O dia tinha começado de forma monótona, mas eu estava estranhamente inquieta. Andava pela cobertura tentando ocupar minha mente com qualquer coisa: reorganizar os livros, ajustar alguns quadros ou simplesmente limpar a cozinha. Era algo que eu não fazia com frequência — afinal, havia pessoas contratadas para isso — mas hoje eu precisava me sentir útil, no controle de algo, nem que fosse de um pequeno canto daquela casa que parecia tão grandiosa e, ao mesmo tempo, tão vazia.Decidi limpar uma das prateleiras altas da cozinha, onde algumas taças de cristal estavam guardadas. Peguei uma cadeira para alcançar melhor, embora soubesse que poderia pedir ajuda. Talvez fosse um pouco de teimosia, mas havia algo de libertador em resolver as coisas por mim mesma.Estava concentrada em tirar o pó da última fileira de taças quando senti o desequilíbrio. A cadeira oscilou e, antes que eu pudesse reagir, tudo aconteceu rápido demais. Meu corpo perdeu o apoio, e eu despenquei no chão. A dor irradiou
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