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Todos os capítulos do Céus de Fumaça: Capítulo 1 - Capítulo 10
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PROLOGO
 Tudo o que vemos ou parecemos,Não passa de um sonho dentro de um sonho.Edgar Allan Poe (Sonho Dentro de Um Sonho)                                                                Catedral Embaixadora. Quinze anos atrás.                 
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1 _ Sobre Garotas e Pesadelos
                                                                   Maryland, dias atuais         Ousei uma olhada por baixo dos cílios.Por favor, não.O tic tac do relógio na parede esquerda anunciava que se passavam das 9hrs da manhã. O silêncio na sala do Conselho de Menores de Maryland era tão profundo que eu podia ouvir o ar saindo e entrando em seus pulmões. Meu estômago doía reclamando da carência de um café da manhã descente, já que todas as minhas forças remanescentes haviam sido subjugadas, se esgotando profun
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2 _ Portões do Inferno
     Quando peguei minhas malas, apertei a alça da mochila sobre o ombro ao caminhar pelo estacionamento do aeroporto do Conroe. Pessoas aos montes de movimentavam para todos os lados como um enxame de abelhas desorganizado. Não havia como não se sentir perdida no meio delas. Meus olhos desesperados varreram a área, e meu coração acelerou.Suspirei de alívio quando avistei um homem, muito jovem e trajado num terno preto e branco parado a frente de um sedan branco, com uma placa a frente do peito intitulada PERSÉPHONE MORGAN.Eu odiava aquele nome. Precisava mesmo escracha-lo tão grande assim?Corri para ele, que abriu um sorriso quando me viu._Como vai, Srta. Perséphone? _ele me estendeu a mão quando me aproximei, com o sotaque carregado._Mal.Ele sorriu, um riso compreensivo, e tomou minhas ma
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3_ Odiada
     Com uma tossida catarrenta e mais nojenta que até a própria sopa, ela se arqueou para frente, socando o próprio peito com pressa, sem conseguir puxar o ar. Vovô Brutus imediatamente se levantou, tentando em vão socorrê-la. Quando me dei conta, ela se jogou para trás, caindo com cadeira e tudo e virando a mesa com os pés. Pulei para trás, saindo da cadeira, por pouco, não tomando um banho de sopa quente.O barulho de vidro e porcelana se quebrando invadiu o ambiente, cortando o som da voz da jornalista da TV.O osso saltou de sua garganta, e ela puxou o ar em abundância, quando já estava ficando roxa.Levei as mãos à boca, me condenando mentalmente. Mais uma tragédia. Por minha culpa novamente. Quando é que eu ia parar de machucar as pessoas?Dei com o olhar maci&cce
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4_ Maça Envenenada
      -Que maldita porcaria é esta? _ Tossi confusa, tropeçando para fora do elevador quando ela me puxou pela camiseta._Bem Vinda à Maça Envenenada._Que droga de nome é este? Um maldito de um bar! _gaguejei enquanto meus olhos lacrimejavam, mal acostumados pela fumaça do cigarro que chegava num fluxo denso até mim._Vou procurar pelo Mitchel. Não se perca e nem arranje encrenca. Trate de se divertir um pouco, ok? Procuro você para voltarmos.Neguei com a cabeça:_Não, quero ir para casa AGORA! _mas Helena já não estava mais ali para me ouvir. Como um camaleão ela já havia se misturado a multidão e se camuflado a ponto de eu não saber mais qual rumo ela havia tomado.Havia um enorme balcão de bebidas e um barman cheio
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5_ Pesadelos Que Não Passam
      Os pesadelos estavam acabando comigo, mesmo quando eu acordava na noite e percebia que estava no quarto novamente, com uma Helena dormindo lindamente do outro lado do quarto.Vidros se estraçalhando, o mundo girando, sangue por todos os lados, e principalmente aranhas...Depois de outra e mais outra seção horrorosa de pesadelos, que faziam meu corpo estremecer e meus poros expelirem toda a água de meu corpo, me deixando com apenas alguns poucos por centos, tive meu primeiro sono sem sonhos, completamente em paz. Mas quando mergulhei profundamente nele, finalmente feliz por dormir normalmente pela primeira vez em dias, um chacoalhão atrapalhou minhas divagações.Abri os olhos dopados, fechando-os novamente quando uma cachopa de cachos loiros caiu em meu rosto.Helena estava com o rosto a centímetros do meu, seus olhos azu
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6_ Novata
     Sem mais, senti um toque em meu ombro._Olá.Me virei. Havia um homem de meia idade e óculos quadrados me observando curioso. Estava usando uma camisa social listrada e tinha uma barba rala. O nariz pontudo suavizava suas feições quadradas. Só então notei a maleta em sua mão direita._An... olá?_Você é a aluna nova? _ele perguntou abrindo um sorriso. Afirmei com um movimento mudo de cabeça e ele abriu ainda mais o sorriso _Ótimo. Eu estava mesmo me perguntando isso. Sou o professor Dracomir, Draco. E se você pode me dizer seu nome agora, se quiser._Perséphone _sibilei a contra gosto _Perséphone Morgan. Os cantos de sua boca se baixaram em aprovação._Nossa, mas que nome forte! _ele sorriu novamente _Vamos entrar. Vou apresentar você par
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7 _ Caminhando no Escuro
     Caminhei por entre os corredores cheios com as mãos nos bolsos e a cabeça baixa em direção ao refeitório.Eu não estava interessada em quem estava ao meu redor. Apenas frustrada com todas as circunstâncias que me obrigavam a estar ali. O mundo, de repente, ficava estranho demais para que pudesse ser compreendido.Uma enorme porta quase ao fim do corredor anunciava em cores opacas como as paredes: Refeitório.Quando entrei, o cheiro de frituras me dominou, e meu estômago se contorceu. Eu não sabia dizer se estava realmente com fome ou apenas nervosa. Apenas sabia dizer que aquele cheiro estava acabando comigo. O enorme balcão com os tanques de comida tomava conta de uma enorme parede aos fundos do refeitório, e mesas redondas se empilhavam de adolescentes por todos os cantos que eu olhasse.Folders fal
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8_ Um Deslize
      Uma pesada névoa cinzenta se arrastava por entre o caminho de árvores retorcidas de casa, agarrando densamente os troncos que se abraçavam no alto de suas copas, dando a estrada um aspecto sombrio de túnel cinzento.Assim que o Neon estacionou a garagem da casa desbotada e retangular, me arrastei para dentro, seguida de Helena, que estava tão acostumada a isto quanto eu.Assim que sai do hall de entrada, o meow lânguido de Mordida anunciou a casa toda que havíamos chegado. Stela estava sentada na poltrona em frente à lareira, assistindo o noticiário do meio dia na teve em preto e branco com uma xícara fumegante de chá nas mãos. Era só isso que ela sabia fazer?Brutus comia biscoitos ao seu lado, com os olhos vidrados na mesma tela.Nem um nem outro teve o trabalho de olhar quand
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9_ Fantasias
      Quando entráramos na cidade, os pneus do Neon deslizaram pela Avenida, e talvez eu jamais tivesse conhecido alguém que gostasse de correr tanto quanto Helena. Avaliei minhas opções e sua cara enferruscada. Talvez fosse uma péssima hora para lhe lembrar de meu pavor de veículos depois do acidente.Apesar de achar a vista bonita desde a primeira e única vez que havia viajado para Conroe, havia algo de peculiar nessa cidade que me fazia querer passar por longe. O mais longe possível.Girei o rosto em outra direção enquanto descíamos pela rua de calçamento aglomerada, o vento que entrava pelas janelas abertas sacudindo meus cabelos ritmadamente.Quando acordei para a realidade novamente, o carro deslizava para uma vaga colorida em frente de uma enorme construção quadrangular.Placas
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