Abro a porta e, claro, ele está impecável. Um terno preto de corte impecável, camisa vinho com os dois primeiros botões abertos e um lenço de bolso discreto que grita “eu sou milionário, mas não me esforço”. Ele sorri ao me ver, o olhar azul descendo por mim com descaramento.— Passarinho… — a voz grave, arrastada, quase um elogio. — Você está pronta pra matar alguém hoje?— Eu tô pronta pra ir, só isso. — Reviro os olhos sem paciência. — Sempre tão fria comigo — ele diz, com um biquinho fingido aproximando-se para ajustar a alça do meu vestido, os dedos roçando minha pele com intimidade forçada. — Ainda vai me agradecer por essa noite, você vai ver.Não respondo. Apenas passo por ele e entro no carro, um Bentley preto com vidros fumês e interior que cheira a couro novo e poder.O centro do Rio de Janeiro passa em silêncio enquanto tentamos ignorar um ao outro. Até que ele ri, divertido com minha hostilidade.— Você sabe por que está indo comigo, né? — ele diz, virando o rosto
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