De repente, perdi toda a vontade de me justificar. Explicar seria, de certa forma, admitir meus erros. Bruno quebrou o silêncio, a voz carregada de mágoa: — Ana, sabe qual é a coisa mais cruel que você fez? Lancei-lhe um olhar, meu semblante tão calmo que não havia o menor traço de emoção. Se eu realmente fosse capaz de ser fria com ele, não estaria nesse tipo de situação, enfrentando-o em um espaço apertado e sufocante. De repente, Bruno soltou uma risada. — O mais cruel é que você voltou para o meu lado e fez com que eu me ame por você. Amor? Por um momento, duvidei do que tinha ouvido. Levantei a cabeça, surpresa, e o encarei. Naquele instante, quase me esqueci do conflito entre nós, tudo por causa daquela palavra leve e despretensiosa: amor. Ele tentou levantar a mão para me tocar, mas o movimento agravou o ferimento em sua cintura, e seu braço caiu pesadamente. No segundo seguinte, ele declarou com frieza: — Mas é uma pena, eu nunca poderei te amar. Ah.
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