Bianca bateu a porta do quarto de hotel. Velasco fumava enquanto olhava o tablet.- Boa tarde. Já chegou?- Boa tarde pra quem? Um bingo beneficente e a titia brilhando, cercada de bajuladores e aqueles seis brasileiros bestas. Já viu alguma festa ser boa com argentinos e brasileiros juntos e misturados?- Quais brasileiros? - Quais seriam? Apollo, Jheniffer, Stefany e o namorado, a modelo Daniella Santisteban e o namorado, um policial com corpo de lutador de UFC e cara de Leonardo di Caprio.- Ah, bom. Achei que eram o Ronaldo Fenômeno, o Ronaldinho, o Adriano Imperador, Neymar e outros boleiros.- Se fossem esses seria bem legal e melhor. Titia os convidou e vai levar a trupe ao Cólon.- Uau. A velhota abriu a carteira então. - É o que parece. Sempre foi mão de vaca, ao menos comigo. Se tocou que brevemente sairá da fundação e existe vida fora dela. Olha aí, está tudo nas redes. As fotos do evento beneficente, fotos da titia com os brasileiros, fotos disso e daquilo.Velasco entro
Vinte e uma horas. As pessoas saíam do teatro Cólon. Os sorrisos nos rostos, a alegria no ar. Duas peças tradicionais e belas, ainda que vistas por várias vezes, não perdem o encanto. Do outro lado da rua movimentada, Bianca e Velasco observavam Consuelo e seus convidados entrarem na limusine. O carro grande e luxuoso chamava a atenção. - Titia está se sentindo a rainha do Egito.- Vamos embora, Bianca. Essas peças me deram sono. A limusine fez um tour pela cidade.- Quando for ao Brasil, ficará hospedada em minha casa, Consuelo.- Será um prazer, Daniella. Irei ao seu casamento, que será um acontecimento.- Faço questão de colocar seu nome na primeira lista de convidados. - A primeira lista é das madrinhas.- Por isso mesmo. Já está convidada pra ser a minha madrinha.- Sério? Estou arrepiada.Bruno interferiu.- Mas, nem a pedi em casamento. Ainda não.- Nem pediu e já aceitei. Não tem volta, amor.Stefany puxou Wellington pelo braço.- O primeiro casamento é o meu. Já estamos ve
Apollo e Jheniffer chegaram a mansão. Consuelo dava ordens a alguns funcionários.- Bom dia, queridos. Como foi o passeio matinal?- Bom dia, Consuelo. Agradável e cheio de emoções. Diferente, com a Jheniffer ao meu lado.Consuelo sorriu.- Tenho a certeza que minha Manoela permitiu o enlace de vocês dois.- Eu senti isso também, Consuelo.- Isso me alegra, Jheniffer. Ela sabe, ainda que noutra esfera espiritual, que você está o fazendo feliz, cuidando bem desse ser especial.- Até rimou, Consuelo. Vamos tomar um banho e já desceremos para o café.- Ótimo, Apollo. Hoje o dia será de vocês.- Iremos a Mendoza.- Ótima idéia. Vai levar os amigos para conhecer a vinícola?- Exato. A Finca Sophenia, um lugar espetacular.- O bom mesmo é ir pra lá de trem, demorado mas romântico e agradável.- Não temos tanto tempo. Iremos de jatinho. Estaremos lá perto das treze horas, ideal para o almoço na pousada de Darlan.- Isso. São quatro horas e meia de vôo. Se seus amigos continuarem dormindo, ch
- Uau. Que paisagem deslumbrante.Exclamou Jheniffer, ao ver a vinícola com a montanha gelada ao fundo.- Realmente, é um lugar lindo, a mil e duzentos metros acima do nível do mar. Isso torna o solo especial e o clima perfeito para a produção de uvas.- Exatamente, senhor Apollo. A água é puríssima, uma dádiva de Deus, por isso vinhos maravilhosos da Finca Sophenia, os Malbec.- Com certeza, meu amigo.Eles chegaram a vinícola. Jheniffer, Stefany e Daniella colocaram os casacos. Bruno e Wellington colocaram gorros. - Está frio.- Pois é, Wellington. Verão no Brasil e nós aqui, pertinho da cordilheira. Disse Stefany, maravilhada pela paisagem. Poli desceu do carro e gritou.- Hendrigo. Eles chegaram.Hendrigo e sua mãe saíram.- Apollo. Enfim apareceu por esses lados.Apollo abraçou Hendrigo.- Estou sumido mas nunca os esqueci.- Não esqueceu pois levou umas duzentas garrafas daqui.- Por isso voltei, já acabou o meu vinho.- Exportamos para o Brasil. Há Malbec nos supermercados de
- É uma inveja do bem.- Entendi, Jheniffer. Podem ir.Damiana pediu a uma funcionária da vinícola que preparasse o local. Jheniffer e Stefany também queriam ter a sensação de pisar uvas. Pouco depois, as duas advogadas puderam satisfazer a vontade, pisando os cachos de uva.Wellington tirava fotos e Apollo se divertia. Bruno voltou a casa pois queria tomar água. O policial andou até a residência. Ele viu um bebedouro, na entrada do restaurante.- Perfeito. Bruno ouviu vozes.- Eu a quero, mamãe.- Tem a Jheniffer, Hendrigo. Ela é linda.- Pode ser mas a Daniella é profissional.- Tenho dinheiro. Quero ela aqui.- Tudo bem, a vinícola é sua, o restaurante, as empresas e a marca. Tudo é seu, filho.- Mas a sua opinião importa. Muito. O que achou da idéia?- De trazer a Daniella pra cá, em março?- Poderia ser hoje, se o Ramirez não estivesse na Alemanha.- Vai precisar dele?- Sim. Ramirez poderá convencer a moça. Ele tem mais jeito. Quero a Daniella, de qualquer jeito. Vou dar um cam
O cheiro de café e de pão quentinho estava perfumando o ambiente da manhã na vinícola. Apollo acordou mais cedo que os demais. Meia hora depois, Jheniffer veio até o restaurante, onde ele conversava com Hendrigo e Damiana.- Aí está você. Achei que tinha levantado cedinho e voltado a capital a pé, nos deixando aqui.- Não dê idéia que Apollo faz isso.Disse Damiana, abraçando a advogada.- Já estou com saudades daqui. - Já estou com saudades de vocês, Jheniffer. Em março, nos veremos de novo para o desfile e lançamento dos vinhos.- Se Deus quiser, Damiana.Jheniffer abraçou Apollo.- Está cheiroso e bem agasalhado.- O frio é um convite a não querer tomar banho, porém temos de ser fortes e enfrentar o chuveiro. - Verdade, Apollo. Depois que entra no banho, o frio passa. Concluiu Hendrigo. Damiana esfregou as mãos.- Vamos entrar. O café está pronto.Eles entraram. A mesa estava linda e farta. Vários tipos de pães, tortas , queijos, presunto, salames e bolos. Meia hora depois, Stef
- Vamos na limusine, até o aeroporto. Não a devolvi ainda.- Está bem. Nada mais glamouroso que chegar ao aeroporto de limusine, Consuelo.- Estou querendo ir também. Ficar um pouco mais com vocês, Apollo.Stefany e Wellington desceram. Pouco depois, Daniella e Bruno se juntaram a eles. As malas na sala. - Vamos? Já está querendo anoitecer.Consuelo chamou o motorista. Apollo pegou as malas. Wellington e Bruno fizeram o mesmo. Todos entraram na limusine.- Eu decidi colocar uma cláusula no estatuto da fundação Hermann.- Sério, Consuelo? Algo importante.- Para mim sim. Muito importante. Ela garante aos ex presidentes da fundação um ganho vitalício de quatro salários mínimos. Isso não poderá ser retirado, de forma alguma. É uma garantia para que tenhamos condições de nos manter.- Fez isso por mim?Consuelo pegou a mão de Apollo.- Sim. Por você e por mim também. Temos bons salários, graças a Deus mas não tenho muito dinheiro guardado, ao contrário que muitos pensam. Tenho tantos gas
Eles desembarcaram no aeroporto de Guarulhos. A garoa fina.- Eh, São Paulo. São Paulo da garoa, São Paulo, terra boa.Cantarolou Stefany, na pista.- Tem gente feliz ao pisar o chão brasileiro.- Ah, Daniella. Não há lugar melhor no mundo que a nossa terrinha. O Brasil tem muitos problemas mas também muita coisa boa.- Eu concordo com ela. A gente só dá valor quando saímos do país. É diferente. Não sei o que mas o brasileiro é diferente.Disse Apollo. Eles saíram do aeroporto.- Cadê a dona Celeste, com seu fusquinha turbinado?- Stefany. Não vamos caber todos no fuscão da sua mãe.- Eu sei, Jheniffer. Mandei mensagem mas ela não visualizou. Vamos pegar dois carros de aplicativos, mais em conta que táxis.Apollo apontou os táxis parados.- Embora saibamos disso, Stefany, os taxistas precisam ganhar e sustentar a família. Pode ser mais salgado mas é o preço da rapidez e praticidade. Estão logo alí. - Você tem razão. Vamos de táxi.- Olha, eu prefiro táxi. São mais limpos, os motorista