(NARRATIVA DE ARIELLE )O restante do jantar passou em um silêncio incômodo, pesado e sufocante.Eu me concentrei no meu prato, determinada a evitar o olhar de Jared e suprimir as memórias que ameaçavam emergir.Era a cena… o calor de um jantar em família, o tipo de momento que eu um dia sonhei, que tinha me desestabilizado. Minhas defesas haviam rachado sob o peso disso. Eu não poderia deixar isso acontecer de novo. Eu não deixaria.Isso deveria ter sido um lembrete do que eu poderia ter tido naquela época e um aviso claro do que agora precisava proteger.Cerca de vinte minutos depois, Jared se desculpou e saiu, deixando-se sozinha com Renan.Fiquei mexendo distraidamente na comida enquanto Renan me observava com seus olhos curiosos e inocentes.— Mamãe? — Sua voz suave me puxou para fora do emaranhado dos meus pensamentos.— Sim, querido?— Por que você não fala com o papai? — Perguntou, seu tom cuidadoso, mas direto. — Eu fiz algo errado? É a comida? Isso te deixou infeliz?Sua per
(NARRATIVA DE ARIELLE)Eu congelei no lugar, minhas mãos instintivamente voando para cobrir minha boca, como se isso pudesse de alguma forma desfazer o que acabou de acontecer. Meus olhos se apertaram por um instante, embora o dano já estivesse feito.Minha mente ficou em branco, como uma tela de erro piscando na minha cabeça. Meu corpo travou, mas meu rosto? Esse me traiu completamente, esquentando mais rápido do que eu podia recuperar o controle.Jared parecia tão surpreso quanto eu. Suas mãos voaram para se cobrir, seu rosto uma mistura de choque e frustração enquanto evitava encontrar meu olhar.— Eu só estava tentando perguntar... se você ia usar a hidromassagem primeiro. Se não, então eu... — Ele gaguejou, as palavras tropeçando umas nas outras como se seu cérebro não conseguisse acompanhar. Piscou rapidamente, visivelmente desconcertado. — Por que você entrou?Meu rosto ardia de vergonha, e minhas palavras se recusavam a cooperar.— Eu—uh—desculpa! Eu não sabia! — Balbuciei, gir
(NARRATIVA DE JARED)Era mais um dia perfeito para um marido caseiro profissional.Espreguicei-me, sentindo-me revigorado ao balançar as pernas para fora da cama. O hábito me fez olhar para o outro lado, onde Maverick normalmente se enroscava, mas estava vazio.Certo. Ele vinha dormindo com Arielle nas últimas noites. Desde que aqueles pesadelos começaram, ele não saiu do lado dela.Suspirei para mim mesmo. Já tinha me acostumado com sua pequena silhueta aconchegada ao meu lado, suas respirações suaves me embalando de volta ao sono sempre que acordava durante a noite.Algo que pareceria ainda mais natural? Acordar com ele e sua mãe ao meu lado.Esse pensamento me arrancou uma risada depreciativa enquanto enfiava os pés nos chinelos. Um homem pode sonhar, claro, mas eu sabia melhor do que alimentar esperanças impossíveis… pelo menos por enquanto.Coloquei os chinelos e comecei minha rotina do dia. Escovei os dentes, joguei água no rosto e fui para a cozinha preparar o café da manhã.Coz
(NARRATIVA DE JARED)Com esse pensamento, desliguei o laptop e o empurrei para o lado. Olhei para o relógio na parede, empurrei a cadeira para trás e me levantei, decidindo que era hora de começar a preparar o jantar.Mas, nesse momento, meu telefone tocou, interrompendo minha intenção. Era minha mãe ligando, e eu suspirei antes de atender, rezando para que ela não começasse a perguntar quando eu voltaria para casa.Após muita pressão e perguntas sobre onde eu estava, acabei abrindo com ela sobre meu local, e desde então, ela não parou de perguntar quando eu voltaria para casa toda vez que conversávamos.— Olá, mãe — Atendi.— Jared, quando você vai parar de brincar de “marido de casa”? — Minha mãe perguntou, com tom de brincadeira.Eu resmunguei internamente. — Não de novo, mãe. Não me diga que foi por isso que você me ligou?— Não, foi por isso — Minha mãe disse, seu tom agora mais sério. — Só queria falar com você sobre uma coisa.Não pude deixar de perceber a mudança no tom de sua
(NARRATIVA DE ARIELLE)Sentada à minha mesa no escritório, encarando a tela do computador sem realmente ver, não conseguia impedir meus pensamentos de vagarem. Nos últimos dias, o debate sobre a permanência contínua de Jared na minha casa foi constante, e cheguei finalmente a uma decisão… eu precisava pedir para ele ir embora.Eu não podia continuar vivendo com meu ex-marido; estava ficando cada vez mais estranho e difícil a cada dia.Eu planejava falar com ele na noite anterior, mas justo quando estava prestes a tocar no assunto, uma ligação do Dwayne me interrompeu e decidi deixar para hoje, depois do trabalho.Mas quanto mais pensava nisso, mais ansiosa ficava. Não conseguia continuar com essa farsa de convivência, fingindo que tudo estava bem quando claramente não estava.Ele estava me deixando desconfortável com todas as coisas gentis que fazia, e por mais que odiasse admitir, isso estava começando a mexer comigo.Suspirei e empurrei a cadeira para trás, afastando-me um pouco da m
(NARRATIVA DE ARIELLE)Os dias passaram voando e logo chegou o fim de semana, o dia do jantar em família, que também marcava a data em que Jared deveria deixar minha casa. Já fazia três dias desde nossa última conversa, e ele manteve distância, me evitando completamente.Em resposta, permaneci em silêncio, embora o peso dessa ausência me machucasse mais do que eu queria admitir.Até mesmo Maverick percebeu a tensão e, inocentemente, perguntou, durante o jantar, se o papai deixou a mamãe brava. Forcei um sorriso e assegurei que tudo estava bem, mesmo sem conseguir convencer a mim mesma.— Querido, agora que terminou de comer, por que não vai assistir TV por uma hora antes de dormir? — Interrompi quando ele tentou insistir no assunto.Observei ele ir embora, sentindo tristeza e culpa. Essa situação entre mim e Jared não era justa com ele. Maverick merecia algo melhor do que ficar preso no meio dos nossos problemas. Era melhor que Jared fosse embora, para que nossas vidas voltassem ao nor
(NARRATIVA DE JARED)Depois que Arielle saiu com Nana Jean, tentei continuar a conversa com Maverick, mesmo que minha mente insistisse em vagar, imaginando o que Nana Jean precisava dizer a Arielle em particular.Afastei esse pensamento e me concentrei em Maverick, que falava animadamente sobre o tamanho da mansão e sobre como sua bisavó era linda. Ouvi atentamente, sorrindo e assentindo nos momentos certos.Mas minha mente continuava voltando para Arielle. Falando nela, desde nossa última conversa, três dias atrás, tentei manter distância. Não porque estivesse bravo com ela, mas porque era o melhor a se fazer.E hoje, quando ela saiu vestindo aquele vestido, meu fôlego foi arrebatado. Ela parecia ter nascido para usar roupas assim. O jeito como o tecido abraçava suas curvas, como a cor combinava com sua pele e a destacava... Senti meu coração falhar uma batida enquanto a observava.Ao lembrar que, depois desta noite, não ficaríamos mais sob o mesmo teto, um aperto doloroso tomou conta
(NARRATIVA DE JARED)Neste momento, minha determinação de descobrir mais sobre a tatuagem e o homem triplicou. Tentei conectar a tatuagem à identidade dos homens; seria um símbolo de algum grupo ou apenas uma obra de arte?Mas antes que eu pudesse desenvolver esse pensamento, a voz de Nana Jean ecoou pelo corredor, chamando todos para o jantar.Respirei fundo, forçando-me a deixar o assunto da tatuagem de lado, pelo menos por enquanto. Eu resolveria isso depois. Agora, comida.Estava prestes a entrar na sala de jantar quando um pensamento me atingiu como um trem em alta velocidade.Sem hesitar, caminhei até Arielle, que estava sozinha, e a puxei de lado. Tentei manter minha voz baixa, mas a urgência era evidente.— Arielle, posso te perguntar uma coisa? — Minha voz era quase um sussurro.Ela me olhou com curiosidade, os olhos se estreitando em desconfiança.— O que foi?— É sobre o seu segurança... O Big Joe. — Acrescentei o nome para dar mais ênfase. — Ele tem uma tatuagem no braço di