Rosa acordou com o frio da manhã cortando seu rosto. O sol tímido começava a atravessar as frestas das cortinas, anunciando um novo dia. Ainda de olhos fechados, ela estendeu a mão no vazio da cama ao lado, esperando sentir a presença quente de sua mãe, mas o lençol estava frio. Então, a dura realidade a atingiu como um soco no peito: sua mãe se foi. Não era um pesadelo, não era ilusão. Rosa estava sozinha.Ela se levantou devagar, os olhos secos de tantas lágrimas já derramadas nos dias anteriores, e, por um instante, parecia que o mundo inteiro parara. O cheiro da casa ainda era o mesmo, impregnado de memórias, mas já parecia estranho. Cada canto, cada objeto, cada planta no quintal... tudo era um eco do que sua mãe havia sido.Por três dias inteiros, Rosa se trancou no casulo da dor. O celular, desligado. As portas, fechadas. Ela não queria ouvir a voz de ninguém, não queria consolo, palavras vazias ou piedade. Só queria ficar com suas lembranças, cada uma delas que trazia saudade
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