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Todos os capítulos do Um Amor Inesperado : Capítulo 21 - Capítulo 30
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VINTE E UM
Os dias transcorreram tranquilamente. Depois daquele dia, Rafael e eu mal nos víamos. Era um alívio e ao mesmo tempo um tormento. Parecia que eu estava pisando em ovos, sem saber como agir. A sensação era desconfortável. Sônia, por outro lado, adorava fazer insinuações sem sentido, parecido com charadas. Mas não estava com humor para adivinhar o que estava acontecendo. As visitas de Márcia se tornaram mínimas depois de nossa breve discussão, o que para mim, era um alívio. Não queria ter um confronto com ela novamente e o mínimo que meu chefe podia fazer era pôr uma coleira nela. Eu mantive minha promessa a Rafael e tentei entrar em contato com Jorge, o antigo diretor, mas sem sucesso. Chamadas foram ignoradas e os e-mails nunca foram respondidos. Ponderei ir em sua casa, mas precisaria passar na empresa para pegar o endereço e naquele momento, isso não era viável. Massageei minhas têmporas. Aquilo seria muito mais complicado do que eu pensava. Meu trabalho como designer jogado par
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VINTE E DOIS
Era tarde quando saí da minha sala. Estava cansada e só queria ir para casa. Mauro me olhava com divertimento no olhar e solto um suspiro, pensando no tipo de brincadeiras que eles fariam aquela noite. Eu podia sentir que eles estavam aprontando algo e por mais que estivesse receosa, a curiosidade falou mais alto. Fui para o quarto de hospedes e troquei de roupa. Tirei meu terno de sempre e vesti um short jeans e uma blusa preta com um leve decote. Não iria seduzir ninguém e para uma ocasião informal como aquela, achei que era uma boa escolha. Senti meu celular vibrar e olhei as mensagens, sorrindo ao ver o nome da Lya. ‘Mana? Você está bem? Não tive mais noticias suas e fiquei preocupada.’ Senti uma lágrima rolar pelo meu rosto. Minha irmã querida, mesmo longe se preocupava comigo. Tinha vezes que isso acontecia, passávamos um tempo sem contato, cada uma focada na própria carreira. E quando as coisas se acalmaram, conversávamos por horas, colocando o papo em dia. Eu não podia
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VINTE E TRÊS
Rafael me esperou em seu escritório. Ao passar pela porta, ouvi ela bater com um estrondo alto e pulei, surpresa. Ele não me olhou, passando direto por mim e apoiou o corpo na escrivaninha. O que estava acontecendo? Não entendi a razão dele ter me chamado, muito menos o motivo de sua frustração.Ele cruzou os braços e só então me olhou. Seus olhos estavam frios, mas eu podia ver raiva irradiando deles.- O que foi aquilo? – perguntou friamente.- Como assim?Ele soltou uma risada irônica.- Como se você não soubesse. – passou a mão nos cabelos. – Quer mesmo que eu acredite que você masturbou uma garota e que ainda é virgem?Soltei o ar, frustrada. Todo aquele alvoroço por causa disso?-Não tenho motivos para fingir, Rafael. É minha vida pessoal, quem mais saberia da minha vida, se não eu mesma? – parecia que eu estava falando com uma criança. – Além do mais, o que isso tem a ver com você?- Você tem um ponto. – falou a contragosto. – Mas não respondeu minha pergunta.- Eu não preciso
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VINTE E QUATRO
Rafael notou seus lábios trêmulos e o olhar em seus olhos. Ele sabia que você estava assustada, tentando recuperar a razão. Ele também estava nervoso. Era sua primeira vez com uma virgem e, apesar das experiências que Juliana falou que vivera, ele queria que aquele momento fosse especial.-Está tudo bem, baby…estou aqui com você. - ele sussurrou - Iremos no seu ritmo. Não precisa ficar nervosa. Você é tão linda e sexy. Ele beijou sua testa suavemente. Os tremores no corpo dela estavam levando ele ao limite.- Não precisamos fazer nada com que você não se sinta confortável. Podemos apenas conversar, se você quiser… - Suas palavras eram vazias, ele sabia disso. Ele queria ver ela perder o controle, queria enfiar tão fundo nela e marcá-la como sua. Ela estava em seu colo e Rafael a segurou perto do peito. Juliana podia sentir o coração dele batendo rápido.- Prometo que serei gentil. - Rafael sussurrou, acariciando sua bochecha com as costas da mão. Seus olhos eram puro desejo e algo
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VINTE E CINCO
Eu dormi na casa de meu chefe.Mauro estava bêbado demais para me levar em casa. Rafael se propôs a me levar, mais recusei. Depois do que aconteceu no escritório de Rafael, dificilmente queria ficar perto dele de novo. O choque e a vergonha me atingiram ao recordar da maneira como agi. Meu corpo estremeceu com a lembrança e fecho os olhos.Poderia culpar a bebida, mas seria mentira. Eu estava sóbria, e sabia muito bem o que estava fazendo. Minhas pernas doíam, meu corpo estava sensível e a culpa era minha. Felizmente, era sábado e eu poderia relaxar assim que saísse. Arrumei os cabelos e saí do quarto.Era como a noite anterior. Todos estavam na sala de estar, conversando casualmente. Não pude parar de pensar que essas pessoas eram as mesmas de ontem. A atmosfera tranquila da noite anterior havia se transformado em uma tensão palpável. Deveriam estar falando algo bastante sério, por mais que não quisessem transparecer.- Bom dia. - Cumprimentei a todos, sentando na cadeira vazia.- Bo
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VINTE E SEIS
O caminho de volta pra casa foi em completo silêncio da minha parte. Minha mente estava entorpecida, as conversas alegres de Erick e Vanessa estavam quase inaudíveis. Eu não sei porque fiquei surpresa, já deveria esperar que algo assim. Esperar algo assim de alguém inacessível como Rafael seria esperar demais.Isso não iria mais me afetar e depois do que aconteceu mais cedo, decidi que ele nunca mais tocaria em mim novamente. Não iria me sujeitar aos caprichos de Rafael, nem pedir migalhas por atenção. Sorte minha não ter assinado aquele contrato, caso contrário, poderia usar isso contra mim. Não devo satisfação a Rafael e a homem nenhum. Eu o faria sentir o gosto do próprio veneno.Mas agora, precisava me focar no presente.Olhei para Well ao meu lado e suspirei com a carranca que estava em seu rosto. O conhecia bem demais para saber que estava irritado com algo. Pensando bem, a formatura dele estava perto também. Possivelmente seu estresse seria por ele ser o responsável da escolha
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VINTE E SETE
A claridade da manhã atingiu o rosto de Rafael e ele resmungou, esfregando os olhos. Sua cabeça doía por conta da ressaca, sentou-se e olhou em volta. Sua mente ainda estava nublada, mas lembrava de ter discutido com Márcia sobre terminar o relacionamento. A situação estava sem tornando insustentável com ela ofendendo Juli por qualquer coisa e ele não podia deixar isso passar.Reparou que não estava na própria casa, mas em uma sala modesta e arrumada que ele entrou apenas uma vez. Seu olhar desceu para o chão e o coração de Rafael se afundou.A mulher que ele tanto queria dormia serenamente em cima de um tapete felpudo e sua gata dormia ao seu lado. Rafael se ajoelhou e estendeu a mão para tocar-lhe o rosto. A gata acordou e olhou-o com desconfiança. Ele suspirou, recolhendo a mesma. Até parecia que ela estava protegendo a dona.Ele sentou-se no chão e olhou para ela, resignada. O que ele estava fazendo aqui? Da última vez que se viram, não estavam em bons termos. Ele não soube lidar
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VINTE E OITO
Depois daquela conversa em minha casa, a dinâmica entre Rafael e eu começou a mudar. Eu não sei o que mudara de fato, mas o fato dele se declarar para mim fora algo que eu não esperava. Mas para ser sincera, sua declaração me fizeram muito feliz. Pela primeira vez me senti em um conto de fadas.O trabalho se tornaram mais amistoso, Rafael sempre passava em minha sala, e mesmo se eu não estivesse lá, ele deixava uma rosa em minha mesa. Cafona, eu sei, mas não pude deixar de achar fofo. Sônia fez piadinhas engraçadas sobre isso, que estava cansada de tanta melação de casal apaixonado. Mauro apenas assentiu enquanto jogava no celular. Claro, Márcia não aceitou bem a rejeição. Quando chegamos na casa de Rafael, ela estava lá, esperando por ele. Assim que o viu, ela se jogou em cima dele aos prantos, suplicando por uma chance. Era constrangedor de assistir e quando saí do carro, senti seu olhar fulminando minhas costas. Podia sentir a ameaça de retaliação chegando junto com seu olhar frio
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VINTE E NOVE
- Não pode ser! – exclamei, levando as mãos até a boca. - Por favor, diga que está brincando comigo.- Eu queria dizer que sim, Juli. Mas não é. – seu suspiro era audível. – Sinto muito. Quem fez isso sabia muito bem o que estava fazendo.Fechei os olhos, a culpa me consumindo. Eu demorei demais para encontrá-lo e agora, a pista mais confiável que eu tinha desapareceu. Rafael tomou o celular de minhas mãos e colocou no viva voz.- Tem certeza de que foi assassinato? Sim, patrão. Mas no início pensaram que tinha sido um acidente domestico. Encontraram ele caído sobre a própria comida na mesa da cozinha. – meus olhos encontraram os de Rafael. – Mas as coisas mudaram quando o legista o examinou.- Qual a causa da morte?- Asfixia, senhor.Fiquei entorpecida com os detalhes. Aquilo não podia está acontecendo de verdade.- Mauro, há quanto tempo Jorge está morto? – perguntei, temendo a resposta.Ele suspirou novamente, mas respondeu:- Há quatro dias.Minha mente começou a trabalhar. Eu n
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TRINTA
Juli estava estranha.Desde que soubera da morte do tal Jorge, seu semblante alegre desapareceu. Era como se algo tivesse morrido dentro dela e Rafael não sabia mais o que fazer. Por que ela estava tão preocupada em descobrir a verdade? Será que queria tanto assim que ele partisse? A reação natural seria ela ficar feliz dele permanecer na cidade por mais tempo, certo? Mas, considerando como falou com ela naquela época, dava para entender sua posição.Estava lendo em seu escritório quando Mauro entrou. Para um homem de meia idade, era bem ágil, discreto e confiável, um dos melhores funcionários que encontrou desde que descobri os problemas da empresa. Seu treinamento militar era excelente. Quem melhor que ele para desenterrar algumas coisas?- Mandou me chamar, senhor?Rafael o olhou por um tempo, juntando as mãos em frente ao corpo.- Como Juliana soube sobre você? – questionou.- Eu contei para ela. – arqueou a sobrancelha. - Algum problema?Ele suspirou. Ele não queria envolver ela
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