- Então é possível!? – Questionou Kripnor levando uma das mãos ao queixo do lobo negro. – Escriba redija. – O governante se pôs de pé alçando seu cetro real ao peito continuo. - Eu, Kripnor Obverkes Alkis Terceiro, incluo a cláusula que o direito de ensino nas escolas mágicas pode ser negados aos novos e velhos estandartes nobres que faltarem com desrespeito as suas autoridades Mors. – Proclamou o rei assentando em seu trono. – Segundo este novo adendo eu Imperador Kripnor restrinjo o direito do Príncipe Ailyn de estudar magia pela a forma descortês de se portar a corte, sobre o crime de invadir a sala do trono e de se dirigir ao imperador de forma desrespeitosa. E até que de case com a filha da condessa Obnurs como forma de retratação pública estará plenamente com este direito suspenso.
- Você não fez isso?! – Disse o príncipe duvidando do que estava ouvindo e mantendo um pensamento em mente. O príncipe respirou fundo e recuou o passo que havia dado sup
A coisa mais difícil de fazer foi apagar tudo ao seu redor quando anos de treinamento diziam o contrário, nada devia passar despercebido. Parecia uma ordem louca e desnaturada ir a um lugar que houvesse água, árvores e vista para o céu simplesmente para cruzar as pernas. Era insensato, era inconcebível ao menino ignorar ou seus instintos, tudo que seus olhos e ouvidos demoraram tanto para aprender devia ser ignorado pra que pudesse meditar, sentir o fluxo da mana e se conectar a natureza. Eram conceitos novos que só podiam ser loucura, mas mesmo que fosse Orion não contrariaria seu mentor, se chegou tão longe e se teve alguma maneira de fracassar foi porque Raydon mostrou um meio à ser tentando. O erro e a falha vinham da sua falta de perícia, de estratégia e força, e não do homem que deu um meio de se aproximar do que queria.Foi por isso que trocou de roupa, vesti
As mãos estavam sobre o corpo deitado de Orion que se iluminou quando terminou de dizer suas palavras. Era um brilho verde, uma transição mágica que lhe estraçalhava o corpo de dentro pra fora, podia sentir o corpo arder, a pele sendo retorcida e a alma gritando, enquanto seus olhos ficavam fosco. Mas não podia se dar luxo de desmaiar, que seu menino sentisse a dor que estava tomando pra ele, não podia ceder, não agora. Havia muito a ser feito ainda.Devoção. Devoção... Devoção! Era o que ecoava em seus ouvidos, que fazia o gosto de sangue invadir o fundo da boca, e lembrava a Raydon de quem era e o que já foi, do que já tinha feito em nome dessa palavra. Mas ao que era devoto agora? Se não aos caprichos, aos desejos de um homem que não queria ficar só, e ao medo de perder mais alguém. Agora, por aquele momento, não, foi antes, quanto estava prestes, a ceder, a decidir quebrar uma das suas promessas. Mas esperou, prorrogou o quanto pode até que seu coração d
Raydon ficou em silêncio e ouvindo os próprios pensamentos apenas para perceber, que havia falado demais e, que devia ficar calado. Não houve muitas perguntas ainda que ele conseguisse ver a inquietude de Endelina, o quanto estava lutando contra a sua natureza inquisidora e curiosa. Mas não respondeu a nem uma delas. Talvez como ela ele ainda não houvesse superado o abandono, ainda fosse uma ferida em sua alma rígida. Talvez por isso continuo na sala, para impedir que fosse assolado pelo completo pelo caos de sua mente, ou porque tinha medo de ter o mesmo sonho pela terceira noite. Tinha o receio que assim que fechasse os olhos a voz familiar estivesse lá, o aceitando de volta e reivindicando algo que estimava mais que a si mesmos. Por isso estava bebendo vorazmente, os bêbados esquecem, não sonham, e só acordam pra realidade pra se deliciar com a ressaca e não com seus pesadelos. Ao menos era o que pensava. O comandante precisava de algo mais forte, mas não queria voltar ao ciclo v
“Tudo era escuro, sombrio e opaco e de alguma maneira a luz surgia, como pequenos traços, dando vida a um mundo negro e azul. Sem pressa, um ponto se ligava a outro dando origem as linhas que quando fitava com atenção formavam contornos. Era um mundo estático, mas tão vibrante que parecia vivo e em movimento. Era estranho o silêncio e até a forma de enxergar, em alguns momentos nada parecia ter profundidade, e em outros momentos que só haviam os passos dissonantes sobre os traços.”Foi quando Orion recordou que já esteve nesse lugar uma vez, mas não entrou porque quis, quando estava encantando a última flecha havia convertido até mesmo a última gota de magia em encantamento, e quando desmaiou de “exaustão manéra” viu este lugar. Mas agora era diferente, a visão era mais nítida e de alguma forma ele se sentia parte de algo imenso, onde sua existência não maior que ele, o garoto era uma pequena gota em um imenso oceano.O caçador observou ao seu r
Orion já sabia como aquilo podia acabar, se tentasse fazer o mesmo que Raydon, dar uma rasteira chutando a perna de apoio do homem não conseguiria derrubá-lo, já tinha feito isso muitas vezes pra saber que não funcionaria nele, só serviria pra tomar mais um golpe talvez no peito, mas se o mentor estivesse animado seria um murro bem dado que o desmaiaria. O que, com certeza, deixaria marcas. Então buscando apoio e socorro na mão estendida pelo mentor, com a barba rala ainda por fazer, torceu pra que não fosse uma armadilha ou que tomasse um contra golpe.- Você lutou bem, montou uma estratégia e resistiu. – Elogiou o comandante puxando o aprendiz pra si. – Mas seu último ataque foi muito óbvio, você deveria ter sido mais cauteloso, da próxima vez não vou deixar em branco.- Entendido. – Respondeu Orion querendo exaltar uma felicidade e um orgulho que não cabiam dentro de si, mas se havia aprendido algo esse era o “poder da humildade” e a não se g
Não demorou pra, começar a limpar os alvos incrustrados de gelo, como, ouvir a voz de Raydon parecia nervoso e palavras eram dardejadas contendo inúmeras ordens, era uma enxurrada uma atrás da outra. O que fez recordar dos primeiros dias com o mentor. Primeiro ele enumerou todas as regras, mas também todos os benefícios de obedecer cada uma delas, explicou o peso das consequências e que se esforçasse nada seria impossível demais, pra seus dedos finos, que não pudesse tocar. Podia se lembrar como se tivessem sido pronunciado ontem, ou a poucos instantes atrás.“O homem estava com os joelho dobrados, e mesmo assim parecia ter o dobro do seu tamanho, não havia barba no seu rosto e o pouco que tinha não passava de uma penugem rala, os olhos castanhos tão escuros que refletiam seu semblante, os cabelos dourados indecisos, entre o liso oleoso dos fios longos e o arrepiado e seco das mechas curtas, os traços tão fino da face, como se fosse uma pedra bem esculpida. Pareci
O estômago doía se contorcendo de fome, os músculos dos braços tremiam conforme a mente só queria continuar, ir até a última flexão, como o bom soldado que era. Suor descia a face enquanto pequenos flocos de neve caiam e escorriam pelo corpo quente feito lágrimas. Estava chegando perto, ao fim, e do seu limite.“Duzentos e oitenta um, Duzentos e oitenta dois...” Contava mentalmente assustando a ideia de que haveriam mais exercício, que não estava só no começo mais no fim.Houve um suspiro, um alívio, que transcendia os ossos e penetrava a alma, pois finalmente tinha acabado. Só torcia pra que a lembrança daquela mulher, por quem se atraia, não voltasse, não era real e tão pouco devia sentir algo por ela. Queria balançar a cabeça em um ato espontâneo para expulsar a ideia, mas se o fizesse Raydon saberia, perceberia antes mesmo que terminasse o gesto.- Pode se sentar Orion. – Disse o homem sem fitá-lo. – É isso mesmo que
O coração martelava os tímpanos em uma pulsação rápida conforme os pensamentos tentavam se organizar. Não daria tempo, já podia sentir o contato da pele contra a lâmina etérea... se recompôs a força quando sentiu o líquido quente e vermelho escorrendo da palma, e despencando ao tablado negro. A adaga atravessa a pele sem esforço e ao simples toque.Orion ignorou que sua mão estava se fechando, que podia perder algum dedo, e que não conseguir usar mais seu arco sem eles, ou qualquer arma, e apenas canalizou a mana à mão. Não podia negar que uma parte sua tinha medo, que desejava fechar os olhos, como uma criança assustada, mas se negou esse desejo e permaneceu de olhos abertos, queria ver.A mão assim como os dedos ganhavam um brilho opaco, e consistente, de um azul frigido e o garoto começou, fosse por receio, excesso de confiança ou por odiar tanto a dúvida que se pôs a, apertar a lâmina contra os dedos com toda a sua força.