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Todos os capítulos do A Sociedade Secreta: Capítulo 1 - Capítulo 10
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CAPÍTULO 1 - NOITE DE ENCONTROS
            Já passava das nove horas da noite e caia uma fina chuva sobre a Cidadela Acadêmica, o Distrito Comercial e o Bairro da Boemia, três regiões da cidade que ficam muito próximas, com a Avenida da Alegria separando a Cidade Acadêmica dos outros dois, que ficavam cada um de um lado da Rua Vermelha. Essas duas ruas eram algumas das poucas que mantinham o seu nome em todas as partes da cidade, sendo chamadas de “ruas divisórias” ou “ruas divisoras” e Clara pegou-se pensando nisso enquanto olhava a rua e os carros estacionados receberem incontáveis gotas de chuva.            Clara, ironicamente, tinha a pele e os olhos escuros e os cabelos crespos da cor do fogo, os quais deixava, no lado direito, trançados na raiz e soltos no lado esquerdo e atrás, mantendo-os não
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CAPÍTULO 2 - ENOQUE VOS
            - Boa noite, Central da Polícia de Maité, em que podemos ajudar? - disse uma voz feminina e um pouco rouca do outro lado da linha.             - Ouvimos três disparos de arma de fogo na casa das nossas vizinhas e o meu marido saiu para ver o que aconteceu! - informou Madalena, uma rechonchuda e baixa mulher de aparentes cinquenta anos etários com a pele muito clara, olhos castanhos por trá dos óculos de grau, cuja armação retangular era quase da mesma cor que os seus cabelos tingidos de vermelho acajú e cortados em estilo pixie - Ele é policial aposentado! - complementou, mexendo impaciente na gola da sua camisola de botão de renda, enquanto espiava pela janela sem tirar os olhos do seu marido, que cautelosamente atra
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CAPÍTULO 3 - UMA MENSAGEM
             A União de Estados do Brasil adotou para a sua polícia a mesma estrutura de hierarquia e de funcionamento recomendada a todos os Estados membros da Comunidade Euro-Atlântica, portanto, quando uma ou mais duplas de oficiais chega a uma cena de crime sem flagrante, um alerta deve ser imediatamente passado para a Central de Polícia do Município, que o repassará aos investigadores disponíveis, a outras viaturas que estejam próximas do local e para a perícia.            Assim, quando o detetive Enoque Vos chegou ao endereço informado pelo alerta, o fez quase que simultaneamente ao veículo da perícia e deparou-se com quatro viaturas no local, cujos oficiais responsáveis já haviam feito o devido isolamento da área, cuidando de manter os curiosos
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CAPÍTULO 4 - C.A.O.R.N.
            O bar Ossos e Rosas era um dos vários que existiam no Bairro da Boemia, mas se caracterizava por ser o mais famoso e antigo dentre os que tinham donos de origem eslava, sendo um dos mais antigos da cidade e que teria sido erguido pelo próprio Víktor Kotov, que se tornou o chefe da sua família e, consequentemente, dos negócios ilícitos comandados por ela, sendo um dos cinco indivíduos mais poderosos de Maité.            É dito que teria sido do próprio Víktor a ideia do nome do bar e do símbolo dos ossos cruzados com rosas entre eles, tanto como uma forma de lembrar a época em que a família Kotov transformava os seus desafetos em adubo para as plantações de rosas das famílias Smirnov e Melnikov, como de anunciar as esperanças quanto
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CAPÍTULO 5 - MÁS NOTÍCIAS
            Após ouvir a voz do rapaz dizer que abriria o portão elétrico, o detetive Enoque se afastou da porta perto da qual o interfone ficava e se dirigiu para a frente da entrada, cuja folha metálica já se encontrava deslizando ruidosamente, deixando livre o caminho para o pátio da casa.            Já com o portão às suas costas, Enoque escutou o estalo do seu fechamento, enquanto se via com um gramado à esquerda e, à frente, um caminho projetado para o passeio de veículos domésticos, notando que havia um carro vermelho que se encontrava estacionado muito mais à frente, quase passando a casa em si, mas ainda sob uma área coberta. Isso levou o detetive a imaginar que a porta de vidro presente na parte da frente não deveria ser muito usada, que aquela fa
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CAPÍTULO 6 - VINICIUS
            Pelo monitor de segurança, Carlos viu Clara e o detetive Enoque saindo pelo portão, cuja folha metálica começou a deslizar para fechar a entrada logo em seguida, depois que o rapaz pressionou o botão do controle. Na sua mente, o jovem se questionava a respeito do que ocorrera momento antes, pois, embora ele tenha se oferecido para acompanhá-la à cena do crime e ao Distrito Policial por mera educação, a resposta negativa dela havia mexido um pouco com ele. Não foi a recusa em si ou as palavras utilizadas, mas sim a forma como elas foram ditas.            Do lado de fora da casa, a jovem sarará seguia o detetive ruivo em direção ao carro dele.             - Acho que o teu amigo pode te
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CAPÍTULO 7 - UMA COISA EM COMUM
            Após ouvir o detetive pronunciar o nome de sua amiga de longa data, Clara permaneceu parada diante do homem ruivo de expressão pesarosa na face e o seu olhar estava voltado para o nada, enquanto a mente passeava velozmente pelas lembranças dos momentos compartilhados com Leticia Martins ali mesmo, em Maité, e também na cidade natal que as três mulheres - Débora, Letícia e a própria Clara - compartilhavam.               - Você está bem? - perguntou Enoque, o seu rosto passando de uma expressão pesarosa para uma de preocupação.               - Ela também está morta, não está? - indagou Clara, a voz carregada de frustração e um toque de impotência.              
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CAPÍTULO 8 - YASUKE
               Enquanto o céu noturno sobre Maité começava a ficar limpo, com a lua cheia surgindo por de trás das nuvens, agora bem menos carregadas, o carro de Enoque singrava pelas ruas em alta velocidade, indo para o local do segundo atentado. Dentro do veículo, Vinicius mexia no rádio, passando de uma estação para outra, procurando algo que realmente valesse à pena escutar, enquanto o detetive ao volante pensava no quão irritante era essa restrição musical do seu parceiro e, no banco traseiro, Clara observava a paisagem urbana ao mesmo tempo em que continuava a vasculhar os confins da própria mente, tentando recordar-se de qualquer outra pessoa de Galatéia que pudesse estar residindo ali.               - Talvez não seja alguém de Galatéia… - comentou a jovem, após muito pensar e concluir que, se houvesse mais algué
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CAPÍTULO 9 - COINCIDÊNCIAS
            Com as ruas esvaziadas de qualquer tráfego, Roberto sentia-se livre para dirigir em altíssima velocidade e, valendo-se da situação crítica com a qual a polícia estava lidando, aproveitou para atravessar vários sinais vermelhos com os sinalizadores sonoro e luminoso devidamente ligados. Dificilmente um policial de Maité tinha a oportunidade de fazer isso numa situação oficial que não fosse, por exemplo, o transporte emergencial de uma mulher em trabalho de parto ou a escolta de alguma autoridade, como um governador, senador, presidenciável ou quem estivesse ocupando a presidência da república.               - Você está dirigindo bem melhor. - comentou Daniele, entre bocejos no banco do carona.               Ela era uma mulher de pele clara, com algumas
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CAPÍTULO 10 - ROBERTO...
            ...Despertou subitamente, inspirando o ar como se ele fosse o sopro divino primordial insuflado diretamente em suas narinas para dar-lhe a dádiva da vida. Seu peito doía muito, mais especificamente, a área próxima ao ombro. Sem se levantar, ele olhou para lá e viu uma longa e fina agulha fincada no seu corpo. Retirou-a e somente depois disso é que procurou se sentar, a cabeça doeu muito durante o processo e, uma vez sentado, a intensidade da dor foi reduzindo.             Ao recordar-se do que ocorrera, Roberto subitamente virou-se para a sua direita, buscando pelo furgão, que já não se encontrava mais ali, e pela sua parceira. Daniele encontrava-se caída sobre a calçada, imóvel. O investigou gelou da cabeça aos pés e, desprovido de qualquer esperança, levantou-se com dificuldade e seguiu cambaleante até onde ela se encontrava. As lágrimas singraram-lhe a
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