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Todos os capítulos do Um Amor Inesperado : Capítulo 31 - Capítulo 40
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TRINTA E UM
Estava prestes a sair da casa de Rafael quando ele me chamou. Senti que algo estava errado e quando voltei-me para ele, percebi que estava certa. O olhar caloroso de minutos atrás fora substituído por uma frieza que eu nunca vira antes. Me mantive quieta. Talvez algo tivesse acontecido depois que saí. Algo dera errado, não sei. Mas aquele olhar estava me assustando. Quando ele parou a minha frente, pude ver veias saltando de seu pescoço em um esforço para conter a raiva. Não pude deixar de me preocupar com o que ele tinha. Estava prestes a perguntar quando ele agarrou minha bolsa e a jogou no chão. Um grito de pavor saiu de meus lábios e Rafael deu uma risada fria.- O que está fazendo? – perguntei em pânico.Tudo parecia tranquilo depois que saí do escritório dele. Por que estava desse jeito.- Achou divertido me enganar, Juliana? Eu sou um completo idiota para você?Com voz fria, ele avançou sobre mim, agarrando meu braço rudemente. Reagi, puxando meu braço e o empurrando para long
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TRINTA E DOIS
Os dias que se seguiram foram os mais difíceis que enfrentei durante muito tempo. Passava os dias transitando entre a raiva, a mágoa e o rancor. Não tinha ninguém para conversar, já que meu celular fora destruído por Rafael e não tinha previsão para comprar um novo. Não depois de ser acusada desse jeito.Em nenhum momento demonstrei meus reais sentimentos para as pessoas que tive contato. Não verdade, abria um sorriso e seguia em frente, como se nada tivesse acontecido. Porém, quando voltava pra casa, todas as lágrimas não derramadas corriam livremente por meu rosto. Mimi sempre vinha em meu apoio, batendo a cabeça em meu braço e lambia o mesmo carinhosamente. Mesmo nesses momentos, não podia deixar de sorrir e afagar minha pequena bola de pelo.Olhei para seu pote, vendo que estava sem comida. Fui com ela para a cozinha dar-lhe comida. Notei com pesar que a sua ração estava acabando e suspirei. Não importa como me sentia no momento, minha gata precisava de mim para alimentá-la. Poder
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TRINTA E TRÊS
Depois que desabafei com Emília, as coisas de tornaram mais fáceis de suportar.Fiquei em meus trabalhos na lanchonete e como a formatura de Well estava perto, participei mais ativamente dos ensaios. Se tornou um alivio necessário, precisava admitir, quase como se as coisas voltassem ao normal de novo. Claro, não conseguia esquecer Rafael: o que passamos juntos e a situação do roubo, mas estava a um nível em que não me importava mais.Estava preparada para tudo, mas nenhuma intimação chegou até mim, mesmo depois de tantas semanas. Talvez a razão finalmente o atingiu e Rafael deve ter visto que não tinha motivos de me acusar por algo tão surreal. Mauro pode ter feito aqueles idiota enxergar a razão, mas não tenho como saber, já que encontrei Mauro poucas vezes desde o incidente.Pensei comigo mesma: de eu fosse tão descarada a ponto de roubar um valor exorbitante desses, já teria fugindo para muito longe e gastado todo o dinheiro, certo?Felizmente, aquilo não era mais problema meu.-
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TRINTA E QUATRO
- Espera! Rafael exclamou e senti sua mão agarrar meu braço com insistência, obrigando me a parar. Ofeguei em surpresa e ao me virar, vi seu olhar frio, porem determinado. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo de novo. Tentei me soltar de seu aperto, mas dessa vez ele não me deixou ir. Sua mão estava firme e minhas tentativas de me libertar fizeram meu braço doer. Podia sentir sua frustração, o fato de não ceder às suas exigências o estavam enlouquecendo. Essa atitude, porém, estava me deixando irritada. Disse friamente. - Me solta! Rafael me olhava, sem dizer nada. Continuou segurando meu braço e no impulso me puxou contra ele. Meu corpo se chocou contra o seu e aquela faísca familiar que pensei estar adormecida voltou a se acender entre nós. O ar parecia mais pesado e a tensão entre nós era muito evidente. Levantei a cabeça e o olhei por um momento. Aquilo era insano e ele sabia disso, mas Rafael parecia não se importar. As pessoas que estavam no ensaio e os t
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TRINTA E CINCO
Durante todo o trajeto até sua casa o silêncio era sufocante. Em nenhum momento olhei para o homem que dirigia ao meu lado. Ele tentava puxar conversas comigo, mas suas perguntas eram respondidas com monossílabas e frases curtas. Meu silêncio o incomodava, eu sabia disso e notei pelo canto do olho como Rafael apertava o volante com força. Eu não estava interessada em seus sentimentos, já que protagonizou uma cena vergonhosa minutos atrás.Nem mesmo a musica que preenchia o silencio do carro estava me acalmando. De alguma forma, me deixava mais irritada. Playlist de amor e perdão estavam me tirando do sério. Eu suspirei alto, apoiando minha cabeça no vidro do carro. Emoções contidas, o cansaço do meu corpo e o pensamento em meu amigo inundaram minha mente.Será que Well estava bem? O soco que Rafael deram nele o pegou desprevenido. Lembrei de seu hematoma e a culpa me atingiu. Se eu apenas tivesse concordado e ido com Rafael, talvez aquele lindo rosto de bebê não teria uma imperfeição
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TRINTA E SEIS
Rafael a analisava e viu algo mudar em sua expressão. Ele a reconhecia pois fazia o mesmo quando estava determinado a encontrar a verdade. Fora cego em não perceber as reais intenções de Márcia, odiava a mulher à minha frente e não se conformava por ter sido trocada por alguém que pensava ser inferior.Por mais que quisesse revelar quem a acusou, sabia que nada seria resolvido. Não queria que ela se machucasse. Ela apenas suspirou, endireitando os ombros. Ele poderia ver seu cansaço e se ressentia do que tinha feito.- Ficou feliz que, agora, minha reputação está limpa novamente. – era impossível não notar a ironia em sua voz. – Agradeço por se esforçar tanto para me contar, assim posso andar de cabeça erguida, já que a historia se espalhou. – só então olhou para ele. – Espero que encontre seu fraudador o quanto antes.Juliana apenas acenou com a cabeça e se afastou. Seus passos eram lentos, mas preencheram a sala em meio ao silêncio.Observando-a partir, Rafael percebeu o quão cansad
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TRINTA E SETE
Era o dia das formatura.Os formandos estavam eufóricos e corriam pelo espaço para que tudo saísse perfeito. Eu não podia ficar mais orgulhosa deles. Emília tinha me dado uma semana de folga, então aproveitei para ajudá-los nos últimos detalhes. Era um sonho que lutaram muito para alcançar e fiquei ainda mais honrada por poder fazer parte do fim desse ciclo. Minhas intenções eram ir para casa e me preparar para a tarde, mas meus planos foram frustrados quando fui arrastada à força e trancada em uma sala com a desculpa que eu fugiria. Isso me fez rir.Não verdade, era por uma questão de logística. Todos os formandos estavam reunidos ali e como eu os ajudei, não queriam me deixar ir impondo a regra que eu deveria ficar com eles até o fim. Não não perderia esse momento por nada, mas não precisei dizer a eles. Apenas me olhei no espelho por um tempo. Minhas roupas estavam folgadas, mas não muito. Era óbvio que eu estava perdendo peso, mas não me preocupei muito com isso. Porém, meu rosto
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TRINTA E OITO
- Senhor Novaes. – o cumprimentei com um leve aceno. – O que te trás aqui?Rafael estreitou os olhos por um breve instante. Enquanto me observava com atenção, pude fazer o mesmo com ele. Seu terno era da cor do meu vestido, corte perfeito e feito sob medida com uma gravata marrom. Poderia estar maluca, mas parecia que ele fizeram de propósito. Quem nos olhasse, pensaria que somos um casal. Ouvi uma tosse discreta para chamar minha atenção.- Estou sendo o convidado de honra da turma de gestão em negócios. – acrescentando em seguida.- Minha empresa forneceu estágios para os estudantes crescerem, então...- Ficou feliz por sua atitude. Ter uma experiência, mesmo um simples estágio, pode enriquecer bastante o conhecimento do estudante.Parecia que queria justificar algo que sequer perguntei. Porém, não havia razão para explicar nada. Quase cogitei o fato de suborno, mas ele não faria isso, certo? Olhei para Mauro e notei um olhar malicioso. Pisquei, confusa. Será que estou pensando demai
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TRINTA E NOVE
A sala vibrava de entusiasmo. A turma do amigo de Juliana entrou e ela segurava a mão dele enquanto caminhava pelo salão. Ele não conseguiu desviar seu olhar dela, nem do calor que ela irradiava. Seu sorriso era tudo o que precisava, Rafael reconheceu isso, mas até sua última conversa com ela, não sabia como sentia. Agora era diferente. Ele reconheceu aquele sentimento com uma dor profunda. Rafael a amava e a medida que a via dançando com outro homem, o ciúme o consumiu. Amava Juliana, amava com todo o coração.Mas ela aceitaria sua palavra? Confiaria nele depois de tudo o que ele fez com ela? - Olha só... – atrás dele, Erick falava. Mas aos seus ouvidos pareceu um insulto. – Eles combinam muito bem juntos, não acham?- Com certeza. – os demais responderam em uníssono.De que lado eles estavam? Ele cerrou os punhos, tentando controlar a raiva que crescia. Seu desejo agora era invadir a pista de dança e afastar Juliana daquele cara. Mas sabia que ela o odiaria por isso. E seu coração
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QUARENTA
Praia! Finalmente um tempo para mim, longe de toda a loucura da cidade e das energias negativas que estavam me afetando. Também precisava de um tempo para refletir meus pensamentos e definir meus próximos passos. A declaração repentina Well me pegara de surpresa e no impulso, decidi ouvir Rafael também. No que diabos eu estava pensando? Não estava convicta que Rafael e eu não tínhamos um futuro? Será que a declaração de meu amigo afetou meu julgamento? Tempo para refletir eu teria nos próximos dias, pensei quando parei em frente a casa de meus pais. Graças a Deus tinha ido de táxi, se fosse de ônibus e caminhasse para casa iria derreter. Um sorriso familiar surgiu em meus lábios. Lembranças felizes, de uma época que a família era unida surgiram em minha mente. Meus pais dormindo ao relento, apenas com uma cabana e uma fogueira, enquanto erguiam a casa. Para uma família de oito pessoas, a casa era até pequena para reunir todos mundo. Ao abrir a porta senti aquela velha no
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