniffer. Sei que é mentira. Ele me ama.- É verdade. Manoela tinha ciúmes da mãe. Me proibiu de vir aqui, durante o início do nosso casamento.- Apollo não era genro mas filho. Não é da boca pra fora. Quando ela se foi, Apollo sofreu mais que eu, sentiu mais a falta dela. Ele me consolou no luto, nas semanas posteriores a morte. O translado do corpo, de Caracas a Buenos Aires, tudo cuidado com carinho e amor
- Consuelo deu um perdido, não estou vendo nossa anfitriã.- Espere só, Jheniffer. Ela sempre faz isso.- Isso o que, Apollo? Desaparecer e deixar os convidados na mão?- Não. De jeito nenhum. Consuelo é a estrela, estamos na sua casa e ela é a estrela maior. Daqui a pouco ela reaparece.Um locutor de rádio, amigo de Consuelo, animava a platéia e anunciava a hora do bingo beneficente. Os garçons serviam as mesas. Vinho, champanhe, cerveja, refrigerantes e sucos variados. O churrasco delicioso. As guarnições. Flores e frutas nas mesas. Um carro chegou a mansão. Bianca desceu com sua mãe. Jheniffer cutucou Stefany, por baixo da mesa. Elas repararam no vestido rosa da moça. - Sou a nova presidente da fundação Hermann. Não ganho aplausos?- Sossega seu facho, garota. A sua tia ainda é a presidente. Em Roma, se comporte como um romano. Nunca ouviu esse provérbio?- Não é do meu tempo. Sou jovem.- Conhece bem sua tia. O cerimonialista as recebeu e indicou a mesa que deveriam ocupar.- Ol
Jheniffer foi ao quarto de Daniella.- Nem vem. A Dani já me emprestou esse vestido marsala.Jheniffer fez uma cara triste.- Puxa. Não sobrou nada pra mim? Terei que ir básica ao famoso teatro Cólon?Daniella abriu outra mala.- Por sorte, trouxe dois vestidos pretos. Um liso e outro com strass. Logicamente, o brilhante é o meu. Jheniffer abraçou o outro vestido.- Esse está ótimo, amiga. Me empresta?- É lógico.Elas ouviram batidas na porta.- Quem será?Perguntou Stefany.- Não sei. Os rapazes, talvez. O Bruno estava irritado pois teria trazido um blazer, se soubesse que sairia a noite para o teatro.Jheniffer abriu a porta. Consuelo sorriu.- Meninas. Podemos entrar?Jheniffer respondeu.- Sim, Consuelo. A casa é sua.Seis moças a seguiram, empurrando carrinhos com cabides de vestidos. Dois rapazes carregavam caixas de sapatos.- Acharam que eu as convidariam e não se preocupasse com suas vestimentas? Coloquei o teatro no roteiro do passeio e não as avisei. Não se preocupem, pod
Bianca bateu a porta do quarto de hotel. Velasco fumava enquanto olhava o tablet.- Boa tarde. Já chegou?- Boa tarde pra quem? Um bingo beneficente e a titia brilhando, cercada de bajuladores e aqueles seis brasileiros bestas. Já viu alguma festa ser boa com argentinos e brasileiros juntos e misturados?- Quais brasileiros? - Quais seriam? Apollo, Jheniffer, Stefany e o namorado, a modelo Daniella Santisteban e o namorado, um policial com corpo de lutador de UFC e cara de Leonardo di Caprio.- Ah, bom. Achei que eram o Ronaldo Fenômeno, o Ronaldinho, o Adriano Imperador, Neymar e outros boleiros.- Se fossem esses seria bem legal e melhor. Titia os convidou e vai levar a trupe ao Cólon.- Uau. A velhota abriu a carteira então. - É o que parece. Sempre foi mão de vaca, ao menos comigo. Se tocou que brevemente sairá da fundação e existe vida fora dela. Olha aí, está tudo nas redes. As fotos do evento beneficente, fotos da titia com os brasileiros, fotos disso e daquilo.Velasco entro
Vinte e uma horas. As pessoas saíam do teatro Cólon. Os sorrisos nos rostos, a alegria no ar. Duas peças tradicionais e belas, ainda que vistas por várias vezes, não perdem o encanto. Do outro lado da rua movimentada, Bianca e Velasco observavam Consuelo e seus convidados entrarem na limusine. O carro grande e luxuoso chamava a atenção. - Titia está se sentindo a rainha do Egito.- Vamos embora, Bianca. Essas peças me deram sono. A limusine fez um tour pela cidade.- Quando for ao Brasil, ficará hospedada em minha casa, Consuelo.- Será um prazer, Daniella. Irei ao seu casamento, que será um acontecimento.- Faço questão de colocar seu nome na primeira lista de convidados. - A primeira lista é das madrinhas.- Por isso mesmo. Já está convidada pra ser a minha madrinha.- Sério? Estou arrepiada.Bruno interferiu.- Mas, nem a pedi em casamento. Ainda não.- Nem pediu e já aceitei. Não tem volta, amor.Stefany puxou Wellington pelo braço.- O primeiro casamento é o meu. Já estamos ve
Apollo e Jheniffer chegaram a mansão. Consuelo dava ordens a alguns funcionários.- Bom dia, queridos. Como foi o passeio matinal?- Bom dia, Consuelo. Agradável e cheio de emoções. Diferente, com a Jheniffer ao meu lado.Consuelo sorriu.- Tenho a certeza que minha Manoela permitiu o enlace de vocês dois.- Eu senti isso também, Consuelo.- Isso me alegra, Jheniffer. Ela sabe, ainda que noutra esfera espiritual, que você está o fazendo feliz, cuidando bem desse ser especial.- Até rimou, Consuelo. Vamos tomar um banho e já desceremos para o café.- Ótimo, Apollo. Hoje o dia será de vocês.- Iremos a Mendoza.- Ótima idéia. Vai levar os amigos para conhecer a vinícola?- Exato. A Finca Sophenia, um lugar espetacular.- O bom mesmo é ir pra lá de trem, demorado mas romântico e agradável.- Não temos tanto tempo. Iremos de jatinho. Estaremos lá perto das treze horas, ideal para o almoço na pousada de Darlan.- Isso. São quatro horas e meia de vôo. Se seus amigos continuarem dormindo, ch