Os dias que antecederam o casamento passaram como um borrão de decisões tomadas por outras pessoas. No dia do casamento, uma manhã fria e cinzenta cobria a cidade, como se até o céu estivesse de luto por uma ocasião que deveria ser um dos dias mais felizes da minha vida. Os preparativos haviam sido uma correria mecânica, organizados por terceiros, e nada refletia quem eu era, mas era um reflexo perfeito do que Leonardo queria: controle, perfeição, e, acima de tudo, distância emocional.Quando me vi vestida, pronta para o casamento, a ficha caiu: não havia mais volta. Eu estava prestes a me casar com um homem que mal conhecia, cercada por pessoas que mal se importavam com quem eu era de verdade.Assim que entrei na igreja, um pequeno local reservado e longe do glamour tradicional, senti um frio percorrer meu corpo. O espaço era decorado de forma elegante, mas austera, como se tentasse emular uma cerimônia luxuosa, mas sem vida. Flores brancas alinhavam os bancos, formando um caminho li
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