RAFAELLA MARTINI NARRANDO. ITÁLIA. O avião finalmente pousou na Itália, e o som das turbinas desacelerando era um eco distante comparado à tempestade que se desenrolava em meu peito. Segurei o meu bebê mais firme nos braços, buscando nele um ponto de ancoragem para a realidade, para não me perder em meio ao turbilhão de emoções. Cada segundo no ar tinha sido uma batalha interna, uma mistura de esperança, medo e uma dor tão profunda que parecia impossível de suportar. Estar de volta à Itália, o lugar onde tantas memórias foram construídas, e destruídas, me deixava à beira de um colapso.Quando a porta do avião finalmente se abriu, o ar fresco da manhã italiana entrou na cabine, carregando consigo o cheiro familiar que me fez fechar os olhos por um breve momento. Ao abri-los, o meu coração quase parou ao ver Lorenzo. Ele estava lá, em pé na entrada do avião, os olhos arregalados, fixos em mim. Eu podia ver a confusão e a surpresa estampadas em seu rosto, e por um momento, nenhum de nó
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