CLAIREA noite caiu silenciosa, mas minha mente estava inquieta. Gabriel dormia no quarto ao lado, abraçado ao ursinho que Lucas tinha dado a ele em seu último aniversário antes do acidente. A cena na porta do hospital não saía da minha cabeça: o abraço entre Lucas e Gabriel, tão sincero, tão carregado de esperança, e ainda assim, vazio das memórias que tornavam aquele gesto completo.Passei a mão pelo rosto, tentando afastar o cansaço. Minha determinação em ajudar Lucas a recuperar suas lembranças crescia a cada dia, mas às vezes, o peso dessa responsabilidade parecia insuportável. Ele era meu marido, o pai do meu filho, e agora, quase um estranho.Decidi que precisava de ar fresco. Saí para o jardim, onde a brisa noturna sussurrava através das árvores. Ficar ali, sob o céu estrelado, sempre me dava uma sensação de calma. Mas, naquela noite, a calmaria parecia ilusória.LUCASO silêncio do hospital era perturbador. As visitas de Claire e Gabriel deixavam uma marca, mas também me deix
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