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Todos os capítulos do Liberte-me!: Capítulo 11 - Capítulo 20
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11
Uma babá fora de série.Respiração pesada, suor frio, medo e pavor. Eu consigo ouvir até os sons dos seus passos pelo longo corredor atrás daquela porta. Droga, a noite aqui nessa mansão parece bem pior do que o dia! Penso e imediatamente vou para a pequena varanda. Apoio-me no peitoril e puxo a respiração várias e várias vezes, mas para o meu desespero, ela não vem.— Ele não está aqui, Eva. Ele não está aqui. — Repito incontáveis vezes, tentando me convencer do óbvio, mas o meu cérebro parece não aceitar essa informação. Forço-me a abrir os olhos e tenho o vislumbre da garoa fina que começa a cair pela madrugada, molhando as folhagens do jardim. Extremamente ofegante, eu saio da cama e na sequência do quarto apressada, e ando com a mesma pressa pelo corredor, abraçando a escuridão dos cômodos pelo caminho, e com uma ansiedade palpável, abro a porta da frente e aprecio o frio implacável que vem do lado de fora. Ansiosa pela paz, eu corro de encontro ao frio da madruga, recebendo os p
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12
Uma doce melodia tem poder de afastar os nssos medos.— Esperem aqui, meninas, eu tive uma ideia. — Salto para fora da cama, ouvindo os seus protestos atrás de mim e corro até o quarto delas. Pego seus celulares e os fones de ouvidos que estão largados nos criados mudos ao lado de suas camas e volto imediatamente para o meu quarto. — Prontinho. Agora coloquem esses fones — peço sem lhes dar muitas explicações e começo a mexer nos aparelhos. Logo uma melodia clássica começa a tocar e elas me encaram desnorteadas. — Agora se deitem e concentrem-se nessa música. Ela vai acalmá-las e vocês não vão mais ouvir esses trovões. — Elas se olham e depois para mim.— Tem certeza, Eva? — Sorrio para passar-lhes confiança.— Só, fechem os olhos e concentrem-se na melodia, meninas — insisto e não demora para elas relaxarem e adormecerem. No segundo seguinte, estou sozinha outra vez e volto para os meus pensamentos errantes. Fito as garotas adormecidas por algum tempo e penso se aquela música seria c
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— Você viu o que eu vi? — Ska pergunta livrando-se das suas roupas para entrar no chuveiro, enquanto me dedico a escovar os meus dentes diante do espelho retangular da bancada de mármore perolado. — Eles não pareciam... — Rolo os olhos para essa conversa completamente sem sentido. Diferente de mim, Ska é uma garota romântica e sonhadora. Ela costuma ver tudo cor de rosa e para tudo existe um lado bom das coisas. Já eu, sou mais realista e durona, do tipo pé no chão mesmo e desde o acidente de mamãe, sinto-me responsável por tanto por ela quanto pelo nosso pai. Valéria pode até me achar criança demais, a final, quem daria ouvidos a uma adulta minúscula de apenas sete anos que ver a realidade nua e crua da vida como eu? Arg! Ela pensa que não percebi, mas com certeza está rodeando o meu pai, e pode ter certeza de que não irei facilitar uma relação entre eles. Ela até podia ser a pessoa certa para o cargo de esposa do senhor Erick Ventura e mãe perfeita para as filhas de um viúvo descons
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A arte imita a vida.Horas depois...— Ok, meninas, do que vocês precisam? — Eva pergunta, entrando no nosso quarto de brinquedos. É final de tarde e tudo está preparado para a nossa encenação. Em um canto perto de uma janela larga tem uma pequena mesa montada com um jantar de mentirinha para duas pessoas.— Precisamos da sua ajuda para ensaiar. — Ergo as páginas com as nossas falas diante dos seus olhos.— Sei, e o que eu tenho que fazer? Eu as observo, enquanto falam?— Na verdade, você também terá que interpretar para abrir o nosso momento de falar.— Você já fez alguma peça na vida, Eva? — Ska indaga se aproximando.— Sim, mas já faz muito tempo.— Então tem ideia de como se faz.— Sim, eu tenho.— Ótimo! Vem, sente-se aqui — peço e seguro a sua mão, e a faço ocupar uma cadeira pequena e cor de rosa. A porta do quarto se abre outra vez e papai passa por ela completamente afobado. Ele engole com dificuldade, devido a respiração ofegante. Provavelmente correu para o nosso quarto. Pe
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As vezes uma boa surpresa tem o poder de libertar uma alma dolorida.Não é ele! Não é ele! Não é ele! Não é ele! Repito incontáveis vezes, enquanto corro para longe da mansão.“VOCÊ VAI JANTAR COMIGO, PORQUE ME PERTENCE, É MINHA E EU MANDO EM TUDO NESSE LUGAR!!!” O som raivoso continua a ecoar de um lado para o outro dentro da minha cabeça. Por que ele não me deixa em paz de uma vez? Por que não consigo esquecer de tudo que me fez? Eu só... quero ser normal outra vez! Ofegante, paro em frente ao lago e sem forças, me sento na grama. Logo sinto a presença do senhor Ventura ao meu lado e de rabo de olho o observo levar os braços acima dos joelhos. Ele não diz nada, nem mesmo uma pergunta e o seu silêncio, assim como os berros que deu dentro daquele quarto é assustador. Fale alguma coisa! Fale alguma coisa! Meu ser pede desesperado. Eu preciso calar aqueles gritos dentro da minha cabeça. Os malditos gritos.— Eu... sou casada. — As palavras escapam trêmulas da minha boca sem eu sentir e
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Beijos roubados tem o gosto do pecado.Olho para a minha imagem no espelho de corpo inteiro e deslizo as mãos pelo vestido de alcinhas e de saia rodada, que tem o comprimento um pouco acima dos meus joelhos e ponho um casaco de lã por cima dele. Mantenho os cabelos soltos e suspiro antes de ir até a porta. E assim que abro, encontro um papel largado no chão. Sorrio quando reconheço a letra de Jade leio em seguida.Estávamos com pressa, esperamos você na varanda na ala sul da casa.— Ah, suas sapequinhas, nem me esperaram! — resmungo, fechando a porta e caminho apressada para o local do nosso encontro. Assim que saio da casa, ajusto o casaco e abraço o meu corpo, recebendo a leve brisa fria que afaga os meus cabelos. Enquanto caminho pela longa varanda, consigo ver boa parte da lua através das copas de algumas árvores. Ela está realmente muito brilhante e amarela essa noite. Dobro a esquina da varanda, encontrando o lado sul da casa e bem no final dela tem alguns sofás redondos, com al
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Beijos roubados tem o gosto do pecado.Olho para a minha imagem no espelho de corpo inteiro e deslizo as mãos pelo vestido de alcinhas e de saia rodada, que tem o comprimento um pouco acima dos meus joelhos e ponho um casaco de lã por cima dele. Mantenho os cabelos soltos e suspiro antes de ir até a porta. E assim que abro, encontro um papel largado no chão. Sorrio quando reconheço a letra de Jade leio em seguida.Estávamos com pressa, esperamos você na varanda na ala sul da casa.— Ah, suas sapequinhas, nem me esperaram! — resmungo, fechando a porta e caminho apressada para o local do nosso encontro. Assim que saio da casa, ajusto o casaco e abraço o meu corpo, recebendo a leve brisa fria que afaga os meus cabelos. Enquanto caminho pela longa varanda, consigo ver boa parte da lua através das copas de algumas árvores. Ela está realmente muito brilhante e amarela essa noite. Dobro a esquina da varanda, encontrando o lado sul da casa e bem no final dela tem alguns sofás redondos, com al
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Incapacitado, ficou maluca? Você foi malvada comigo. Como pode me deixar sozinho aqui? Sabia o quanto eu te amava, o quanto eu te queria. Estávamos tão felizes, éramos felizes e mesmo assim resolveu nos deixar. Eu Sinto tanto a sua falta, Anne! Meu peito dói tanto e meu coração sangra a cada vez que respiro. Queria poder te abraçar de novo ao menos pela última vez. Por que fez isso comigo? Com a gente? Conosco? Indago e volto a encher a taça de vinho e saboreio lentamente a bebida que me traz boas lembranças de nós dois. Minha vontade é de chorar, mas acredito que as minhas lágrimas já secaram.— Oi, querido! Não gosto quando você fica sofrendo assim sozinho pelos cantos. — Valéria diz assim que invade o meu espaço pessoal. Ela abre aquele sorriso de sempre cheio de brilho e de insinuações. Seus olhos chegam a brilhar varrendo o meu corpo com avidez e isso me causa uma ânsia insuportável. Não sei por que ainda a aguento aqui na minha casa. Talvez seja porque ela tem me ajudado muito
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Eu te decepcioneiTer uma empresa na rede de construções foi ideia da Anne. Ela amava os meus trabalhos, as minhas ideias e a visão que eu tinha das coisas. Na época eu era um simples construtor, um pau mandado que fazia tudo que me diziam e chegava em casa frustrado por não alcançar as expectativas das minhas idealizações. Foi aí que ela me lançou uma pergunta: "Por que não abre a sua própria empresa?" Só que eu precisava tomar uma decisão e não era tão fácil assim, afinal, ela já estava esperando as gêmeas e elas podiam nascer a qualquer momento. No entanto, resolvi seguir o seu conselho e sair da minha zona de conforto. Então me enchi de coragem, pedi demissão do emprego e investir na minha primeira construção - claro que tudo começou na garagem da nossa humilde casa. E ela tinha toda razão. A Ventura Corporation tornou-se um grande sucesso e após assinar o meu primeiro contrato, vieram outros e mais outros, até que finalmente construí a minha própria cede. Enfim em tudo na minha v
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Romance, é isso! — Pai? - O chamo com voz trêmula, mas acreditem, dessa vez não é de fingimento. A verdade é que me corta o coração vê-lo assim. Sentimos muito a falta da mamãe, mas parece que ele sente isso em dobro.— Filha? O que faz fora da cama a essa hora? — Meu coraçãozinho disparar e eu corro para os seus braços, e começo a chorar. — Oh, meu pudim, por que o choro? — Ele me senta no seu colo e me afaga com carinho. — Quer falar sobre o que aconteceu? — pede com suavidade.— Eu tive um pesadelo.— Hum, foi tão ruim assim?— Horrível, papai! - Faço um dramalhão.— Entendi. Quer que te leve de volta para a sua cama? — Faço não com a cabeça. — Tudo bem! — Escuto o som do seu suspiro e me aconchego em seu colo, apreciando a seu carinho em minhas costas e ficamos em silêncio por algum tempo.— O que você acha da Eva? — pergunto de repente, quebrando o nosso silêncio.— A Eva? — indaga. Afasto-me um pouco para olhá-lo nos olhos e ele mexe os ombros. — É uma mulher inteligente.— Não
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