Eu não sabia exatamente a hora que ele viria me buscar aqui em casa, então me levantei da cama às oito da manhã, apesar de não ter dormido. E, assim que tomei coragem para sair do quarto, resolvi colocar em prática os pensamentos que povoaram minha mente por toda aquela madrugada: contar para minha mãe sobre os últimos acontecimentos.
Meu relacionamento com a minha mãe era bom, sempre fôramos só nós duas desde que meu pai e ela se separaram e ele sumiu no mundo. Enrtão, ela tentava ser próxima e ser minha amiga, buscando compreender minhas confusões; Não era comum que brigássemos, mas acontecia.
Quando contei-lhe sobre Nate, ela ficou zangada comigo por ter sido tão irresponsável e ter feito pouco caso de algo tão importante quanto a minha primeira vez, disse que era sorte minha que Nate era um bom garoto, que tinha cuidado de mim e tentado reverter a situação assim que soubera. Ela ficou indignada que eu continuei a dizer que não era nada demais e ficou bem óbvio que minha mãe tinha preferência a Nate sobre mim e quase bateu palminhas de felicidade quando contei-lhe que Nate viria me buscar para sairmos.
Nós começamos a escolher uma roupa logo após o almoço e minha mãe apoiou a escolha de uma roupa um pouco mais abusada do que estava acostumada a usar, com decote, além de ter e emprestado seus sapatos favoritos. Após sair do meu banho, cacei meu celular para encontrar uma mensagem de Nate me avisando que me buscaria antes das 16h e, como já tinha passado das 15h, corri para me arrumar.
Tinha certeza absoluta que jamais havia conseguido ficar tão gata tão rápido. Eram 15:38 quando ocupei meu lular no sofá da varanda e foi exatamente três minutos antes de visualizar o carro de Nate estacionando em frente ao meu portão. Com um sorriso, abri o portão — que estava sempre destrancado — e deixei-o entrar em meu quintal.
— Oi — Ele se aproximou, me dando um beijinho no canto do lábio. — Me esperando há muito? — Sacudi a cabeça, negando. — Sua mãe está em casa?
— Está lá em cima.
Nate passou por mim com um sorriso e não pude evitar meus lábios se repuxarem para cima; no geral, sabia que Nate faria isso em algum momento e, em parte, era por isso que havia contado para minha mãe naquela manhã.
— Oi, tia Mel — Nate disse, na entrada da sala.
— Querido! — ela sorriu e se levantou pra abraçá-lo.
— Ahn, então — ele respirou fundo. — Eu queria meio que comunicar, meio que pedir permissão... Bom, eu e a Lisse estamos namorando.
— Oh, sim! — ela comemorou — E eu acho ótimo!
— Então, a senhora não vai se importar se eu sequestrá-la essa noite? — ele sorriu.
— Eu vou pensar se aceito devolução — e os dois riram de mim enquanto eu revirava os olhos.
Ótimo, minha mãe e meu namorado discutiam a minha guarda enquanto eu ficava sorrindo, feito babaca, esperando a boa vontade do meu namorado de ir pro carro.
Apertei a mão dele com mais força e ele olhou pra mim, sorrindo mais com os olhos do que outra coisa. Acenamos pra minha mãe e descemos de mãos dadas até o carro.
— Mademoiselle... — abriu a porta do carro pra mim, com uma pequena reverência. Eu sorri, lhe dando um selinho, e entrei.
Ele deu a volta e entrou no carro jogando o cabelo. A mão dele procurou a minha coxa, apertando, e seus lábios procuraram os meus com uma urgência que chegou a me assustar.
— Tô nervoso — me disse, com cara de cachorrinho abandonado, assim que encerrou o beijo.
Eu ri da carinha fofa que ele fez e mordi uma de suas bochechas.
— Eu reparei — ele sorriu de lado e se jogou contra a poltrona, respirando fundo. Rindo, passei a minha perna livre pelo colo dele e me acomodei. — Vamos relaxar? — e me pus a beijar o pescoço dele.
— Assim eu vou ficar mais tenso — avisou-me, um minuto depois, apertando minha cintura e a minha coxa com força. Eu parei de beijá-lo e encostei minha testa na dele.
— Vai dar tudo certo, deixa de ser bobo — e sorri.
Ele me deu língua e a gente se beijou.
Uns dez minutos depois, a gente conseguiu sair com o carro.
Encostei a cabeça no banco, olhando pra Nate durante todo o percurso. Ele ficava muito lindo dirigindo, todo concentradinho, todo sério. Às vezes, quando ele parava em um sinal, olhava pra mim e fazia careta por eu estar encarando-o. O que eu podia fazer se tinha o namorado mais lindo e perfeito de todo o mundo?
Não fazia ideia de quanto tempo durou a viagem, mas acabamos conseguindo chegar. Quando estacionou, desceu do carro e me esqueceu ali dentro e estava quase entrando na casa de show quando voltou correndo pra me buscar.
— Desculpa, tô nervoso — ele disse e eu só ri da cara dele.
— Já disse pra relaxar — passei a mão pelo seu braço, buscando lhe passar algum conforto.
— Ok.
Assim que a gente pisou dentro da casa de show, senti o olhar das meninas passarem de “uau” pelo Nate para “te odeio” para mim. Lancei um sorriso forçado com o desconforto, mas prometi que não ia ligar. Nate nem tinha notado nada, buscando alguém com o pescoço esticado. Ele me puxouu até umas mesinhas onde estavam os caras da banda dele, Grego, Patrick e Lucas. Eu os conhecia bem, embora fossem de escolas diferentes.
— Eae, Lisse? — os meninos me cumprimentaram. Eu me sentei e Nate me deu um selinho, dizendo que ia buscar bebidas.
— Que viado! — Lucas socou a mesa. — Ele nem contou que vocês tavam juntos.
— Tem só dois dias, Lucas — ri.
— Mas ele contou — Patrick olhou feio pra ele. — Você que estava distraído e não ouviu.
— Ele ficou a meia hora do lanche falando isso, ontem — Grego revirou os olhos e os desfocou. — Vai lá.
— O que? — ninguém entendeu, inclusive eu.
— Nate está sendo atacado — disse. Eu me virei, pronta pra socar a alma desnutrida que estava atacando meu namorado e me levantei, batendo os pés até o bar.
Era uma mulher loira, uns dez anos mais velha que nós, com poucos seios, mas, mesmo assim, o decote de sua blusa ia até quase o umbigo, com uma autoconfiança que eu jamais teria.
— Oi — cheguei por trás dela. Ela me olhou como se dissesse “se enxerga, garotinha” e voltou a falar qualquer coisa com o Nate, que agora estava tentando contorná-la pra chegar até mim. — Amor, o que você comprou pra mim?
— Batida de morango — respondeu e aproveitando o momento aturdido da mulher, parou ao meu lado, passou a mão na minha cintura e me obrigou a começar a caminhada de volta à nossa mesa. — Ciumenta — completou.
— Da próxima vez não te salvo — dei língua. — Me dá minha bebida — arranquei o copo da mão dele. — Quem é aquele lá? — Apontei pra um moço falando com os garotos.
— O dono daqui — senti ele enrijecer e apertei sua mão.
— Não fique nervoso, vamos lá.
Mas antes que chegássemos lá, o cara tinha ido embora e apenas encontramos os garotos com olhos arregalados.
— O que houve? — Nate perguntou.
— Tem olheiros aqui, cara! — Patrick esganiçou.
— Olheiros? — perguntei, vendo Nate se jogar na cadeira.
— Pessoas de gravadora, amor — Nate me respondeu, puxando-me para sentar em seu colo.
— Eita! Que massa! — comemorei, mas pela cara dos meninos, eles não concordavam comigo. — Ahn... — tentei acabar com a tensão. — Que horas que vocês vão tocar? — piorei as coisas, não foi?
— Daqui a pouco — Grego respondeu, com cara de cansado. — Vamos pro backstage, caras?
Lucas, Patrick e Grego se levantaram e seguiram pra uma portinha do lado do palco. Eu os admirei indo até que precisei me concentrar em outra área: o pescoço.
— Vamos? — ele me perguntou. Eu saí do colo dele e ele passou o braço pelos meus ombros, beijando minha testa. Passei meu braço pela cintura dele e sorri. Tinham umas cinco garotas me encarando com vontade de me matar, mas quem se importava com isso?
Nós passamos pela portinha e caminhamos por um corredor de saletas até que Nate escolheu uma e entrou.
Patrick estava com a cara na lixeira, vomitando de nervoso.
Eu pus a mão na boca.
— O que foi? — Nate me perguntou, dividido entre zoar o Patrick com sua lixeira e cuidar de mim.
— Ou eu saio daqui — anunciei. — Ou o Patrick vai ter que dividir a lixeira comigo.
Nate riu da minha cara de nojo e me puxou pelo camarim até uma portinha que eu vim a descobrir ser o banheiro assim que a abriu.
— Estomago fraco, huh? — riu, fechando a porta atrás de si. Eu me sentei na bancada da pia, respirando o máximo que podia para controlar o enjoo, mas me faltava ar.
Oi, Nate, será que você poderia dar dois passinhos pra trás? Estou enferma!
— Muito fraco — respondi, tentando respirar.
— Você é uma caixinha de surpresas — sorriu, encaixando-se entre as minhas pernas e me abraçando pela cintura, me fazendo tremer.
— Huh? — foi o que eu me dignei a dizer.
Ele riu, colando nossos lábios num selinho.
— Frágil, ciumenta... — A mão dele se posicionou na minha coxa e subiu em direção aos glúteos, me fazendo arfar — Sexy... — Terminou, mordendo meu lábio inferior.
Eu sorri, passando meus braços pelo pescoço dele.
— Nate... — eu o chamei, de olhos abertos, desgrudando nossos lábios, mas mantendo a distância mínima entre nossos rostos. Ele resmungou. — Posso te fazer uma pergunta?
— Quantas quiser — ele beijou meu queixo, ainda de olhos fechados.
— Por que eu? — perguntei. Ele abriu os olhos, me encarando com os magníficos globos castanhos que me faziam delirar cobertos de confusão — Quero dizer... Você poderia ter qualquer garota que...
— Shiu! — Nate me calou, pondo um dedo nos meus lábios — Eu poderia ter qualquer uma, se você diz, então qual o problema de querer a melhor? — corei, fazendo-o rir. Não me achava a melhor, eu nem ao menos me achava digna do namorado que eu tinha, muito menos a melhor! — Você me encantou desde o primeiro momento, quando você entrou na sala de aula no primeiro dia, enrolada com um fone de ouvido e a mochila. Você jogou a mochila no chão e fez um barulho imenso! — ri, avermelhada e escondi meu rosto na curva do pescoço dele — Só não entendo o que você vê em mim, de verdade. Eu só sou um cara maloqueiro, estranho, que acha que vai ganhar a vida com uma bandinha de rock.
Ok. Era até aceitável que eu tivesse dúvidas sobre mim; não era a mais bonita das garotas, nem a mais inteligente, mas Nate não conseguir se enxergar era demais: ele era lindo, gentil, carinhoso, atencioso... Será que não tinha espelho em casa?
— Você tem bonitos olhos!
Nate me olhou com a cara mais indignada do mundo e tive que me segurar muito pra não cair na gargalhada na frente dele.
— Eu te faço uma declaração linda dessa e você me diz que eu tenho bonitos olhos? — fez bico e eu lhe apertei as bochechas. Nate não era um fofo?
— Eu estava brincando — justifiquei, rindo, assim que Nate conseguiu me fazer largar suas bochechas — Você... Sei lá... eu não vou falar isso! — corei.
— Falar o quê? — perguntou, com os brilhando.
Oh, Gosh, não faz isso comigo ou eu não respondo corretamente pelos meus futuros atos!
Corei mais ainda tentando formular uma frase que se adequasse e Nate mordeu-me uma bochecha, tentando me encorajar. Sem sucesso, é claro.
— É que você é tão... — tampei metade do meu rosto com a mão, envergonhada — ...Perfeito — Nate sorriu abertamente pra mim e eu me senti segura ao continuar. — E eu continuo esperando acordar do sonho que eu estou tendo porque é a única coisa que explica isso... — apontei para nós dois, tentando explicar o fato de que estávamos juntos.
Nate riu.
— Se você está sonhando, eu também tô, Lisse — confessou.
Eu sorri, ainda envergonhada demais e ele me beijou, puxando-me mais para perto — se é que era possível –, passando a mão pelas minhas coxas.
TOC TOC
Grunhi, irritada que tivessem nos atrapalhando bem naquele momento.
— Tá na hora, Nate — ouvi a voz de Lucas dizer. Eu o mataria assim que pudesse. — Bora! — apressou.
Nate encostou a cabeça em meu e suspirou pesadamente, enquanto eu passava os dedos por seu coro cabeludo, massageando-o.
— A gente pode conversar depois, não pode? — perguntou, fazendo dengo.
— Claro que podemos — ri. — Vai lá fazer seu show que eu vou me infiltrar no meio das histéricas, ok?
Ele riu.
— Okay, ciumenta
Dez minutos depois, eu estava no meio da plateia fugindo de um cara inconveniente, que estava tentando se esfregar em mim, enquanto tomava meu drinque, pulando ao som de uma das músicas doidas da banda do meu namorado.
Eu estava admirada com o quanto eles eram bons! Toda a galera estava pulando, tentando cantar ou, pelo menos, balançando a cabeça. Meu peito estufou de orgulho não só de Nate, mas daqueles quatro meninos corajosos e talentosos.
Na minha opinião, eles tinham futuro.
O show acabou com a música da garota do cabelo colorido e eu achei que tinha escutado uma menina falar que pintaria o cabelo de azul só por causa daquilo. Torcendo o lábio, me afastei de um grupo de garotas que estava falando sobre o quanto Nate era bonito.
E daí se eu era ciumenta?
Voltei à mesa e aguardei... Vinte minutos após o show ter terminado, nenhum dos rapazes tinha aparecido ainda. Comecei a me perguntar o que poderia ter acontecido.
Batendo os pés, mais minutos se passaram. Estava entediada e não podia mais botar nenhuma bebida na minha boca ou estaria classificada como bêbada. Eu já estava até alegrinha.
Senti um movimento ao meu lado, mas não me exaltei, porque eu estava encarando a porta e, por isso, não podia ser ninguém que quisesse ver.
— Sozinha, bebê? — uma voz esquisita e masculina me perguntou.
— Não — respondi, revirando os olhos.
— Engraçado que eu estou te observando desde que você estava na pista e ainda não vi ninguém com você — torceu os lábios — Claro que você está sozinha.
Eu resolvi olhar pra ele e encarei o cara que estava tentando se esfregar em mim, enquanto eu pulava vendo meu maravilhoso namorado tocando lindamente no palco e sorri falsamente.
— Meu namorado é da banda, ele estava tocando e agora eu estou esperando ele sair, pra gente ir embora.
— Ah, tá, você acha que eu vou acreditar nessa? Não me quer por perto, inventa algo melhor, garota.
Eu olhei para o garoto tentando entender qual era a Ele era até bonitinho, mas não queria. Eu tinha o Nate, certo? E se tinha fugido do garoto quando ele se esfregou em mim, ele devia ter tido a decência de se manter longe.
— Bom, eu não tô mentindo — afirmei, rolando os olhos — Se você não quer acreditar, dane-se você. Não tenho que te dar satisfações mesmo.
— Garota, se você quer namorar um daqueles caras, tudo bem — riu, debochando. — Mas não fique vivendo num mundo de fantasia e mentindo pros outros, ok? —
Eu revirei os olhos e me assustei, sentindo algo caindo em cima de mim.
— Patrick! — reclamei, rindo.
— Que? — perguntou, cínico, sentado em cima das minhas pernas — tô cansado e você é fofinha.
Obrigada por comentar docemente sobre meus quilos a mais, Patrick.
Grego apareceu por trás de mim, mexendo no meu cabelo. O garoto esquisito se levantou e foi embora, bufando frustrado.
— Quem é esse, Lisse?
— Um idiota que não queria acreditar que eu tava com vocês — ri, passando os olhos pelo lugar — Cadê Lucas e Nate? — Perguntei.
— Lucas tá ali — Grego respondeu, apontando para um cantinho onde podia-se ver um casal se atracando. Corei.
— E o Nate tá lá dentro esperando você — Patrick apontou pra portinha que levava aos camarins.
— Okay — empurrei Patrick do meu colo e ele saiu, resmungando. Rindo, me despedi e sai em direção ao camarim.
Assim que abri a porta, algo tampou minha boca e me arrastou pra primeira saleta vazia que encontrou.
— Nataniel! — reclamei, assim que ele me soltou — Você me assustou!
Ele riu, me abraçando pela cintura. Meu cabelo voou pra trás e ele começou a beijar meu pescoço, me causando arrepios.
— Tenho... Uma coisa... Muito... Importante... Pra falar — sussurrou, entre beijinhos.
— Fala — pedi, com a voz fraca.
Ele parou de beijar meu pescoço e encostou o nariz no meu, abrindo o maior e mais lindo sorriso do mundo.
— Minha banda foi contratada por uma gravadora! — sentenciou.
Houve um momento de silêncio enquanto o encarava, impassível e chocada com a informação. Depois, comecei a gritar, pulando em cima dele. Ele cambaleou para trás, caindo no sofá e rindo. Era o primeiro show deles, a primeira vez que se apresentavam em um bar e tiveram aquela sorte de serem descobertos logo de cara.
— Eu sabia! É por isso que vocês demoraram tanto? — continuava pulando em seu colo, animada com a notícia.
Ele não respondeu nada, ficou apenas sorrindo olhando para mim. Eu parei de comemorar, ainda rindo e deixei o rosto cair pro lado, tentando entender a expressão dele, mas não precisei...
Nate colou os lábios nos meus de forma bruta e urgente.
Eu arfei, em susto e pulei, jogando meu corpo pra trás, para longe do corpo dele, caindo no chão de mau jeito. Ele me olhou, confuso pela minha reação.
— Desculpa — ri — Você foi muito... repentino.
Além de gostoso e lindo.
Ele gargalhou e escorregou do sofá, ajoelhando no chão à minha frente e engatinhou até mim. Apoiei meus cotovelos no chão, erguendo o corpo pra encará-lo. Ele encaixou-se entre as minhas pernas e senti sua excitação, me provocando arrepios. Gemi baixinho com isso, fazendo-o sorrir.
Nate manteve os braços apoiados nos lados do meu corpo. Encostou o nariz no meu, de olhos fechados e acabou por roçar nossos lábios de leve, mordiscando meu lábio inferior com mais cuidado que o normal.
Meu braço fraquejou e dei uma guinada em direção ao chão, afastando levemente nossos rostos. Nate riu baixinho e apoiou uma das suas mãos na minha nuca e jogou seu peso sobre mim, me obrigando a deitar no chão, grudando os lábios nos meus. Ele mordiscou meu lábio inferior com mais força, subindo a outra mão, que estava livre, pela minha coxa, por dentro da minha saia, em direção à minha bunda.
Meu estômago revirou e passei meus dois braços pelo pescoço dele.
Nate riu entre o beijo e encerrou-o, com um selinho, indo concentrar suas carícias no meu lugar favorito: o pescoço.
Eu joguei a cabeça pra trás, correndo meus braços levemente pelas costas dele, fazendo-o parar de beijar meu pescoço por alguns segundos para murmurar algo em aprovação que não fui capaz de entender.
Coloquei minhas mãos nos bolsos da calça dele e apertei aquele conteúdo, sentindo seu murmúrio de aprovação em minha pele. Nate me fez cócegas quando riu entre um chupão e outro. Eu ficaria com marcas, mas não importaria se ele continuasse com aquilo daquela maneira.
Eu tirei minhas mãos dos bolsos dele e enrosquei meus dedos na barra da blusa dele, arranhando levemente suas costas com a outra mão. Ele resolveu mordiscar minha orelha e gemeu baixinho quando o arranhei com mais vontade.
Soltando um murmúrio de aprovação, com todos os pelos do meu corpo arrepiados, estômago revirando, respiração e coração acelerados, senti que ele capturava meus lábios mais uma vez, mas esse beijo durou apenas alguns segundos devida à nossa falta de ar, acompanhada da vontade de explorar outros lugares interessantes que não puderam ser explorados em público.
Ele correu os lábios do meu queixo para o pescoço e continuou descendo até mordiscar um de meus seios por cima da blusa.
Eu arfei, gemendo alto. Meu braço caiu de onde estava até o chão, esticado para fora do corpo enquanto meus dedos da outra mão quase arrancavam o cabelo de Nate com força.
Minha mão livre, ao tentar agarrar o chão em um momento insano, capturou algo muito estranho.
— O que... O que é isso? — perguntei.
— Huh? — Nate respondeu, relutante de parar. Ele olhou pro papel engordurado na minha mão, contrariado pela minha falta de interesse no que ele fazia. — Deixa isso pra lá, amor — tentou me beijar, mas eu empurrei-o, largando o papel no chão, torcendo o nariz.
— Que nojo! — exclamei, me levantando. Nate bufou.
— Vamos pro sofá, então — sugeriu, sentado, com cara de cão sem dono.
— Não quero aqui — cruzei os braços. Nate revirou os olhos e se jogou no chão de bruços. — Levanta daí, deve estar cheio de baratas — continuei reclamando.
— Agora não dá — disse com a voz afetada — Eu... tava animado, okay?
Eu ri baixinho, corando levemente.
— Vou te esperar lá fora, não demora, tá? — Ele fez ok com a mão e eu caminhei até a porta — Vamos escolher um lugar melhor na próxima? — Ele fez ok com a mão de novo e eu encostei a porta rindo.
Escorei meu corpo na parede contrária e escorreguei até o chão me sentindo a pessoa mais idiota e retardada do mundo.
O papel engordurado me broxou, mas eu podia estar no amasso com Nate até agora... E estava tão bom! Agora, a idiota estava em um corredor sujo esperando o namorado se acalmar para poderem sair em público.
Fiquei alguns minutos na mesma posição, aguardando até que ele saiu com cara de poucos amigos.
— Vamos logo — resmungou — Vou arrumar um lugar limpinho e cheiroso pra você.
Eu ri do bico de revolta e do seu mau humor e me levantei, passando os braços pelo seu pescoço e ficando na ponta dos pés, para lhe dar um selinho. Ele, relutante, colocou as mãos na minha cintura.
— Desculpa, amor — sussurrei.
— Tá — emburrou — Você que tá certa, eu sou um idiota e sempre escolho os piores lugares.
— Huh... Nem sempre — sussurrei, mordiscando-lhe o queixo, lembrando do banheiro.
Ele sorriu de lado, aparentemente encantado com meu tom de voz.
— Tá, vamos — Ele passou um dos braços pela minha cintura e me guiou para fora daquele corredorzinho, de volta ao barzinho, que tinha esvaziado bastante no tempo em que ficamos nos camarins.
. Nate apertou o passo, tentando sair, sem que fossemos abordados por ninguém, mas é claro que o plano dele não deu certo.
As coisas nunca dão certo quando a gente quer.
— Nataniel! — a gente ouviu alguém chamar. Nate revirou os olhos, me fazendo rir e voltou-se para quem o chamava.
Eu vi Grego correr entre as pessoas em nossa direção.
— Que foi? — Nate perguntou, quando Grego pôs as mãos nos joelhos, arfando.
— Tem como você levar o Patrick pra casa? — perguntou.
Momento câmera lenta: admirando a boca do Nate se abrir e o queixo cair vários andares em indignação.
— Ah, cara, por que você não leva? — questionou, frustrado.
— Patrick encheu a cara e tá vomitando e eu tenho que esperar o Lucas voltar pra levar ele — Grego explicou — Por favor, cara.
Nate bufou.
— Eu odeio vocês, sério mesmo — e virou pra mim — Vai lá, abre o carro e me espera.
— Tá — fiquei na ponta dos pés e lhe dei mais um selinho.
Abri o carro e entrei pelo carona, encostando a cabeça no encosto do banco e esperei. Não demorou muito pra que visse Nate e Grego carregando um Patrick extremamente bêbado pra dentro do carro. Grego fechou a porta e acenou enquanto Nate dava a volta no carro e entrava.
— Se você sujar meu carro, eu te mato, Patrick — Nate resmungou, dando a partida. Eu ri, baixinho, com dó. Passei minha mão pela coxa dele e apertei. Ele soltou o ar com força.
Ouvi um barulho no banco de trás e virei-me.
— Acho melhor você ir rápido — aconselhei-o — Patrick tá querendo vomitar.
— Problema dele se ele vomitar, vou atrás dele amanhã pra encher a cara dele de porrada — Nate respondeu.
— Nate!
— Tá — Ele acelerou. Logo chegamos à casa de Patrick e eu levantei para ajudá-lo a carregar o garoto pra dentro — Eu posso fazer isso sozinho, Lisse.
— Eu sei, quero saber se você vai deixar ele vivo — respondi, passando um braço de Patrick pelos meus ombros. Nate riu e senti o peso que eu carregava sumir.
Eu caminhei até a porta da casa dele apenas carregando seu braço, pelo que percebi.
— Cadê a chave, mané? — Nate perguntou, dando-lhe um tapa na cabeça.
— Não faz isso, Nate — ralhei. Então, não deu tempo nem de dar passo pra trás. Patrick vomitou no carpete.
— Ah, que merda, Patrick! — Nate exclamou.
— Aqui — Patrick tirou a chave do bolso.
— Ele precisava botar coisas pra fora pra poder falar? — ri.
Nate riu junto, revirando os olhos. Ele pulou o carpete nojento, carregando Patrick sozinho e eu o segui, fechando a porta. Nate o jogou no sofá e colocou as mãos na cintura, como um super-herói, admirando o seu feito. Eu o abracei por trás, rindo.
— Vamos? — Nate me perguntou, virando-se pra mim.
— Arg, você vai deixar ele aí? — indaguei. Ele fez que sim com a cabeça. — Ele precisa de um banho!
— Eu não vou dar banho em marmanjo — reclamou.
— Okay, eu dou — Eu disse. — Onde é o...
— Eu vou. — Nate disse emburrando. Passou braço de Patrick por cima dele de novo e o começou a carregar — Saco.
Eu ri, me acomodando no sofá que Patrick desocupara, admirando a criação divina subir a escada balançando de um lado para o outro. Duvidava que um dia enjoaria de admirar a bunda de Nate.
Encostei a cabeça no braço do sofá, me deitando. Meia hora de cochilo, acordei com beijinhos no meu pescoço.
— Assim faz cócegas — resmunguei, rindo baixinho. Nate sorriu e me pegou no colo — Ei! — Eu exclamei, surpresa, passando os braços pelo pescoço dele. — Você não está pensando direito hoje, está?
— Não — respondeu — Eu só vou conseguir pensar em alguma coisa depois que a gente terminar o que começamos no bar.
Eu ri e beijei-lhe os lábios de leve.
— Tadinho do meu lindo.
— É, tadinho de mim — ele me beijou, abrindo a porta traseira do carro. Me colocou lá com cuidado e entrou no motorista. Ele nem dirigiu cem metros e estacionou embaixo de um poste sem luz e pulou para o banco de trás.
— Nate? — ainda conseguir dizer, antes que ele me beijasse.
Eu fui deitada no banco com sutileza de um rinoceronte. Minha blusa voou pra longe e Nate se pôs a beijar meus seios com voracidade.
Bem onde a gente tinha parado, muito prático.
Eu girei os olhos, suspirando pesado enquanto minhas mãos quase arrancavam o cabelo dele. Ele desceu os beijos pra minha barriga e puxei a blusa dele por cima da cabeça.
Minha saia voou pro chão junto com as blusas e ele voltou pra me beijar. Eu ri meio ao beijo e ele mordiscou meu lábio inferior.
Então, fiquei cega.
TUM TUM TUM
Quando meus olhos se acostumaram com a luz, peguei a blusa de Nate no chão para me cobrir. Um guarda apontava uma lanterna para dentro do carro. Nate fechou os olhos com força e se sentou, abrindo a janela.
Foi o momento mais constrangedor da minha vida.
Mas o guarda foi legal com a gente e deixou saíssemos sem ir para delegacia, com a condição que fôssemos pra casa.
Nate foi para o banco do motorista, bufando. Eu mordi o lábio, segurando o riso.
— Nate... — chamei. — Onde a gente vai? — perguntei, vendo-o passar direto pela rua da minha casa.
— Pra minha casa — Edisse, concentrado.
— Mas...
— Todo mundo foi pra casa da minha avó, eu fiquei por causa do show.
Então por que a gente tava quase transando nas porcarias de lugares doidos? Revirei os olhos.
Nate estacionou na garagem e me puxou para fora do carro pela porta do motorista mesmo, me fazendo rir de sua pressa.
— Enfim sós — sorriu.
Rindo, passei minhas pernas pela cintura de Nate. Ele pôs as mãos na altura da minha bunda pra me dar sustento. Eu estava vestindo a blusa dele porque precisei me cobrir quando o guarda nos rendeu; não que fosse um esforço muito grande vestir as camisas de Nate com o cheiro maravilhoso dele.
Agarrei seus cabelos, embolando-os com a alça da minha bolsa. Nate andou de costas até bater com a cabeça na porta.
— Ai — reclamou.
Tadinho, ele estava tão concentradinho em mim.
Rindo, abri a porta da garagem e a gente entrou cambaleando pela cozinha. Ele parou de me beijar fervorosamente, provavelmente preocupado com a subida da escada. Então me concentrei em beijar-lhe o pescoço. Não sei se foi uma boa ideia, visto que ele tropeçou umas duas vezes e a gente quase caiu da escada.
Já no quarto, me jogou na cama e arrancou minha calcinha por debaixo da blusa dele, quase se posicionando, já sem a boxer. Eu ainda estava sem clima.
— Hey — Eu chamei. — Vamos brincar? — Pedi.
Ele mordeu o lábio, impaciente.
Mesmo contrariado, ele encostou os lábios nos meus devagar e me mordiscou.
Eu gemi baixinho.
Ele desceu os beijos para o meu pescoço.
Eu gemi baixinho.
Ele acariciou meus seios com a mão, mordiscando e lambendo levemente até chegar ao bico e chupar.
Gemi.
Ele desceu os beijos pela minha barriga enquanto abria a sua própria blusa que eu usava, lambendo grande parte da extensão.
Gemi.
Ele pegou uma das minhas pernas e eu já revirei os olhos imaginando como aquilo iria acabar.
Gemi alto.
Então, como consolidação do ato, ele lambeu meu clitóris.
Gemi muito alto.
Tentando manter a sanidade, agarrei os lençóis da cama enquanto ele lambia minhas partes Íntimas. Arfei, vendo que ele havia parado e tentei respirar o máximo de ar que pude enquanto não voltasse ou viesse me beijar, mas ele não o fizera.
— Que porra é essa? — perguntou.
Eu, concentrada em outras coisas do jeito que estava, não havia escutado o barulhinho irritante que meu celular fazia dentro da bolsa jogada no chão.
— Desculpe — sussurrei. Ele girou os olhos e se jogou de qualquer jeito na cama. Eu levantei, tentando não tropeçar nas minhas próprias pernas devido a empolgação de trinta segundos atrás e peguei a bolsa. — Alô — atendi o celular.
“Filha” tinha que ser ela, né?
— Ah, oi mãe.
“Como foi o show?” perguntou, empolgada.
— Hm,... Mãe, a gente pode falar depois? Não é uma boa hora.
Nate deu uma risadinha irônica.
“Ah, por quê? Você e o Nate tão brigando?”
— Não, mãe. Na verdade, é o contrário disso.
“Oh!” exclamou, compreendendo. Riu. “Depois me liga, meu bebê” e desligou.
Eu caminhei até a cama e deitei ao lado de Nate, fazendo carinho nas suas costas.
— Perdi totalmente a vontade — sussurrou — e as minhas costas estão doendo.
— Então tá — ri. Sentei em cima da sua bunda e apertei minhas mãos contra as costas nuas dele. Ele gemeu quando estalaram as costas. — Você tá parecendo um velho — ri. Ele murmurou algo indecifrável. — Sabe... — disse, após cinco minutos de massagem. — Acho que a gente não gosta muito de camas.
— Nem começa, a gente tava quase lá, sua mãe que me brochou — resmungou. Eu desci das costas dele, sentando ao lado.
— Eu posso te animar, se quiser — corei.
Ele riu, virando pra mim, deixando que eu visse que estava excitado e só estava fazendo dengo com a minha cara.
— Lisse...
— Vai... — fiz bico. — Qual foi? Desde quando uma mulher tem que implorar pra um homem por um pouco de sexo? — pensei e disse, antes que tivesse noção do que estava fazendo e corei da cabeça aos pés. Nate gargalhou da minha cara.
— Bom — Nate sorriu, acariciando a parte da minha perna que estava ao seu alcance — Você pode me animar, se quiser — riu. — Já que a gente nunca utilizou de uma cama... Pra tudo tem uma primeira vez, certo?
— Só com você — ri.
Eu mordi o lábio, segurando em seu membro com cuidado. Passei minhas pernas para entre as deles e me curvei, lambendo a glande com cuidado. Nate arfou, passando a mão pelo rosto. Eu coloquei um pouco na boca, chupando devagar e ouvi Nate gemendo longamente.
Ele passou os dedos pelo meu cabelo, incentivando a aumentar os movimentos. Eu arranhei-o com os dentes, o fazendo gritar. Ele sentou, me puxando pelos cabelos para grudar os lábios nos meus e foi fácil perceber que ele estava animadinho de novo.
Que nada nos pare agora, por favor.
Ele me jogou pra trás, com a cabeça para os pés da cama, ficando por cima de mim. Eu forcei o beijo por mais alguns segundos, mordendo meus próprios lábios quando ele se afastou pra se ajeitar.
Eu simplesmente adorava a sensação de quando ele se encaixava em mim. Tinham horas que achava preferir mais a primeira estocada que todo o resto, mas lembrar de sensações com as que tive no banheiro (que agora estava a poucos metros de mim, me fazendo recordar com mais intensidade) me provavam que estava extremamente equivocada.
Ele estava mais bruto que das outras vezes, até que da primeira vez. Agarrava-me com toda a força que eu achava que tinha. Eu agarrei seus cabelos de volta, girando os olhos enquanto ele se movimentava sobre mim. Cansamos muito mais rápido que o normal. Afinal, que dia difícil foi aquele?
Ele se jogou sobre mim, beijando meu pescoço com vontade, suspirando baixinho.
— Já está bom pra você, senhora exigidora de pecados?
Está ótimo, ótimo até demais.
Mas não respondi, entorpecida demais para tal. Eu apenas grudei meus lábios nos dele pra um longo selinho.
Ele me chamou com o dedo e eu respirei fundo, caminhando até ele. — Como você consegue? — soltei, sem ar. Ele riu, me puxando pela cintura para um abraço, que consegui ficar sem por mais de dois meses. Eu respirei todo o perfume que podia, o que fez meu corpo todo estremecer por intoxicação com o contato intenso após a escassez extrema. — Eu só me acostumei! — sussurrou com a voz falha. Parecia que alguém estava com tantos problemas quanto eu. A porta se abriu com um estrondo. Achava que Nate a tinha chutou enquanto grudava nossos lábios com extrema urgência. Mesmo assustada com a repentinidade (e eu acho que nunca vou me acostumar com ela) da atitude inesperada, logo agi, passando minhas pernas pela cintura dele. Nate me fez gemer, apertando minhas coxas com força e me imprensando na parede, fechando a porta com a mão que ficara livre. Mas era claro que ela ficar livre momentaneamente não significava que não iria se divertir. — Senti
— Cuidado com isso — cantarolei, vendo Nate carregar uma das caixas da mudança.Caixa que continha meu abajur favorito, que ganhara da minha avó aos cinco anos de idade.Nate parou no batente da porta, encostando a caixa nele para poder olhar o que tinha dentro.— Que buginganga é essa? — perguntou.Meus braços começaram a reclamar demais do peso que estava carregando.— Sai da frente, Nate, está pesado — reclamei.— Vamos trocar — propôs, puxando a minha caixa e tentando fazer a troca em meio à confusão que estava.— Não, Nate, sai da frente! — gargalhei— Mas você disse que o seu tá pesado, eu disse pra você não carregar nada pesado — ele continuava na frente, me impedindo de passar.— Nate — cantarolei, me controlando para não xing&aac
Precisava confessar que acordar foi caótico. Era o que acontecia quando você resolvia comemorar o primeiro lugar nas rtádios da banda do seu namorado com ele e seus três amigos malucos. No meio da comemoração com a banda, o churrasco virou pizza e a pizza virou um vira-vira infinito de vários tipos de bebida alcóolica. Eu nem ao menos sabia aonde estava quando acordei e demorou um pouco até que eu conseguisse juntar os pontos do começo da comemoração, no meio da tarde, até o meu acordar, com um grande buraco no meio da noite, apagado pela quantidade de álcool ingerida. Por Deus, estava vestida, agradeci quando me levantei. Isso significava que eu e Nate havíamos bebido o suficiente para nos ignorarmos e cairmos na cama pra dormir. Isso também significava que minha cabeça, que parecia gritar de tanto que doía nesse momento, me perturbaria pelo resto do dia se não fosse comer e tomar um comprimido para acalmá-la nesse segundo. Prendi meu cabelo com uma
Doze dias.Duzentas e oitenta e oito horas.Dezessete mil e duzentos e oitenta minutos.Um milhão, trinta e seis mil e oitocentos segundos.Sem Nate.Para completar, meu corpo parecia estar estranhando o meu emocional sem Nate e estava recusando comidas que normalmente mataria para poder comer. Estava fraca, enjoada e desfalecendo.Não contei a Nate o que estava acontecendo comigo porque não queria deixá-lo preocupado e fazendo shows ruins em sua primeira turnê por minha causa. Nem devia ser nada demais, podia ser que eu estivesse estressada com o começo da faculdade.Botei na minha cabeça que era tudo culpa das minhas aulas e da minha nova péssima alimentação, além das noites que passava em claro sentindo falta dos braços de Nate ao meu redor. Talvez eu apenas devesse perguntar a ele se sentia-se tão fraco quanto eu, já que estamos dormin
— Ei! — ouvi, da minha janela.Toc.— Lisse, eu tô aqui!Grunhi, me mexendo na cama. Eu mal conseguia dormir e ainda ficavam fazendo escândalo na minha janela? Iria mandar alguém ir à merda se eu acordasse com olheiras e ficasse ouvindo a maquiadora reclamar disso pelo resto da manhã e da tarde.Toc.— Lisse? Por favor, eu tô aqui.Toc.Toc.Crash.CRASH?!?!?!?!Eu me levantei em um salto e, coçando os olhos, encarei os restos mortais do vidro da minha janela no chão, estilhaçado. No meio daqueles cacos, uma pedra.— Mas o quê? — questionei, com a voz uma oitava mais aguda.Calcei meu chinelo e me arrastei até a beira da janela, onde não havia sobrado um nada de vidro. Curvei-
— Sim — ela disse. Eu suspirei, quase aliviado. Ela olhou para mim e sorriu da forma mais linda que existia. Eu não entendia, nunca entendi como ela conseguia ser tão linda; como conseguia mexer tanto comigo; como conseguia fazer coisas estranhas acontecerem ao meu estomago, só com o seu sorriso. — E eu vos declaro marido e mulher — o Padre anunciou. — Pode beijar a noiva. Finalmente! Eu olhei para ela e ela estava aos prantos. Não entendi por que estava chorando. Então ela sorriu lindamente pra mim e passou o dedão pelas minhas bochechas, me fazendo perceber que eu também havia chorado. Ah tá. Levantei seu véu, secando suas lágrimas da mesma forma que havia feito com as minhas. Eu só conseguia pensar que agora era minha mulher. Só minha. Mãe do meu filho. Curvei-me e encostei meus lábios nos dela, sentindo-a passar os braços pelo meu pescoço. Levantei-a no ar e girei-a, fazendo-a encerrar o beijo para soltar uma gar
Esse livro é uma coletânea contando momentos especiais (+18) na vida dos personagens, que juntam as 10 razões pelas quais se apaixonaram. Há passagens de tempo entre os capítulos e podem variar de exatamente após ao capítulo anterior até meses. Nate e Clarisse são melhores amigos e acabam começando a se relacionar de uma maneira inusitada. Nessa história, iremos acompanhar 10 capítulos do amor de Nate e Lisse e os 10 motivos pelos quais eles se amam. É uma antologia de 10 contos que vão passar pela vida sexual e romântica do casal, sem ligação de tempo e espaço entre eles. A cada capítulo, uma história diferente que pode acontecer logo a seguir da anterior ou com semanas, meses de diferença entre elas.Quando Nataniel devolve um objeto que Clarisse emprestou para sua irmã, o professor responsável pela Central de apoio aos alunos homossexuais da escola questiona sua sexualidade. Nate fica em perigo e sua princesa no cavalo branco resolve resgatá-lo da sala onde
Estava tentando me concentrar no meu trabalho. Copiava, minha mente voava em descontração e acabava errando. Usava o corretor e continuava tentando me concentrar, mas sem muito sucesso. A culpa da minha desconcentração não era minha. Ele, ao meu lado, não parecia estar copiando o trabalho, embora escrevesse em seu caderno com bastante afinco. Minha curiosidade me corroía, porém eu não estava com coragem de perguntar o que era, não com o professor mais rígido da escola em sala. Ele sorria se divertindo enquanto rabiscava em seu caderno e eu não conseguia descobrir o que era nem esticando o meu pescoço para tentar averiguar. Ao perceber minha atenção, Nate abraçou o caderno para dificultar meu intento. Só consegui suspirar aliviada e relaxar quando a secretária da diretora pediu para o professor dar uma saída rapidinho. Arrumei-me na cadeira e virei a cabeça em direção a Nate. — O que você tá fazendo aí? Ele riu pela minha curiosidade descontrol