Eu te decepcioneiTer uma empresa na rede de construções foi ideia da Anne. Ela amava os meus trabalhos, as minhas ideias e a visão que eu tinha das coisas. Na época eu era um simples construtor, um pau mandado que fazia tudo que me diziam e chegava em casa frustrado por não alcançar as expectativas das minhas idealizações. Foi aí que ela me lançou uma pergunta: "Por que não abre a sua própria empresa?" Só que eu precisava tomar uma decisão e não era tão fácil assim, afinal, ela já estava esperando as gêmeas e elas podiam nascer a qualquer momento. No entanto, resolvi seguir o seu conselho e sair da minha zona de conforto. Então me enchi de coragem, pedi demissão do emprego e investir na minha primeira construção - claro que tudo começou na garagem da nossa humilde casa. E ela tinha toda razão. A Ventura Corporation tornou-se um grande sucesso e após assinar o meu primeiro contrato, vieram outros e mais outros, até que finalmente construí a minha própria cede. Enfim em tudo na minha v
Romance, é isso! — Pai? - O chamo com voz trêmula, mas acreditem, dessa vez não é de fingimento. A verdade é que me corta o coração vê-lo assim. Sentimos muito a falta da mamãe, mas parece que ele sente isso em dobro.— Filha? O que faz fora da cama a essa hora? — Meu coraçãozinho disparar e eu corro para os seus braços, e começo a chorar. — Oh, meu pudim, por que o choro? — Ele me senta no seu colo e me afaga com carinho. — Quer falar sobre o que aconteceu? — pede com suavidade.— Eu tive um pesadelo.— Hum, foi tão ruim assim?— Horrível, papai! - Faço um dramalhão.— Entendi. Quer que te leve de volta para a sua cama? — Faço não com a cabeça. — Tudo bem! — Escuto o som do seu suspiro e me aconchego em seu colo, apreciando a seu carinho em minhas costas e ficamos em silêncio por algum tempo.— O que você acha da Eva? — pergunto de repente, quebrando o nosso silêncio.— A Eva? — indaga. Afasto-me um pouco para olhá-lo nos olhos e ele mexe os ombros. — É uma mulher inteligente.— Não
— Ou, droga! Desse jeito irei para o olho da rua antes de completar um mês de trabalho nessa casa! — resmungo, calçando a rasteirinha apressadamente e saio do quarto logo em seguida. Tive a pior noite de todas. A insônia me acompanhou por longas horas e a leitura não me ajudou dessa vez, e quando finalmente consegui dormir, tive terríveis pesadelos com o Logan entrando no meu quarto e me puxando para fora dele. Não importava o quanto eu lutasse ou gritasse, ninguém me ouvia e eu não conseguia me livrar dele. Foi agonizante e não me atrevi a ir para o jardim dessa vez. Não depois do beijo que o senhor Ventura me deu. Aquele beijo me acendeu de um jeito que não sei explicar. — Meninas, espero que estejam prontas, pois já estamos atrasa... — Paro de falar quando percebo o quarto vazio. Suspiro. — Jade? Skarlitti? — As chamo, abrindo a porta do banheiro. — Ora vamos, meninas, não é hora para... — Olho para as suas camas e estranhamente encontro uma linda rosa vermelha largada em cima de um
— Ai meu Deus, não acredito que você vai acompanhar o senhor Ventura em uma festa! — Lídia praticamente grita, rodopiando com o vestido que me ajudou a escolher colado em seu corpo. Eu só consigo rir dessa sua alegria esfuziante. — Nanã, nanã, nanã... — Ela começa a cantarolar, enquanto dança uma valsa abraçada ao tecido caro e rio ainda mais. — Só tome cuidado com a Valéria, Eva. — Dona Dolores diz tirando a minha atenção da minha amiga. — Desde que a senhora Ventura se foi, ele se enfornou dentro daquela casa com um único propósito, conquistar o coração do cunhado. — Apenas solto uma respiração sutil e volto o meu olhar para Lídia, que continua em sua festa fantasiosa. — Ela não é flor que se cheira, querida. — O senhor Ventura e eu não temos nada, Dolores. Eu só irei acompanhá-lo e isso é tudo. — E você acha pouco? Acredite, querida, não é assim que ela verá as coisas. — O problema é dela! — resmungo e tento me afastar, porém, a senhora segura o meu braço e automaticamente olho
É estranho constatar isso, mas, confesso que não consigo parar de pensar na babá das minhas filhas. O que tem de estranho? Tudo está estranho. Para começar, o fato de pensar nela quando eu deveria pensar em Anne, em nós, na nossa história. Eu sei que parece doentio, mas não creio de seja o momento certo para me envolver com outra mulher. No entanto, Jade e Skarlitti precisam de uma mãe e é nelas que devo pensar agora. Então, por que me sinto culpado? Sinto-me como se estivesse traindo a minha esposa. Olho para o quadro na parede do nosso quarto, exibindo uma foto gigante sua e esvazio o meu primeiro copo da noite. — Não sei o que dizer, querida. Eu me sinto bem perto dela e gosto de conversar com ela. O som da sua risada me faz tão bem, mas, eu sei que não devo pensar assim. — Por que ela não me diz nada? Por que me deixa perdido nessa névoa de dúvidas? — Fala comigo, Anne, me dê uma luz por favor! — peço, mas nada acontece. Estou tão cansado! — Boa noite, querido! — A voz de Valéria
Abro os olhos encontrando o dia já claro e percebo o quanto estou ofegante. A porra do sonho parecia ser tão real causando-me sensações incríveis. Era como se ela estivesse realmente aqui comigo. Não me lembrava dessa nossa conversa absurda. Na época, Jade e Skarlitti já tinham pouco mais de dois anos e essa conversa absurda havia se apagado da minha memória. Esfrego o rosto para despertar e com uma respiração alta, saio da cama. Tomo um banho rápido e visto uma roupa para ir a empresa, porém, antes de sair passo no escritório para pegar alguns documentos que deixei trancafiado no meu cofre. No caminho, olho o meu celular e encontro uma mensagem de André, meu irmão mais velho e mais novo sócio da Ventura Corporation. Ao entrar no meu escritório, o som alegre das minhas filhas brincando no Jardim preenche os meus ouvidos e acredite, esse som tornou-se algo costumeiro aqui nessa casa, e como se eu fosse atraído, vou imediatamente para uma janela, pois, assisti-las brincar com a babá tor
Respira fundo, Eva. Peço em pensamentos, observando o lindo tubinho ombro a ombro, de um vermelho intenso, com alcinhas delicadas na altura dos ombros e magnificamente colado ao meu corpo. O improvisado e elegante penteado, forma um coque atrás da minha cabeça como se fossem graciosas pétalas douradas e um par de brincos longos e brilhantes completam um look extremamente exuberante. Solto um suspiro baixo, sem desviar os meus olhos da linda e estonteante mulher diante do espelho de corpo inteiro. A imagem dela me faz lembrar de tempos bons que eu bem sei, não voltam mais e automaticamente a saudade de casa oprime o meu pobre coração.— Você está tão linda, Eva! — Skarlitti diz, enchendo os pulmões de ar e o solta com um suspiro sonhador em seguida. Desperto do meu estado de torpor e fito o par de olhinhos brilhantes, e sem conseguir evitar, eu abro um sorriso grande para a garota. Sim, estou linda, como sempre fui e achei que havia perdido essa essência.— Palmas para a minha obra de
— Me espere aqui. — Ele pede repentinamente se afastando de mim.— O que vai fazer? — interpelo, mas ele parece não me escutar e volta minutos depois com um sorriso satisfeito no rosto quadrado. — Agora relaxe, está tudo resolvido. — Por incrível que pareça, no mesmo instante me sinto segura e solto a respiração que estava presa em meus pulmões, pois por algum motivo acredito que ele realmente resolveu essa situação, então simplesmente relaxo e curto a festa.— Ora, ora, veja quem está aqui, Erick Ventura? — Um senhor de meia-idade fala como uma empolgação palpável.— Senhor Lenox, é um prazer revê-lo! — Os homens se abraçam e dão tapinhas nas costas.— Não sabe a satisfação que tenho em vê-lo em minha residência, meu rapaz! E, quem é a linda jovem que está o acompanhando essa noite?— Essa é a Eva...— Ferri. — Completo quando percebo que o meu par ficou sem palavras.— Ferri? — Faço um gesto positivo com a cabeça, abrindo um sorriso para o senhor Lenox. — Tenho a impressão de que co