‒ Então vamos colocar os equipamentos na carroça e partir. O diahoje promete.Enquanto a família saía para se divertir, senhor Benedito não conseguia repousar, totalmente perdido na missão para a qual foi designado.Estava agoniado em saber que teria que matar um homem que tantoo ajudou. Com todas aquelas perturbações na mente, caminhava emcírculos pelo quarto tentando encontrar respostas, até ser interrompidopor um médico, que entrou sem bater na porta.‒ Pelo que vejo, o senhor está impaciente. Algum problema?‒ Desculpe-me, senhor, estou desempregado, com filhos, e esposapara alimentar. O senhor me entende?‒ Tanto entendo que digo que não é por este motivo que está agitado dessa forma.‒ Posso garantir ao senhor...‒ A dúvida que tanto te perturba é, se deve matar ou n&atil
‒ Nossa senhora, que história horrível! – comentou Rosália.‒ Roseli, posso fazer uma pergunta? – questionou Benedito.‒ Pergunte, cunhado.‒ Você chegou a ver as mãos da menina?‒ Sim, Benedito, parecia que as mãos que a tocaram eram de ferrosem graus elevadíssimos de calor. Só você vendo para avaliar.‒ Melhor encerrarmos o assunto. Juliana, sua amiguinha mudou decidade e vocês não vão poder brincar mais, o bairro da titia é cheio degarotas da sua idade, todas querendo uma nova amiga para se divertir.‒ Eu estou com saudades da Thaís, papai.‒ Eu sei que está, princesa, assim como ela deve estar de você, só queagora ela foi morar em uma cidade muito distante daqui.‒ Ela vai voltar?‒ Como ela foi morar em uma cidade distante, acho difícil, minhafilha
Sozinho na cozinha, Benedito fechou a cara, ainda movido pela inveja que sentia pelos bens do amigo. Respirou fundo ao saber que afamília por parte de sua esposa está crescendo, enquanto ele está cada vez mais endividado. Evitou deixar que o ódio chegasse ao seu coraçãopara não afetar o jantar, comida feita sem amor é comida sem sabor.Preparou o arroz, a salada, o peixe no forno com camarão e utilizou orestante da gelatina que sobrou para a sobremesa. Serviu o jantar, quefoi aprovado por toda a família. O peixe com camarão estava tão gostoso que não sobrou nada.Após algumas horas de conversa, Antônio se retirou para tomar umbanho e dormir; seu dia começava cedo. Rosália colocou as crianças nacama e todos resolveram se retirar, pois a viagem trouxera o cansa
‒ Antes de fazer qualquer outra coisa, entre e fale com sua esposa eseus filhos. Eles, estão agoniados.O homem balançou a cabeça afirmativamente e entrou na casa,indo até a esposa para acalmar a família.‒ Benedito, quer nos matar de preocupação?‒ Boa noite a todos e me perdoem pela minha demora. Muitos anossem caçar, passei a manhã toda e uma parte da tarde tentando acertarum animal, a bala não passava nem perto – disse, aos risos.‒ E o que você comeu? Não levou lanche, só o equipamento deAntônio.‒ Conheci dois grandes caçadores que não saíram do meu lado,disse a eles que não caçava há anos e na ansiedade de caçar saí de casaesquecendo o lanche. Eles, me deram toda a assistência possível, aindaexiste gente boa nes
‒ Verdade, meu cunhado, é fazendo o bem e tendo fé que a vidacaminha – acrescentou Roseli.Ao anoitecer, Antônio retorna com várias bolsas de frutas e legumes.Ele não queria que faltasse nada para as visitas.‒ Boa noite, concunhado. Quer uma ajuda? – oferece-se Benedito.‒ Tem outras bolsas dentro do carro, Benedito, se puder pegar ficarei grato.‒ Deixa comigo e com os meninos. O senhor já trabalhou o diainteiro e nós não fizemos nada – disse Benedito, rindo.‒ Cunhado, teria um minuto para mim? – pergunta Rosália a Antônio.‒Tenho mais que uma hora para minha cunhada.‒ Amanhã pretendo fazer uma boa ação, mas para essa boa ação darcerto preciso da ajuda do senhor.‒ Uma boa ação, que interessante. E onde minha pessoa vai se encaixar nessa boa aç&a
‒ O cavalo não tem nenhum problema. O senhor quer dar a ele umcuidado especial?‒ Preciso mesmo repetir?‒ Não é preciso, deseja mais alguma coisa, senhor Benedito?‒ Desejo duas coisas.‒ E o que são?‒ A primeira é um cavalo saudável, mais de raça inferior ao meu.Pagarei no ato.‒ Severino vai providenciar um para o senhor. E, a segunda?‒ Meu santo não bateu com o do Severino. Quero que o mandeembora imediatamente.‒ Mandar o Severino embora? Ele está aqui há anos...Benedito jogou um valor na mesa do fazendeiro e disse:‒ Há mais desempregados do que empregados no mercado, de ondesaiu este há muitos outros. Ou você fica com seu empregado, que rendemuito pouco no campo de trabalho, ou o manda embora e passa a terum pé de dinheiro comigo. A escolha é sua.‒ Sabe qu
‒ Um bolinho, dois bolinhos, três bolinhos.Assustada, Juliana correu para o quarto do irmão mais velho e encontrou o garoto em estado de choque. Objetos voavam pelo quarto.Juliana, ficou sem palavras e soltou um grito tão forte que os pais eos convidados que estavam presentes ouviram. Todos foram correndopara dentro da casa, tentando descobrir de onde vinha o grito. Passaram pelo quarto de Júnior e levaram um imenso susto: o garoto dormiae flutuava sobre a cama. Enquanto alguns convidados tenham ficadopara presenciar aquela cena, outros foram procurar a autora do grito.Chegando ao quarto onde ela estava, ficaram sem acreditar no queviam: os objetos voando, alguns batendo na janela e outros como seestivessem sendo jogados por alguém. Sem entender o que estava acontecendo, Rosália entrou em desespero.‒ O que está acontecendo, Benedito?‒ Eu tamb&eac
‒ Meus Deus do céu, padre, como meus filhos, crianças tão boas,foram ficar possuídas?‒ Se acalme, a senhora está muito nervosa. Pode ter sido atravésde algum brinquedo, um amigo imaginário, um jogo, existem váriaspossibilidades.‒ Então, isso está sujeito a acontecer com qualquer um de nós?‒ Para aqueles que crêem em Deus e têm fé no seu poder, acreditoque eles são os mais testados.‒ Por qual motivo, padre?‒ Ele ataca fortes e fracos, como o caso de um membro de umgrupo da Irmandade Cristã. Este homem começou a se comportar estranhamente como líder do grupo. Ele era agressivo e muitas vezesdemonstrava raiva sem motivo aparente. À medida que os meses forampassando, ele finalmente admitiu que sentia o “Diabo” dentro dele.Então o vig&aacu
‒ Isso não poderia ser esquizofrenia, padre? - dissimulou Benedito.‒ A possessão demoníaca, também chamada de opressão demoní-aca, influência demoníaca e, no popular, encosto, é, de acordo com oteísmo, principalmente na religião cristã, o estado de um indivíduo emque se acredita estar em posse de demônios ou outra entidade malé-fica. É uma crença bastante comum em várias religiões e seitas, desdecrenças tribais de natureza primitiva a várias igrejas cristãs modernas.Possessões demoníacas ou caso psiquiátrico? Em meu ponto de vistamuitos se dão conta da possessão depois de verem, foi o caso do doutor.Para outros conhecidos como céticos, agnósticos e ateus, possessõesdemoníacas não p