— Senta aí — Nate ordenou, apontando para o sofá, enquanto fechava a porta de a casa.
Foi com lentidão que me encaminhei para o sofá, sentindo a ardência no meio das minhas pernas, mas tentando disfarçar para que Nate não ficasse com mais arrependimento do que já estava.
— Eu acho que preciso ir ao banheiro — pedi.
Nate estava me observando andar e achei que tinha percebido meu desajeito ao caminhar. Estava de cara amarrada quando me mostrou o caminho até o banheiro e eu entrei, fechando a porta sem encará-lo, um pouco envergonhada.
Sentei na privada e verifiquei que estava com uma pequena mancha de sangue na minha calcinha, em um vermelho mais vivo do que se estivesse menstruada; ao fazer xixi, a ardência me fez dar um pulo que quase cheguei no teto. Precisei me lavar com um pedaço de papel higiênico que molhei na pia para aliviar-me. Aproveitei para lavar o rosto antes de sair do banheiro aos tropeços. Nate estava me aguardando encostado na parede em frente da porta com os braços cruzados.
— Tá tudo bem? — reparou no pouco de cabelo que eu havia molhado e no meu jeito esquisito de andar, quase como se estivesse mancando.
— Tô — sussurrei.
— Hmm — murmurou, me puxando pela cintura com uma só mão, a cabeça dele batendo em um dos degraus da escada. — Eu não te machuquei, machuquei?
Essa era uma pergunta difícil de responder. Dizer que não era mentira, mas o sim também era. Sentia-me desconfortável, um pouco dolorida, mas não achava que chegasse a ser um machucado.
— Não exatamente — era a resposta sincera que eu conseguia fornecer. Ele mexeu o lábio em desagrado e me beijou entre o queixo e a bochecha. — Só estou um pouco... Dolorida.
Nate não gostou nada da resposta. Ele girou comigo, me encostando na parede. Minha cabeça não chegava nem perto do degrau abaixo de onde estava a cabeça dele anteriormente.
— Desculpa — sussurrou, beijando, levemente, atrás da minha orelha.
— Eu acho... que é normal. Está tudo bem — abaixei a cabeça, envergonhada, deixando o cabelo tampar um pouco o meu rosto.
Ele colocou meu cabelo atrás da orelha, levantando o meu rosto e encarando-me nos olhos.
— Eu não acho que isso seja muito normal — a culpa transbordava dos olhos dele. — Você devia ter me falado...
— Você vai falar isso por quanto tempo? — perguntei. Ele riu baixinho.
— Pelo tempo que eu me sentir culpado, o que deve ser para sempre — deu-me um selinho — Você sabe onde é meu quarto, certo? — confirmei com a cabeça. — Eu vou na cozinha arrumar algo, vai pra lá que eu já vou — confirmei outra vez. Ele sorriu e me beijou de leve.
Esperei ele sumir pelo corredor para me atrever a caminhar até o primeiro degrau. Achei que seria difícil, mas foi bem mais fácil do que eu pensei. Subi quase correndo, querendo me livrar da tarefa o mais rápido possível. No fim do corredor, o quarto de Nate estava com a porta aberta e eu entrei, observando. Não era o usual do que se esperava de um quarto masculino; Nate era bem organizado, muito mais do que eu sequer poderia sonhar em ser.
Eu ignorei os pôsteres na parede, coisa que eu não havia conseguido fazer da primeira vez que estive ali, no mês anterior, e me joguei na cama. A cama tinha o cheiro característico dele. Era incrível, parecia que ele tomava banho antes de dormir e passava perfume. Só assim para ficar com aquele cheiro.
Eu nem reparei quando peguei no sono...
— Lisse? — acordou-me, sorrindo.
Pisquei meus olhos, tentando lembrar como eu havia parado ali. Demorou um tempo para lembrar-me que nossa tarde tinha sido realidade, não mais um dos meus sonhos molhados.
— Oi — sorri. Ele passou a mãos pelos meus cabelos, jogando para longe do meu rosto.
— Tá tudo bem? — perguntou mais uma vez, com preocupação no olhar. Eu concordei com a cabeça. — Trouxe ovos, bacons e torrada
— Você quer me engordar, é? — questionei, rindo e me sentando.
— Bom, sabe como é, né? — riu, colocando a bandeja à minha frente — Eu gosto de carne — e mordeu o lábio. Eu corei, de repente achando as torradas muito interessantes. Nate riu, me dando um beijo na cabeça. — Era brincadeira, pequena, eu gosto de como você é — mesmo assim, as torradas pareciam muito gostosas e eu comecei a devorá-las. — Acho que eu deixei alguém com fome — Nate se gabou.
Dei língua para ele. Ele pareceu bem paciente, enquanto eu comia. Até sentir os mesmos arrepios de quase uma hora atrás quando ele resolveu mordiscar minha orelha. Ele riu, vendo o pulo que havia dado. Meu cabelo foi colocado para o lado e então meu pescoço foi feito de vítima.
Comida gostosa ou Nate gostoso?
Isso era mesmo um impasse?
Larguei a bandeja de qualquer jeito e me virei para ele, sentando em seu colo com uma perna de cada lado, sentindo o quanto ele tinha adorado meu momento de confiança exagerada.
Seus lábios capturaram os meus com tanta vontade que parei para analisar a possibilidade de acabar voltando para casa com lábios roxos. Teria que dizer para minha mãe que tinha comprado um batom novo e que aquela era a cor da moda do momento.
Não demorou muito para que os lábios de Nate procurasse meu pescoço, porém, que já estava começando a criar as cores de hoje mais cedo. Nós teríamos ter uma conversa sobre limites depois ou eu precisaria adquirir uma nova coleção de lenços — não que lenços fossem úteis no calor de nossa cidade.
Minhas mãos corriam pelo abdômen demarcado dele e achei que poderia destruir mais blusas só para ter alguns segundos daquilo. A que ele usava já estava destruída, então apenas a empurrei para trás, vendo as mangas saírem facilmente.
Se ele usasse blusas assim o tempo todo, seria mais fácil.
Desci minhas mãos até o cós da calça dele e vi que ele tinha parado de beijar meu pescoço. Congelado em seu lugar, atento aos meus próximos passos.
Mordi de leve a orelha dele e o empurrei para deitar na cama. Ele fechou os olhos, mordendo o lábio e me perguntei se ele sonhava comigo tal como cansei de sonhar com ele antes. Beijei-lhe o pescoço, descendo para o peitoral dele. Ele grunhiu quando me aproximei do abdômen. Mordi de leve e ele gemeu e, por um momento, parei para admirá-lo.
Meu namorado era muito gostoso, porra.
Continuei descendo os beijos e eu mesma me assustei quando percebi que havia chegado ao cinto da calça dele. Olhei para seu rosto e ele tinha os olhos cerrados e a boca aberta, arfando.
Não tinha sentido algum me acovardar agora.
Fiz menção de abrir o cinto, minhas mãos embolando em meu nervosismo, mas as próprias mãos dele me pararam. Ele sorriu, puxando meu rosto para cima e me deu um selinho, me fazendo deitar ao seu lado. Eu o olhei inquisidoramente. Ele sorriu e me deu outro beijo. Demorou mais que o selinho, mas também foi rápido.
— Desculpa, amor — sussurrou, rouco. Eu corei, competindo com a cor de mogno da cama dele. — Só preciso descansar um pouquinho e mais tarde a gente se diverte mais — fechou os olhos e eu achei que ele estava me dando desculpas, com medo de me machucar outra vez, mas relevei, então me aconcheguei ao seu lado e observei-o tentar cochilar, mas a mão dele continuava a acariciar e apertar minha cintura, me fazendo arrepiar os cabelos da minha nuca.
— Nate — chamei-o, mais acordada que nunca.
— Huh? — respondeu, ainda rouco.
— O que vai fazer amanhã? — questionei. Ele abriu os olhos, me encarando com aqueles dois globos castanhos, me fazendo sentir completamente transparente. Eu quase vacilei ao continuar. — Bom, todo mundo acha que você é gay e agora a gente... tá junto.
Ele abriu o maior sorriso do mundo com o meu tá junto e estremeci ainda mais com isso.
Eu iria pirar. Era a mão dele na minha cintura, os olhos me encarando e aquele sorriso maravilhoso? Sem contar que ele estava sem camisa e aquela não era a visão mais puritana do mundo.
Eu tinha acabado de descobrir como sexo era bom e não estava querendo abrir mão do prazer.
— Eu posso dizer pra escola toda que você é lésbica e que nossas almas se completam — riu. Muito engraçado. — Podem achar que eu sou o piadista do ano e eu vou acabar tendo destaque no livro.
— Ou podem achar que é verdade — tinha que ser pessimista.
— E aí a gente pode se agarrar quantas vezes quiser no C.A.H. — sussurrou, voltando a fechar os olhos. — Já que você gosta tanto de lá...
Essa não era uma ideia de todo ruim, mas preferia que tudo se esclarecesse e pudéssemos ser um casal comum, sem chamar muita atenção, de preferência. Ia falar isso para Nate quando percebi que ele tinha caído no sono. Sorri, fazendo cafuné nele. Eu gostava de fazer cafuné nas pessoas enquanto elas dormiam.
Okay, não era bem uma verdade. Eu só gostava de fazer cafuné em pessoas adormecidas quando essas pessoas eram o Nate.
Suspirei, sentindo o sono voltar para mim.
***
Um arrepio, dois arrepios. O terceiro me despertou para valer. Nate beijava meu pescoço. Resmunguei algo, informando que estava acordada. Parecia que alguém já tinha descansado o bastante. Sorri quando senti ele roçar o nariz no meu.
— Quer tomar banho? — ele me perguntou. Resmunguei. Eu queria ele, não o chuveiro e a água e fiz bico. — Vamos, isso fica bem melhor embaixo do chuveiro.
— Isso? — perguntei, devagar por ter acordado naquela hora. Mas ele sorriu de lado, safado, e entendi.
Afinal, não era tão lerda assim. Ou não costumava ser.
Era fato que quando eu sentia Nate perto de mim, ficava lerda. E, ao mesmo tempo, sentia que todos os meus hormônios eram pessoas felizes e bastante pervertidas.
Ninguém tinha ideia do tamanho da minha vontade de tirar aquelas calças dele e admirar a sua bunda outra vez.
Sacudi minha cabeça. Por fora, tentava parecer muito mais puritana do que realmente era, então ficar babando em Nate poderia destruir minha reputação tão bem cuidada.
Ele me puxou pela mão para fora da cama e acabei tropeçando em meus próprio pés. Sob os risos de Nate, ele me ergueu em seus braços sem esforço.
— Nate! — reclamei, enquanto ele ria.
— Vamos fazer as coisas certas, madame — Nate anunciou. Senti minhas bochechas corarem com o seu esforço em fazer minha experiência melhorar.
O quarto dele era uma suíte e sempre tinha achado isso interessante, mas agora conseguia entender a conveniência também. Cerrei os olhos para ele, vendo-o se mover pelo banheiro comigo em seu colo, sem dificuldades. Não consegui evitar sentir uma pontadinha de ciúmes.
— E quantas garotas o senhor já trouxe pra esse banheiro, hein, senhor Nataniel?
Ele me lançou um olhar sapeca, como se estivesse sido pego no pulo.
— Algumas — confessou, antes de me colocar sentada no vaso fechado e me beijar na boca.
Seu beijo me fez esquecer a minha pergunta e a sua resposta, então desmanchei-me em seus braços, curtindo o momento e deixando o ciúme para trás.
Sua boca deixou a minha e soltei um muxoxo de reclamação, apenas para senti-lo levantar minha blusa e deixar beijinhos pela minha barriga. A peça de roupa desapareceu de meu corpo quando os beijos se tornaram pequenas mordidas e consegui reunir autocontrole o suficiente para acariciar seus cabelos.
Sentia que Nate estava me tratando como uma boneca de poecelana, frágil e adorável, que poderia se quebrar a qualquer momento. Antes, no nosso momento desajeitado no Centro de Apoio à Homossexualidade, ele tinha sido quase bruto, nervoso e ansioso. Acabei descobrindo que eu também gostava daquilo quando era calmo e gentil.
Puxei seu queixo para mim, olhando em seus olhos. Ele sorriu com minha atenção e grudou sua boca na minha com ferocidade; sorri, percebendo que sua calma não era reservada para os meus lábios, deixando sua tensão sexual transparecer pelo nosso beijo.
Aquele contato mais cheio de nuances sexuais foi encerrado com um arfar de respirações e seus lábios desceram pelo meu corpo para beijar meus seios por cima do sutiã, enquanto suas mãos tentavam desesperadamente abrir o fecho da peça.
— Bosta — reclamou, tentando arrancar o sutiã, rasgá-lo ou qualquer outra coisa que o fizesse desaparecer. Ri, abrindo-o com uma mão só — Ei. Como fez isso? Vovcê vai ter que me ensinar um dia desses.
Não respondi; ainda estava tentando me acostumar com o fato de que tínhamos saído de apenas amigos naquela manhã de aula para um relacionamento estável e sexual com continuidade o suficiente para que frases como aquela pudessem ser proferidas. Meus pensamentos em vezes futuras foram embaçados quando os lábios dele encostaram em meus ombros, desceram pelo meu colo desnudo, passando pela minha barriga.
Senti-o parar, mas me recusei a abrir os olhos para verificar o que estava fazendo porque ainda estava aproveitando as sensações anteriores. Foi sentindo em minha pele que percebi sua movimentação em meu pé antes dos seus lábios encontrarem meu tornozelo e, apesar dos arrepios constantes, minha mente focou no fato de que eu tinha quase certeza que minhas pernas não estavam raspadas, mas Nate não pareceu se importar ou sequer perceber, pois seus lábios continuavam fazendo uma trilha fervente até a minha coxa.
Fui incapaz de conter o gemido quando ele lambeu a pele no interior da minha coxa e cheguei a me remexer inteira com a conclusão de que aquilo era muito bom. Eu sabia para onde ele estava indo e já sentia a tensão se acumulando no meu baixo ventre, deixando o meu quadril se mexendo com ansiedade.
Abri meus olhos para vê-lo se afastar, sorrindo. Minha saia foi retirada com rapidez e jogada para longe, mas não sabia dizer se tinha sido eu ou ele; com um olhar travesso e safado, Nate puxou minha calcinha e a lançou junto às outras no universo paralelo das roupas perdidas.
Minhas mãos se fecharam em punho quando Nate me penetrou com dois dedos, mas os nós logo se alongaram para que os dedos pudessem enfiar-se em meus cabelos enquanto eu jogava meu corpo para trás, batendo-o com força na parede. Meus olhos não conseguiam se decidir se queriam se antar abertos ou fechados e mesmo com pouco enfoque, consegui identificar o sorriso satisfeito no rosto de Nate.
Gemendo, voltei a fechar os olhos porque de nada adiantava mantê-los abertos sem foco; senti Nate retirar deus dedos dentro de mim e estava pronta para reclamar quando meu corpo explodiu em ondas de prazer sentindo a quentura da sua boca contra meus grandes lábios e a língua em meu clitóris.
Oh, céus, ele sabia o que estava fazendo.
Meu gemido foi quase um grito desesperado. A mão que estava em meus cabelos foi até os dele, grudando nos fios e puxando-o até minha boca em um beijo desesperado por causa das sensações exageradas no meu baixo ventre.
Nosso beijo não demorou muito. Empurrei-o conta a parede à minha frente e senti seu olhar questionador. Sentia minha inexperiência me acusando de ineficiência, mas foi com coragem que comecei a desafivelar seu cinto, vendo sua calça larga escorregar por suas pernas assim que consegui abri-lo.
Sua cueca logo foi empurrada pelas minhas mãos ansiosas e eu travei. Não tinha pensado muito sobre o que fazer depois que o despisse e sua ereção me deixou levemente impressionada e bastante intimidada.
Nate tinha a respiração entrecortada quando segurou meu queixo, me fazendo olhar para ele.
— Você não precisa fazer isso, sabe? — sussurrou e eu soube que ele estava quase rezando para que não o escutasse.
Eu não escutaria, de qualquer forma.
Senti a curiosidade arder dentro de mim e foi ela que me tirou do transe. Desviei meu olhar dos olhos de Nate voltando à sua ereção e levei minha mão ao seu pênis, acariciando do talo até a glande, mordendo o lábio e testando a textura em minha pele.
Não era que eu não soubesse o que fazer, mas o como sempre me deixava dúvidas. Mesmo assim, fechei minhas mãos no entorno do seu sexo e comecei a movimentá-la com um pouco de cuidado. Senti o suspiro de Nate quando sua mão envolveu a minha, tirando-a de seu pênis e, então, a outra, em minha cabeça, empurrou meus lábios em direção à cabeça do seu pau.
Em um pequeno susto, engasguei-me, mas não me permiti parar porque seus gemidos tinham ficado ainda mais altos.
Eu estava pegando o jeito quando Nate puxou meu rosto, me fazendo levantar e me beijou. No meio do beijo, minhas pernas foram levantadas e laçadas na cintura dele. Encostei a testa na dele, mordendo meu lábio, sentindo o membro dele roçar e quase me penetrar sem querer, enquanto ele me carregava até o chuveiro.
Ele ligou a água rapidamente e entendi porque aquilo era melhor embaixo do chuveiro. Nem tanto a água, já que ela nos sufocava enquanto a gente se beijava — mesmo aquilo também sendo muito bom — e encharcava nossos cabelos de modo que meus dedos escorregavam nos dele e os dele nos meus, mas sim a desculpa de se fazer sexo naquela posição.
Ele tinha os lábios nos meus, eu arranhava os ombros dele e ele tinha as duas mãos apoiadas na parede, onde eu era espremida sem reclamar.
Ele me penetrava mais forte e mais rápido e com uma certa urgência mais... urgente, mas sem ser bruto e sem tanto desespero. O incômodo que eu sentira antes era apenas um fantasma ardido quase sufocado com as outras sensações mais importantes que Nate me provocava.
Tentei jogar minha cabeça para trás algumas vezes, batendo com ela nos azulejos do box. Ele mordia meu pescoço com mais força e ria quando eu fazia isso, mas isso era tudo superficial. A concentração maior estava toda nos espasmos de prazer que eu sentia.
Em determinado momento, Nate gemeu mais alto. Mordi embaixo da sua orelha, quase pesarosa quando eu senti meu corpo todo tremer junto ao seu. Nate gemeu bem mais rápido e soube que ele tinha acabado, mas eu não estava pronta para parar.
Ele deu mais uma estocada e a onda de prazer veio muito mais forte que as anteriores e gemi muito mais alto. Sentia que Nate queria parar, mas continuava me penetrando e cada vez mais eu gritava. Então suspirei e ele parou e me beijou.
Ele encostou-se na parede do lado e escorregou até o chão comigo no colo. Eu o envolvi pela cintura e encostei minha cabeça no seu ombro.
Senti ele suspirar e mordiscar minha orelha.
— Isso foi um orgasmo? — perguntou, com um sorriso convencido.
— Eu não sei — respondi com a voz fraca, ainda sentindo meus cabelos na nuca arrepiados.
— Isso foi um orgasmo — afirmou, rindo. Ficamos mais alguns minutos naquela posição, trocando carícias. Até que ele levantou, provavelmente notando que nossas mãos começavam a enrugar e fechou o chuveiro. Saiu do box e me colocou sentada de novo na privada.
Ele voltou, segurando uma toalha e começou a me secar, passando-a por todas as partes do meu corpo, me deixando nervosa de novo. Seu cuidado enchia meus olhos de lágrimas porque nem em meus sonhos ele era tão maravilhoso assim. Terminou de secar cada cantinho do meu corpo antes de secar-se a si mesmo e enrolar uma toalha em sua cintura, impedindo-me a visão maravilhosa de sua bunda.
Deu-me um selinho.
— Já volto — sussurrou.
Sorri porque meu namorado era perfeito em todos os sentidos.
Ele realmente voltou rápido, já de cueca e trazendo uma camiseta dele. Passou meus braços pelas mangas e fechou cada botão com o máximo de cuidado. Puxou-me pela mão, sorrindo ao ver que a blusa não ficara longa, e me guiou até a cama dele. Ele deitou, me puxando para o lado dele e ficou me fazendo carinho na cintura e eu lhe fazendo cafuné até o primeiro se render e dormir.
Acho que fui eu...
Sacudi a gilete no pequeno pote de água e admirei minhas pernas sem pelos. Depois do dia de ontem, era a única coisa que tinha povoado minha mente e eu mal via a hora de poder me livrar daquilo. Suspirei aliviada, olhando o relógio apenas para verificar que estava atrasada para o colégio, mas era proposital.Minha esperança era que Nate pudesse ter resolvido o problema com o professor César, desfazendo o mal-entendido e que não precisássemos bolar um plano B, que incluía fazer piadas sobre nossas sexualidades e nos agarrar na frente de toda a escola, o que eu achava que seria um pouco constrangedor.Com um suspiro cansado, peguei minha mochila e saí para minha caminhada de quinze minutos até a escola; sabia que era uma pessoa sortuda por morar assim tão perto, tinham colegas meus que demoravam meia hora de ônibus pra chegar. Entrei no portão da instituição com
Eu não sabia exatamente a hora que ele viria me buscar aqui em casa, então me levantei da cama às oito da manhã, apesar de não ter dormido. E, assim que tomei coragem para sair do quarto, resolvi colocar em prática os pensamentos que povoaram minha mente por toda aquela madrugada: contar para minha mãe sobre os últimos acontecimentos. Meu relacionamento com a minha mãe era bom, sempre fôramos só nós duas desde que meu pai e ela se separaram e ele sumiu no mundo. Enrtão, ela tentava ser próxima e ser minha amiga, buscando compreender minhas confusões; Não era comum que brigássemos, mas acontecia. Quando contei-lhe sobre Nate, ela ficou zangada comigo por ter sido tão irresponsável e ter feito pouco caso de algo tão importante quanto a minha primeira vez, disse que era sorte minha que Nate era um bom garoto, que tinha cuidado de mim e tentado reverter a situação assim que soubera. Ela ficou indignada que eu continuei a dizer que não era nada demais e ficou bem óbvio qu
Ele me chamou com o dedo e eu respirei fundo, caminhando até ele. — Como você consegue? — soltei, sem ar. Ele riu, me puxando pela cintura para um abraço, que consegui ficar sem por mais de dois meses. Eu respirei todo o perfume que podia, o que fez meu corpo todo estremecer por intoxicação com o contato intenso após a escassez extrema. — Eu só me acostumei! — sussurrou com a voz falha. Parecia que alguém estava com tantos problemas quanto eu. A porta se abriu com um estrondo. Achava que Nate a tinha chutou enquanto grudava nossos lábios com extrema urgência. Mesmo assustada com a repentinidade (e eu acho que nunca vou me acostumar com ela) da atitude inesperada, logo agi, passando minhas pernas pela cintura dele. Nate me fez gemer, apertando minhas coxas com força e me imprensando na parede, fechando a porta com a mão que ficara livre. Mas era claro que ela ficar livre momentaneamente não significava que não iria se divertir. — Senti
— Cuidado com isso — cantarolei, vendo Nate carregar uma das caixas da mudança.Caixa que continha meu abajur favorito, que ganhara da minha avó aos cinco anos de idade.Nate parou no batente da porta, encostando a caixa nele para poder olhar o que tinha dentro.— Que buginganga é essa? — perguntou.Meus braços começaram a reclamar demais do peso que estava carregando.— Sai da frente, Nate, está pesado — reclamei.— Vamos trocar — propôs, puxando a minha caixa e tentando fazer a troca em meio à confusão que estava.— Não, Nate, sai da frente! — gargalhei— Mas você disse que o seu tá pesado, eu disse pra você não carregar nada pesado — ele continuava na frente, me impedindo de passar.— Nate — cantarolei, me controlando para não xing&aac
Precisava confessar que acordar foi caótico. Era o que acontecia quando você resolvia comemorar o primeiro lugar nas rtádios da banda do seu namorado com ele e seus três amigos malucos. No meio da comemoração com a banda, o churrasco virou pizza e a pizza virou um vira-vira infinito de vários tipos de bebida alcóolica. Eu nem ao menos sabia aonde estava quando acordei e demorou um pouco até que eu conseguisse juntar os pontos do começo da comemoração, no meio da tarde, até o meu acordar, com um grande buraco no meio da noite, apagado pela quantidade de álcool ingerida. Por Deus, estava vestida, agradeci quando me levantei. Isso significava que eu e Nate havíamos bebido o suficiente para nos ignorarmos e cairmos na cama pra dormir. Isso também significava que minha cabeça, que parecia gritar de tanto que doía nesse momento, me perturbaria pelo resto do dia se não fosse comer e tomar um comprimido para acalmá-la nesse segundo. Prendi meu cabelo com uma
Doze dias.Duzentas e oitenta e oito horas.Dezessete mil e duzentos e oitenta minutos.Um milhão, trinta e seis mil e oitocentos segundos.Sem Nate.Para completar, meu corpo parecia estar estranhando o meu emocional sem Nate e estava recusando comidas que normalmente mataria para poder comer. Estava fraca, enjoada e desfalecendo.Não contei a Nate o que estava acontecendo comigo porque não queria deixá-lo preocupado e fazendo shows ruins em sua primeira turnê por minha causa. Nem devia ser nada demais, podia ser que eu estivesse estressada com o começo da faculdade.Botei na minha cabeça que era tudo culpa das minhas aulas e da minha nova péssima alimentação, além das noites que passava em claro sentindo falta dos braços de Nate ao meu redor. Talvez eu apenas devesse perguntar a ele se sentia-se tão fraco quanto eu, já que estamos dormin
— Ei! — ouvi, da minha janela.Toc.— Lisse, eu tô aqui!Grunhi, me mexendo na cama. Eu mal conseguia dormir e ainda ficavam fazendo escândalo na minha janela? Iria mandar alguém ir à merda se eu acordasse com olheiras e ficasse ouvindo a maquiadora reclamar disso pelo resto da manhã e da tarde.Toc.— Lisse? Por favor, eu tô aqui.Toc.Toc.Crash.CRASH?!?!?!?!Eu me levantei em um salto e, coçando os olhos, encarei os restos mortais do vidro da minha janela no chão, estilhaçado. No meio daqueles cacos, uma pedra.— Mas o quê? — questionei, com a voz uma oitava mais aguda.Calcei meu chinelo e me arrastei até a beira da janela, onde não havia sobrado um nada de vidro. Curvei-
— Sim — ela disse. Eu suspirei, quase aliviado. Ela olhou para mim e sorriu da forma mais linda que existia. Eu não entendia, nunca entendi como ela conseguia ser tão linda; como conseguia mexer tanto comigo; como conseguia fazer coisas estranhas acontecerem ao meu estomago, só com o seu sorriso. — E eu vos declaro marido e mulher — o Padre anunciou. — Pode beijar a noiva. Finalmente! Eu olhei para ela e ela estava aos prantos. Não entendi por que estava chorando. Então ela sorriu lindamente pra mim e passou o dedão pelas minhas bochechas, me fazendo perceber que eu também havia chorado. Ah tá. Levantei seu véu, secando suas lágrimas da mesma forma que havia feito com as minhas. Eu só conseguia pensar que agora era minha mulher. Só minha. Mãe do meu filho. Curvei-me e encostei meus lábios nos dela, sentindo-a passar os braços pelo meu pescoço. Levantei-a no ar e girei-a, fazendo-a encerrar o beijo para soltar uma gar