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Todos os capítulos do A Descoberta: Capítulo 1 - Capítulo 10
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Copyright Romano Júnior
Copyright © Romano Júnior, 2018   Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Romano JúniorR759d A descoberta / Romano Júnior. – São Paulo 2017.ISBN: 978-85-94133-40-31. Literatura brasileira. 2. Drama. 3. Trama. I. Título.    Viver é voar.Voar é sonhar.Sonhar é construir.Construir é familiarizar.Familiarizar é amar.Amar é compreender.Compreender é saber.Saber é repassar.Repassar é sempre aprender.Aprender é sempre se educar.Educar é se valorizar.Valorizar é pensar.Pensar é viajar.Viajar é se liberta
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Capítulo I
Na pequena cidade de Resende, interior do Rio de Janeiro, co nhecido por seus canaviais e plantações de café, centenas depessoas trabalhavam arduamente, muitos contavam com a ajuda dospequenos filhos. Várias dessas crianças estavam no trabalho dos paispara ajudá-los e, uma grande maioria para se divertir, subir em árvores,brincar dos famosos piques da época radiando felicidades. As criançasnão tinham conhecimento do que hoje chamamos de televisão, somente de um pequeno rádio a pilha, aquele pequeno rádio era a alegriade muitas famílias. Dizem que os bons tempos não voltam mais, e amesma água não passa debaixo da mesma ponte duas vezes... Como erabom colher frutas fresquinhas, tirar leite da vaca, correr por um imensomundo verde, onde só sabíamos o i
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Capítulo II
Ao entrar nessa casa, senhor Benedito sentiu uma sensa-ção de incômodo e ficou arrepiado. Tinha plena certeza que alguém oobservava. Repentinamente, levou um empurrão que o jogou ao chão.Levantou-se rápido, tentando achar o autor da brincadeira de mau gosto.Olhou para os quatro cantos da casa e nada viu. Comentou:‒ Quem foi o engraçadinho que me empurrou? Apareça e vamoslutar como homens.Ao terminar de dizer a frase, levou uma rasteira que novamente ojogou no chão, formado por terra fofa. Não via ninguém, nem identificava pegadas pela terra. Ao tentar se levantar, sentiu como se alguémestivesse sentando em seu peito e, só conseguia mexer as pernas. Sentiuuma mão em sua garganta que o sufocava e, em seguida, vários socos.Tantos que senhor Benedito não aguentou e desmaiou.&
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Capítulo III
‒ Vamos, Benedito, vamos sair daqui. - pede Rosália, puxando oesposo pelos braços.Sem acreditar no que estava acontecendo, o casal parte para a casa.O que fazer? Como pagar as dívidas? Como sustentar as crianças?Como sobreviver? Essas perguntas não foram ouvidas, mas podiam serapreendidas no olhar do humilde casal. Os quilômetros ficaram maislongos, não se ouvia nenhuma palavra, apenas o som que a carroça e oscavalos faziam. Por algum tempo, o casal permaneceu de boca fechada,até que Benedito quebrou o silêncio.‒ Deve estar me odiando, Rosália.‒ Quando nos casamos, jurei estar contigo, na alegria, na tristeza,na saúde e na doença, até que a morte nos separe.‒ Ainda me ama?‒ Não estamos no melhor momento para falar de amor, Benedito.‒ Sei que este não é o moment
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Capítulo IV
O marido abraça a esposa e logo em seguida dá um beijo em suaboca.‒ Obrigado, Rosália, por tanto me apoiar nas horas que mais preciso. Você, sempre está comigo, é a esposa que sempre sonhei.‒ É um bom homem, Benedito, tem uma família que o ama, isso ésinal que recebemos amor. Vou descansar, estou exausta.O dia amanheceu, Rosália levantou para preparar o café, lavar aslouças e arrumar a mesa. Ao pegar o pote de açúcar, notou que estavavazio e se lembra de que preparou o arroz-doce usando tudo o que tinha. Ela acordou o esposo para comprar açúcar e buscar o leite, depoisdespertou as crianças para que tomasse banho. Como já era de costumebuscar o leite todos os dias, Benedito foi até a fazenda. A notícia de queperdera o emprego se espalho rapidamente, e lhe avisaram
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Capítulo V
Após Cezar passar o valor dos dois produtos, Benedito colocou amão no bolso, puxou umas notas guardadas e pagou o comerciante.Retornando com o troco, o comerciante ouve as frias palavras do cliente revoltado.‒ De hoje em diante eu não piso mais aqui. Seu produto contémouro. Sou um homem pobre, mas digno e honesto. Pelo que acabei dever, aqui não é lugar para homens como eu. Passar bem.‒ Benedito, o senhor tem de entender que...‒ Por favor, a partir de hoje eu estou morto e enterrado para o senhor, assim como senhor vai estar morto e enterrado para mim.Benedito colocou a filha na carroça e partiu para casa. Durante todoo trajeto o cavalo que havia visto de manhã o acompanhava.‒ Olha, filha, que cavalo bonito.‒ Onde, papai?‒ Ao lado dos nossos.‒ Papai, só vejo os dois cavalos que puxam a carroça.Pelo fato de
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Capítulo VI
‒ Tem o dom de fazer milagres?‒ A única pessoa que pode curar sua mãe é você mesmo, Benedito.‒ Sabe até o meu nome?‒ Sei seu passado, seu presente e seu futuro.‒ Como posso curar minha mãe?‒ Por amor, Benedito, somos capazes de matar, roubar, nos entregar,nos vender... Olho para você e vejo um garoto fraco, medroso, à esperade um milagre de um Deus para o qual se diz temente. Acontece queeste Deus o abandonou. Onde Ele está, quando mais precisa dele? Porque Ele não aceita suas orações? Dizem que este Deus é amor, masonde se encontra esse amor quando mais se precisa dele? Por que elenão está aqui no meu lugar tendo esta conversa com você? Entenda queeste Deus a quem teme é mitologia. O único poderoso na realidade soueu, que estou aqui trazendo a cura de sua m&at
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Capítulo VII
‒ Então vamos colocar os equipamentos na carroça e partir. O diahoje promete.Enquanto a família saía para se divertir, senhor Benedito não conseguia repousar, totalmente perdido na missão para a qual foi designado.Estava agoniado em saber que teria que matar um homem que tantoo ajudou. Com todas aquelas perturbações na mente, caminhava emcírculos pelo quarto tentando encontrar respostas, até ser interrompidopor um médico, que entrou sem bater na porta.‒ Pelo que vejo, o senhor está impaciente. Algum problema?‒ Desculpe-me, senhor, estou desempregado, com filhos, e esposapara alimentar. O senhor me entende?‒ Tanto entendo que digo que não é por este motivo que está agitado dessa forma.‒ Posso garantir ao senhor...‒ A dúvida que tanto te perturba é, se deve matar ou n&atil
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Capítulo VIII
‒ Nossa senhora, que história horrível! – comentou Rosália.‒ Roseli, posso fazer uma pergunta? – questionou Benedito.‒ Pergunte, cunhado.‒ Você chegou a ver as mãos da menina?‒ Sim, Benedito, parecia que as mãos que a tocaram eram de ferrosem graus elevadíssimos de calor. Só você vendo para avaliar.‒ Melhor encerrarmos o assunto. Juliana, sua amiguinha mudou decidade e vocês não vão poder brincar mais, o bairro da titia é cheio degarotas da sua idade, todas querendo uma nova amiga para se divertir.‒ Eu estou com saudades da Thaís, papai.‒ Eu sei que está, princesa, assim como ela deve estar de você, só queagora ela foi morar em uma cidade muito distante daqui.‒ Ela vai voltar?‒ Como ela foi morar em uma cidade distante, acho difícil, minhafilha
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Capítulo IX
Sozinho na cozinha, Benedito fechou a cara, ainda movido pela inveja que sentia pelos bens do amigo. Respirou fundo ao saber que afamília por parte de sua esposa está crescendo, enquanto ele está cada vez mais endividado. Evitou deixar que o ódio chegasse ao seu coraçãopara não afetar o jantar, comida feita sem amor é comida sem sabor.Preparou o arroz, a salada, o peixe no forno com camarão e utilizou orestante da gelatina que sobrou para a sobremesa. Serviu o jantar, quefoi aprovado por toda a família. O peixe com camarão estava tão gostoso que não sobrou nada.Após algumas horas de conversa, Antônio se retirou para tomar umbanho e dormir; seu dia começava cedo. Rosália colocou as crianças nacama e todos resolveram se retirar, pois a viagem trouxera o cansa
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