Assim que saiu da loja Endrelina sentiu o frio a apertando ao poucos, agora que estava parada pode sentir o dedilhado suave sobre sua pele almejando congelar seus ossos, e isso provocava uma porção desconfortável de arrepios.
- Eu não demoro. - Disse ela entrando na loja mais uma vez.
Orion a segui, de longe, com os olhos através da vitrine onde botas, luvas e casacos eram expostos como as peças únicas que eram, adornadas como ouro, prata, jóias e a mais alta costura e bordados. Endy conversava alguma amenidade com Gretta, estavam rindo e depois de um tempo ela saiu vestindo uma casaco cinza bonito, elegante, e que desenhava gentilmente as curvas da garota.
- Obrigado por esperar. - Agradeceu ela assim que chegou. - O que achou? - Perguntou dando uma volta lenta e sexy.
- Eu gosto de cinza. - Disse por fim a fitando nos olhos e vislumbrando alguns problemas a frente. - Nós vamos andar bastante. - Informou medindo os passos para que Endrelina
Ele permaneceu em silêncio evitando as avenidas principias e alguns pontos conhecidos, estava cansado de dar explicações e do som da própria voz. Mas sem perceber passou por Relg, uma construção sólida, maciça mais que aos olhos tinha uma fragilidade vítrea. Os tons claros o faziam se confundir com o céu cinza e a neve, tanto que se não olhasse direito Relg pareceria invisível e só haveria um terreno isolado. Não a construção imponente cheias de torres e algumas esferas que circundavam picos mais altos dessas estruturas. No meio uma abóboda se erguia revelando um sino grifado nele a havia um sol desenhado.- Como isso funciona? - Questionou Endy correndo para tocar Relg. Algo nele o fazia parecer irreal a tudo que já tinha visto.Ela o fitou com seus olhos brilhantes e uma expressão estranha curvava os cenhos, removendo aos poucos o sorriso gentil de criança. E isso o fez querer responder.- Cada uma das quatro torres representa uma estação, a mais alta é
O comerciante estalou os dedos emitindo uma faisca, minima, fazendo um veludo azul surgir e com o mover do dedo indicador Falmmer as ordenava sobre o tecido acolchoado, em perfeita ordem.- Quanto deu tudo? - Questionou o gnomo alisando o queixo enquanto tentava fazer as conta sem o auxílio de papel e pena.- Cento e trinta e oito peça de platina!. - gritou Elby de algum canto da loja. - Menos o valor de uma flecha, isso eu não sei quando vocês fecharam!- Cento e cento e vinte e três peças de platina ou mil e duzentas e trinta peças de ouro. - Corrigiu Orion voltando se ater ao velho.Falmmer resgatou do bolso um pequeno saco de moedas, colocou o abraço dentro do pano que não se alterou e puxou uma maleta negra da qual tirou as moedas de platina, abriu os cantis e se pôs a cheirar seus novos produtos. Enquanto Orion tirou o fundo da aljava revelando um pequeno compartimento secreto e começava a guardar suas moedas, azul esverdeadas.Um tint
A garota ajeitava a trança pela ultima vez enquanto seus olhos escorriam pelo rosto, as ires densamente verdes, a pele cheia de sardas para se perder no macacão, que aos pouco se tornava sua segunda pele. Ela estava sozinha tendo o luxo de ficar mais um pouco na cama. Seu pai já havia saído antes do sol raiar para terminar uma grande encomenda de pedras, e sua mãe não queria perder clientes abrindo a loja de tecido e costura mais cedo. Cink tinha que aproveitar a curta temporada de cheia de Iviston para conseguir quanto clientes pudesse, assim o esposo poderia ficar mais tranquilo quanto aos impostos. Até Elby já estava ajudando com parte do seu salário atrasando sua inscrição para a prova de admissão para academia de magia por duas estações. Agora era a sua vez de se esforçar pela sua familia na venda.Ela ainda entendia porque Falmmer mudava a loja em dois em dois meses e nunca parava em nem um canto da cidade. Mas agora entendia que era pra fugir dos nobres esnobes que além
Ela nunca esqueceria a fusa daquele gêmeos, as únicas coisas que mudavam eram o corte de cabelo Saémon, o mais baixo, mantinha os longos fios amarrados, enquanto Daemeon era maior e robusto com um corte mais curto o deixando quase arrependiados. Os olhos azuis em um tinham um tom fosco quase cinza, quando no outro eram mais escuros, vibrantes e de alguma forma sujos como a maresia repleta de espuma, o nariz firme e um tanto anguloso contrastava com os lábios finos, mais nem por isso deixava de acrescentar alguma elegância ao rosto. Mas essa beleza era manchada pela natureza perversa de ambos. Disso tinha certeza, que tipo de nobre rouba os outros? Ainda vestido roupas finas e de bom porte. Podia ser por diversão, para arrancar o tédio de suas vidas mesquinhas e ocas. Devia ser isso, não tinha outra explicação. A garota desconfiava que magia não devia ser o forte de Daemeon, algo nele dizia isso e o fato de portar uma espada só reforçava a ideia. Outra coisa que ro
Enquanto andava a pergunta dele ainda repercutia em sua cabeça, a concentrando de tal maneira que não percebia o que acontecia em sua volta, mais uma vez estava perdida em um fluxo constante de idéias, onde andar se tornava automático. As pessoas não passavam de um plano de fundo de uma paisagem caótica, as vendas improvisadas nas praças eram as nuvens dispersas, que rapidamente mudavam de forma e os prédios e casas se condensavam em uma cadeia de montanhas inconstantes. Tudo que Endy tinha na mente era a pequena indagação que, a punha em cheque e, permanecia sem uma resposta."Qual o seu sonho?"Não importava a quantidade de vezes que se perguntava ela nunca tinha uma resposta satisfatória, ou um objetivo tão ardente em seu peito que a impulsionasse a tentar varias e varias vezes. Tudo que tinha eram talentos, assim como para magia, não precisava de horas de estudos, fazer movimentos ou manter falas constantes, era simples e não precisava de esforço, só realizar o
Quando chegou aos fundos da casa Orion já estava lá, com os olhos fechados e dentro do circulo rúnico, que envolta dele emitia um brilho, esverdeado, opaco e então abriu os olhos, como se soubesse que ela estava o observando. - Pode ir primeiro. - Disse por fim se atendo aos pergaminhos preso entre as pernas cruzadas do primo. Estava curiosa para ver o milagroso resultado do treino imposto do tio. Uma parte dela ainda se recusava a acreditar que Raydon permitia que Orion competisse usando um único feitiço, o mais básico e inútil de todos e sem contar que nem pra ataque servia. Tudo era irreal demais para ser verdade ou um para não pertencer a um conto bardico. O truque de fazer luz era centenas de vezes mais útil que o de fazer água, essa era uma das coisas das quais Endy tinha plena certeza. Orion não se levantou, se limitou apenas em estender a mão destra pra frente do rosto, e fechou os olhos. Demorou pouco mais de um minuto e o som de estática fluía entre os dedos trazendo um
Não era apenas raiva que envolvia a respiração bufante, estava frustrada e envolvida por um arrependimento intrínseco. Uma parte dela queria culpá-lo, ainda desejava ferí-lo de alguma forma mais não podia, sabia e tinha ciência que apenas a magia nunca seria o suficiente contra o primo. Precisava aprender a lutar, a jogar sujo e a usar tudo ao seu redor, como ele e de alguma maneira o superar. Porém sabia que isso era impossível, ao menos agora, e uma parte de si, a maior parte ,sabia que a culpa era sua e não dele, que Orion estava apenas se defendendo, mostrando quem de fato tinha garras em vez de unhas, presas em vez de dentes bem desenhados. O combate rápido e decisivo só deixou claro qual dois estava melhor preparado, quem sabia lidar com as desvantagens e a diferença entre um gato do mato e uma raposa ardilosa. Doeu quando se pôs de pé, quando tentou andar, como se seus músculos estivessem prestes a rasgar mais tinha que levantar. O frio já tinha embalado os ossos, sujado o vest
Houve uma guerra, sempre há uma, você sabe disso e eu sei, e se não houve vai haver. Sangrenta, cruel e apagada pelo tempo. Tão arcaica que seus velhos não recordam e nem consta nos registro de história. Não como de fato aconteceu. Era uma manhã enfadonha, caótica e casual pra aqueles guerreiros de orelhas pontuadas, com os cabelos longos e o corpo esguio. Eles não pensavam que aquela seria a última guerra da raça deles. Já faziam seis meses que estavam enfrentando a horda interminável de orcs, sozinhos. A pele vermelha, os olhos negros e os caninos proeminentes quase na metade do crânio diziam tudo que precisavam saber sobre eles. Eram da ilha de Burning, onde o sol causticante e a constante falta de água não permitia que nada crescesse, se não algumas poucas ervas venenosas, sustentando uma frágil cadeia de predadores. A terra estéril e orgulho infindável que os trouxeram ali para morrer como homens, em conquista de sua própria terra, em vez de morrer pelas mãos da fome. Mais orcs