Pela primeira vez Endy percebeu algo na voz, tinha um ar de fraqueza, de convicção mesclada a uma infantilidade que beirava o egocentrismo, mas também o imaginou dizendo com lágrimas descendo o rosto, com um suspiro exausto de uma alma cansada de lutar, de perder, de nunca desistir. Pela primeira vez seu caçador deixava o plano das deidades, das pessoas que não se quebravam pra revelar os mais sutis traços humanos, a fragilidade e a dúvida. Era só mais um menino correndo atrás de um sonho, um bebê tentando tocar a lua do seu pequeno berço sem de dar conta da distância que havia entre eles, um desejo condenando a não se realizar, a falhar todas as vezes.- Faz parte do meu sonho. – Continuo ele a fitando, enquanto seus olhos ganhavam uma nova audácia, uma versão dupla e reforçada da convicção que já estiveram entre as ires sem vida, mas agora estavam mais fortes, renovadas pelo constante desgaste. Então devolveu com a mesma coragem que respondeu, com um novo ânimo. P
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